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História Imprinting Second Season - Flores e Despedidas


Escrita por: Dark-Blizzard

Notas do Autor


Queria pedir perdão por deixar vocês meses esperando. Eu tive uma piora no câncer nesse meio tempo, a quimioterapia estava acabando comigo todos os dias, sem falar nos efeitos colaterais, nas visitas constantes ao médico, dos internamentos, injeções, remédios, transfusões de sangue e dias em que eu só dormia. Isso me fez ficar cada vez mais devagar e incapaz de continuar o raciocínio da fanfic... E eu não queria escrever de qualquer jeito nem publicar de qualquer jeito.
A grande notícia que quero compartilhar com vocês é que eu VENCI a leucemia. Já estou em casa, rendendo bem mais no meu cursinho e escrevendo a fanfic sem parar nos meus documentos sempre que arranjo tempo.
Eu espero que vocês não desistam da leitura a essa altura do campeonato.
Muito obrigado MESMO por todo o suporte, por todos os comentário e asks... Vocês me deram um grande animo e talvez nem tenham ideia disso :3
Espero que gostem desse capitulo que marca a volta dessa estória de um amor entre Clary e Seth <3

Capítulo 10 - Flores e Despedidas


Fanfic / Fanfiction Imprinting Second Season - Flores e Despedidas

“Aqui, fixar quero meu eterno repouso,

e desta carne lassa do mundo sacudir o jugo das estrelas funestas.

Olhos, vê-de mais uma vez.

Braços, permiti-vos o último abraço.

E lábios, vós que sois a porta do hálito com um beijo legítimo selai este contrato com a morte exorbitante."

 

Romeu e Julieta - William Shakespeare

 

Clary POV -

Quanto tempo havia se passado? Segundos? Talvez minutos…

A escuridão havia tomado conta de mim. Eu não conseguia respirar.

Eu estava atordoada. Sim, atordoada. Não conseguia entender, não conseguia perceber o que estava acontecendo.

Eu sabia que seria muito mais fácil ceder. Deixar que a escuridão me empurrasse para baixo, cada vez mais fundo, até um lugar em que não havia dor, cansaço, preocupação nem medo.

Se fosse apenas por mim, eu não teria sido capaz de lutar por muito tempo. Mas aquilo não tinha apenas a ver comigo.

Se naquele momento eu escolhesse o caminho fácil, se deixasse a escuridão do nada me apagar, quem eu amava sofreria.

Seth. Minha vida e a dele estavam entrelaçadas, formando um único fio. Se ele se fosse, eu não conseguiria sobreviver. Se eu partisse, ele tampouco sobreviveria. E um mundo sem Seth não fazia sentindo algum. Seth tinha que existir para que eu fosse capaz de existir.

Mas estava tão escuro ali que eu não conseguia ver o rosto do meu amado. Nada parecia real. Isso tornava mais difícil a ideia de não desistir.

Mas eu lutei contra tudo dentro de mim para me manter concentrada. A dor ia e vinha, como ondas violentas no mar. E toda vez que vinha parecia queimar minha garganta e pulmões.

Então a escuridão se tornou mais densa, como se fosse colocado uma venda em meus olhos de um tecido muito grosso e seu nó tivesse sido dado com força para que eu nunca mais pudesse enxergar nenhum feixe de luz.

Ficar consciente se tornou impossível e cada vez mais minha garganta queimava, como se labaredas estivessem na minha boca e toda a via respiratória.

O sentido de tudo começou a se dissipar. Eu vou morrer.

- Morrer me parece uma palavra forte demais - Eu escutei alguém falar.

A água estava mais clara e meu corpo mais perto da superfície, eu me levantei e quando olhei em volta eu estava sentada dentro de uma banheira de mármore branco e cinza que estava cheia de água e flores flutuando na superfície. Eu estava com a mesma roupa e toda ensopada. A dor e queimação nos pulmões e garganta desapareceram como se eu nunca tivesse me afogado. Eu estendi a mão pegando uma flor branca da água e meus olhos correram para o lugar que eu estava. Era um banheiro não muito grande, o chão estava forrado de flores igual aquelas dentro da banheira… Era lindo o destaque colorido e vivo no meio da claridade do lugar.

Uma mulher estava sentada no chão em meio às flores, os cabelos escuros e compridos como os meus.

- … Mãe. - Eu falei em um sussurro. Estava pasma. Ela estava ali, bem perto de mim.

- Eu senti sua falta, querida. - Ela disse olhando para mim carinhosa, os lábios se curvando naquele lindo sorriso que eu tanto precisava ver.

Ela se levantou e foi para perto de mim se sentando ao lado da banheira e segurando minha mão. Uma lágrima escapou e escorreu pelo meu rosto quando eu senti o calor da mão dela, meus olhos estavam correndo por seu rosto e eu estava fascinada com ela ali tão perto e parecendo tão real… Parecendo viva.

- Eu morri? - Foi só o que o conseguir perguntar e ela sorriu novamente acariciando meu rosto com as costas da mão.

- Pode se dizer que sim. Você está inconsciente agora, dentro daquele lago, num estado dormente, quando o corpo ainda luta mas a alma já está aceitando o fim.- Ela respondeu.

- Se eu desistir… - Falei com cuidado e pensativa. - Você ficará comigo?

- Claro que sim, mas quero o melhor pra você. - Ela falou. - E desistir não me parece uma boa opção.

Eu comecei a chorar inesperadamente, como se fosse uma criança de novo. As lágrimas caindo sem controle e o desespero tomando conta de mim.

-  Shhhhhh - Minha mãe tentou me acalmar, tirou os sapatos que usava e se sentou ao meu lado dentro da banheira. Eu abracei seu corpo. - Por que quer desistir assim?

- Porque estou cansada. - Eu respondi sentindo agonia, o ar que eu respirava parecia pesado. - Estou cansada disso tudo. Cansada do ódio, da disputa, das noites sem dormir, das ameaças, das mortes, do medo, de ter que me esconder, de sempre estragar tudo, de sempre colocar todos em risco, de perder as pessoas que amo assim como perdi você... Eu estou tão cansada.

Minha mãe então ficou em silêncio, ela sabia que não podia resolver nada daquilo mas parecia escolher as melhores palavras para me dizer algo. O silêncio era tranquilizador, a luz que entrava da pequena janela era agradável, como uma manhã de verão. As flores espalhadas por todos os lados davam uma sensação de vida, delicadeza, pureza … Era tão lindo. Eu poderia ficar ali para sempre, observando a luz fazer minha pele cintilar como diamantes, observar as flores se agruparem na superfície da água e do chão.

- É lindo, não? - Minha mãe disse quebrando o silêncio. - As flores, elas são tão belas mas morrem tão depressa. Já você… - Ela olhou para mim com os olhos verde água brilhando, os olhos que eu poderia ter herdado. - Você pode viver para sempre se cuidar de si mesma com cautela. Você passou muito tempo dentro daquele castelo antigo em Volterra, passou muito tempo vivendo mentiras que te contaram, você cresceu sem a estrutura de uma família, sem ter infância, sem brincar, sem amigos. Mas agora você tem os Cullen e, principalmente, você tem o Seth e todos os Quileutes ao seu lado. Você tem a verdade, você estava começando a construir o início de algo verdadeiro com eles e agora vai deixar tudo pra trás por essa sala comigo? Fique viva, minha filha. Pare de se esconder, de se conter. Se liberte disso, dessa culpa, desse medo. Você não precisa deles e se um dia eles vierem te assombrar você vai ter a quem recorrer. Aproveite cada detalhe, viva cada pedacinho dessa felicidade que você tanto sonha em alcançar e que está bem na sua frente. Você tem tido vislumbres do paraíso todos os dias mas nunca se agarra a ele com medo de cair, com medo de falhar. Apenas abrace tudo isso e solte essa culpa que não pertence a você!

- Mas e você…?

- Eu? - Ela sorriu. - Vou estar sempre aqui te observando,sempre no seu coração… Sempre te esperando. - Ela me abraçou com força e sussurrou no meu ouvido - Você é tão amada, Clary.

(...)

Acordei ofegante, a garganta ardendo assim como meus pulmões. Meu corpo doía muito e cada fôlego que eu tomava parecia uma facada no meu tórax.

Eu estava deitada no chão meio de lado e logo reconheci, pela variedade de pedrinhas de tons cinza, marrom, bege, branco e preto, que eu estava na beira do lago Olympic. Mas como cheguei ali se o lago não tem ondas?

Me sentei e o arrependimento de não ter feito a ação com mais cautela veio instantaneamente. Minha cabeça girou e eu tive aquela terrível sensação de enjoo e desmaio, sem falar na dor que correu por todo o meu corpo.

Olhei para o lado e lá estava Seth, deitado e desacordado, as roupas ensopadas como as minhas e os lábios esbranquiçados quase roxos. No mesmo instante eu ignorei toda a dor e fui para perto dele checando seus sinais vitais. O coração ainda batia com muita fraqueza, sua temperatura estava caindo e ele não respirava.

Okay, okay… Você leu algo sobre reanimação cardiopulmonar nos livros do Carlisle, você nunca colocou em prática mas esse é o momento, Clary. Pensei comigo mesma enquanto tentava manter a calma.

Me ajoelhei ao lado do corpo de Seth e verifiquei se as vias aéreas dele não estavam entupidas ou algo assim. Não tinha nada.

Então apoiei a palma das minhas mãos uma sobre a outra e depois as centralizei no peito dele com os braços bem esticados. Eu teria de pressionar a área 30 vezes intercalando com a respiração boca a boca.

Fiquei feliz por um momento por ser parte vampira. Para um humano deve ser difícil deduzir quanta força é necessária para empurrar o tórax de alguém para baixo em torno de 5 centímetros para cada compressão. Mas para um olhar detalhista de um vampiro aquilo era uma mera observação fácil de ser executada.

Fiz todo o procedimento e depois chequei todos os sinais vitais novamente… Nada.

- Vamos, Seth. Reaja! - Eu disse começando a massagem mais uma vez.

Nada. Nada. E nada.

- Amor por favor, eu preciso que você reaja, que diga alguma coisa. - Eu falei ofegante, a dor fazendo meus braços entorpecerem e minha visão embaçar por um momento.

Então ele reagiu, uma puxada brusca de ar e a água vazou pelo canto de sua boca para logo depois ele tossir engasgado. Eu o ajudei a sentar e olhei em silêncio ele repor o oxigênio.

Seth olhou para o lago como se estivesse se lembrando da queda e de nós dois afundando na água gelada e escura. Eu acariciei os cabelos dele com delicadeza, meu corpo estava congelando - Se é que era possível que eu ficasse mais gelada. -. Estava nevando e ventando, nossas roupas ensopadas pareciam querer congelar no corpo.

Porém, assim que ele me olhou, nós começamos a dar risada. Era só o que dava para fazer… Estávamos vivos. VIVOS.

Já estava tudo certo em nossas mentes que o fim seria ali, não existia plano depois da ponte. Óbviamente dissemos aos outros que teria um plano, mas apenas não tinha.

Eu abracei Seth com força e não queria mais soltá-lo. Ele também não me largou. Ficamos ali um tempo, até ele falar com uma voz preocupada:

- Meu Deus, você está congelando até morte…

Talvez ele tenha dito isso porque eu estava mais gelada que o habitual, tremendo horrores a ponto de se conseguir escutar meu dentes batendo.

- Na verdade eu estava considerando essa possibilidade, porque está realmente muito frio aqui. - Falei me afastando dele e cruzando os braços enquanto analisava tudo ao redor. Nós estávamos bem longe das divisas dos Cullen e da Tribo.

- Precisamos achar um jeito de te aquecer. - Ele falou colocando as mãos nos meus braços, parecia tentar deduzir qual era a minha temperatura manualmente.

- Seth, está tudo bem. - Eu disse tentando acalmar ele. Eu podia aguentar o frio.

- Clary, você está com roupas molhadas no meio da neve em um ar que deve estar cerca de 10° graus negativos. - Ele me advertiu. - E sabe lá Deus quanta água você engoliu… Eu não sei nem como está consciente…

Eu queria responder ele, contestar contra aquilo, não havia tempo para isso, a gente tinha de chegar até alguém da tribo ou até os Cullen. O que fosse mais perto. E se eles não estivessem bem? Deixamos eles com a maior parte dos Volturi.

- Seth… Não temos tempo para isso! - Eu falei me colocando de pé e começando a andar para perto das árvores mais próximas do lago. A neve parecia cair cada vez mais espessa e o chão já estava forrado de neve até quase a altura do meu joelho.

Seth apareceu do meu lado com velocidade segurando meu braço.

- Amor, pare! Eu sei que está preocupada mas se não aquecermos você pelo menos um pouco… nem chegar lá você irá… - Ele advertiu, os olhos suplicantes. As roupas dele já secando no próprio corpo assim como sua pele e cabelo.

Eu olhei por mais um tempo para Seth, analisei a situação e relutante eu caminhei até ele me aconchegando em seu abraço. O calor emanava dele com uma naturalidade absurda.

- Você é meu sol… - Eu sussurrei com o rosto escondido na curvatura do pescoço dele.

- E você é meu mundo! - Ele beijou o topo da minha cabeça.


Notas Finais


Continua na semana sexta que vem!!!! (Já aviso que não saiu todo mundo vivo dessa treta)
Bjos da tia Nathy :*
P.S.: Venham nos comentários interagir nem que seja pra brigar comigo porque sumi kkkk Estou com saudade de vocês meus amores :3


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