1. Spirit Fanfics >
  2. Impure (em revisão) >
  3. Dez.

História Impure (em revisão) - Dez.


Escrita por: jimivyy

Notas do Autor


capitulo levinho pra deixar o final de semana de vcs gostosinho mas a tensao volta no proximo, boa leitura

Capítulo 11 - Dez.


  Tinham folhas faltando. Na verde tinham muitas folhas faltando. Comecei a procurar pelo quarto mas achei absolutamente nada. 

  Sentei na cama e olhei para o chão e segui o olhar até a porta. Como eu reagiria se visse um líquido preto entrando ali? Não duvidava que aquilo era um "diário" de Lara. Deduzi que era dela já que o sobrenome é o mesmo e ninguém falou de outras garotas agindo estranho que dormisse no mesmo quarto que Joanna e Luane. Inclusive, esperava que Luane não fosse tão infantil como era descrito naquelas folhas, ou talvez não seja já que nunca brigou comigo por causa de Shawn. 

  Inclusive, se ela não tivesse descrito tantas torturas e abusos físicos e mentais eu estaria sentindo um pouco de ciúmes. Não me entenda mal, eu não sou apaixonada por Shawn ou algo assim, é mais um sentimento de posse do que qualquer outra coisa. 

  A sra. Spout é uma aliada nessa situação toda. Eu me lembraria de confiar nela se fosse preciso. Abel como sempre filho da puta e não duvido que aquela paralisia do sono infernal teve algo a ver com o chá que ele deu. Nunca me senti tão aliviada de não ter tomado aquilo. Me lembraria de agradecer a Shawn por isso também.  

  Eu quero e preciso saber o que aconteceu além do que ela descreveu. Sei que aconteceram mais coisas do que tem naquelas folhas, mas quem pode responder as minhas perguntas? Não quero que Shawn saiba sobre aquilo, então quem mais poderia? Se eu perguntar para Luane talvez a sua implicância com Lara não a deixe ser muito parcial falando sobre os acontecimentos. Talvez a sra. Spout pudesse me ajudar. Ela ajudou Lara, não ajudou?  

  Nunca tinha me sentindo tão grata por Shawn ter conseguido me livrar de uma detenção com qualquer um desses outros padres espíritos de porco. Poderia transar com Shawn um mês inteiro só em agradecimento – e por prazer próprio.  

  Me sentia inquieta e irritada. Lara ficou sozinha sem saber se defender ou tendo força para isso e Abel aproveitou disso para iludir a garota fingindo uma amizade. Quando eu presenciava qualquer tipo de coisa sobrenatural eu não ficava apenas com medo, sentia raiva e isso me deixava menos assustada naqueles momentos. Eu tinha um "diário" e visto coisas que provavam que tudo o que estava escrito ali era real, então por que eu continuava, de certa forma, cética?  

  Talvez seja o meu ceticismo que esteja me salvando.  

  Estava próximo de amanhecer e nenhuma das minhas colegas de quarto tinham voltado. Isso me deixava mais inquieta ainda. Fui para a janela e me sentei ali. Os vidros estavam tão gelados pelo vento que tive que me enrolar no cobertor felpudo. Olhei para o pátio e me perguntei quando começaria a nevar.  

  Pensei na ironia da vida. Lara tinha dito que sairia daqui quando escreveu sobre o quarto dia de detenção. A alma dela saiu e eu esperava que o corpo também tivesse.  

  Lembrei de quando eu tinha o medo em níveis mais altos do que a minha raiva e eu queria sair da minha própria vida. Pelo menos agora eu tomei o controle. Talvez eu não conseguisse ter controle sobre o que veria, mas eles nunca vão controlar a minha alma que é a coisa mais valiosa que já tive e trabalhei muito para tê-la e não recusá-la.  

  De alguma forma, eu estava feliz e grata por estar viva e pela vida que tenho e agora não trocaria mais por nada. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   Devo ter cochilado na janela mas levantei em um pulo quando escutei a porta abrindo. Luane entrou ali e vestia o traje da escola com um curativo no seu olho direito. Ela estava pálida e parecia chocada e triste, mas dessa vez não estava sonâmbula. A claridade do início do dia começava a surgir mas não havia sol. 

  - Luane, o que aconteceu com o seu olho? - Perguntei preocupada. Ela deu de ombros e notei que os seus lábios tremiam. Saí da janela e sentei ao seu lado abraçando o seu ombro. 

  - Está tudo bem agora. - Falei tentando acalmá-la mas ela começou a balançar a cabeça.  

  - Eu não lembro o que aconteceu, não sei como saí. Só sei que acordei no meio de árvores, sem as minhas roupas e com a minha cabeça explodindo. Lizzie, eu toquei o meu olho e ele estava destruído! - Ela já estava chorando e forçando a sua voz para que saísse. - Lizzie, eu não sei o que fizeram comigo!  

  - Você levantou de madrugada, estava sonâmbula eu acho. Quando fui atrás de você a porta da entrada fechou sozinha e não consegui abrir mais. - Não era totalmente verdade, mas não diria que vi um estranho tirando partes de corpos de um rio e ela tinha sumido.  

  - Eu estava tendo um sonho estranho... - Engoliu a seco. - Me chamavam, diziam que eu era importante e precisavam de mim. 

  - Quem? Luane, quem te chamava. - Ela fechou o olho com força. 

  - Eu não vou dizer isso, é ridículo demais.  

  - Prometo não te julgar, até porque não combinaria com a minha personalidade. Não julgo as minhas amizades. - Ela me olhou surpresa. 

  - Você me considera uma amiga? - Dei um sorriso torto. Nunca considerei alguém realmente meu amigo, mas dizer isso a faria me contar o que aconteceu.  

  - Algo próximo. - Ela suspirou olhando para baixo ainda com lágrimas caindo do seu olho. 

  - Você sabe que tenho uma paixonite pelo padre Mendes, não sabe? - Queria dizer que ela tinha uma obsessão por ele, talvez até antes da minha chegada fosse uma obsessão. 

  - Você e mais metade do Instituto. 

  - Então... eu escutei ele me chamando. Talvez aquelas coisas que Lara gritava sobre realmente existem e eu caí em uma armadilha.  

  - O que Lara gritava sobre? 

  - Demônios, criaturas que se alimentam de almas, essas coisas.  

  - Você lembra de absolutamente nada desde que dormiu né? 

  - Só dessas coisas que escutei enquanto dormia. O resto é um vácuo enorme. Está quase na hora do café da manhã. Vou colocar um moletom.  

  Fui tomar um banho rápido antes. Eu esfreguei o meu corpo como se tivesse me sujado só de estar ali, mas não adianta o quanto eu limpasse, ainda estaria no meio da merda. Quando voltei para o quarto Luane já estava arrumada me esperando e ainda estava completamente triste. Acho que se eu estivesse no lugar dela estava queimando todo aquele Instituto de tanta raiva.  

  - Como era a sua relação com Lara? - Perguntei enquanto íamos para o refeitório. 

  - Eu gostava dela, mas alguma coisa sempre me levava a começar uma briga. Sempre por um motivo idiota. Eu tinha ciúmes só por ela ter uma queda pelo padre Mendes, o que era bem idiota já que todos tem. Joanna sempre brincava que gostaria de vê-la junto com o padre Mendes e aquilo fazia a minha cabeça ferver. O mais incrível é que você é mais próxima dele do que Lara jamais fora, vocês se chamam pelo primeiro nome e isso é muito mais íntimo do que qualquer outra aluna daqui conseguiu chegar e nem assim tenho ciúmes de você. Só continuo fantasiando com ele.  

  - Já pensou que talvez você também se sentia atraída por Lara? - Ela parou abruptamente e olhou para mim. - Você sabe... pode ter se sentido atraída pelos dois, mas talvez seu consciente não aceitasse que você tinha atração por uma garota, essa sociedade rica é cheia de ódio e adoram os prazeres escondidos.  

  - Você acha que sou lésbica?  

  - Já ouviu falar de bissexualidade?  

  - Não. - Sorri e entrelacei os nossos braços e voltamos a andar. Um assunto para distrair a cabeça da minha colega de quarto seria bom. 

  - Atração por homens e mulheres.  

   - Mas isso é promiscuidade.  

   - De promiscuidades eu entendo, não exatamente dessa, mas posso te garantir que é ótimo. 

  Ela não me respondeu mas parou para pensar sobre isso, dava para ver no seu rosto. 

  No refeitório que padre Lyros de longe e descobri uma vontade quase descontrolável de dar choques no seu saco. Quase perdi a fome só de vê-lo. 

  Então aconteceu uma coisa que fez eu me distrair dos meus planos de tortura para o padre Lyros: Abel entrou no refeitório com o olho que eu tinha certeza que furei intacto. Arregalei os olhos e olhei para Luane e depois para ele.  

  Abel me viu e deu um sorriso maldoso. Ele não podia... ou podia? Fiquei olhando de Abel para Luane e de Luane para Abel. Eu ia matar esse filho da puta! Minha cabeça simplesmente esvaziou pelo choque. Luane estava cega e tinha ficado sonâmbula por minha culpa.  

  Espera, por que Joanna tinha aquelas folhas espalhadas escondidas no baú dela? E ela tinha defendido Abel... será que...? Não, ela estava sumida também e deve ser apenas mais uma vítima disso tudo.  

  Quando acordei para a vida já estava na aula e a cadeira de Joanna estava vazia. Aquilo me deixava inquieta. Sei que não considero minhas colegas de quarto as minhas melhores amigas do mundo mas não quero que elas se fodam nesse nível.  

  Decidi que confrontaria Abel. Se eu não fizesse isso nao tiraria a ideia da cabeça. Quando sai da aula olhei em volta e vi Abel um pouco longe de costas e andei rápido até chegar perto dele.  

  - Ei, demônio! - Chamei. Ele paralisou e virou para mim lentamente com os olhos estreitos. Sorri cinicamente. - Ou capeta, seja lá como você goste de ser chamado.  

  - O que você está falando, Lizzie? - Perguntou baixo como se tivesse uma ameaça escondida naquela pergunta.  

  - Te chamando pelo o que você é. - Dei dois passos e fiquei cara a cara com ele. - Você que atraiu Luane para fora do dormitório e fez alguma coisa que transferiu para ela o que fiz no seu olho, seja lá que porra foi essa que você fez.  

  - Não dei do que está falando. - Respondeu rude. Ergui as sobrancelhas.  

  - Eu não sou Lara, não demorei para descobrir o que você é e não vou ser manipulada. - Falei com o tom baixo e calmo.  

  - Mendes está te manipulando. - Tentou mudar o foco.  

  - Para você é padre Mendes. Aposto que essa noite você fará algo comigo, não? Mandará alguns dos seus amiguinhos demoníacos ou me assustará no banho? De qualquer forma, eu sei que é tudo feito por você. Cada coisa estranha que eu vir aqui vou saber que você está por trás ou que tem consciência e acha certo. Abel Octo Tenebris. Você não é um amigo e muito menos inocente. - Cuspi venenosamente e baixo. Ele fez uma expressão de nojo.  

  - Eu posso te destruir, humana.  

  - Você pode me destruir mas nunca vai me manipular ou me enganar. Tenha um bom dia. - Finalizei aquela conversa e me virei indo para a próxima aula.  

  Eu sentia a raiva saindo de dentro dele, era um sentimento bem conhecido por mim. Andei calmamente até a sala me sentindo com menos uma coisa na cabeça. Foi ele que fez aquilo com Luane e aposto que ele sabe onde está Joanna. Mas, como vou fazer o filho da puta falar? Precisava de alguma coisa para ameaçá-lo ou trocar essa informação por outra coisa.  

   A cada aula que passava eu ficava mais inquieta. Queria uma garrafa de vodca para me distrair um pouco. Aquele instituto ainda vai me causar rugas antes dos vinte. 

  Luane comeu mais do que o costume enquanto eu estava inquieta demais até para isso. 

  - Lizzie, quando foi a última vez que fez sexo?  

  - O que? - Eu não tinha entendido o que Luane disse direito, estava distraída odiando toda aquela situação.  

  - Quando foi a última vez que fez sexo? - Perguntou me olhando atenta com o seu olho bom.  

  - Não sei, antes de ser arrastada para cá.  

  - Então arranje alguém e trepe porque você está me deixando incomodada por estar inquieta. Não preciso de mais uma colega de quarto ficando louca. Se você desaparecer também eu mesma te acho e te mato. - Ri verdadeiramente. Luane poderia estar chorando até agora pelo o que aconteceu, mas notei que ela se esforçava para não ficar presa nisso.  

  - Ok, mas com quem vou transar nesse lugar já que Shawn está fora de cogitação? - Pelo menos por enquanto.  

  - Não sei, deve ter algo razoável aqui, pelo menos para mim tem alguns. - Olhei para ela assustada e interessada em saber sobre. 

  - Quando você arranja tempo para transar nesse lugar? - Deu de ombros.  

  - Rapidinhas durante os intervalos. Não estamos o tempo todo juntas. 

  - Pensei que ficava o tempo todo com Joanna. 

  - Oh, não mesmo. Joanna prefere a biblioteca ao invés de pênis sabe. - Olhei em volta.  

  - Algum para me recomendar? - Luane estreitou o olho, mordeu os lábios e olhou em volta. 

  - José Weasley do último ano. 

  - Onde?  

  - Aquele ruivo comendo lendo uma apostila do seu lado direito.  

  Não vou mentir, não disfarcei. Ele parecia alto e tinha os ombros largos e não era um daqueles ruivos estranhos, ele é realmente bonito. Sem contar aquele cabelo até os ombros que eu já estava pensando como seria a visão daqueles fios vistos de cima. É, talvez eu precisasse de sexo. José me pegou encarando-o e me olhou curioso. Dei um sorriso de canto e um pequeno acedo cumprimentando-o. Ele ergueu as sobrancelhas surpreso mas sorriu de volta acenando também. 

  - Se quiser tenho camisinha nas minhas coisas.  

  - É grande? - Perguntei esperando que ela entendesse. 

  - Talvez um pouco mais do que médio. Ele tem quase a mesma altura que padre Mendes. - Voltei a olhar para ela e estreitei os olhos. 

  - Não me diga que fodeu com outra pessoa pensando em um padre.  

  - Ah, por favor, você já fez coisas piores. - Isso era verdade, mas quis apenas confirmar um fato que me incomodou assim que entendi a sua frase. Pelo menos ela não tinha fodido com Shawn. 

  É estranho ligar para quem fodeu com uma pessoa que eu não tinha uma relação, normalmente eu controlava a vida sexual de todos os meus submissos mas isso não significava que eu me importasse. 

  - Esse José, ele tem frescuras?  

  - Absolutamente não. Tudo o que você sugerir ele está disposto a pelo menos experimentar. - Voltei a olhá-lo. 

  - Interessante.  

  Terminei o almoço conversando coisas aleatórias para distraí-la. Daqui a pouco seria a aula de Shawn que foi adiantada porque a freira que daria a aula antes da dele pediu para transferirem o seu dia. Eu e Luane levantamos para sair mesmo adiantadas. Iriamos ao dormitório pegar o livro e escovar os dentes mas paramos quando escutamos alguém chamando Luane. Quando olhamos para trás vimos José vindo ao nosso encontro olhando diretamente para mim. Passei a língua nos lábios e sorri para ele. 

  - Boa tarde Luane. - Olhou para ela rapidamente e me ofereceu a mão. - Sou José Weasley. 

  - Prazer em conhecê-lo, – Apertei a sua mão de volta. Ele realmente tinha uma altura parecida com a de Shawn. - Sou Lizzie Way. Você gostaria de matar aula agora para foder? - Perguntei direta e ele me deu um grande sorriso. O filho da puta é bonito.  

  - Acho que não seria uma má ideia.  

  - Então me espere na última cabine do banheiro feminino do terceiro andar. Só vou até a torre rapidamente e já estarei lá. - Virei as costas e saí sendo seguida por Luane.  

  - Garota você é o meu ídolo! - Olhamos uma para a outra e rimos indo para a torre. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  José Weasley me esperava como eu havia mandado. O garoto era realmente ótimo com a boca, tanto beijando quanto fazendo sexo oral e seu cabelo era realmente bonito olhado de cima. Ele tinha mãos possessivas e um corpo quente, o que era exatamente o que eu precisava. José se entregava ao momento e ao prazer e eu adoraria ter como acorrentá-lo e chicoteá-lo, ele seria um submisso perfeito que não mediria esforços para me satisfazer - não que algum deixasse o meu prazer em segundo plano. Não vou dizer e formos rápidos porque estaria mentindo, estava bom demais para ser rápido. E eu não tinha notado o quanto os banheiros do instituto eram limpos até transar dentro de um deles. 

  Quando ficamos em uma posição onde eu ficava de costas para ele e as suas mãos estavam livres pelo meu corpo me lembrei da mão de Shawn que deveriam ser quase do mesmo tamanho. Quando fechei os olhos imagens do meu querido padre nu com os lábios e bochechas rosadas e suor pelo corpo enquanto me fodia com força inundaram a minha mente. Tive que morder a minha mão para não gemer alto.  

  Gozar era realmente o que eu precisava. Depois agradeceria a Luane pela indicação.  

  Quando acabamos, coloquei as minhas roupas prendi o meu cabelo que estava completamente bagunçado. Teria que lavar para pentear. Saí da cabine e fui até a pia jogar água no rosto.  

  - Então... vamos nos falar de novo, certo? - Escutei José dizer incerto. Olhei para ele através do espelho.  

  - Claro. Te aviso quando precisar de você novamente. - Ele mordeu o lábio. Os cabelos ruivos estavam bagunçados mas ele conseguiu deixar menos pior passando os dedos e o rosto estava vermelho. José balançou a cabeça concordando e se virou para sair com a mão no bolso. Peguei um papel para secar o rosto. 

  - José. - Chamei e ele se virou. - Você pode me falar quando quiser a próxima. Uma recompensa pela boa foda sabe? - Ele sorriu.  

  - Pode ser amanhã? - Ri inclinando a cabeça para trás e joguei o papel no lixo. 

  - Claro. Mesmo horário?  

  José estava extremamente contente quando saiu antes de mim do banheiro. Eu ainda tentava parecer menos uma pessoa que fodeu como um animal nos últimos minutos. O sinal já tinha tocado, o que significava que a aula de Shawn deve ter acabado. A maioria das turmas estava na terceira aula do dia quando saí do castelo e me encaminhei para a torre extremamente satisfeita. Amanhã eu visitaria o banheiro novamente. Com orgasmos e a mente clara eu poderia pensar mais sobre como fazer Abel falar onde estava Joanna. 

  Abri a porta da torre e parei surpresa quando vi Shawn sentado nos degraus mais baixos da escada. Ele estava inclinado para a frente com os cotovelos apoiados nos joelhos olhando para o chão.  

  - Perguntei à srta. Hurley o motivo de você não ter ido para a minha aula. Ela disse que você estava com enxaqueca e repousaria. Liberei a turma mais cedo para ver como você estava. - Levantou os olhos olhando para mim. Eu quase tremi com aquele olhar que não sabia exatamente como identificar. Frustrado? Irritado? Cansado? Irritado para caralho? Decepcionado? - Não parece uma pessoa que teve enxaqueca, na verdade parece outra coisa completamente diferente. - Parei para pensar se eu deveria estar parecendo alguém que estava jogando futebol mas duvidava. 

  Continuei em silêncio enquanto ele se levantava. O que eu poderia responder? Todas as respostas rápidas que eu sempre tinha me fugiram. Minha cabeça estava cheia das imagens que eu tive enquanto fodia com outro.  

  - Espere no seu quarto. Te buscarei para a detenção. Espero que tome um banho antes disso, tem cheiro de outra pessoa em seu corpo. - Disse friamente e passou por mim saindo da torre. 

  José realmente tinha quase o mesmo tamanho de Shawn. Respirei fundo para deixar esse rápido encontro de lado e subi as escadas encontrando Luane escutando o seu álbum da Madonna no quarto dançando de olho fechado.  

  - Ei! Como foi? - Me perguntou animada. 

  - Agora eu preciso de um banho. - Peguei roupas limpas. - Mas se quiser pode ir para o banheiro também que tomo banho te contando.  

  Fiquei feliz em ver que Luane não estava com o olhar perdido como durante o dia inteiro. Comecei a admirá-la. A garota é forte.  

  Durante o banho que me matei para pentear o cabelo comecei a contar.  

  - Quantas posições vocês fizeram? - Perguntou curiosa. 

  - Só duas. O cara é realmente bom com a boca. Consiga uma vodca com aquela garota que vocês falaram quando cheguei aqui. Faço questão de pagar. Vamos beber quando eu voltar da detenção para esquecer o quão fodida as coisas são nessa merda. - Ela me deu um sorriso enorme.  

  - Você é uma ótima pessoa, Lizzie. Uma pervertida, mas uma ótima pessoa. E não estou dizendo isso porque vai me pagar uma bebida. - Dei um pequeno sorriso enquanto vestia as minhas roupas. Aquilo me lembrou Shawn. - padre Mendes estava meio preocupado quando não te viu na sala e ficou meio atormentado quando não te achou aqui. Acho que talvez ele tenha ido até a enfermaria te procurar também. Olha, não sei o que vocês tem, mas continue fazendo seja lá o que for porque está funcionando. - Olhei para ela confusa.  

  - O que quer dizer? - Parei e olhei para ela.  

  - Quero dizer que acho que padre Mendes talvez goste de você. Quero dizer, ele parecia cuidar de Lara mas ele não ficou do jeito que eu vi hoje nem quando ela desapareceu. Não quero dizer que ele cagava para ela, ele se preocupava com ela, mas como você se preocupa com um filhotinho de cachorro abandonado na rua. Talvez ele se sinta responsável por não ter ajudado mais ela e isso o deixava um pouco "pesado" mas ele nunca ficou atormentado.  

  - Não tem ciúmes dele mais? - Perguntei lembrando das folhas que achei.  

  - Não consigo ter ciúmes de vocês. - Deu de ombros. - Você está alguns níveis acima do que a maioria de nós. - Sorriu. - Sem contar que você nunca me pareceu uma sínica ou algo do tipo, pelo contrário, eu só não estou chorando em um canto por causa dessa merda que aconteceu com o meu olho porque você me inspira a ser corajosa. Sei que parece estranho e ridículo, mas é a verdade. - Sorri para ela e a abracei.  

  Ela me fez lembrar de Shawn mais uma vez com aquele discurso. Sei que ela pode estar mentindo apenas para me fazer confiar nela ou algo do tipo, mas não senti isso, na verdade apenas senti sinceridade vindo dela. 

  - Acho que você estava certa. - Luane falou ainda abraçada comigo.  

  - Sobre? 

  - Talvez eu realmente gostasse de Lara, talvez só briguei tanto com ela porque queria afastá-la. - Riu triste. - O que é ridículo visto que ela dormia na cama ao lado. - Me soltou e olhou nos meus olhos. - Eu fui tão ridícula, Lizzie, agora nem posso me desculpar.  

  - Se você se arrepender verdadeiramente, bem dentro da sua alma, te garanto que não importa onde Lara esteja ela vai sentir isso. - Ela fechou os olhos e senti que choraria de novo e a abracei novamente. 

  Lara era a prova que injustiças acontecem o tempo todo com pessoas que não merecem aquilo de jeito nenhum. Eu adoraria ter chegado naquela merda antes e ter servido de "escudo" para ela, adoraria ter protegido Luane, adoraria saber onde Joanna estava, mas ficar com a minha mente girando em torno disso não resolveria. Eu tinha que ver onde eu errei e saber exatamente como isso aconteceu para parar de errar. Decidi que passaria a dormir depois das aulas até o horário da detenção para ficar acordada de madrugada. Trancarei a porta e a janela do quarto evitando que Luane saia. Ainda não sei como exigir que Abel fale algo, mas eu descobriria e protegeria Joanne também, mesmo que ela tivesse sido uma babaca comigo antes de desaparecer, provavelmente era influência de algo, ou alguém



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...