Pov Piper
Acordei apressada, estava mais que atrasada para a reunião da empresa dos meus pais, mamãe pediu ajuda e eu os ajudei, o projeto de arquitetura e design foram feitos por mim. Mamãe está super orgulhosa, afinal, o bebê dela está crescendo, como ela mesmo diz.
A empresa de papai era uma das mais renomadas no cargo, ele era famoso por vários projetos, todos minimamente planejados. Papai sempre trabalhou com perfeccionismo, ele gostava do que fazia e se entregava de corpo e alma, o que me deixava mais nervosa, papai não estava bem para fazer os projetos e quem estava fazendo-os era eu. Tenho medo de que não estejam tão bons quanto os deles, eu só espero que os sócios e o próprio cliente goste desses projetos, gastei noites e noites nisso.
Alex não falou comigo desde o ocorrido e eu? Bom, eu estou evitando. Se ela quer que seja dessa forma, será. E como eu não tinha mais com o que me preocupar, acabei me entregando de corpo e alma nisso, eu sempre gostei do que meu pai fez, os desenhos e tudo mais. Arizona já é totalmente ao contrário, ela acha um tédio! Ela já disse que quando tivermos com a empresa em nossas mãos ela que iria cuidar da parte administrativa e eu concordei numa boa, até porque matemática não é pra mim e muito menos administração.
Me doía o fato de Alex se afastar dessa forma? Muito! Era como se alguém estivesse me dando facadas fortes em meu coração.
Me levantei e fui fazer minha higiene matinal, tomei um banho rápido e arrumei meus cabelos. Procurei uma roupa que me deixasse com um tom sério, achei uma e vesti. Passei uma maquiagem básica e um batom nude em meus lábios.
Desci as escadas e corri para a sala e me juntei a bagunça de todas as manhãs, mamãe e Arizona riam e falavam sobre algo animadamente.
Sentei na mesa com elas e me servi.
- Posso saber o motivo de tanta alegria? - mordi minha torrada.
- Seu irmão virá de Austrália nos ajudar com a empresa. - ela me olhou com brilhos nos olhos.
- Cal Chapman?! Tá brincando? - sorri. Eu amava meu irmão, mesmo que quando ele era adolescente nos deixou e foi fazer intercâmbio na Austrália, sentia falta daquele maluco.
- É maninha... vai ter que se contentar em dividir a empresa. - Arizona riu.
- Idiota! É até bom que ele esteja vindo, quero voltar às minhas aulas. - tomei meu café.
- Sabia que você não gostava desses desenhos chatos. - ela deu de ombros.
- Cala a boca, Arizona. - ri - Você não tem mais o que fazer, não?
- Tenho, mas prefiro tirar sua paciência. - ela riu e me deu um beijo na bochecha - Boa sorte na reunião, maninha.
- Paciência? Não tenho - ri - Obrigada! - terminei minhas torradas - Vamos, mãe? - peguei as chaves - e eu vou dirigir.
- Tudo bem.
Fomos até a garagem e entramos no carro, dei partida e nós fomos conversando sobre o papai, sobre a empresa, Cal e muitos outros assuntos.
A empresa ficava longe de casa, então demoramos um pouco. Chegamos em ponto, dei a chave para o manobrista e ele estacionou o carro.
Entramos na empresa e demos bom dia á todos os funcionários. Fomos para a sala de reuniões e todos os sócios já estavam posicionados. Mamãe se sentou entre eles, me lançou um olhar de confiança e eu relaxei. Minhas mãos soavam mas eu sou muito boa em disfarçar meu nervosismo.
- Bom dia, senhores! - sorri com todos os dentes e eles retribuiram da mesma forma. - Bom, como todos sabem, o Sr. Chapman está com problemas sérios no coração, então seremos eu e meu irmão no comando da empresa e na fabricação de projetos. E hoje eu estou aqui para apresentar nosso mais novo projeto. - liguei o projetor e coloquei o projeto. Olhei para os sócios e eles estavam olhando com atenção cada detalhe. - Bom, como podem ver, tem um toque de modernidade e um toque mais rústico. Os móveis são detalhados e a casa é delicada sem deixar o rústico de lado, esse projeto foi inciado por meu pai e eu continuei até o fim. O projeto é econômico, além de valorizar as formas rústicas e a modernidade. O bolso do consumidor ficará satisfeito e o consumidor ainda mais! E as obras estão a todo vapor, graças á construtora do senhor Bloom. - lancei um sorriso ao senhor e ele retribuiu. Continuei apresentando o projeto e assim foi minha manhã. No fim fui aplaudida e elogiada por todos, não poderia estar menos feliz.
***
- Piper?
- Olá, senhor Bloom. - sorri enquanto arrumava minhas coisas para ir embora.
- Você tem um futuro brilhante com essa empresa. - ele sorriu.
- Muito obrigada! Mas essa não é minha área. Meu irmão chega hoje, quem vai cuidar dos negócios é ele. - sorri de lado para ele.
- E qual seria sua área?
- Eu sou bailarina contemporânea. - sorri ainda mais forte. - Bom, chegou minha hora, vou indo. Nos esbarramos por aí. - fui andando até a porta.
- Piper! Espere... vamos sair para comemorar o sucesso do seu projeto!
- Pode deixar que eu irei.
- Ás 20:00 no Píer, leve sua mãe e seu pai se ele estiver melhor.
- Okay! Até mais tarde! - saí da sala.
Fui até o estacionamento e achei meu carro, entrei e esperei minha mãe enquanto ouvia música. Ouvi batidas no vidro do carro e destravei. Minha mãe entrou e me deu um abraço apertado.
- Minha menina! Você foi ótima, não sei o porquê daquele medo todo, você estava mais que confiante. - ela sorriu e eu retribui.
- Eu estou fazendo isso pelo papai. - sorri.
- Seu pai deve estar mais que orgulhoso! - ela fez uma pausa - Vamos almoçar?
- Vamos! - dei partida e seguimos para o restaurante tailandês preferido da minha mãe.
Entramos no local e o cheiro de comida me invadiu, fazendo meu estômago roncar. Sentamos em uma mesa e pedimos o que queríamos. Comecei a pensar em Alex, me doeu tanto! Meu sorriso por conta do projeto sumiu e uma expressão de tristeza tomou conta.
- Você e a Alex brigaram, não é? - minha mãe me olhou, ela me conhecia tanto!
- Ela me ignora, mãe. Ela nem mesmo me olha! - abaixei o olhar, sabia que iria sair uma lágrima.
- Hey! Levanta essa cabeça, garota. A Alex vai ver o erro dela. Uma menina como você não é de se perder, e eu vi como ela te olha, os olhos dela brilham só de te olhar. Se acalma que tudo se resolve. - ela sorriu e eu forcei um sorriso. - Vamos comer que eu estou com fome.
- Perdi meu apetite, mãe.
- E daí? Você não pode ficar sem comer, precisa ficar linda e com a pele de bebê que você tem pra Alex ver que você está bem.
- Tudo bem. - dei de ombros e comi, afinal, aquilo não foi um convite e sim uma ordem. Conheço bem minha mãe.
***
Os raios de sol foram desaparecendo e a noite se aproximando. Minha mãe achou que seria bom um dia inteiro no salão e eu logo achei uma ótima ideia.
Daya escovava meu cabelo enquanto eu falava com Lorna pelo celular.
- Fala, loira!
- Eai, Morello!
- Onde você está? Estou ouvindo barulho.
- Estou no salão com a minha mãe.
- Sua filha de uma rapariga! Você sabe o quanto gosto de ir ao salão. Me fala o nome.
- É o salão da Daya. Só vir.
- Estou indo. Beijo, piranha!
- Também te amo! - desliguei o telefone e comecei a conversar com Daya, ela era ótima em conselhos, falava sobre o amor e eu adorava ouvir. Mesmo que me lembre de Alex, eu gosto de ouvir ela falar toda apaixonada.
- Eai, galera! Oi tia! - se direcionou a minha mãe.
- Oi, Lor. - minha mãe sorriu simpática. Mamãe achava que Lorna era o tipo de amiga boa influência. E eu ria, porque a única responsável sou eu!
- Acharam que viriam sem mim? - ela cruzou os braços e fez bico.
- Dramática! Claro que não. Senta aí, temos que conversar muito!
- A gente se viu ontem na escola, Pipes! Não é possível que tenha mais coisas pra me falar! Você só fala.
- E tenho menina! Senta aí. - apontei para o lugar, ela sentou e pediu para Glória deixa-la maravilhosa, queria surpreender Nicky. Eu ri, aquelas duas eram fogo. Lembrei-me de quando Alex e eu estávamos no México, se bem me lembro fizemos amor pela casa inteira, eu nunca cansava de Alex e ela muito menos de mim. Coisa que ficou só na lembrança, até porque ela me ignora já faz um mês e meio. E eu nem sei como estamos. Um nó se formou em minha garganta e em meu cérebro, ela estava me deixando tão confusa.
- Pipes... ela vai voltar a ser sua Alex. Só deixe que o tempo resolva isso.
- Isso o que, Lorna?! Me fala! Ela não me dá motivos, explicações e só está me dando tristeza. Eu não aguento mais esse mistério todo! - limpei uma lágrima tímida que escorria ali.
- Hey, relaxa! - Lorna apertou meus ombros e eu relaxei. - As coisas se acertam e esse mistério todo passa, pensamentos positivos. E você tem que acostumar porque a Alex continua sendo melhor amiga da Nicky.
- Não quero pensar nisso por enquanto. - revirei os olhos.
- Tá! Vamos falar sobre irmos na boate hoje? - ela sorriu.
- Vamos? - sorri forçado, não estava com ânimo pra festas.
- Sim! - ela riu.
- Mas eu e mamãe temos um juantar "de negócios".
- Temos? - Carol me olhou confusa.
- Sim, vamos sair com o Bloom.
- Vamos?
- Você tá fazendo muita pergunta, Sra. Chapman.
- Será que é porque você não me fala as coisas?
- Hahaha! - ri de forma e irônica e minha mãe também - Vamos ou não vamos nesse jantar?
- Vamos! Mas você não quer ir na boate com suas amigas?
- Sim! Eu vou depois do jantar. Daya, capricha aí que eu preciso arrasar!
- Pode deixar, garota! Pelo menos se você esbarrar com a Alex ela verá que está perdendo tempo e você está na pista.
- Deus me livre, não quero esbarrar nela, quero apenas curtir a noite, sem dor de cabeça. - suspirei.
- Tem razão, então se arrume por você! - Lor sorriu.
- É... - sorri.
***
Diferente de todos as vezes que sai, hoje usei um vestido preto. Meu cabelo estava jogado para o lado e meio bagunçado. Maquiagem forte, batom nude, salto quinze centímetros e o perfume doce de sempre . Coloquei meu brinco e meu anel, tirei a aliança. Hoje eu não seria tão trouxa a ponto de usar a aliança, Alex também não estava quando nos vimos na escola. Então pra quê eu iria usar algo que pelo visto, não tem significado nenhum pra ela.
Modéstia parte, eu estou linda!
- Pronta, querida? - ela entrou.
- Estou! - virei pra porta e minha mãe abriu a boca, surpresa.
- Você está linda! - ela sorriu e fechou as mãos, levando ao rosto, como se estivesse dormindo.
- A senhora também! - sorri pra ela.
- Vamos? - ela pegou em meu braço e fomos em direção á garagem. Pedi para minha irmã dirigir, ela também viria ao jantar e minha mãe não estava com vontade de dirigir e eu gosto de olhar a vista enquanto ouço música.
Liguei o som e fui o trajeto inteiro pensando em tudo, respondia minha mãe com respostas curtas como "sim, não sei, aham" e ela continuava falando o mesmo assunto.
Chegamos ao restaurante e a recepcionista nos recebeu.
- Estão nos esperando. - minha mãe sorriu para a recepcionista e ela assentiu. Fomos até a mesa em que vimos senhor Bloom e seu filho. Fiquei um pouco surpresa, não sabia que ele viria.
- Boa noite! - Sr. Bloom sorriu.
- Boa noite, Sr. Bloom! - Mamãe sorriu para ele. E eu e minha irmã apenas balançamos a cabeça.
- Essa é a garota da qual falei que seria uma ótima nora! - Sr. Bloom se referiu a mim, me deixando um pouco desconfortável.
- Papai! - ele repreendeu o pai e riu - Prazer, Larry Bloom! - ele me deu um aperto de mão e minha mãe e irmã também.
- O prazer é nosso! Me chamo Carol Chapman, essas são minhas filhas. Arizona e Piper. - sorrimos, Larry também sorriu.
- Sentem. - ele sorriu.
Sentamos e tivemos um ótimo jantar. Larry era uma ótima pessoa, conseguiu arrancar várias gargalhadas de mim.
- Juro! Foi uma das minhas melhores aventuras! - Larry riu e eu o acompanhei, sorriso que logo morreu quando olhei meu celular e vi uma mensagem de Alex.
"Estou vendo que você está se divertindo! Nem a aliança está mais em seu dedo. Parabéns, Piper! Você conseguiu estragar tudo, quer algum presente por isso?
A. V."
Qual era a dela? Ela realmente está tentando me deixar louca e está conseguindo, olhei para os lados procurando a morena. Nada.
O mais engraçado é que quem havia estragado tudo era ela.
- Procurando alguém, Pie? - Arizona perguntou em um tom baixo.
- Não, só estou procurando o banheiro. Sabe onde fica? - ela apontou para o local - Com licença. - me levantei da mesa enquanto todos riam de algo, cheguei ao banheiro e me tranquei em uma das cabines. Queria socar tudo, quebrar tudo!
Igual ela quebrou meu coração.
Alex não estragaria minha noite, não essa!
Sequei as lágrimas que estavam sobre meu rosto e me olhei no espelho, retoquei minha maquiagem e suspirei. Voltei para a mesa e chamei minha irmã.
- Vamos ou não vamos para essa boate?
- Óbvio que vamos! - ela riu - Estamos indo mãe, fica com o carro. Bebida e direção não combinam muito bem.
- Realmente! - Mamãe sorriu - Podem ir!
- Tchau, tchau. - mandei um tchauzinho e fomos para fora. Chamamos o táxi e entramos.
***
Eu e as meninas estávamos nos divertindo muito. Nicky trouxe umas balas e nós usamos. Já curti muito mais essas coisas, ainda curto e muito! Mas só nesses momentos. Sacudiamos as cabeças enquanto pulavamos feito loucas. Mais bebida para dentro. Até que vi o que nunca queria ver.
Alex terminou de quebrar meu coração, estava em pedacinhos.
Ela simplesmente fez meu mundo cair.
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