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História Imutável Destino - A última ligação


Escrita por: Psico_Poetica

Capítulo 21 - A última ligação


- Abra seus olhos, Hinata-sama! - Chamou Kakashi, desesperado, segurando-a debaixo da água fria, que provinha do chuveiro aberto. - Por favor... Acorde!

- Kakashi-kun... - Murmurou ela, quase sem voz. Para alivio de todos os presentes na sala.

Seus cabelos estavam ensopados, e ela tremia de frio.

- Hinata-sama... - Sobressaltou-se o Hataque, abraçando-a. Sem ligar que se encharcasse também - Graças a Deus!

Ela sentia que pouco a pouco, o desespero voltara a lhe preencher... Mas decididamente, não podia demonstrá-lo.

Precisava passar segurança.

Precisava ser forte...

Queria desabar em prantos, pois ainda sentia seu corpo tremer de pavor... Mas isso não era uma escolha.

Teria que aguentar firme.

Aquela dor era sua, e não iria dividi-la com mais ninguém. 

- Eu... Estou bem. - Respondeu, mortificada, tentando acalmá-lo. E afundou as mãos, de dedos muito frios, nos cabelos grisalhos do rapaz, afagando-os.

Um suspiro ruidoso, de alivio, preencheu o cômodo, e ela virou minimamente a cabeça para verificá-lo. Shino escorregara, com as costas na parede, até o piso frio do local. Atrás de si, Kiba girou a torneira de metal, fechando o registro da água. E a garota lhe lançou um olhar agradecido, por isso.

Seu corpo ainda não obedecia, completamente, aos seus comandos. E ela sentia-se totalmente exausta e fraca, de uma maneira que jamais havia se sentido antes. Nem quando correra uma maratona inteira, na escola; ou quando passara o dia todo se exercitando, sobre a mira de um treinador muito rígido.

Diferente de qualquer uma dessas experiências... Dessa vez, parecia não restar qualquer indício de energia em si.

Sua cabeça também não voltara a ser a mesma. Pulsava em uma dor terrível, impedindo-a de pensar com clareza. Ela ainda não entendia como conseguira voltar à consciência, depois de tudo o que passara... Mas isso não a perturbou, já que tinha a impressão que, a mesma, não duraria por muito mais tempo.

Embora um calor agradável emanasse de Kakashi, não parecia ser o suficiente. Seus lábios já estavam arroxeados, quando Shino trouxe-lhe um cobertor grosso, e depositou sobre as suas costas. A Hyuuga o agradeceu, com um sorriso fraco, mas que pareceu confortar um pouco mais, ao garoto.

- Como você está se sentindo? - Perguntou o Hataque. Ele pareceu notar a dificuldade da menina, em se manter em pé e apoiou-lhe as costas, com delicadeza, enquanto caminhavam de volta ao quarto.

- Bem... - Cochichou ela, e por mais que se esforçasse, não conseguiu transmitir a credibilidade que desejava.

O homem suspirou preocupado, enquanto guiava a morena até a cama.

- É melhor que você troque essa roupa molhada... E descanse um pouco. - Disse ele, alisando-lhe, os cabelos encharcados.

A garota recostou-se, desconfortável, sobre o encosto de mogno da cabeceira e fechou os olhos por alguns segundos. Sua cabeça girava. Em seguida, deslizou suavemente, as mãos pequenas pelo pescoço dolorido... Era quase como se continuasse a sentir os dedos fortes de Madara ali, sufocando-a, sem compaixão.

- Ele está com raiva... - murmurou a menina, em voz baixa. E Shino e Kiba se alarmaram imediatamente, procurando as armas em seus bolsos, como se esperassem ser atacados a qualquer momento - Porque... Eu escapei.

- Isso quer dizer que ele não tem idéia de onde estamos... O que é um ponto ao nosso favor. - Falou o grisalho, lançando um olhar tranquilizador aos garotos, que voltaram a se aquietar.

Mas Hinata não via nenhuma vantagem em ter Madara Uchiha atrás de si... Muito menos, furioso.

- Desculpem, por isso... - Balbuciou ela, depois de algum tempo em silêncio, e sentindo um nó se formar em sua garganta ao olhar a bagunça do quarto ao seu redor. - Eu... Machuquei alguém? 

- Não... Estão todos bem. - Respondeu ele, com um olhar compreensivo - Não se preocupe com nada agora, Hinata-sama... Troque de roupa e durma um pouco. Depois conversaremos sobre isso.

A Hyuuga concordou, de modo singelo, observando em silêncio, quando Kakashi se aproximou de Kiba e Shino e sussurrou algo que ela não conseguiu ouvir. E sinceramente, ela sentia-se exausta de mais para ficar curiosa. Em seguida, eles se retiraram (relutantes) do quarto, deixando-a sozinha com o grisalho.

- Kakashi-kun... - chamou a menina, quando o homem sentou-se na beirada do colchão - E o Lee? Ele não vem pra cá, ficar com a gente?

- Ele ficou para trás, mas logo estará aqui. - Respondeu ele, fitando-a com pesar. Dos olhos da garota, tudo o que se podia ver era uma fresta azul brilhante, sobre as pálpebras pesadas. Ela mal conseguia se manter consciente, e ainda assim... Não parava de pensar nas outras pessoas. - Ficou de trazer algumas coisas que deixamos na casa de Kurenai, e apagar nossos vestígios na cidade.

- Mas ele já não deveria ter voltado? - Perguntou, preocupada.

- Não é um trabalho simples... Mas ele deve estar de volta, logo.

Hinata franziu a testa e encarou pensativa, um canto vazio. E sem que notasse, ela se distraiu mordiscando os lábios, ansiosamente.

- Estou com um pressentimento ruim... - Disse ela, depois de alguns instantes.

- Está tudo bem com ele, tenho certeza. - Falou o Hataque, seguramente, na tentativa de tranquilizá-la - Não se preocupe, Hinata-sama.

Ela calou-se outra vez. Sentia que o sono lhe tomava aos poucos a lucidez, mas tinha um medo gigantesco de fechar os olhos e vivenciar outro pesadelo como o que tivera a tão pouco.

- Ele ligou? - Continuou ela, tentando forçar a mente a pegar no tranco novamente.

- Não...

- Você ligou pra ele? - Indagou a garota, mas o homem não respondeu de imediato, apenas abaixou a cabeça e desviou os olhos.  Aquilo não podia significar boa coisa...  Então a morena cerrou os dentes e repetiu a pergunta: - Ligou?

- Parece que ele desligou o celular... - Murmurou Kakashi, hesitante.

- Kakashi-kun...

- Ele deve estar na estrada. Essas perdas de sinal são muito comuns.  

- Há algo errado... Eu sinto.

- Não tem nada errado, pare de se torturar. - Contrapôs o rapaz, teimoso. E ao menos, por enquanto... A Hyuuga estava esgotada o bastante para que desistisse de argumentar contra ele, dando por encerrado o assunto.

Ela ajeitou-se sobre o travesseiro macio, e se enrolou no cobertor que Shino lhe trouxera. Uma sensação horrível lhe palpitava no peito. Se encolhendo, procurou envolver seus ombros em um abraço solitário. Os olhos azuis ardiam de sono, e a dor ainda não abandonara seus músculos.

O Hataque respirou fundo, amaldiçoando internamente, seu dom terrível, que tanto lhe fazia sofrer ao ver a morena daquela maneira. Como serpentes invisíveis, os sentimentos de Hinata eram fortes e assustadores de uma maneira que nenhum outro que ele já houvera presenciado, se mostrara. E assim sendo, deslizavam até ele, machucando-o quase tanto quanto á própria garota.

A Hyuuga sentiu o rosto arder intensamente, quando, de súbito, o rapaz entrelaçou seus dedos aos dela. Ela virou a cabeça para olhá-lo, como se perguntasse o que significava aquele ato. Mas o grisalho apenas lhe sorriu, de maneira complacente e segura.

- Se for pra te tranquilizar, eu aviso assim que tiver noticias dele. - disse o rapaz aos sussurros, depositando-lhe um beijo leve, sobre a testa coberta pela franja farta. - Agora... Durma um pouco. E não precisa ter medo de nada, eu vou proteger você.

E embora Hinata achasse razoavelmente difícil, dormir depois daquela cena, e com o coração disparado daquela maneira... Logo se entregou ao sono, permitindo-se finalmente, descansar um pouco.

...

No restante da noite, para alivio da garota, não houveram mais pesadelos. Ou algum sinal de que Madara voltaria a aparecer. Tudo parecia ter se acalmado... Isso não era totalmente confortante, mas já lhe trazia o alivio de não ter que passar por mais uma visão planejada para lhe apavorar.

Na manhã seguinte logo depois de se levantar, a morena foi procurar por Sakura e Kurenai, para ter certeza de que realmente não lhes causara nenhum ferimento. A garota de cabelos róseos, parecia um pouco temerosa, de que a cena da noite anterior se repetisse... Mas externamente, não estava machucada. O que aliviou minimamente a consciência da garota.

Depois de organizar o caos que causara no quarto, a Hyuuga evitou o máximo que pode o contato com as outras pessoas da casa - pelo menos até a hora do almoço, quando fora obrigada a sentar-se à mesa, sob o olhar pesado de Kiba e Shino. Ela não queria dividir a experiência que tivera com ninguém... Primeiramente porque não se sentia bem o suficiente para contar o que acontecera durante a noite anterior... E em segundo lugar, porque queria se ocupar o quanto pudesse com o treinamento de espadas.

Logo depois de ajudar Kurenai com a louça, ela correu até os fundos da casa para continuar de onde parara. Já voltara a golpear - tão concentradamente - o ar com um dos cabos de madeira, que nem sequer notou que Kakashi a observara, sentado á varanda. A brisa suave e agradável lhe balançou os cabelos grisalhos, quando ele se recostou sobre a pilastra de madeira, que servia de apoio ao telhado.

Hinata estava realmente se esforçando...

Por mais que a situação se apertasse e tudo parecesse ir contra si... Ela jamais perdia as esperanças. Nunca deixara de lutar, ou de tentar até o ultimo segundo. E isso... Era algo que ele não podia deixar de admirar, na garota.

Mas mesmo com toda a determinação que demonstrava... Os olhos aquosos dela denunciavam todos os pesares que circundavam seu coração. As olheiras e expressões assustadas, do trauma causado pela visão que tivera, ainda estava bem marcados em sua pele alva. E ele podia sentir a confusão que reinava na mente da morena, quanto a tudo o que vivera nos últimos dias... Principalmente o romance que tivera, e como fora decepcionada tão brutalmente.

Como ele pode permitir que alguém a machucasse daquela maneira outra vez?

Já não bastava ter deixado escapar a presença de Naruto e Jiraiya... E por essa razão, ter admitido que ferissem Hinata.

Agora fizera exatamente a mesma coisa... Ou talvez pior.

Deixara que ela se apaixonasse por um Uchiha, bem em baixo de seu nariz. Por isso, agora ela estava tão magoada quanto jamais estivera, e não havia como voltar atrás e curá-la.

Ele bem sabia que feridas psicológicas e sentimentais, não cicatrizam como as externas. E mesmo assim, fora capaz de permitir que lhe machucassem novamente.

Que tipo de homem ele era afinal?

- A Hinata-chan tem razão... Você é um Stalker assustador. - Disse Sakura, em voz baixa, se aproximando do grisalho.

- Olá Sakura-chan. - Cortejou ele, rindo de maneira simpática - Sim, ela tem razão. Acho que sou sim...

- Porque não vai até lá? - Perguntou a rosada, sentando-se ao lado do homem - Sabe, ela está sozinha, e você entende sobre essas coisas de faquinhas e tudo mais.

Kakashi deixou escapar uma risada baixa, baixou os olhos e sacudiu a cabeça.

- Diga “faquinhas” perto da Hinata-sama e ela terá um troço. - Murmurou ele, ainda rindo.

Sakura sorriu, e fitou a figura da morena no horizonte. Hinata ainda sacudia o bastão, travando uma batalha árdua contra um inimigo inexistente.

- Pode deixar, já anotei e tentarei mais tarde. - Brincou a garota.

- Quanta crueldade.

- Foi você quem deu a ideia! - Disse Sakura, forçando uma expressão de ultraje, mas voltando a sorrir em seguida - Qual é? Vai ser engraçado.

O Hataque acompanhou-lhe a risada, de maneira singela. E em seguida se calou por alguns instantes, refletindo sobre tudo o que acontecera desde que voltara para encontrar Kurenai. Talvez Itachi tivesse a razão, quando dissera que fora estupidez retornar. Afinal, tudo parecia bem melhor, antes que ele arrastasse Hinata para aquela cidade.  

Mas ao pensar por outro ângulo... A morena parecia finalmente, levar uma vida normal. Ou pelo menos, o mais normal quanto possível, se examinassem todas as coisas do seu passado. Pela primeira vez, ela fizera amigos, e estava vivendo - algo parecido - com uma família.

E isso, ao menos na opinião dele, valia muito.

- Vocês têm ajudado muito... Tanto a mim quanto a Hinata... - Falou o grisalho, depois de algum tempo em completo silêncio - Principalmente você, Sakura-chan. Tem sido uma ótima amiga.

A menina fechou os olhos e sorriu de maneira meiga.

- Não dá pra não ser amiga da Hinata-chan... - Respondeu - Ela é uma das melhores pessoas que eu já conheci.

Kakashi se surpreendeu um pouco, com a fala de Sakura... Mas concordou em seguida, balançando a cabeça discretamente. Logo depois, sua atenção se voltou novamente para a Hyuuga, que ainda treinava.

A morena, alheia ao fato, executou um giro com o corpo, se preparando para um golpe certeiro. E nesse gesto, observando com atenção, O Hataque pode ver algo brilhando na altura de seu rosto. Ele semicerrou os olhos, tentando enxergar o que poderia ser. Mas o brilho sumira tão rapidamente, que fora impossível.  

Foi quando ele voltou seus olhos para o rosto da menina e sentiu o coração dar um pulo no peito. As bochechas dela estavam molhadas de lágrimas.

Desde quando ela estava chorando?

E como ele não notara?

Ele imediatamente fez a menção de se levantar, mas Sakura o agarrou pelo pulso.

- Não. Não vá ate lá... - Pediu ela, fitando-o - Você a conhece. Sabe que não costuma fraquejar na nossa frente. E se ela não desabafar tudo isso, mesmo que sozinha, de alguma maneira... Vai acabar explodindo.

Ele arregalou os olhos, impressionado. Não podia negar que Sakura tinha razão... Se fosse até Hinata naquele momento, provavelmente só a assustaria, e interromperia seu momento.

- Eu nunca vi a Hinata-sama tão abatida. - Suspirou ele, sentando-se outra vez.

- As mulheres são assim mesmo... - Disse a garota de cabelos róseos, com um sorriso melancólico - Demoram um tempo para se recuperar, quando lhe quebram o coração.

- A culpa foi minha.

- Por favor, Kakashi-kun, pare com isso. Ela estava vivendo a vida dela pela primeira vez! Sei que pode parecer cruel... Mas isso sempre acontece, cedo ou tarde. Além disso... A Hinata-chan está triste, mas não me parece arrependida.

- Aquele... - Bufou Kakashi, guardando o xingamento para si, em respeito à garota ao seu lado - Nunca a mereceu.

- E eu não sei? Mas... Foi o primeiro amor dela. O que se pode fazer?

Kakashi ficou incomodado com a fala de Sakura, apesar de não demonstrá-lo. Ele encarou as mãos, e deixou escapar uma careta, sem perceber. Pensava ele, ter sido o primeiro amor de Hinata...

- Não suporto vê-la daquela maneira.

- Não há nada que se possa fazer, Kakashi-kun... - Insistiu ela, suspirando frustrada. Em seguida ela se levantou e colocando uma das mãos sobre o ombro do rapaz, completou: - Só um amor pode apagar outro.

Aquela frase ecoou alto, na cabeça do grisalho, enquanto Sakura voltava para o interior da casa, deixando-o sozinho novamente. Ele franziu as sobrancelhas e em seguida, levantou os olhos para fitar Hinata. Para seu alivio... Ela parara de chorar. O que significava que não teria tantos problemas ao se aproximar agora.

Ele se pôs de pé, rapidamente. E caminhou até a Hyuuga, de maneira singela e silenciosa.

- Olá, Kakashi-kun! - Cumprimentou a menina, sorrindo um pouco, ao vê-lo. Ela forçou uma empolgação exorbitante e perguntou: - Você quer ver uma coisa?

O homem concordou, discreto. Então ela virou-se para a árvore mais próxima, respirou fundo e ergueu o braço na altura dos ombros. Logo depois, sacudiu-o, laçando uma onda brilhante, de energia azulada. Ela passou pela árvore como fumaça, sem deixar qualquer rastro para trás. Mas em seguida, como se reaparecesse no ar, a luz acertou um balanço de madeira, atrás da árvore em questão - cortando-lhe as cordas e derrubando-o no chão. O Hataque arqueou as sobrancelhas, admirado.

- Legal, não é? - Continuou a menina, levemente empolgada.

- É sim, Hinata-sama...

- Eu também consigo fazer isso. - Disse, erguendo a mão suficientemente para que o grisalho conseguisse visualizar-lhe a palma. No mesmo instante, uma bolinha de luz ainda mais forte que a anterior, brilhou flutuante, sobre seus dedos. Hinata sorriu, satisfeita consigo mesma. E em seguida, a bolinha aumentou a intensidade da claridade, de maneira excessiva, cegando o rapaz. A garota, imediatamente, fechou a mão, e a luz sumiu por completo. - Desculpe...  

- Tudo bem... Sem problemas. - Riu, esfregando as pálpebras, ainda sem enxergar nitidamente - Estou muito impressionado.

- Não é grande coisa... - Começou ela, aos sussurros, desviando o olhar por um segundo. - Mas já é um passo mais perto de conseguir protegê-los.

- Hinata-sama... - Chamou ele, em tom melancólico, esticando o braço e tocando-lhe a face.

Hinata era boa de mais... Pura de mais... Ele não podia permitir que ela continuasse sofrendo daquela maneira. Ela não merecia passar por tudo o que estava passando.  

Só um amor pode apagar outro”. A voz de Sakura murmurou, em sua cabeça.

O que aconteceu a seguir foi tão repentino, que a Hyuuga mal se deu conta. O Hataque envolveu-lhe, ligeiramente, a cintura fina com um dos braços. E a puxou, de maneira suave, até que os corpos estivessem colados. Ela era tão frágil e delicada, que tinha medo de lhe machucar se usasse um pouco mais de força. Esticando os dedos da outra mão, ele forçou a nuca da menina, aproximando seu rosto do dele.

Hinata arregalou os olhos, sentindo a garganta secar no mesmo segundo. Seu coração disparou instantaneamente e ela mal conseguia respirar, quando sentiu o hálito doce de Kakashi lhe acariciar a face.

O que estava acontecendo?

Outro sonho? Pensou ela.

Mas soube que era real, no exato momento em que os lábios quentes e macios do grisalho foram pressionados contra os seus, tirando-lhe o fôlego, completamente.  

Kakashi cerrou os olhos, lentamente, desfrutando do gosto doce que os lábios dela possuíam - ainda fechados. Ele afundou as mãos no cabelo escuro e liso, que escorregou suavemente por entre seus dedos, fazendo-lhe cócegas. Era extraordinário como nunca havia observado realmente, como Hinata era tão pequena e terna, ao mesmo tempo em que já possuía um corpo repleto de curvas de mulher.

Mas... O que diabos ele estava pensando?

Era... Hinata. A garotinha que ele criara.

Como poderia - sequer imaginar - algo tão desrespeitoso?

Tudo aquilo estava fugindo, perigosamente, ao seu controle. De inicio, ele só queria fazer com que a Hyuuga esquecesse de vez Sasuke Uchiha. Por isso a beijara. Pensara que como a morena se declara uma vez, ele poderia tomar novamente esse lugar, e preservá-la de se machucar novamente.

Mas agora... Ele simplesmente não conseguia parar. Tudo em Hinata era tão convidativo e saboroso... Que seu corpo e sua mente já não lhe obedeciam mais. Era quase como se estivesse aprisionado em um feitiço, sobre o qual não possuía o menor controle. Ela possuía um cheiro tão imensamente agradável e provocativo, quanto sua pele alva era macia.

Ela queria ser beijada. O grisalho podia sentir claramente. Ela o queria.   

A morena sentia o rosto arder de uma maneira que ainda não havia experimentado, até então. As mãos quentes do Hataque provocaram-lhe arrepios ao descer por seu rosto, em uma caricia afetuosa. Ela deixou as pálpebras pesarem, derramando uma lágrima grossa, ao fecharem-lhe os olhos claros.  

Kakashi a beijara... De verdade. Exatamente como sempre sonhara.

Ele a beijara mesmo.

Beijara porque...

Seu coração palpitou dolorido no peito, ao mesmo tempo em que a língua do grisalho pedira permissão para adentrar por entre seus lábios rosados.

Havia algo errado.

Por que Kakashi a beijara?

Ele... Não a amava. Ele... Nunca a amou.

Então... Por quê?

Hinata forçou os braços contra o tórax do rapaz, na tentativa de afastá-lo. Aquilo não estava certo. Ela não queria ser beijada por alguém que não lhe tivesse amor. Não queria ser beijada por simples pena. Mas por mais que ela se esforçasse para empurrá-lo, o homem nem sequer abriu os olhos, apenas voltou a puxá-la contra si, inerte no desejo.

- Não... Kakashi! Me... Solta! - Exigiu ela, com a voz abafada pelos lábios do homem, que não esboçou qualquer reação. - Me... Solta! - Rosnou ela, empurrando-o com mais força, conseguindo finalmente separar os corpos. Ambos encararam-se, ofegantes. Kakashi parecia assustado, e aos poucos começara a soltar por completo a garota. Hinata posou as mãos sobre os lábios inchados e se afastou aos tropeços. - Você... Me beijou! Como... Pode? - balbuciou, suavemente rouca - Como pode me beijar? Você... Sabe o que eu sinto por você! E... Você não me ama, Kakashi-kun. - Continuou ela, com a voz falha e sentindo os olhos marejarem. Ela levantou o olhar para fitá-lo, quando ele ergueu o braço na tentativa de tocar-lhe o ombro. A garota se esquivou exageradamente e deu dois passos bambos para trás, sem deixar de olhá-lo. - Eu... Eu... Isso... Não é justo.

E dizendo isso, ela virou-se e correu o mais rápido que pode, sumindo pela porta de entrada da casa de madeira.

- Espere, Hinata-sama! - Gritou o grisalho, mas já era tarde de mais. Já tinha perdido-a de vista. Ele sentiu uma onda de raiva atravessar-lhe o corpo, e seu olhar foi puxando automaticamente para cima. Da sacada do segundo andar, Uma figura conhecida o encarava com a ira explicita nos olhos avermelhados. - Kurenai! - Chamou Kakashi. Mas a mulher simplesmente deu-lhe as costas e voltou para dentro do quarto. O homem grunhiu e levou as mãos à cabeça - Mas que droga!

Ele adentrou a casa, às pressas, sem encontrar ninguém pelo caminho. Sentia-se completamente desprezível pelo que acabara de fazer. Hinata tinha razão... Como fora capaz? Com o gosto da Hyuuga misturado ao de culpa, em sua boca, ele subiu as escadas o mais rápido que pode. Em passos apressados ele cruzou o corredor e escancarou a porta do quarto de Kurenai, que para surpresa, não estava trancada.

A morena se encontrava sentada na cama, de braços cruzados e com o olhar fixo no teto de madeira do local.

- Eu... Posso explicar, Kurenai! - Gemeu Kakashi, sentindo o estomago girar.

- Certo. - Suspirou ela, sem encará-lo. - Então explique...

O Hataque se assustou com a resposta. Realmente não esperava que Kurenai permitisse que ele esclarecesse o que acontecera, já que era sempre tão rigorosa. Ele abriu a boca... Mas por um segundo não soube o que dizer. O ar ficou preso em sua garganta e ele não conseguiu encontrar as palavras certas. Afinal... Como poderia explicar o porquê beijara Hinata? Kurenai jamais iria aceitar, sejam quais fossem as suas desculpas.

- E-eu... Não... - Gaguejou ele, tentando elaborar uma frase completa... Mas nada mais saiu, depois disso. E ele se calou.

- Você ao menos a ama? - Perguntou a mulher, depois de algum tempo, fitando-o. Kakashi baixou os olhos e notou que as mãos dela tremiam, ainda que ela tentasse demonstrar calma. Ele abriu a boca pra responder alguma coisa, mas fechou em seguida, sem saber o que dizer. Era obvio que amava Kurenai... Amou-a durante toda a vida. E por isso, ignorara o perigo que corria e voltara. Porém... Não havia como negar que amava Hinata também. Afinal, ela era sua garota, crescera com ela, ensinara e aprendera... Estava acostumado, e gostava de cuidar da menina. E daria sua vida por ela sem pensar duas vezes. Mas eram amores completamente diferentes, não eram? Pensou ele. Nos entanto continuou em silêncio. Não queria mentir, mas também não podia dizer a Kurenai, naquele momento, que amava Hinata. Seria algo totalmente insensível de sua parte.

A morena suspirou novamente, e voltou a encarar o teto, com uma expressão abatida, no rosto.

- Isso é injusto. - Murmurou ela, em voz baixa.

- Você... Está com raiva? - Perguntou o rapaz, hesitante.

- Se eu estou com raiva, Kakashi? - Repetiu ela, incrédula e se levantou repentinamente - Eu deveria cortar fora, o brinquedinho que você tem aí em baixo!  - Disse, erguendo os braços, irritada. E o grisalho engoliu em seco, arregalando os olhos, assustado. - E sabe por que eu não corto? Eu não sei porque eu não corto! Mas eu deveria! Ah, como deveria!

- Kurenai... - Chamou ele, tocando-lhe de leve o rosto.

- Não me toque! - Gritou ela, franzindo o cenho, nervosa. E se afastou o máximo que pode, dele. - Quando você decidir o que sente...  E por quem sente...  Me procure. - Falou, caminhando até a porta. - Antes disso...  Por favor, não se dirija mais a mim. - E saiu, batendo-a, com um estrondo, atrás de si.

Kakashi mergulhou os dedos no cabelo prateado e, escorado na parede, se deixou escorregar até o chão. Ele se debruçou sobre os joelhos e prendeu os lábios um contra o outro, na tentativa de abafar um uivo de raiva.

Sentia-se tão estúpido.

Onde estava com a cabeça quando beijou Hinata?

Que tipo de ideia fora aquela?

Como pode ser tão insensato?

Pelo menos agora... Ele tinha a certeza que o coração de Hyuuga já não o pertencia. E mais do que isso: que ele não o teria de volta tão facilmente. Talvez, depois de tudo aquilo, até conseguira a proeza de afastá-la ainda mais. Pensou ele, suspirando longamente. E, como se não bastasse... Com aquela atitude tão impensada, como recompensa, magoara Kurenai também.

Ele se encolheu.

No final... Não merecia nenhuma das duas.

Foi o que concluiu.

...

Kakashi ainda passara algumas horas naquele quarto, antes de decidir-se, por tentar concertar as coisas... Se é que havia algum concerto, depois do que fizera. Ele caminhou pelo corredor até o quarto de Hinata, e chegando a porta, bateu com os nós dos dedos. Mas não houve qualquer resposta, então ele girou a maçaneta e colocou a cabeça para dentro. Estava vazio. Não havia nenhum sinal da Hyuuga.

Adentrou pelo cômodo, em silêncio. A menina estaria tão chateada ao ponto de se esconder? Ele a procurou debaixo da cama, dentro do armário e até atrás das cortinas. Sentiu-se um pouco bobo, ao constatar que Hinata não era mais uma criança e por isso, dificilmente se sujeitaria a uma coisa daquelas.

Ele saiu do quarto, apressado, e desceu rapidamente as escadas. Por sorte, passou despercebido por Kiba e Sakura, que discutiam algo, sentados no sofá da sala. Seguindo seu caminho, ao passar pela cozinha, ele atravessou o olhar pela janela... Em meio às pequenas árvores do quintal, ele pode enxergar Hinata e Shino. Eles pareciam tão ocupados em examinar as novas habilidades da garota, que mal notaram quando o Hataque se aproximou.

- Hinata-sama? - Chamou ele. Mas a morena não se virou, ou respondeu. Ela apenas continuou fitando a bolinha luminosa que pairava sobre sua mão - Hinata-sama... - Repetiu ele. Mas novamente, a Hyuuga não esboçou qualquer reação. Shino já começava a se sentir desconfortável e confuso, quando Kakashi insistiu: - Por favor, fale comigo.

- O que quer que eu diga? - Perguntou à morena, olhando-o por fim. Mas diferente do que a frase sugeria, sua voz não soara áspera, e ela não parecia realmente irritada.

- Ah, Hinata-sama... Eu sinto muito mesmo. - Murmurou Kakashi, um pouco desconfortável pela presença de Shino - Eu não deveria ter feito o que fiz. Por favor, me desculpe.

- Vou deixar vocês dois a sós... - Proferiu o moreno e já ia se retirando, quando sentiu os dedos pequenos e delicados da Hyuuga sobre seu ombro.

- Não, Shino-kun... Fique, por favor. - Pediu ela. Em seguida, suspirou longamente, fechando os olhos de vagar. - Eu não estou com raiva de você, Kakashi-kun.

- Sei que mereço seu desprezo, que fui um idiota e que... - Kakashi travou a frase, olhando surpreso para a morena - Espere... O que você disse?

- Disse que não estou com raiva de você.

- Não está?

- Não... Não estou. Eu... Sei que você jamais faria aquilo com a intenção de me machucar, ou me fazer mal, de alguma forma.

- Claro que não, Hinata-sama! - Exclamou ele, rindo. Mas não era uma risada de quem achava graça em algo, e sim, de nervosismo. O Hataque parecia tão tenso, que aquela fora a única maneira que encontrara de extravasar. - Eu não faria isso! Eu jamais...

- Eu sei, Kakashi. Se acalme...  - Interrompeu ela, serena - Eu sinceramente não entendi o que deu em você, e também não quero que tente me explicar. Ao menos por enquanto. Eu... Só quero... Não pensar nisso, agora.

- Eu piorei as coisas, não é? - Balbuciou ele, com a voz tristonha.

- Não, Kakashi-kun... Você é um cara legal. Sério! - Garantiu ela, de maneira pacífica. Hinata ainda quis sorrir... Mas achou que seria forçar de mais, então apenas desviou o olhar.

- Compreendo... - Disse, sem muita fé nas palavras dela. - Vou respeitar o seu espaço então, Hinata-sama. Eu... Falo com você mais tarde.

A Hyuuga chegou a sentir pena, da maneira cabisbaixa, com a que Kakashi se distanciou. Ele parecia mesmo, profundamente arrependido do que acontecera... Coisa que só servia para aumentar a certeza que a morena possuía, de que o Hataque não fora sincero com seus sentimentos, ao beijá-la.

- O que foi que ele fez de errado? - Perguntou Shino, completamente confuso, quando o grisalho já sumira de suas vistas.

- Deixa isso pra lá, Shino-kun... - Pediu ela, virando-se para a árvore a sua frente. Já fazia algum tempo em que estava ali com o moreno, utilizando-a como alvo, na tentativa de aperfeiçoar suas habilidades. Mas apesar da casca danificada de seu tronco, nenhum dos vergões parecia passar de um ferimento superficial. - É melhor a gente se concentrar. Preciso de ajuda com isso.

...

Kakashi teve muito tempo para se martirizar pelo beijo com Hinata, nós dois dias que se passaram. E todas as pessoas da casa, pareciam já ter notado a tensão que pairava sobre os dois, e também sobre Kurenai. Mas ninguém perguntou, ou discutiu sobre o assunto, em voz alta. Talvez simplesmente, estivessem ocupados de mais, em bolar suas próprias teorias sobre o que acontecera.

Aos poucos, a Hyuuga voltara a falar com o grisalho. Ela não se sentia tão à-vontade, quanto antes... Mas já fizera um grande avanço. Cotidianamente, ela dedicava quase todo o seu tempo livre, ao treinamento... Mas nos raros momentos em que não permanecia no quintal da residência, começou a se sentir realmente incomodada com a maneira que sua ex-professora, passara a tratar o Hataque.

Por mais errado que o homem estivesse... Não parecia justo tratá-lo de maneira tão fria. Se Hinata não os conhecesse, poderia jurar que eram inimigos mortais. Tanto o grisalho, quanto Kurenai, mal se olhavam durante o jantar, ou outro momento de reunião. E evitavam se aproximar, sobre qualquer circunstancia. 

Aquilo já estava começando a irritá-la absurdamente. Em primeiro lugar porque Kakashi não tomava nenhuma atitude, e parecia acomodado com a circunstância. E depois, ficar no meio daquele fogo cruzado, era desconfortável para todos os moradores do lugar. E não só para a Hyuuga.

Decidida a tomar uma atitude e terminar de vez com aquela rixa... Ela aguardou até que todos terminassem de jantar, e se ofereceu para ajudar Kurenai com as louças - coisa que pareceu assustá-la. Aliás... Não só Kurenai, como Kakashi, arregalaram os olhos surpresos com a proposta da menina.

A mulher mais velha, abriu a boca, tentando negar educadamente o apoio. Mas não parecia lembrar-se de argumentos persuasivos o bastante para impedi-la. Então acabou aceitando, sem escolhas.

- Então... O jantar... Estava ótimo! - Disse Hinata, depois de mergulhar os pratos na água espumosa da pia.

- Obrigada. - Respondeu a morena, ríspida.

- Ahn... - pigarreou ela, tentando não desistir da ideia - O que você está achando sobre esses ataques terroristas aqui no Japão? Não acha que estão muito frequentes?

- Não entendo de terrorismo...

- Certo... - Murmurou a Hyuuga, desanimada. Ela suspirou profundamente, e resolveu ir logo ao ponto. Sem olhar para Kurenai, ela enxugou um copo, e soltou de uma vez: - Você e o Kakashi brigaram?

A morena engrenou uma crise de tosse repentina, como se engasgasse com as próprias palavras. 

- Imagina. - respondeu, um pouco sem fôlego - Estamos muito bem.

Hinata girou os olhos. Era quase possível, tocar com os dedos, a ironia das palavras dela.

- Não vejo vocês trocarem uma frase inteira há dois dias.

- Certo... Talvez a gente tenha brigado. - Admitiu a mulher.

- Você viu... - suspirou a menina, pausadamente. Não precisava voltar no assunto, tinha mais do que certeza de que Kurenai entendera sobre o que estava falando - Não foi?

- Vi sim.

- Não deveria estar chateada comigo, então?

- Na verdade... Eu estou. Mas não... De propósito. - Resmungou ela - Quer dizer... Eu vi que você o recusou, e repreendeu a atitude. Não acho que seja culpa sua.

- Kurenai-sensei... Kakashi não me ama. Ele nunca me amou. Jamais me olhou de outra maneira, que não como uma irmã caçula.

- Aquilo não pareceu algo que se faz com uma irmã.

- É eu sei, você tem razão. Mas me escute... Sakura me contou que eles estavam conversando sobre Sasuke... E bom... Sobre tudo o que aconteceu. - Começou Hinata, abandonando os pratos e virando-se para encarar a mulher a sua frente - E ela deixou escapar algo, que provavelmente o deixou confuso. Ela disse só se cura um amor com outro. - Os olhos avermelhados de Kurenai, se arregalaram, e a boca se curvou em uma careta de decepção - Não! Não é isso que você está pensando! - Revogou a Hyuuga, percebendo o quão ruim poderia se interpretar aquela frase - Kakashi não me ama! Mas eu cheguei a pensar que o amava, até pouco tempo atrás...

- Sakura disse isso?

- Sim... E eu acho que o Kakashi-kun, pensou que... Se eu voltasse à atenção para ele, esqueceria o Sasuke, e me sentiria melhor. Mas Kurenai-sensei... Eu me enganei. O que eu sinto por Kakashi... É muito forte, claro. Mas não é amor de verdade. Quer dizer... É amor. - Disse. Sentia-se tão confusa. Como poderia explicar algo que mal entendia? Ela balançou as mãos, procurando ilustrar melhor, com gestos. Mas eles também não foram úteis o bastante, então, ela continuou: - Mas é outro tipo de amor... Não é do tipo... De se beijar, e tudo mais. Eu... O amo. Mas não estou apaixonada por ele. E ele... Não está apaixonado por mim. - Concluiu, suspirando exausta. - Porque, se tem alguém que ocupa o coração dele... Esse alguém é você, Kurenai-sensei. Nunca teve lugar pra outra pessoa.

Quando terminou de falar, a morena estava ofegante, como se houvesse corrido uma maratona. E Kurenai se calara completamente. Por essa razão, a cozinha ficou um longo tempo em silêncio, sem que Hinata tivesse coragem de quebrá-lo, já que a mulher a sua frente parecia profundamente inerte em seus pensamentos.

- É muito nobre da sua parte, Hinata... - Proferiu, depois de alguns minutos arrastados - Mas esse é um assunto que só cabe a mim e a Kakashi.

- Eu compreendo... Desculpe por me intrometer. - A menina já ia se virando, para deixar o cômodo, quando resolveu persistir: - Mas... Kurenai-sensei?

- Sim?

- Desculpe, mas consigo ver claramente em seus olhos, que você também o ama. E sabe... Ele pôs muita coisa em risco, para estar aqui com você. Isso tudo porque ele nunca conseguiu te esquecer. E nunca nem quis, é claro.  - Completou, sentindo que com aquelas palavras, a morena a sua frente, finalmente amolecera. Ainda que tentasse esconder. - Então, se você decidir perdoá-lo... Coisa que, pelo seu olhar nesse momento... Eu acredito que já fez. - Disse ela, determinada. E antes mesmo que Kurenai pudesse negar, prosseguiu: - Por favor... Cuide bem dele. Kakashi é o melhor homem que eu conheço. E eu só quero que ele seja feliz.

A Hyuuga podia jurar que, antes de sair da cozinha, ela ainda pode ver os olhos da Yuhi molhados de lágrimas. Mas ela resolveu que não deveria voltar para ter certeza. Então, ela abriu sem pressa a porta que levava a copa e por muito pouco não trombou em Kakashi, ao sair. 

- K-kakashi-kun! - Exclamou ela, assustada. - Ouvir atrás da porta é uma coisa muito feia.

O Hataque ficou não respondeu de imediato, apenas encarou-a com um olhar pesaroso.

- Você não precisava ter feito aquilo. - Murmurou ele.

- Eu sei... Mas eu quis fazer. - Deu de ombros, a menina - Agora, vá lá dentro... - Exigiu ela, com a voz dura, e apontado com o polegar pra porta atrás de si. - E peça desculpas para ela.

- Hinata-sama... - Suspirou Kakashi, fechando os olhos por um instante. - Obrigado...

- Ta, agora vai! - Riu a morena - Não perca mais tempo.

E o homem ficou ainda um tempo, fitando-a em silêncio. E por um segundo a Hyuuga não soube dizer que tipo de sentimento pairava nos olhos escuros do rapaz.  Mas logo depois, ele acenou afirmativamente com a cabeça, e obedeceu, entrando no cômodo hesitante.

 

...

 

- Vou perguntar mais uma vez, pirralho... - Avisou o homem de cabelos claros, fitando o garoto a sua frente. - Onde ela está?

- Vão... Para... O... Inferno. - Rebateu ele, ofegante e com a voz falha.

Mas o sorriso que lutava para manter no rosto, desapareceu, após o efeito do soco que recebeu pela resposta. Ele sentiu a dor lancinante do golpe, percorrer todo o seu abdômen. E em seguida, alastrou-se ao tórax, e por fim até a sua garganta, onde saiu pelos lábios em forma de um sangue escuro.

O garoto se encontrava sentado no chão com as mãos acorrentadas acima da cabeça. Alguns ferimentos eram visíveis, por seu tronco e membros, e sangravam em abundância. Ele tossiu, repentinamente, cuspindo uma quantidade ainda maior, de sangue e saliva, pelo chão de concreto do local. Parecia exausto, como se tivera lutado muito, antes de chegar aquele ponto.

Encarando-o, Hidan sentia-se blasfemado. Como um moleque fraco como aquele, ousava lhe negar alguma coisa? Quem ele imaginava que era, para insultar Jashin-sama, e continuar vivo de uma maneira tão pútrida como aquela? Odiava-o.  Maldita hora, a que Sasori chegara arrastando-o, e dizendo que conseguira a informação que Madara tanto desejava. Afinal, aquele psicopata ruivo sempre ficava com a parte mais divertida... E para ele? O que sobrava? A pior parte, obviamente. No fim, era sempre o pobre Hidan quem sujava as mãos.  Pensou ele, amaldiçoando seu destino.

Atrás de si, pouco mais ao fundo da sala... Itachi assistia a cena, de braços cruzados e com a costumeira expressão impassível. Estranhamente... Ele parecia completamente alheio ao que acontecia ali. Como se não lhe causasse qualquer transtorno, assistir aquela cessão de tortura que já durava horas.   

- Basta. - Declarou uma voz gélida, preenchendo todo o local. Aos fundos do quarto, parcialmente oculto pelas sombras, Madara Uchiha fitava a cena, com os olhos vermelhos cintilando de ambição. Ele estava acomodado em uma poltrona coloquial, de couro escuro, e descansava o queixo nas costas da mão, visivelmente entediado. - Já me cansei dessa brincadeira.

Ele se levantou, lentamente, cravando o olhar sobre o rapaz aprisionado. O mesmo, sentiu o fôlego lhe escapar aos poucos, e encolheu-se contra a parede. O Uchiha, por sua vez, caminhou sem pressa até ele... E ao se aproximar, agachou-se, para olhá-lo frente a frente.   

- Rock Lee, não é? - Perguntou ele, de maneira branda. E o moreno a sua frente, balançou a cabeça, afirmando sem demora. Ele parecia completamente inerte, naqueles olhos rubros, tão profundamente fixos nos seus. - Vamos falar sério agora, Lee-kun... Sasori me contou sobre sua velocidade e eu devo confessar que estou impressionado. Tão impressionado... Que desejo poupar a sua vida. Mas, primeiro... Eu apreciaria que você dissesse para mim, onde a Hina-chan se escondeu.

- Ainda... Que eu a trouxesse aqui... E a entregasse em suas mãos... Você me mataria. - Balbuciou o rapaz, com um sorriso irônico nos lábios sujos de sangue.

Um sorriso sádico, de canto, pairou sobre a boca de Madara e ele deixou escapar uma risada baixa.

- Realmente... Espantoso. Você é um rapaz muito perspicaz, Lee. E está com toda a razão. - Disse ele, pausadamente, levantando-se de maneira bucólica. - Mas, tenho certeza que você vai compreender... Que, antes que você morra... Eu preciso da informação. Então vamos acabar logo com isso, certo?

O Uchiha agarrou-lhe os cabelos curtos e o ergueu brutalmente, com as costas contra a parede. Uma macha escarlate apareceu no local onde as costas de Lee foram cortadas, contra as rochas pequenas, mas pontiagudas, do muro. Ele gritou, desesperadamente, mas antes que pudesse tentar se soltar de alguma maneira, Madara atracou a mão livre no pescoço do garoto.

- Lee-kun... Já ouviu falar que a ignorância é uma benção? Talvez... Se você não fosse tão astuto e simplesmente me dissesse o que eu almejava saber... Não estaríamos nessa situação tão desconfortável.  E eu te proporcionaria uma morte rápida... Quem sabe, até mesmo indolor. - Disse ele, com uma expressão pensativa no rosto. Porém, que logo retornou ao sorriso cruel - Mas já que você optou pelo caminho errado... Me deixa sem escolhas. - Continuou, com um tom de voz, falsamente pesaroso - É uma pena... Porque você vai se tornar completamente inutilizável depois disso.

E ao ouvir essas palavras, Rock Lee notou que a sala foi se tornando cada vez mais e mais escura, e difusa. Hidan e Itachi, aos poucos foram se dissolvendo nas trevas, até que ele não conseguisse mais vê-los. Houve um momento, em que até mesmo Madara sumira. Tudo estava mergulhado em breu, como se todas as luzes do planeta, houvessem sido apagas ao mesmo tempo.

Apesar de que, em certo instante, ele não conseguia enxergar mais nada... Ainda podia sentir as mãos presas, nas algemas frias e a dor que emanava de cada ferimento em seu corpo.

Seu coração se sobressaltou, quando ao longe, ele pode ouvir ruídos baixos, de passos. Eles se aproximavam sem pressa. Leves, porém decididos. Lee sentiu um arrepio percorrer toda a sua espinha. Tentou se soltar... Mas seu corpo reclamou. Estava ferido de mais, para tal coisa.

O barulho dos passos de tornaram cada vez mais próximos, até que se silenciaram. Ele prendeu a respiração quando ouviu o som conhecido de uma Katana, deslizar para fora da bainha. Mas só teve a real confirmação de sua hipótese, quando o metal frio da lâmina, toucou-lhe na garganta. 

- Nem se esforce. - Anunciou a voz melodiosa que ele ouvira a tão pouco, em conjunto com as orbes vermelhas que pode separar na escuridão. - Estamos no único lugar em que você não pode escapar de mim, ou me impedir de fazer o que quiser... - A frase chegou como um sussurro em seus ouvidos, estremecendo-o de pavor. - Sua mente! - Completou, e Lee soube que ele estava sorrindo... Ainda que não pudesse vê-lo.

Logo em seguida, o moreno sentiu uma mão fria tocar-lhe a testa, desalinhado seu penteado. Ele fechou os olhos, e engoliu em seco. Esperando pelo pior.

- E aqui... - Proferiu o Uchiha, de maneira singela - Você não tem escolhas.

Lee sentiu o ar escapar de seus pulmões e ficar completamente preso em sua garganta. Ao mesmo tempo em que uma dor imensurável perfurou-lhe a cabeça, como se estivesse a ponto de partir seu crânio ao meio.

Na sala, Itachi espiou Hidan pelo canto dos olhos. O albino mantinha um sorriso psicótico estampado na face, enquanto olhava maravilhado Rock Lee se contorcer de dor, incessantemente. O Uchiha mais novo, não se surpreenderia, se a qualquer momento, Hidan se aproximasse de Madara, perguntando se poderia tentar também. O moreno não parava de se impressionar com a quantidade cada vez mais escassa, de sanidade, entre os membros da organização.

Logo depois com um toque discreto na porta, Sasori adentrou o recinto, prudentemente. Ele lançou um olhar curto, ao garoto preso junto à parede e parou ao lado de Itachi. Em seguida, direcionou um sorriso irônico á Hidan, na intenção de provocá-lo. Coisa que conseguiu facilmente, visto que o homem de cabelos claros mostrara-lhe o dedo, em um gesto vulgar.

Aos poucos, os gritos de dor de Lee, se emudeceram. Restando apenas alguns soluços e o rosto molhado pelas lágrimas. Madara soltou, vagarosamente, a mão dos cabelos escuros do garoto... Respirava ofegante e seus olhos haviam retornado a costumeira cor ônix, igualmente como a de seus sobrinhos.

Por isso, precisava de Hinata...

Dos poderes que conseguiria, ao colocar as mãos nela.

Precisava ficar mais forte. Já que um trabalho tão simples, como aquele... Bastava, para lhe deixar exausto.

- Sasori-kun... - Chamou o Uchiha mais velho, sendo atendido de prontidão pelo rapaz - Por gentileza... Apanhe o celular que encontrou com o Lee, e traga-o para mim.  - Em menos de um segundo, o ruivo já fizera o ordenado, e entregara o pequeno aparelho telefônico, nas mãos do homem. Madara examinou-o e sorriu, triunfante. - Partindo agora... Quanto tempo, até vocês chegarem a Kawasaki? - Perguntou ele, em seguida.

- De helicóptero... - Refletiu Sasori, rapidamente - Creio que... De vinte e cinco, á trinta minutos.

- Excelente! Eu passo o restante das informações, pelo rádio... - Disse ele, pacato. Em seguida, virou-se para os homens atrás de si, e murmurou, com um sorriso nos lábios: - Vão!

 

 

...

 

Do lado de fora da sala, recostado a parede mais próxima... Sasuke Uchiha observou em silêncio quando Sasori passou por si, apressado. O ruivo nem se importou em olhá-lo. Simplesmente continuou em frente, onde o moreno pode vê-lo parar, para discutir algo com Deidara - outro membro da organização.  Ele ainda sentiu o estômago dar uma volta completa, quando o irmão lançou-lhe um olhar de aviso, ao cruzar a porta.

Aquilo só podia significar uma coisa:

Estava feito...

Madara já sabia onde encontrar Hinata.

Aquele jogo estúpido, finalmente terminaria.

Então... Porque ele se sentia tão mal? Como aquilo fosse algo ruim...?

O moreno, com uma expressão nada amigável no rosto, já havia dado as costas e caminhava pelo corredor... Quando uma voz conhecida, chamou por seu nome. Ele teve de se esforçar e respirar fundo, para não sair novamente de si. Detestava ser pego de surpresa! Ainda mais por ele...

- O que faz aqui o Uchiha mirim? - Riu-se sínico, Hidan. E em resposta, o garoto a sua frente, apenas o mirou por cima do ombro. - Se estava em busca de entretenimento... Lamento dizer, que chegou um pouco tarde.

- Isso não tem nada a ver comigo. - Murmurou ele, virando-se novamente para frente e recomeçando a caminhar.

- Hey! Você vai com a gente, buscar a sua amiguinha, não vai? - O albino sorriu satisfeito, quando Sasuke travou seus passos de maneira repentina, mas ainda sem se virar. - Será divertido.

- Eu adoraria assistir você levar uns tapas de uma garotinha frágil, Hidan... - Disse, em resposta, sem encará-lo. Só a presença do homem, era o bastante para deixá-lo enojado. - Mas não tenho ordens para isso. - Completou.

- Eu poderia filmar, mas já que se trata da sua namorada... Acho mais interessante deixar umas marcas nela, então... - Proferiu ele, sorrindo maliciosamente. - Para que você admire mais tarde.

Sasuke fechou os olhos por alguns segundos e apertou os punhos, tentando parar os tremores, que circulavam por todo o seu corpo. Trincando os dentes, ele imaginou se seria punido, caso acabasse matando Hidan... E com esse pensamento, ele suspirou e agradeceu internamente, por não precisar responder... Já que o albino já se afastara o suficiente, para que ele não precisasse cortar sua garganta, ainda que pudesse ouvir sua risada de escárnio, irradiar pelas paredes de pedra fria do corredor.

Maldito...

 

...

 

 

Ainda no inicio da noite, Kakashi e Kurenai pareceriam, finalmente, ter feito as pazes. Eles sentaram-se ao sofá, mais próximos do que estiveram durante os dois dias que se passaram... E conversaram pacificamente, como se nada de mais, tivesse acontecido durante aquele tempo.

Enquanto isso, Hinata, Sakura, Shino e Kiba, se distraiam, jogando cartas sobre a bancada da copa. Já era a décima vez, que Sakura ameaçara Kiba, para que parasse de roubar. E ainda que ele insistisse, que era apenas um homem de sorte, Hinata pode ver, quando ele retirou um “ás” de uma das mangas.

Um ruído interrompeu o jogo, no momento em que a Hyuuga iria ganhar a sua primeira partida. O celular de Kakashi, começou a vibrar e tocar, insistentemente. E Hinata lançou um olhar para o visor do aparelho, onde letras garrafais informavam sobre a ligação:

 

Rock Lee.

 

A menina arregalou os olhos, e entreabriu a boca. Imediatamente ela se virou para o Hataque, com o telefone nas mãos, e gritou de maneira animada:

- Kakashi-kun! É o Lee! O Lee está ligando pro seu celular!

O grisalho se levantou imediatamente, assustado. Lee nunca o ligou... Era sempre ele quem fazia as ligações, e jamais o amigo. Aliás, o garoto nem sequer sabia usar o aparelho, de maneira correta. Havia algo errado.

- Hinata-sama, espere! - Pediu ele.

Mas a Hyuuga já levara o aparelho ao ouvido:

- Alô? Lee...?

Uma risada gélida e baixa, porém empolgada, ecoou do outro lado do telefone.

Hinata sentiu o ar travar-lhe nos pulmões, e seu estômago dar uma cambalhota dentro do corpo.

- Olá, Hina-chan... - Uma voz grave, porém entoada, lhe cumprimentou. Causando-lhe arrepios intensos. - Você não imagina o quão imensamente prazeroso é para mim, ouvir sua voz depois de tantos anos...

A garota sentiu um nó se formar em sua garganta.

- Q-quem e-está fala-falando?

- Está certa de que não sabe, querida?

- O que você quer? - Perguntou, a Hyuuga, automaticamente... Sentindo os olhos marejarem.

- Eu lhe fiz uma promessa? Lembra-se? Disse que a próxima vez em que ouvisse a minha voz... Não teria para onde fugir. E eu sou um homem de palavra, você sabe.

- Onde está o Lee? - Indagou ela, ignorando as palavras dele, e também, suas próprias mãos trêmulas. Que mal conseguiam segurar o celular.

- Hm... Ah sim! Ele está aqui do meu lado. - Respondeu, calmamente - Aliás, é um sujeito bastante agradável. Estamos nos dando muito bem não é, Lee?

Houve um som oco de um contato brutal, e um grito angustiante, porém abafado, de dor.

- Kami-sama... - Suspirou ela, com a voz falha, sentindo os joelhos bambearem - Lee?

- Ah, você quer falar com ele, Hina-chan? Por que não disse antes? Um minuto, vou passar a ligação.

Alguns ruídos ecoaram, pela chamada, e uma respiração pesada inundou seus ouvidos.

- Hi-Hinata... Eu sin-to muito... - A voz de Rock Lee soou fraca, quase inalditivel, do outro lado da linha.

O som horrivelmente parecido com ossos se quebrando ecoou, e ela ouviu outro grito, desesperador, na voz de Lee.

- NÃO! Pare! Por favor... - as lágrimas já escorregavam silenciosamente pela face da garota - Pare! Não o machuque mais...

- Se é esse o seu desejo, Hina-chan... Atenderei de bom grado. - A sala do outro lado ficara muda. Hinata sentiu palpitações, aquilo... Aquilo decididamente... Não podia ser um bom sinal. - Vou terminar com o sofrimento dele.

- O QUE? NÃO! ESPERE!

Um barulho de disparo de arma de fogo e Hinata pendeu os braços ao lado do corpo. Deixando o celular cair.

- Hinata-sama? O que foi? - Kakashi caminhou até a Hyuuga que caíra agora de joelhos no chão, com os olhos arregalados. - O que houve? Hinata-sama?

- Ele o matou... - As palavras saíram por ela, num sussurro perturbado. - Eu o ouvi morrer... Eu ouvi...

  Kakashi pegou o aparelho do chão.

- QUEM ESTÁ FALANDO? - Rugiu, ele, contra o aparelho.

- Xeque mate, Kakashi-kun. - Recebeu, como resposta, juntamente de uma risada longa e cruel. 

 

Menos de um segundo depois a porta da sala foi escancarada em um estrondo, com um pontapé bruto.


Notas Finais


Em primeiro lugar e antes de qualquer coisa... Não briguem comigo T-T Imaginem uma pessoa cansada, com dor em cada mínima parte do corpo, estressada, implorando por uma morte rápida e indolor. Essa sou eu: prazer. Nossa, eu to quebrada! To trabalhando pra caramba, fazendo auto-escola e faculdade. Gente, eu sinto muito do fundo do coração, mas não vai ser possível continuar postando toda semana. EU NÃO VOU ABANDONAR A FANFIC! Só vou precisar de um pouco mais de tempo pra postar cada capitulo. Pois de sete em sete dias... Tá impossível! Eu sinceramente... To morrendo vey! Socorro! Acreditem em mim, eu não sei como estou conseguindo arrumar tempo pra escrever pra vocês. ALIÁS, ME AMEM POR ESSE CAPÍTULO, PORQUE (não que eu esteja me achando, mas...) PIEDADE ELE ESTÁ MUITO PERFEITO! (づ。◕‿‿◕。)づ Bom, hoje, por ser um capítulo bem maiorzinho, não tive tempo de revisar ele todo, então conto com a ajuda de vocês para relatar os erros de ortografia e concordância. Espero que gostem. E sim, isso tudo é pra pedir desculpas pela demora no capítulo. Desculpem T-T to fazendo o melhor que posso. Tenham paciência e sejam bonzinhos com a tia *u* ok?


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