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História Improper - Entre as paredes do meu consultório


Escrita por: Gaby_Uchiha_

Notas do Autor


Olá meus bolinhos de coco o/

Olha só quem chegou com mais uma one para publicar ^^
Admito, nem ia vim para cá, mas depois de conversar com a minha beta linda e maravilhosa e ouvir seu relato que ela estava quase decorando a história por ler tantas vezes, eu pensei que não poderia deixar todo esse esforço guardado na gaveta!
Por isso, humildemente, vim compartilhar essa pequena one que estava guardado à alguns dias no meu notebook e muitas vezes pensei em não publicar!
Bom, mas aqui estamos nós e por isso espero que vocês gostem da história ^^ tive a inspiração depois de assistir The Knick, uma série viciante tanto na época quanto na temática e desde a primeira vez que eu vi o Dr. Trackery, pensei imediatamente no Sasuke ^^

Divirtam-se lindos!

Capítulo 1 - Entre as paredes do meu consultório


Nova York, 1900

 

– Isto é inadmissível, doutor Uchiha! – Enfim suas amarras de delicadeza social se partiram, mostrando a verdadeira mulher que havia dentro do pequeno corpo, a qual se remexia inquieta pelo meu consultório.

A vontade de sorrir, foi-me tentadora demais, mas lutei contra o desejo, fingindo insignificância para com a agitação da mulher.

Porém, ela parou. De costas para mim. Recebendo finalmente meu olhar para a cintura bem marcada pelo espartilho, recoberto pelo tecido caro e escuro de seu vestido.

A vontade de controlar sua respiração era evidente pelas grandes amplitudes que sua caixa torácica denunciava aos meus atentos olhos de nome no ramo da cirurgia, da sociedade nova-iorquina do século XIX.

Aquilo me irritava. Irritava quando não conseguia visualizar seu olhar, ao mesmo tempo que me tentava a destruir nossa distância e puxar seu rosto para mim, quebrando qualquer frívola rotulação de como agir perante uma mulher que não lhe pertence.

Não me pertence...

Não.

Eles não sabem... ela não sabe... mas ela é minha.

– Apenas me explique, doutor Uchiha, por que o senhor se negou a tratar da senhora Betrina? – A tonalidade voltou ao razoável, ao mesmo tempo que seu corpo se voltava para mim, porém, as mãos enluvadas permaneciam na cintura, mostrando que a aparente docilidade de sua voz era forçada e que sua paciência comigo estava no limite.

Perca a paciência comigo, senhorita Haruno. Eu lhe imploro. Grite. Xingue-me. Diga que eu sou o pior cavalheiro que já conheceste, mas permaneça aqui para que eu possa admirar toda a sua fera interior.

– Há outros médicos qualificados de plantão para emergências no hospital. Não há razão para que eu vá ver essa paciente.

Na verdade, eu queria que você viesse atrás de mim. Que gritasse comigo. Na verdade, eu queria você perto de mim.

Abaixei meu olhar desinteressado para o cachimbo cubano que ganhei de um industrial após a sua cirurgia de hérnia inguinal.

Ouvi seu bufar como se fosse um gemido, mas, mais uma vez trinquei meu maxilar e perfurei a palma da minha mão com minhas unhas roídas, controlando o ímpeto animal de saciar os meus desejos...

Senhorita Haruno, você não sabe, mas você me atrai.

Você pensa que repugno sua presença e a sua posição no hospital, mas, no fundo, o que você mais tem de mim é a minha admiração.

Você se sente inútil por não conseguir me controlar, mas o que você mais tem é o domínio sobre mim. O domínio sobre meu corpo que se excita ao seu lado. O domínio da minha atenção, que de maneira vergonhosa, te persegue pelo olhar. E até mesmo, o domínio dos meus sonhos, que sempre imaginam você na minha cama...

Por isso, pare de chorar a noite. Pare de aparecer todos as manhãs com os olhos inchados, distribuindo sorrisos e "bom dia" para quem não merece.

Mas, ao mesmo tempo, de maneira contraditória, quero que chores por mim, pois sei que você também pensa em mim, enquanto me martirizo em meus delírios em que a vejo nua sobre o meu corpo.

Com esse pensamento, me sinto vingado pelas noites que tive que passar sobre minhas vergonhas e me tocar, pois você não estava lá para fazer isso, e minhas lembranças sobre você deixavam meu corpo dolorido demais, inchado demais, para conseguir postergar o toque em meu membro.

Eu admito, odiei o dia em que você entrou naquela sala de reuniões. Admito que fiquei confuso com aquele cabelo rosado preso em um penteado bem elaborado, enquanto seu corpo era totalmente coberto por tantos panos, deixando livre aos meus olhos, apenas seu rosto e colo... e que belo colo você tem, senhorita Haruno.

Imaginei que fosse esposa de algum dos velhos sebosos que sentavam sobre aquelas cadeiras de mogno lustroso, mas não, eu estava imensuravelmente e inegavelmente errado, pois você ignorou a todos e sentou na mais importante cadeira da ponta, calando-nos pela surpresa.

Nossa sociedade é preconceituosa e até eu guardo meus preconceitos. Eu também iria me levantar, juntamente com os homens que não aceitavam a presença de uma mulher entre eles, mas você, com sua voz doce e autoritária, nos calou e mostrou porque o senhor Haruno pôs sua única filha como sua representante no hospital.

Você detém o dinheiro que patrocina minhas pesquisas e nossos salários. Foi humilhante ceder à uma mulher, mas dia após dia, você nos domou e por mais que não admitamos – por medo de sermos julgados pela sociedade – nós a aceitamos e a vemos como a melhor coisa que aconteceu nos últimos tempos no hospital.

Acredite, você é a melhor coisa que me aconteceu em tantos anos e isso me assusta.

Faz-me odiá-la ainda mais do que na primeira vez em que a vi, pois sei que com o tempo – depois de tantas semanas e meses com você fazendo o melhor para o hospital no serviço social – você me domou, como se antes eu fosse um animal livre, mas agora, sinto vontade de me curvar ante você.

Quero romper a distância, tocar em seus fios sedosos antes de envolver sua boca com a minha para descobrir se seus lábios têm gosto de morango, da mesma forma que seus cabelos têm esse doce odor.

Não morda. Por favor! Eu lhe imploro. Pare de morder seu lábio inferior como você está fazendo nesse exato momento – como uma mania antiga de quando está pensando como expressar seus pensamentos.

Não sente. Não sente na cadeira, pois seu colo fica mais exposto aos meus olhos...

Droga, você sentou. Sinto-me duro, sem ar, entorpecido pelo seu odor de morango.

Odeio doces, mas descobri que sou capaz de gostar de morangos se esse for o sabor de sua essência...

Droga, pare. Eu lhe imploro, pare!

Vá embora...

Não!

Fique!

Eu não sei. Você me confunde, ao mesmo tempo que me sinto em paz.

Como você faz isso? Como conseguiu me domar? Será que não vê como me remexo na cadeira tentando achar a posição menos dolorosa para fingir ser impassível perante seu olhar semicerrado?

Será que não nota que minha boca se enche de sangue tentando impedir que algum ruído denunciador saia por entre meus lábios?

Senhorita Haruno, por favor, perdoe-me, mas sou um homem inapropriado para a senhorita. Já imaginei impropriedades da senhorita e até mesmo ousei-me a chamá-la pelo nome entre as paredes do meu apartamento, enquanto o ópio – preenchendo minhas veias com seu delírio – faziam-me vê-la.

"Sakura".

Sussurro sempre em segredo...

E isso me faz odiar, pois sei que não posso e que você não me pertence.

"Por enquanto..."

Eu sempre me conforto.

Pois um dia, todos os meus delírios não serão mais vãs ilusões, serão a verdade e será seu real corpo nu que estará em minha cama.

Será meus lábios a percorrerem cada centímetro quadrado do seu corpo, mapeando cada traço de seu ser como se fosse a primeira vez que estarei estudando anatomia, preenchendo minhas sinapses nervosas com a lembrança de suas falanges, de sua pele suada e de seus gemidos em meus ouvidos.

Finalmente sentirei a consistência de seus medianos seios entre meus lábios. Acredite, não serei rude com você senhorita. Posso ser pagão, mas veneraria seu corpo como se fosse uma deusa.

minha deusa.

Formaria uma seita nova, onde seu único fiel seria eu e você não precisaria de mais nenhum outro para adorá-la, pois nenhum a adoraria como eu farei em nosso leito.

Sei que é impróprio, mas...

São suas coxas ao meu redor, sua boca molhada tracejando o meu peito, seu introito envolvendo meu membro, e tudo o que você puder me dar (e vai dar) que eu desejo e imagino diariamente.

E é exatamente isso que me dilacera de ciúmes quando a vejo com o doutor Uzumaki – o seu noivo. É isso que me faz ter vontade de ser o homem das cavernas que você tanto me taxa, para enfim, tirá-lo desse mundo antes que ele comente mais algum momento de vocês dois juntos enquanto nos preparamos para mais uma cirurgia.

Eu sei que você não o ama. Sei que é apenas um acordo vantajoso para as duas famílias e sei que depois do casamento vocês irão para o outro lado do país, para que ele prospere em outros hospitais com investimentos de seu pai.

Você não quer isso. Não quer ser a boa esposa que passa horas em uma roda de conversa com as amigas, falando sobre filhos e maridos. Você não merece ser enjaulada pela sociedade.

Sei que não sou o homem adequado para você e você não é a mulher adequada para mim. Sei que não sou o filho que seu pai desejas, mas sou o único genro que ele terá desposando sua filha.

Sei que somos inapropriados para essa sociedade machista, mas também sei que só há esse final para nós dois...

Só há liberdade quando você estiver em meus braços durante a noite e livre para me cobrar durante o dia no hospital.

Sim! Seremos julgados e até talvez decidamos ter só uma menina, mas não nos importaremos, seremos o que nossas almas livres precisam ser...

Inapropriados.

Sei que você ainda não sabe, mas um dia eu te contarei sobre meus pensamentos ou simplesmente mostrarei meu desejo, o qual tento esconder com tanto afinco.

Não te darei rios de joias ou fileiras de empregados, mas um sentimento verdadeiro. Nada digno de romances shakespearianos, mas digno para nós dois.

Enquanto isso, você continua com seu teatro, tentando me convencer de tratar a mulher que ontem vi você segurar as mãos, dando forças a uma suburbana tão inferior em rendas a você.

Eu a socorreria sem pensar duas vezes assim, que só pelo seu prontuário, soubesse que era um caso de tétano ainda sem os espasmos, mas o desejo de vê-la vindo atrás de mim, fez-me ser negligente, tendo a certeza que mesmo com o atraso, eu conseguiria curá-la.

Eu esperei e você veio.

Eu neguei e você gritou.

Agora estamos aqui, em um impasse, mas o que você não sabe, é que assim que você for embora, eu vou atrás da senhora Betrina, a tratarei, passarei até a noite no hospital se for preciso, porque você pediu. Pois sei que, amanhã, depois de ter adormecido o meu rosto sobre os seios de alguma prostituta de Chinatown, você voltará ao meu escritório, ainda atordoada com a reviravolta e me dará um inseguro e baixo "obrigada", tendo seus grandes olhos verdes denunciantes do grande teor de felicidade que estará por dentro de seu pequeno corpo.

Eu verei a felicidade genuína em meio aos olhos vermelhos que dizem que você passou a noite pensando em mim. E isso, é-me o suficiente por hora.

Só por hora...

FIM!


Notas Finais


E aí? Mereço saber a opinião de vocês? hahahahah
Para quem conhece a série, não tem nada a ver com o original e nem é a minha intenção fazer isso! Mas é que eu adoro o Dr. Trackery e a Nélia, por mais que eu não shippe eles de forma alguma!
Por isso, que eu fiz essa pequena one, botando SasuSaku nesses dilemas sociais ^^
Espero que tenham gostado meus lindos!
Beijos açucarados e até a próxima!


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