1. Spirit Fanfics >
  2. Imprevisível >
  3. Eu também te amo

História Imprevisível - Eu também te amo


Escrita por: biagw

Notas do Autor


eeeeeentão....
lá vem a sumida

enfim, nem vou perder tempo me justificando, só espero que gostem desse novo cap ksksk

ah e estamos indo pro arco final, então aproveitem!

obrigada pra quem continua por aqui rs

beijooooos

Capítulo 54 - Eu também te amo


Naruto POV 

 Faz duas semanas desde que saímos de vez daquele esconderijo estranho, desde que Sasuke foi liberado para voltar pra casa. 

 E, bem, nós voltamos. Mas não exatamente para a nossa casa de antes. 

 Eu ainda não tive coragem de por os pés em Konoha por mais doloroso que isso seja. Sinto como se estivesse traindo a mim mesmo, mas tenho medo. Nunca tive medo por mim, mas tenho pelas pessoas que eu amo, então não consigo mais me arriscar. Pelo menos não mais desde que eu quase perdi o amor da minha vida. Não consigo mais nem pensar em qualquer coisa que o colocasse em risco de novo. 

 Com a ajuda dos nossos amigos (e secretamente do Konohamaru que veio nos visitar uma vez), consegui uma boa casa num vilarejo perto da Vila. É um lugar bem pequeno que era basicamente administrado por Konoha, mas fora dos limites de onde morávamos. Não é exatamente o que planejei pra vida, mas é um bom lugar; confortável, longe de problemas e com ar fresco. Tem os ares meio nostálgicos de quando toda a tecnologia não tinha chegado na Vila ainda. Sasuke parece ter gostado daqui também. Na verdade eu acho que ele se contentaria com qualquer coisa à essa altura. 

 Sasuke ainda não recuperou bem todas as suas memórias e isso faz com que ele pareça uma pessoa diferente às vezes. Antes ele tinha aquele ar perigoso e uma aura poderosa, mas agora parece uma pessoa comum, é até difícil imaginar que é um ninja só olhando pra ele. Não que eu ache suas mudanças ruins, ele sempre será ele pra mim. Enfim, somos pouco conhecidos nesse vilarejo e mesmo que algumas pessoas lembrem do meu rosto elas não sabem o que aconteceu e então não nos perseguem. 

 Desde que viemos pra cá as únicas pessoas avisadas foram nossos amigos mais próximos, nossos filhos. Daria tudo errado se alguém de Konoha descobrisse também. Boruto vive por aqui, Sarada também. Himawari vem quando Hinata pode trazê-la, tudo porque ela adora a companhia do irmãozinho mais novo. E, bem, Sakura-chan e Kakashi sensei também aparecem às vezes. Agora que Sasuke está mais frágil que nunca parece que todos nós sentimos um certo senso de proteção por ele, é estranho dizer. 

 Mas eu tenho medo de verdade que inimigos descubram o que aconteçam e queiram se aproveitar do momento pra uma vingança. Foi algo do tipo que quase o tirou de mim em primeiro lugar e agora não estou mais preparado pra protegê-lo da melhor forma. A verdade é que nenhum de nós dois tem poder pra se defender hoje. Desde que saiu o Sasuke nunca sequer tentou usar chakra pra qualquer jutsu, ele parece não estar interessado em nada que seja da vida ninja por agora e eu… Por mais que eu tente é como se meu corpo não me obedecesse mais. Já passei pela equipe médica e não tem o que ser feito, é irreversível. Kurama desapareceu e minha rede de chakra acabou danificada. Ainda consigo fazer jutsus básicos, mas mal mantenho o rasengan e não consigo sair dos três ou quatro clones, sem dizer que meu chakra sozinho não é infinito como era antes. 

 Pra ser sincero, ainda não me acostumei. Eu não quero culpar o Sasuke por isso, mas minha vida virou de cabeça pra baixo e eu perdi todos os objetivos que lutei pra conquistar em pouco tempo. Perdi até mais que isso. Meu antigo casamento, o cargo de hokage, meu trabalho como ninja, o contato direto com meus filhos, o respeito das pessoas de Konoha… Eu confesso que já me arrependi algumas vezes. Em alguns momentos de surto em noites quietas eu pensei que deveria ter deixado Sasuke pra trás e vivido minha vida como era antes. Me sinto péssimo quando percebo que estou pensando essas coisas. Ele faria o mesmo por mim, ele não tem culpa, eu tomei as decisões sozinho e eu o amo.

 Essa é minha única certeza, que eu o amo. E é muito fácil perceber agora quando olho pra ele. 

 Sasuke se tornou alguém fofo, embora seja quase impossível acreditar quando digo pra antigos conhecidos. Tudo por causa da sua memória meio perdida, ele ainda não se reconhece direito. Tento ser muito paciente com ele porque eu acho que passar por isso deve ser muito difícil, esse estado de não saber exatamente quem é ou como sua vida chegou àquele ponto. Enfim, Sasuke gosta de cuidar da casa, do gato, das crianças e até das plantas. Ele não me xinga com frequência, parece estar sempre pensando demais e gosta de encarar as estrelas. Parece que ele se lembra de fazer isso com Itachi quando era criança. Confesso que gosto desses seus novos lados que são bem mais calmos e fáceis de agradar, mas as vezes sinto falta de suas broncas e até da parte que ele me xingava em 90% do tempo. 

 E, por mais que estejamos aqui, morando juntos, e que ele saiba que ainda somos noivos, eu sei que não está totalmente confortável. Sasuke não sabe como me retribuir e eu tenho medo que ele tenha perdido o sentimento que nutria por mim, por isso passo todos os dias tentando conquistá-lo de novo. Mesmo se ele esquecer que me amava antes, eu posso fazer com que me ame de novo, não é?

 Enfim, nossos dias por aqui se passam numa calmaria quase inacreditável. Temos visitas de vez em quando, passeamos pelas ruas vazias a noite, levamos Katsuo pra brincar com crianças vizinhas e cuidamos da casa. De certa forma, não posso reclamar. Mesmo que eu sinta falta da correria e da adrenalina que a vida shinobi me dava, passar tanto tempo com o Sasuke é muito bom; é muito bom poder ser grato por tê-lo ali e o puxar pros meus braços sempre que tenho vontade. 

 Ainda não pensei sobre o que faremos daqui pra frente. Não quero pressionar o Sas a encontrar meios agora e eu ainda preciso arrumar coragem pra enfrentar Konoha se quiser seguir em frente. Talvez eu volte a ser um gennin comum, talvez me candidate a algum cargo na Academia, talvez vire um trabalhador normal desse vilarejo. Por enquanto vamos vivendo das economias que nós dois temos - e que felizmente são suficientes pra muito tempo. 

“Paizinho!” - Katsuo me tirou dos meus devaneios parado na frente da pia da cozinha e entrou todo sujo segurando outro filhote de gato. Olhando assim, parece até que nosso pequeno cresceu desde que saimos da Vila - “Olha o que a Kyoko me deu!”

 Kyoko era a filha mais nova da vizinha do lado. Não que tivéssemos exatamente vizinhos, na verdade ela morava dali uns metros, mas era quase a mesma coisa. É a melhor amiga que Kat fez por aqui e aparentemente ela resolveu presenteá-lo com um gato. E com meu filho tão feliz assim eu não conseguiria dizer não. Sasuke também gosta de gatos, então…

 Katsuo logo correu de volta pra rua com o bichinho embaixo do braço. Ele nunca perde a energia e dá um trabalho gigantesco. Aliás, agora que passamos mais tempo juntos eu pude conhecer melhor esse pequeno que é teimoso e esperto; e como pais decidimos não mandá-lo pra Academia agora. Apesar disso, ele sempre pede por treinamentos ninja e Kakashi e Iruka sensei tiram um tempinho pra treinar com ele quando eles aparecem. 

 Enfim, volto minha atenção à louça outra vez. Acho que essa é a primeira vez que eu ajudo de verdade a cuidar da casa, isso é meio vergonhoso. Sasuke sai do banheiro depois do banho e me perco o admirando por uns instantes. Ele também criou a mania de ficar com o cabelo preso esses tempos e eu acho fantástico como fica ainda mais bonito. Sas sempre foi como um imã pra mim, mas me tornei mais grudento depois de todo aquele pesadelo. 

 Largo a louça pra trás e me seco rápido indo até ele antes que fugisse pra cuidar das plantas. Atualmente parece que os vasos são mais interessantes que eu, tenho ciúmes. O abraço pela cintura e fecho os olhos por um instante, sentindo seu perfume. Se ele só soubesse o quanto sou grato por poder estarmos assim de novo. Sasuke não se esquiva, nem sai dali, então ficamos um tempo abraçados no meio da sala, até que eu mesmo me afasto e me coloco em sua frente, arrumando uma pequena franja que ficou sobre seu rosto. 

“Nosso filho arrumou um gato novo” - rio um pouco ainda o encarando. Era tão gostoso dizer aquilo também… ‘Nosso filho’. Sasuke sorri e dá uma olhada na casinha do Lamen perto da varanda. Lámen é o gatinho preto que eles adotaram aquela vez e não fui eu quem deu o nome, foi o Kat. Ficamos em silêncio e eu logo o puxei pra um novo abraço. Quero abraçá-lo e me declarar o dia todo - “Eu te amo, Sas”

“Por que?” - essa era a primeira vez que ele respondia uma declaração minha nessas duas semanas com algo que não era um sorriso tímido. Mas sua resposta era meio estranha, então não entendi - “Por que você me ama?”

“Por que está perguntando isso agora? Eu só te amo, oras, preciso listar motivos pra isso?” - você não se lembra? Eu já disse algumas vezes. 

“Eu me lembrei de algumas coisas” - reparando bem, seu olhar estava ligeiramente diferente mesmo. O encaro curioso, esperando que ele continue. Seguro em sua mão pra dar alguma confiança a ele que parecia confuso - “E então não sei como você pode gostar de mim”

 Hm, dá pra imaginar que tipo de memória você reconquistou, Sas. 

“Sasuke, você só tem parte das suas memórias agora, não se julgue demais com base nelas” - eu sei que na verdade ele está se achando horrível e tentando encontrar razões pra ter agido como agiu no passado. Razões pra termos ficado juntos. Aos poucos ele vai descobrir - “Tem muitas coisas que ficaram no passado e…”

“Naruto” - Sasuke me interrompe e finalmente seus olhos invadem os meus. Me sinto arrepiar, mas de um jeito bom. Aquela imensidão em seus olhos, eu amava admirá-la - “Eu também te amo”

 O que?

 De repente?

 Depois de duas semanas?

 Ele… ele se lembrou que gosta de mim ou algo do tipo?

 Por que estou tão emotivo? Argh, meus olhos estão lacrimejando, que vergonha, acho que vou chorar. E Sasuke percebe porque ele me abraça forte. 

“Me desculpa por demorar tanto” - é, ele é o homem da minha vida. Ouço sua voz assim e o aperto tanto a ponto de tirá-lo do chão por um segundo. Era como ouvir um eu te amo pela primeira vez. 

 Acho que, por mais que o Sas ainda não entenda como viemos parar aqui ou como meus sentimentos surgiram, ele sabe de seus próprios sentimentos e não está disposto a abandoná-los nem por suas dúvidas. Fiquei tão animado e com meu coração acelerado que enchi seu rosto de beijos rápidos por mais que ele quisesse escapar em algum momento. 

“Argh, grudentos” - Katsuo surgiu na sala com a língua de fora e nos fez rir - “Papais, vocês são muito grudentos”

“Nós também amamos você” - corri atrás dele pela sala até pegá-lo nos braços rindo. Era fim de tarde, dava pra ver o pôr do sol pela janela e eu estava beijando meu noivo pra irritar nosso filho em meu colo. 

 É, acho que não tenho muito o que reclamar. 

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...