História Impuros - Jjk - Eu? Sou a morte dela.

*Yoongi On*

Estou de olho em Angel desde que ela chegou naquela casa. Eu imagino que não tenha sido por acaso, talvez tenha gente manipulando sua vida, e isso pode vir do céu ou do purgatório. De qualquer forma, nenhum dos dois lugares são boa coisa.

Depois que ela me contou sobre Jungkook ser um Espírito, fiquei ainda mais assustado. Ela sabe de muitas coisas e acho que estou quase desvendando. Ela está me ajudando a achar o Jungkook. Decidimos sair para investigar hoje, dois dias depois do nosso encontro informal na Ponte. Estamos a caminho de Busan, segundo ela, pode haver pistas.

— Aliás, como chegou a conclusão de que ele é de Busan? — Pergunto. Nenhum de nós saberia disso, nem mesmo o próprio Jungkook. — Espera, chegou na conclusão por causa do sotaque dele?

— Exato. Estudei em várias escolas e uma dessas era em Busan, aprendi tudo num piscar de olhos. — Respondeu.

— Aonde vamos?

— Boates.

— Tá de sacanagem? Quer beber e se drogar? Achei que fosse me ajudar.

— Jungkook tem uma tatuagem no pulso. A cobra. Só existe um lugar onde fazem essa tatuagem, a boate do Sul. Eles vendem drogas na maior parte do tempo, as bebidas são de graça, e há mulheres caríssimas para um bom sexo. — Arregalei os olhos surpreso. Não sabia que era tão detalhista e inteligente. Ela me lembra alguém especial.

— Com licença, a senhorita está bem? — Um velhinho pareceu assustado.

— Percebeu que falo sozinha, não é? Não se preocupe. São as vozes. — A garota sorriu. O homem saiu de perto estranhando tudo, eu ri. — Vamos. — Descemos do veículo e sentimos o ar fresco da noite. Os meninos não sabiam que sai com Angel, tratei de deixá-los fora disso, incluindo Jeon Jungkook. Enquanto andávamos, percebi que ela conhecia muito bem o local. — É aqui. Vamos entrar, se algo der errado você pode possuir alguém e me ajudar. — Assenti.

Adentrando o local pude sentir o cheiro das drogas pairando no lugar. Havia muitas pessoas, strippers e chefões do crime. Segui Angel com o olhar e a vi ir até o balcão de bebidas, talvez ela esteja indo atrás de informação. Resolvi seguir o lado oposto, avistei homens usando a tatuagem que a garota descreveu, resolvi me aproximar.

— Ainda não acharam a vadia louca?

— Creio que ela mudou de cidade. Não é preocupe, estamos procurando por ela.

— Soube que o carro sumiu. Creio que ela não tenha ficado com toda a mercadoria.

— Isso não importa agora, ela estragou nosso negócio. Quem trouxe aquela vadia, afinal?

— O novato. Aquele do cabelo esquisito. Eu não lembro o nome dele.

— Mate os dois quando acharem eles.

— Sim, senhor.

Não entendendo o rumo da conversa, resolvi escutar outros traficantes da outra mesa. Havia um cara estranho entre eles, estava encapuzado e de cabeça baixa.

— Quantas vezes falei para não matar a mulher errada, hein?

— Quem se importa se é a mulher errada ou não? — O cara de capuz preto levantou a cabeça para olhar para o homem a sua frente e sorriu. Ele parece um psicopata. — Todas elas são pecadoras, ou não? — O cara olhou em minha direção me causando arrepios, aos poucos foi desfazendo o sorriso. Ele me viu. O cara levantou e me chamou com a cabeça. Eu não estava louco, ele me chamou mesmo. Mas como ele podia me ver? — Estou surpreso por vê-lo por aqui, Min Yoongi.

— Então você pode me ver? De onde me conhece? — Eu estava assustado por saber de mais uma pessoa que poderia me ver. Paramos em uma entrada, mas ainda dava para ver as pessoas alí, todos, menos a louca da Angel.

— Te conheço desde que a Catharina te matou. Estive com vocês durante seu namoro com a irmã postiça, seu safado. Também estive quando ela te matou e quando resolveu continuar com ela mesmo depois de morto. Ela viveria mais, porém, resolvi matá-la. O castigo dela foi muito pouco, então aumentou com o tempo…

— Eu não sei quem é você.

— Eu? Sou a morte dela. Quando ela cumpre seu castigo dos séculos, eu sou responsável pela morte dela.

— Então, ela continua reencarnando?

— Estou esperando o momento certo para acabar com a vida daquela desgraçada. Os humanos são engraçados, querem a morte de alguém logo. Porém, gosto de esperar.

— Por que está me contando tudo isso?

— Ora, então é verdade. — O homem gargalhou por um momento, me fazendo suar frio. — Vocês se reencontram, mas não vão se reconhecer. Bom, quero ver o que acontece se eu disser que você a encontrou.

— Maldito. Fala logo onde ela está!

— Está com você. Aquela garota que acabou de chegar, não achei que essa versão dela seria tão linda assim. Ela já matou o grande amor da vida dela? Só aí poderei fazer o meu trabalho.

— Espera, Angel é a reencarnação da Catharina? — O estranho assentiu sorrindo, pareceu gostar da situação. Por um momento achei que meu chão cairia, doeu saber daquilo. — Como faço para que ela se lembre?

— Quer mesmo causar tamanha dor? — Meu rosto molhou com as lágrimas que derramei, estava doendo saber a verdade. — Você precisa beijá-la. Lembra de como a beijava? Isso fará com que ela se lembre de você e como te matou.

— Tira tudo! — Olhei para o tumulto e vi Angel em cima do palco tirando sua roupa aos poucos. Ela já parecia bem louca e drogada. Assim ela vai chamar a atenção dos traficantes.

— Quem é o próximo alvo dela? — O cara misterioso já não estava mais alí. Tratei de possuir o corpo de alguém e tirar a mulher dali. — Desce logo, sua maluca. Precisamos ir.

— Está cedo demais para ir embora! — Seu corpo molenga a denunciou, acabaram drogando a idiota. Eu estava assustado com tudo que ouvi, mas poderia dar tudo errado se não saisse dali. — Quero transar, você quer?

— Não, agora não.

— Então vou procurar outra pessoa. — Angel desceu da mesa e saiu cambaleando entre as pessoas. A segui como um louco até ver que ela tocou no cara encapuzado. — Seu maldito! — A mulher chutou o homem que apenas afastou um pouco. — É você, não é? Você estragou todas as minhas vidas…

— Tem certeza de que não foi você? — O homem a atacaria, mas fui mais rápido para jogar o corpo que estava possuindo na frente, sendo acertado pela faca. Possuí o corpo de Angel e saí correndo dalí.

Estava tudo um caos e eu senti tudo enquanto possuí seu corpo. A angústia, dor e até o desespero. Enquanto adentrei o ônibus e sentei pude sentir toda a sua culpa. Memórias dos anos em que nos apaixonamos, mesmo sendo irmãos, o tempo que passamos juntos e até quando virei um fantasma. Eu a segui por todo lado e ela amava a minha companhia. Eu a perdoei sem mesmo saber. Eu queria odiá-la, mas só sentia pena, e talvez, o amor que eu sentia por ela ainda estivesse aceso.

Se tudo o que aquele babaca falou era verdade, então ela continua sofrendo a cada reencarnação. Acho que o caso do Jungkook vai precisar ficar para outra hora. No momento, preciso protegê-la e evitar qualquer desastre em sua nova vida. Não irei permitir que ela mate novamente, pelo que entendi é a causa da morte dela, sempre acontecerá enquanto ela matar.

— Não consegui te proteger na sua primeira vida, meu amor. Mas prometo que daqui por diante farei tudo por você. — Disse em voz alta. Eu estava certo de que o ódio por ela jamais nasceria, ela foi o meu primeiro amor, afinal.