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História (Im)perfeição. - Capítulo 18 Qual a surpresa desse Natal?


Escrita por: Miss_Byun

Notas do Autor


Aquis estou eu trazendo mais um capítulo de (Im)perfeição. O antepenúltimo capítulo, para ser mais exata :x
E ele é dedicado para a maandeth que hoje faz aniversário! *-* Parabéns moça! Muitas felicidades e conquistas, e claro, muito exo e otps na sua vida hehe <333

Capítulo 18 - Capítulo 18 Qual a surpresa desse Natal?


Fanfic / Fanfiction (Im)perfeição. - Capítulo 18 Qual a surpresa desse Natal?

Se Sehun fosse descrever seu estado naquela manhã, euforia certamente seria a palavra mais próxima do que ele estava sentindo. Ansiedade e felicidade também.

 

Depois de quase duas semanas longe de Lu Han ele finalmente o encontraria. Dessa vez apresentando sua mãe para ele; além de estar frente a frente com a Sra. Lu depois de ela ter aceitado seu relacionamento com o chinês.

 

Durante todos os dias anteriores, sempre que falava com o mais velho pelo celular, Sehun pedia para ele colocar a Sra. Lu na linha e sempre repetia aquelas tais palavras: “Obrigado, de todo o meu coração, Sra. Lu!” E depois disso ele ouvia a mulher rir baixinho e de maneira tímida do outro lado da linha.

 

E hoje ele finalmente poderia agradecer àquela mulher a abraçando, logo depois de não soltar mais o corpo de Lu Han, que fazia tanta falta no seu dia-a-dia.

 

Só de pensar que finalmente poderia sentir o calor do corpo do mais velho junto ao seu, sentia seu coração dar um solavanco dentro do peito. Por todos aqueles dias separados, Sehun sentiu quase que uma abstinência da presença de Lu Han em seu cotidiano.

 

Dormir foi a parte mais difícil, depois de se acostumar com o corpo alheio junto ao seu, acariciando-o ou sendo acariciado por ele. Acordar foi outra parte difícil, porque sempre sonhava com os beijos singelos de Lu Han lhe desejando um bom dia e quando abria os olhos ficava desapontado por saber que só teria uma mensagem no celular, visto que os beijos estavam a quatro horas de distância.

 

Foi pouco tempo distante, mas foi o suficiente para maltratar o coração com a saudade.

 

Mas naquele dia tudo seria diferente. Ele reencontraria Lu Han, e reencontraria seus lábios assim como reencontraria a paz que ele vivenciava ao lado do chinês.

 

× × × ×

 

Lu Han nunca dirigiu tão rápido para algum lugar como fez para chegar à rodoviária. Estacionou o mais certinho que conseguiu devido a pressa e correu por todo o local, chegando até o guichê e perguntando sobre o ônibus de Andong até Seul. Com passos mais rápidos ele foi até a plataforma indicada, sentindo seu coração pular para a boca quando viu um ônibus se aproximar.

 

“Sehun...” – Falou baixinho, formando um sorriso em seus lábios ao ver o veículo estacionar na plataforma que ele esperava.

 

Com os olhos eufóricos procurando por Sehun entre as pessoas conhecidas, ele se encostou à grade da plataforma e ficou esperando ali; sem desgrudar a atenção da porta do ônibus.

 

Depois de aproximadamente dez minutos esperando ele teve a visão que tanto queria. Seus olhos se irradiaram de felicidade, seus lábios se partiram em um sorriso largo e seu coração começou a bater sem compasso regular em seu peito.

 

Quando os olhares se encontraram, todas as reações dentro de Lu Han pioraram. Ele sentiu as pernas bambas, as mãos trêmulas e o corpo dormente. Seus pelos estavam eriçados em antecipação ao imaginar o mais novo tocando em si depois de todos aqueles dias.

 

E Lu Han não era o único a estar assim. À sua frente, andando a passos desregulados e apressados, Sehun sentia seu corpo todo tremer de alegria ao ver o chinês depois de todos aqueles dias, que por mais que tenham sido poucos fizeram estragos por causa da saudade.

 

Para alegria de ambos, a distância finalmente diminuiu; Sehun encarava Lu Han com um sorriso escancarado nos lábios, e era recebido de igual forma pelo chinês, que ainda se impulsionou para abraçar o coreano, acabando de vez com a distância.

 

Os corações de ambos bateram com força contra o peito assim que os corpos se tocaram, assim que o cheiro de um invadiu a narina do outro. Foram poucos dias, mas foram dias difíceis, onde as saudades daqueles abraços e dos beijos foram torturando os dois.

 

“Lu Han...” – Sussurrou próximo dos fios louros do chinês, inebriando-se com o cheiro gostoso e contagiante que saia dali, matando a saudade que sentiu naqueles dias.

 

“Sehun...” – Chamou-o enquanto se enterrava cada vez mais no pescoço do rapaz, sentindo o cheiro gostoso de seu perfume se espalhar pelo seu cérebro, como ele sonhou e desejou fazer novamente durante os dias longe do coreano.

 

“Caham.” – Ouviram uma voz ao fundo pigarrear propositalmente, e se afastaram envergonhados. Lu Han sentiu sua face arder de vergonha ao ver a mãe de Sehun o encarando com um sorriso divertido nos lábios. – “Prazer em conhecê-lo, Lu Han.”

 

“O-O prazer é meu!” – Curvou-se apressado, se sentindo envergonhado por protagonizar a cena desesperada na frente da mãe de seu namorado. Não queria conhecê-la assim, mas foi inevitável controlar seus sentimentos ao ver o mais novo.

 

“Pode se levantar, Lu Han. Minha mãe é tranquila.” – Sehun comentou rindo.

 

“E eu preciso que se levante para fazer algo.” – A mulher comentou com o tom de voz doce. Lu Han se ergueu e fitou com curiosidade a mulher à sua frente que em questão de segundos o abraçou com força, deixando-o sem saber como agir. – “Obrigada!”

 

“O-O que?” – Perguntou confuso, sentindo-se ainda mais sem jeito ao ouvir a voz embargada e agradecida da mãe de Sehun.

 

“Obrigada por ter aparecido na vida do meu filho... E por ter o ajudado a melhorar. Você trouxe meu menino de volta. Obrigada!”

 

“E-Eu... Não... precisa me agradecer...” – Respondeu tímido, afagando os fios pretos do cabelo da mulher que continuava o abraçando.

 

“Preciso sim.” – Disse se afastando e olhando fundo dos olhos dele, aquele olhar que ela lhe lançava era tão cheio de gratidão e felicidade que Lu Han se sentiu completamente preenchido por dentro. Se sentiu inteiramente feliz.

 

“D-De nada... Então.” – Comentou tímido e recebeu um beijo na testa por parte da mulher.

 

“Agora vocês dois podem se soltar e eu fico abraçado a ele, que tal?” – Sehun comentou rindo, vendo os outros rirem também.

 

“Desde quanto é tão possessivo e ciumento?” – A mulher perguntou rindo enquanto dava atenção à mala até então esquecida.

 

“É culpa da saudade, mãe.” – Riu manhoso, rapidamente se aproximando de Lu Han e levando uma mão até a cintura do mesmo, trazendo o corpo dele pra perto e sendo guiado pelo mais velho para o carro.

 

× × × ×

 

Sehun e Lu Han passaram pela porta da sala acompanhados da Sra. Oh que entrou meio tímida na casa dos Lu. E assim que percebeu a timidez da mulher, a mãe de Lu Han sorriu e a abraçou, falando que estava muito feliz em conhecer a mãe de um menino tão precioso como Sehun.

 

As duas mulheres se deram bem logo de início, e o Sr. Lu também se simpatizou com a mãe do coreano, cumprimentando-a cordialmente e com um sorriso amistoso. Mas a ‘estrela’ de verdade foi Sehun, que foi recebido com diversos abraços, principalmente de Yang e de Lei, esse último fazendo manha para ir pro colo de Sehun.

 

“Ele sentiu muito a sua falta.” – Lu Han comentou baixo, e diminuiu ainda mais sua voz ao complementar sua frase. – “Eu também... Acho que mais do que ele...”

 

A mão de Sehun que afagava os fios negros de Lei em seu colo rapidamente pousou na cabeça de Lu Han, acariciando o cabelo louro do mesmo enquanto ele lhe lançava um sorriso. – “Eu também senti falta de vocês...” – Piscou para o mais velho e o olhou como se dissesse ‘principalmente de você’, mensagem essa que Lu Han entendeu e por isso permitiu que um sorrisinho se formasse em seus lábios.

 

“Bem, creio que estão cansados da viagem, não é?” – A Sra. Lu comentou atraindo a atenção dos presentes. – “Eu já preparei o quarto para vocês... O Lu Han me deu a ideia de ele e Sehun dividirem o quarto com duas camas de solteiro, e você fica com o quarto dele, que é mais espaçoso. Tendo inclusive uma cama de casal...” – A mulher comentou segurando o riso.

 

“Oh, sério?” – Jin Hee comentou olhando de Sehun a Lu Han e segurando o riso ao ver as expressões culpadas em seus rostos. Ela sabia que Lu Han era um rapaz de ouro, mas não tinha sido sua boa maneira com as visitas que o fez pensar em ceder seu quarto para a mãe de Sehun enquanto eles dois dividiam o mesmo quarto. – “Fico contente por pensar em minha comodidade, Lu Han. Obrigada pela a atenção.” – Lançou um sorriso torto para os dois.

 

“Eu fico feliz com o seu melhor.” – O chinês comentou sorrindo e viu sua mãe revirar os olhos e o julgar.

 

“Meu filho, meu filho.” – Lu Ming comentou rindo. – “Enfim, não querem guardar as coisas de vocês? Quando terminarem de se arrumar a gente se encontra na sala para conversarmos.” – Disse dando tapinhas no braço de Sehun e olhando para o filho. – “Bem, ajude o Sehun e a Sra. Oh com o que puder, Lu Han. Eu estarei na cozinha com seu pai terminando o jantar.” – Sorriu de maneira doce e cúmplice para o filho.

 

“Certo.” – Lu Han respondeu rindo, vendo sua família sair de perto do corredor. Seus olhos pararam em Sehun, que ria gozador ao lado de sua mãe.

 

“Ótimo anfitrião você, Hannie.” – Sehun comentou rindo e roubando um beijo do chinês, que se sobressaltou e o avisou para não fazer mais isso. – “Desculpa, não deu pra segurar.”

 

“Tem que segurar, meu filho.” – Jin Hee comentou enquanto pegava sua mala para entrar dentro do quarto. – “Os planos são do Sr. Lu saber somente depois do Natal.”

 

“O-Ok.” – Sehun concordou um pouco envergonhado. – “Bem, vou guardar minhas coisas também.” – Sorriu para Lu Han que correspondeu ao ato e caminhou lado a lado do coreano até o quarto que dividiram dias atrás e voltariam a dividir agora.

 

Quando passaram pela porta, Sehun tratou de trancá-la antes de se virar para Lu Han e abraçá-lo forte, tão forte que ficou até com medo de tê-lo machucado.

 

“D-Desculpe.” – Pediu baixinho, enterrando seu rosto no vão do pescoço de Lu Han e dedicando alguns beijos por cima da blusa cacharrel que tampava a pele do mesmo.

 

“Tudo bem, Sehunnie.” – Sussurrou sorrindo, acariciando os fios castanhos do mais novo. – “Também senti saudade.” – Afastou-se para poder olhar dentro dos olhos de Sehun. Um sorriso se abriu em seus lábios cheinhos enquanto ele acariciava a bochecha macia do outro.

 

“Foram duas semanas, e eu não aguentei. Imagina se fosse mais?”

 

“Imagina quando for mais, Sehunnie?” – Falou com o timbre tristonho.

 

“Shiii, não vamos falar disso.” – Desconversou rapidamente porque não queria ter que contar seus planos para Lu Han. Não ainda. – “Vem...” – Puxou o menor pela cintura, findando a curta distância que estavam.

 

Começou a dedicar beijos próximos à boca bem desenhada do chinês, às vezes lambendo a marca da cicatriz do mesmo. – “Han... Eu nunca perguntei...”

 

“O que?”

 

“Como fez essa cicatriz?” – Perguntou e depois voltou a lamber o local, sentindo o chinês sorrir enquanto fazia aquilo.

 

“Brincando de lutinha com o Hideki.” – Respondeu rindo, principalmente ao ver a expressão assustada do outro. – “Ele era japonês misturado com chinês, era um bom ninja.” – Brincou.

 

“Isso foi um soco?”

 

“Não... Um chute sem querer. Éramos idiotas que ficavam brincando de lutinha.” – Riu. – “Eu não devia ter muito mais que dez anos na época. E bem, ele era mais velho e mais forte.” – Deu de ombros. – “Foi engraçado o desespero dele me pedindo desculpas e eu fiquei usando isso por quase uma semana inteira, para que ele fizesse minhas vontades.”

 

“Usando o peso na consciência do próprio irmão. Que feio, Lu Han!” – Implicou, fingindo desaprovar o ato do mais velho.

 

Lu Han apenas revirou os olhos enquanto ria e depois mordeu o lábio inferior de Sehun, puxando-o entre seus dentes e fazendo-o gemer baixinho.

 

“Está sensível, Sehun?” – Perguntou provocando.

 

“O eu você acha?” – Apertou a cintura de Lu Han, fazendo seus quadris se roçarem. – “Naturalmente eu já fico sensível com você... Depois desses dias fico ainda mais...” – Sussurrou enquanto caminhava com o mais velho até a cama que ele usou durante o tempo que ficou ali. Deitou-o no colchão macio e o beijou de maneira mais intensa.

 

“H-Hm... É muito bom saber disso.” – Lu Han comentou roçando seus lábios aos semelhantes de Sehun assim que apartou o beijo. – “Mas sabe que ainda vai ter que esperar um pouquinho para matar esse tipo de saudade.”

 

“Infelizmente... Eu sei.” – Selou seus lábios aos de Lu Han, antes de se levantar. – “A sorte é que a hora de dormir não vai demorar pra chegar.” – Riu e piscou para o chinês, que apenas sorriu com o jeito do namorado.

 

× × × ×

 

Quando apareceram na cozinha, Lu Han e Sehun encontraram suas mães conversando com empolgação, vez ou outra o Sr. Lu ia participando da conversa. Automaticamente os dois sorriram ao ver seus pais se dando bem, pois era isso que eles queriam. Queriam que as famílias estivessem unidas, principalmente unidas na hora de dar apoio ao namoro deles.

 

E aquele clima agradável entre as famílias era algo que eles desejavam muito que continuasse, por isso aprovaram e incentivaram mais e mais conversas entre seus pais na hora do jantar, que se seguiu bem animado entre as famílias Lu e Oh.

 

× × × ×

 

Ao acordar naquela manhã ao lado de Lu Han, Sehun ficou por alguns minutos encarando o rosto angelical do chinês enquanto ele dormia tranquilamente. O dedo indicador do coreano passeava com calma e lentidão pela tez alva e macia do outro, enquanto seus olhos faziam questão de registrar mais uma vez como Lu Han era lindo até quando dormia.

 

Depois de uns minutos sentindo aquelas cócegas em seu rosto, Lu Han se remexeu e foi abrindo os olhos lentamente, sorrindo ao ver que estava mais uma vez acordando com o coreano ao seu lado. Levou uma mão até o rosto de Sehun e também ficou acariciando a pele dele com as pontinhas de seus dedos, até trazer o rosto dele para perto do seu e selar seus lábios.

 

“Bom dia, Han.” – Sorriu e abraçou o corpo do chinês, aumentando o sorriso ao perceber que o mesmo estava nu por baixo das diversas cobertas. – “E mais uma vez a gente não teve coragem de ir tomar banho...”

 

“Ah, estava tão frio longe dessas cobertas, fora que... Depois de fazermos duas vezes, eu fiquei com preguiça e cansaço e só quis dormir.” – Falou baixinho.

 

“Preguiçoso.” – Riu e roubou mais um beijo do chinês. – “Se ficássemos mais de duas semanas distantes... Acho que só sairíamos desse quarto depois de dois dias.”

 

“Aham, tá.” – Comentou rindo e revirando os olhos. – “Não quero namorar um ninfomaníaco, ok?”

 

“Não sou. Sou Luhanmaníaco.”

 

“Idiota.” – Riu um pouco mais alto, dando soquinhos no ombro do mais novo. Mas a ‘raivinha’ passou logo e Lu Han se agarrou ao coreano, enterrando seu rosto no vão do pescoço dele e dedicando vários beijinhos na região. – “Tem que sair daqui?” – Murmurou com preguiça, sentindo os dedos longos de Sehun acariciarem suas costas do começo até o final.

 

“Normalmente sou eu quem pergunto isso.” – Riu e depois deixou um beijo nos fios sedosos do chinês. – “Han, sua tinta tá saindo.”

 

“É, eu tenho que retocar ou pintar de outra cor.” – Respondeu coçando os olhos e deitando de volta no travesseiro.

 

“Pinta de castanho escuro... Ou de vermelho! Você ruivo deve ser A tentação.” – Sorriu torto para o menor, além de olhar para ele com desejo.

 

“Tarado.” – Riu. Levou sua mão até o queixo de Sehun e ficou acariciando ali por um tempinho antes de puxar o rosto dele para perto do seu e beijá-lo. – “Vamos levantar porque temos que ajudar com o jantar de Natal...”

 

“Ok, fazer o que...” – Fez um biquinho com seus lábios. – “Jantar de Natal hoje... Vamos contar para ele amanhã...”

 

“Vamos...” – Sorriu minimamente. – “Está preparado?”

 

“Estou sim, e você?”

 

“Estou.” – Sorriu e selou os lábios de Sehun. – “Se ele for contra, paciência.”

 

“É, e você mora comigo e minha mãe se ele te expulsar.”

 

“Como é?” – Respondeu rindo. – “Está apressando as coisas, Sehun.”

 

“Mas...” – Formou um biquinho que foi apertado pelos dedos de Lu Han.

 

“Estou brincando, Sehunnie.” – Trocou os dedos pelos seus lábios, dedicando vários selinhos ali. – “Agora, levantar!” – Ditou e riu ao ver o outro murmurar reclamações por causa de sua preguiça.

 

× × × ×

 

O dia se seguiu divertido com todos ajudando para o jantar de Natal. Não era algo muito comum para as duas famílias comemorarem aquela data, mas no final todo mundo gostou de fazer uma celebração com um jantar no dia 25 de dezembro. Entregaram alguns presentes – os de Sehun feitos por ele mesmo – e depois jantaram a comida preparada pelas mães de Sehun e Lu Han e ainda pelo Sr. Lu.

 

Estava realmente um clima agradável e familiar, e quando todos se recolheram para seu quarto, um frio na barriga tomou conta dos dois rapazes. O medo de acabar aquele clima bom começou a vagar pelos corações de Lu Han e Sehun.

 

“Com vontade de desistir?” – Sehun perguntou enquanto Lu Han se encaixava junto ao seu corpo para dormirem.

 

“Claro que não! E você?”

 

“Não mesmo.” – Sorriu calmamente, selando seus lábios aos do outro. – “Boa sorte para nós.”

 

× × × ×

 

Lu Hu encarava as quatro pessoas que estavam na sua frente com dúvida e confusão, principalmente pelo fato de todos estarem com seus rostos tensos e preocupados. Quando sua esposa e seu filho falaram que precisavam conversar com ele, já começou a se perguntar o que poderia ser, e sua curiosidade só aumentou ao ver que no quarto estavam também Sehun e sua mãe, com aquele mesmo olhar cauteloso de quem quer contar algo muito delicado.

 

“O que foi?” – O velho chinês perguntou desconfiado, seu sorriso de minutos atrás morrendo e dando lugar a lábios cerrados de preocupação.

 

“Pai, nós precisamos contar algo.” – Lu Han comentou sério.

 

“É algo sério? Aconteceu algo?”

 

“Eu treinei como te dizer isso várias vezes, mas acho que não vou seguir roteiro, porque não tenho ideia de como seria a melhor forma de dizer isso...” – Suspirou. – “Mas eu não posso continuar escondendo...”

 

“O que... Ah Deus...” – Comentou baixinho, levando dois dedos até suas têmporas, coçando-as.

 

“V-Você já imagina o que é... Não imagina?”

 

“Você está com o mesmo olhar que o Hideki tinha naquela noite... Bem, não exatamente o mesmo. O receio está presente, mas você não parece se sentir tão culpado como ele parecia.” – Seu timbre era indecifrável e seu olhar impassível.  – “Você...”

 

“Sim pai, eu sou como o Hideki nisso... Eu sou gay.” – Falou de uma vez, observando atentamente seu pai. – “Eu sinto muito, pai. Sinto muito por ser algo que muitos acham anormal ou imperfeito. Eu juro que já tentei mudar, mas não dá. Eu sou assim. Eu não sou feliz com pessoas do sexo contrário... E...”

 

“Você... Mas... Por que está falando disso aqui e agora...” – Interrompeu o relato do filho e olhou dele para Sehun, vendo este último encarar Lu Han com ternura e apoio, além de estar ao lado dele e segurar – ainda que em uma tentativa de disfarce – uma mão de Lu Han junto à sua. – “Ah... Não pode ser...”

 

“P-Pai.”

 

“Você dois estão realmente juntos... Não estão?!”

 

“Pai... Isso é uma das coisas... Que nós queremos lhe contar.” – Falou ficando um pouco mais temeroso.

 

“O que querem me contar?! Que ficaram se agarrando o tempo todo por trás das minhas costas? Que quando eu queria que desenvolvessem um sentimento fraternal, estavam fazendo sabe-se lá o que de pervertido?!” – Sua voz foi aumentando alguns tons.

 

“Pai! Me deixei falar!”

 

“Falar o que?!” – Ficava cada vez mais exaltado.

 

“Que nós nos gostamos, Sr. Lu.” – Sehun interveio, seu olhar era firme e sério. – “Nós não fizemos por maldade... Não calculamos e não programamos nos apaixonar assim. Simplesmente aconteceu.”

 

“Ah, claro! E aí quando aconteceu, vocês não pensaram em momento algum em me contar?!” – Atacou, vendo os dois ficarem em silêncio. – “Quando aconteceu isso?”

 

“Nossos sentimentos aconteceram logo nas primeiras semanas, pai. Mas só assumimos algo na última semana do Sehun aqui. A gente sempre quis contar, eu sempre quis contar para você o que acontecia comigo, mas nunca tive coragem. Eu não queria trazer algum momento ruim para nossa família... Eu não queria ser visto como culpado, errado e um filho imperfeito. Então eu escondi isso de vocês...” – Suspirou. – “Não me orgulho de ter omitido isso, pai. Mas achava que era o certo a fazer... Depois de tudo que aconteceu por causa do Hideki... Eu não quis arriscar perder o amor de vocês ou ser visto como culpado por algo triste na nossa família...”

 

“Você sabia disso?” – Virou-se para sua mulher que apenas acenou a cabeça positivamente. – “Todo mundo sabia disso e resolveu me fazer de idiota?!”

 

“Nós tínhamos receio da sua reação! Não queríamos que me expulsasse daqui antes das gravações acabarem, porque eu não queria deixar o Lu Han antes do planejado. Então decidimos nos encontrar logo depois das gravações para te contar tudo... É o que estamos fazendo!” – Sehun comentou com o timbre um pouco mais alto e sentiu a mão de Lu Han em seu ombro, pedindo para que ele se acalmasse.

 

“Nós dois sempre desconfiamos, Hu.” – A Sra. Lu falou com sua voz calma e doce. – “Eu sei que sempre perguntou dentro de si se Lu Han também era gay. O jeito tenso que ele ficava quando a gente perguntava sobre namoros era o mesmo do Hideki; nas vezes que ele quis nos contar algo e depois desistiu, foram iguais às vezes que o Hideki quis nos contar algo. E você, por mais que quisesse se enganar, também percebeu que o jeito que Lu Han e Sehun se olhavam era da mesma maneira que Hideki e Tom se olhavam quando estavam perto da gente antes de contarem sobre o namoro... Nós dois sempre soubemos, só nunca quisemos confirmar. Talvez porque ainda não sabemos lidar com essa situação ou porque ela nos traz uma lembrança dolorida... Porque começamos a associar esse tipo de assunto com a morte do Hideki e isso fez com que assumíssemos uma culpa enorme...”

 

“O senhor me disse que não quer perder mais um filho, Sr. Lu. Eu entendo que a culpa tenha feito você ter péssimas lembranças desse tipo de conversa, mas o senhor só não vai perder mais um filho se tomar uma atitude diferente...” – Sehun comentou com a voz mais mansa.

 

O velho Lu ficou em silêncio, fitando seus pés enquanto tentava colocar seus pensamentos em ordem. Não sabia se estava incomodado com a revelação da sexualidade do filho ou com a traição que sentia por parte dele e de Sehun de esconderem de si o que estava acontecendo. Mas se fosse arriscar, arriscaria na segunda hipótese.

 

“Pai, me perdoe por não ter contado antes... Por ter levado tanto tempo para lhe revelar isso. Eu sempre confiei em você, mas esse tipo de assunto não deixou sequelas ruins apenas em você ou na mãe... Mas em mim também. Por muito tempo eu pensava que eu era errado e imperfeito, que se eu continuasse assim seria um motivo de desgosto para vocês; por muito tempo eu me culpei. Tentei me apaixonar por garotas, mas não conseguia. Elas me irritavam logo nos primeiros meses e eu terminava; então achei que poderia viver com isso se eu escondesse e se nunca me envolvesse seriamente com alguém. Mas eu estava errado...” – Olhou de forma cúmplice para Sehun antes de continuar. – “Eu encontrei alguém que realmente quero ficar junto... E eu não podia deixar isso em segredo de vocês.”

 

Lu Han ficou olhando com esperança para seu pai, que apenas coçou as têmporas por um tempo e suspirou, como se tentasse se acalmar. Por mais que desconfiasse de todas as palavras que seu filho estivesse confessando, ter a realidade batendo em sua frente era sempre muito mais dolorosa de quando imaginava.

 

“Eu sei o que está pensando, Sr. Lu.” – A voz meiga da mãe de Sehun ecoou na mente de todos, atraindo a atenção deles. – “É algo que a gente sempre imagina, mas nunca espera acontecer de verdade. Na verdade, a gente tem esperança de ser apenas fase, mas não é. A gente tem medo de lidar com algo que é incomum para nós. Crescemos achando que o certo é marido e mulher constituindo uma família e tudo mais, mas isso é o certo pra gente... Nem sempre o que é certo pra gente, vai ser certo para os outros. E esses outros podem ser os nossos próprios filhos.”

 

“Hm...” – Murmurou olhando pensativo para um ponto fixo da parede.

 

“A gente se pergunta se foi erro nosso, ou pensa por que isso aconteceu com a gente. Pensamos se eles vão estar prontos para vencer os preconceitos dessa escolha; quando na verdade queremos saber se nós vamos vencer todos esses desafios... A gente é humano, e somente por isso somos suscetíveis a erros, ainda mais quando se tem algo novo na nossa frente, algo que não sabemos lidar. Mas aí a vida mostra que existe coisa muito pior... Existe aquilo que nunca saberemos realmente lidar e nunca conseguiremos nos acostumar... Que é a perda. Eu sabia das dúvidas do Sehun antes do meu outro filho morrer.”

 

“Na época eu me assustei muito e pedia para que isso não estivesse acontecendo na minha família... Até perder um filho e descobrir que existe coisa muito pior. Eu realmente aprendi que não importa se vão apontar o dedo para o Sehun por causa dessa escolha dele... Se ele está feliz assim, eu estarei também. E se o maltratarem na rua, ele sempre terá o meu apoio quando voltar pra casa. No final, é o que importa para ele... Não ser abandonado pela família, não é? Eu sei que hoje, depois de ter passado por situações piores do que ter um filho homossexual, eu posso ver melhor as coisas. Meu filho continua sendo motivo de orgulho pra mim, e meu amor é incondicional. O caráter dele não se resume à pessoa que vai dividir momentos entre quatro paredes.”

 

Um silêncio mortal se formou depois das palavras de Jin Hee. Lu Hu ficava balançando as pernas e estalando os dedos, depois desceu seu olhar da parede e voltou a encarar seus próprios pés enquanto pensava em tudo.

 

“Você sabe que nunca viu o Lu Han tão feliz como ele esteve nesses dias ao lado do Sehun, não sabe, Hu?” – Falava sorrindo para o marido.

 

“É... Eu sei.” – Suspirou. – “Sabe... Não é o fato do Lu Han ser gay... Ou estar namorando o Sehun... Eu acho que não é isso... É só que eu... Estou me sentindo traído.” – Comentou baixo.

 

“Não fizemos por mal, pai. Não queríamos que isso acontecesse... Mas aconteceu.” – Molhou os lábios em aflição antes de voltar a falar. – “Quando eu era adolescente você se sentou comigo e disse que queria ter uma conversa de pai para filho. Disse que eu ia chegar na época de me apaixonar... E foi aí que me contou quando conheceu a Miyako; e depois a mamãe. Você me disse que o amor não aparece sempre na nossa frente, mas você teve a sorte dele aparecer duas vezes. Que quando menos esperava... A minha mãe apareceu na sua frente trazendo a cura para suas feridas e sua saudade da Miyako... Naquele dia você me disse que o amor não avisa quando vem, ele só vem... Sem a gente calcular. E disse que devemos estar prontos para vê-lo e não deixar passar.” – Suspirou. – “Não quero deixar o Sehun passar, pai.”

 

“E eu não quero deixar o seu filho passar...” – Sehun comentou sorrindo para Lu Han. – “Eu aprendi muito com ele... Ele não me ajudou apenas com os vícios e todas as minhas imperfeições quando vi pra cá... Mas me ajudou em tudo, principalmente a ser mais feliz. E nós só queremos que nos aceite... Juntos. Não só porque é importante para o Lu Han, mas para mim também. O senhor é muito querido por mim.”

 

“Você é muito querido por mim também, Sehun.” – Soltou demoradamente o ar pela boca e finalmente encarou os dois à sua frente. – “Enfim...” – Respirou fundo mais uma vez antes de falar.


Notas Finais


Acabaando aaaaí porque sim e /corre aopkspoasps
A resposta do Sr. Lu é cena do próximo capítulo /literalmente q :xxx
Espero que tenham gostado!


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