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História In Caritate - Drarry - Draco, is it my fault?


Escrita por: Daikih

Notas do Autor


Oe Oe Oe Gente linda!
Como estão? Espero que sim!

Capitulo de hoje é meio tristinho, tentei fazer um mais triste, porém, capítulos boiolinhas sempre foram meu forte kk

Um dia eu melhoro, mas espero que gostem desse, foi o melhor que eu consegui hehe

Boa leitura 💙

Capítulo 7 - Draco, is it my fault?


 

Duas semanas se passaram desde que Pansy e Draco voltaram a se falar. Era extremamente comum ver a garota no dormitório de Harry e Malfoy, deixando o loiro a par de tudo que tinha acontecido durante o tempo que estavam longe.

Harry e Malfoy tinham um acordo não estabelecido verbalmente: Estudar juntos. Nos dois primeiros dias Potter perguntou se estava todo bem pra o sonserino, mas depois se tornou rotineiro e, pasmem, interessante. Tão interessante que o grifinório ficava um pouco ansioso.

Rony estava sem falar com ele, e parecia cada vez mais ignorante e babaca, Harry ouvia as pessoas falando de como ele estava diferente e até abusando dos poderes de monitor. Potter estava evitando a todo custo cruzar com ele.

A mesa da grifinória não sabia de que lado ficar, mas Ron era o monitor e ninguém ia arriscar. Então, comer no salão se tornou insuportável com a grande parte das pessoas ignorando a existência de Harry. A parte boa é que Malfoy tinha voltado a comer na mesa da sonserina junto com a Pans.

Hermione dividia seu tempo entre os estudos, Harry, Ron, e Pansy. Acabava ficando mais com Rony, mas sempre conversava um pouco com os outros dois amigos, mesmo Pansy afirmando que o ruivo não estava fazendo bem pro seu psicológico

Call tinha sumido, alegando que precisava fazer trabalhos extras de transfiguração e aritmância

Dino e Simas... Harry escolheu não procurá-los. Sabia que estavam juntos e não ia atrapalhar os momentos deles. Mesma coisa com Ginny e Luna.

Narcisa era uma ótima companhia por cartas, sempre que podiam eles conversavam. Ficaram bem próximos, tão próximos que se falam informalmente e desabafam um com o outro quando os dias eram mais difíceis. Narcisa estava exausta por conta dos aurores a seguindo e a vigiando vinte quatro horas por dia, reclamava que Draco não a mandava cartas e afirmava que Harry tinha aparecido pra salva-la do tédio que estava a casa.

Draco começou a desmarcar os encontros depois das refeições pra estudar e fazer os trabalhos com Harry. As frases “A Pansy quer ajuda”, “Vou ficar com a Pans hoje”, “Pansy e eu vamos tentar falar com o Blás” ficaram cada vez mais comuns e Potter se contentava com as solitárias idas a biblioteca e Hermione o ajudando um pouco, tinha se acostumado com a ideia do sonserino ao seu lado, estudando e falando coisas sem nexo.

Estava sozinho. Completamente sozinho a praticamente uma semana e ele com certeza não estava bem. Seus pesadelos se tornaram frequentes, a insônia ainda mais. Estava cansado, exausto, com olheiras aparentes e o ânimo destruído.

Estava sentado em uma poltrona perto da janela na comunal, a lareira estava acesa e o resto das luzes apagadas, o fogo estralava graciosamente e as luzes das chamas dançavam de longe em seu rosto. A chuva forte que estava caindo fazia um barulho repetitivo quando batia no vidro da janela, Harry estava perdido ali, enrolado em um cobertor azul pesado parecendo uma almofada gigante e triste. Fez questão de arrastar a poltrona pra perto do vidro onde sua respiração pesada embaçava a janela e ele tentava relaxar enquanto todas as outras pessoas provavelmente estavam no mais profundo sono dentro dos quartos

A madrugada costuma ser linda e assustadora ao mesmo tempo. Pesadelos e lembranças o atacavam o tempo inteiro e ele só queria um minuto de paz...

Mas fechava os olhos e via sua mãe

E saber que era incapaz de fazer alguma coisa pra impedir;

Via Cedric

E por mais que Harry implorasse, ele nunca voltava a respirar;

Via Sirius

E por mais que Harry gritasse, eles nunca iam viver juntos;

Encarava o corpo de Fred

E o vazio da sua perda

E Tonks, Lupin, e de tantos outros. Lembrava de todos.

Se negava a ser chamado de Herói, ou O salvador do mundo bruxo

Ele não conseguiu salvar todo mundo no final. Não conseguiu. E isso doía pra caralho, porque no fim ele não era nada do que as pessoas achavam. Não era o herói altruísta e glorioso

Era um garoto de dezoito anos, fodido psicologicamente, quebrado emocionalmente e exausto fisicamente. Não tinha nada de glorioso ter a morte de tantas pessoas em sua mente sem ele poder fazer nada pra impedir

Porquê agora ele queria deitar no chão em posição fetal e chorar o máximo que ele podia até sua cabeça explodir, queria gritar até sua garganta arder, precisava urgentemente de um abraço e não tinha ninguém ali para dar.

Heróis não são assim. Harry não merecia ser chamado assim

Ele se sentia com dez anos, encolhido no armário debaixo da escada na rua dos alfeneiros, se sentia exatamente assim. Só que com mais culpa do que quando sem querer quebrou a xicara preferida de tia Petúnia. Ele tinha perdido tanta coisa agora, e só continuava perdendo...

Perdendo Ron, perdendo Hermione, perdendo Malfoy... E ele nunca achou que o sonserino estaria nessa lista...

 

~O~

 

Draco estava exausto. Completamente exausto. O dia foi extremamente longo, Pansy insistia que eles deviam passar mais tempo juntos e a lista de atividades escolares só aumentava. E ainda tinha Potter... alguma coisa estava acontecendo com ele, os dois não se falavam tanto, ele estava sempre longe dos amigos da Grifinória, parecia cada vez mais cansado e agora respeitava a regra de aproximação, Malfoy admitia pra si mesmo que gostava quando ele a quebrava sem querer quando estavam estudando, mas agora o moreno parecia querer ficar cada vez mais longe.

Estava estranho, e ficava ainda mais agora, madrugada de tempestade e Harry ainda não tinha voltado para o quarto. Draco tentava se concentrar em fazer o resumo de Herbologia, mas sua mente sempre o trazia a imagem de Potter. Tentou recorrer aos livros, mas não achou nenhum que o agradasse além do que Harry vivia carregando por aí e agora estava em cima da cama do grifinório.

Ficou tentado em ler, mas Potter havia deixado claro uma semana atrás que proibia o loiro de ler aquele livro.

O que só deu mais vontade de saber do que se tratava.

Ele ignorou as vontades imensas de quebrar a ordem de Potter, e olhou para a porta do quarto por alguns segundos antes de se levantar vestindo um suéter branco e saindo, decidido esperar o colega de quarto na comunal.

Não precisou esperar muito. Ele já estava lá, olhando para fora da janela. Estava extremamente frio e Draco estremeceu enquanto andava até o garoto encolhido em uma das poltronas, pela posição estava abraçando seus próprios joelhos, perdido entre um cobertor enorme e pesado que o cobria até a cabeça e dava uma volta completa pelo seu corpo inteiro. 

A tempestade parecia pior agora

— Potter? – ele não obteve uma resposta — O que está fazendo sozinho aqui? – O moreno nem parecia ter escutado, apenas se encolheu mais, encostando a cabeça em seu joelhos, fazendo seu rosto sumir. Num movimento de varinha que Draco fez, algumas poucas luzes acenderam e com um pouco de hesitação o loiro tocou na cabeça de Harry, fazendo um tipo de carinho por cima do cobertor — O que aconteceu com você? – silêncio mais uma vez. Malfoy teria ficado sem paciência se ele não estivesse preocupado.

Repito.

Draco Malfoy estava preocupado.

— Eles foram embora Malfoy... – Uma luz forte cortou o céu quando ele falou, um estrondo alto veio logo em seguida — Todos eles...

— Quem foi embora? – Draco não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo, Harry parecia perdido em seus próprios pensamentos. Alternando entre uma realidade e outra. O loiro continuava com o carinho quando ele levantou a cabeça, o olhando. Seus olhos estavam inchados. Malfoy se afastou um pouco

— Por que eles me chamam de Herói? De... – sua voz saiu embargada — de... Salvador? Cedric... Sirius...Tonks... Lupin... Dobby... e todos os outros... eu não salvei todo mundo eu foi incapaz de salvar todos eles... Todos eles... – ele respirou forte, sua garganta ardia pelo esforço de tentar suprimir o choro. — Eu não consigo ter um minuto de paz, quando tudo está dando certo, quando eu tenho finalmente uma esperança de ter carinho de pessoas que eu amo, alguém as tiram de mim. Sem dó, tiraram toda a esperança que eu tinha, sugaram como dementadores famintos – ele estava com a respiração desregulada, Draco não sabia se ele estava com raiva ou triste. Talvez os dois. — Eu continuo perdendo todo mundo, continuo ficando sozinho! – ele já estava desesperado, chorando, tremendo e com certeza não era de frio. As luzes estavam apagando e ligando continuamente quando Harry olhou Malfoy nos olhos — A culpa é minha Draco? – sua voz falhou enquanto ele parecia chorar cada vez mais. Malfoy sentiu o peito apertar — Eu sou o problema...? Vocês continuam indo cada vez mais longe de mim e eu não aguento mais... eu não aguento mais... – Um soluço alto saiu de sua garganta, seguido de vários outros. Harry estava ficando sem ar e não conseguia parar de chorar ao mesmo tempo

Draco se abaixou, ficando mais perto e na altura do rosto de Harry

Reconhece uma crise de ansiedade quando vê uma.

Inspirou e expirou fundo, Harry olhava nos seus olhos quando começou a seguir o seu ritmo de respiração e as luzes voltaram ao normal. O moreno não sabia mais em que focar o olhar quando o loiro se levantou ficando bastante perto dele

— Eu tentei tanto... ser o afilhado perfeito, o amigo perfeito, o aluno perfeito, o herói perfeito... mas eu não sou, Draco – algumas lagrimas caíram de novo e Malfoy começou a se sentir extremamente mal, seu chão estava caindo diante dele — eu não consegui ser e eles... eles simplesmente... foram embora.

— A culpa não é sua... – Ele começou, tirando o cobertor de cima da cabeça do grifinório — Nunca foi sua... entendeu? Porra, você sacrificou tanto de você... Pessoas morrem na guerra, é normal... não conseguiria salvar todo mundo... O culpado por isso já foi morto. Por você. Vingou a morte de quem você perdeu – ele alisou alguns fios morenos e sentiu Harry vacilar — Você não está sozinho, entende? Ninguém está indo embora... todos só precisam de um tempo. A culpa nunca foi e nunca será sua... Éramos jovens demais pra entrar numa guerra que nunca devia ter acontecido Harry – Malfoy testou o primeiro nome do moreno, que suspirou fundo, quase como se apreciasse Malfoy falando seu nome

— Obrigado... – Harry falou quase em um suspiro, sua voz saiu rouca pelo choro recente e ele se forçou sorrir um pouco — Achei que ia passar por uma crise sozinho de novo – “de novo...” essa frase ecoou na mente do loiro por muito tempo até ele levantar e puxar Harry pra um abraço desajeitado. O moreno prendeu a respiração por poucos segundos e depois respirou fundo, sua cabeça estava perto do peito do sonserino por conta da posição que ele estava sentado e ele se acomodou mais rodeando a cintura de Malfoy com os braços. Era bom.

Bom pra caralho. Harry podia sentir um conforto imenso, um sentimento de pertencimento, como se estivesse com saudades de um abraço que nunca aconteceu

Mas estava acontecendo agora, e era maravilhoso

Uma das mãos de Draco começou um carinho na parte de trás de sua cabeça e ele respirou fundo de novo, sentindo o cheiro de perfume encorpado do sonserino uma súbita vontade de chorar novamente.

Porquê tudo que Harry precisava era um abraço

E dessa vez ele tinha alguém pra dar

Draco estava ali

E nada mais importava.

 

Foi a partir daqui que Malfoy desenvolveu um carinho inexplicável por Harry. Porquê nunca tinha o visto assim... tão aberto, tão quebrado... Antes ele era O Harry Potter, salvador do mundo bruxo, alegre, sorridente, inabalável, altruísta, carismático, resiliente e um sinal de esperança

Mas, na verdade, ele é Harry Potter: o que se recusa ser chamado de salvador, afetado por uma guerra que não era pra ser dele, não é tão resiliente quanto todos acham, não sorri tanto verdadeiramente

No fim tudo não passava de uma atuação.

Porque todos viam o que queriam acreditar

Idolatrando uma imagem que eles mesmo formaram

Sem se importar com quem sairia ferido tentando ser o que não era

O bruxo que derrotou Voldemort, não passava de um adolescente comum que foi criado para lidar com os demônios de outras pessoas

E carregar o peso do mundo nos ombros

Não passava de um adolescente quebrado, complicado, ferido

Que precisava que alguém cuidasse dele tanto quanto ele cuidava das outras pessoas

E agora, o vendo dormir na outra cama, Malfoy decidiu ser essa pessoa, porque Harry murmurou no meio do sono que queria cuidar de Draco, porque Harry esteve cuidando dele.

E agora não importava mais

Porquê Pra Draco, Harry Potter deixou de ser: Potter, O herói, para ser somente Harry

E pra Harry, Draco Malfoy nunca foi: Malfoy, O comensal, no fundo sempre foi somente Draco...

 

E tudo ia ficar bem

Porque eles fizeram uma promessa não verbal de estar ali

Pra ser o abraço que os dois precisavam

Depois de um dia difícil...

 

 

 

 

 

“Não divida tua confusão

Com quem não pode

Te trazer calma”

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Well... foi isso
Espero que tenham gostado

E sério, muito obrigada pelos comentários e favoritos. Eu tava bem tristinha esses dias, ainda estou na verdade, e vocês me amimaram bastante

A partir daqui, Drarry será bem mais óbvio e bem mais presente. Obrigada pela paciência, eu sei que a historia estava meio cansativa, mas agora vai melhorar, eu prometo

Um beijo, se vocês quiserem✨💚


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