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História In peace or not. - Capítulo 5.


Escrita por: moonjinnie

Notas do Autor


quem é vivo sempre aparece.

Capítulo 5 - Capítulo 5.


"Jaehyun dedilhava a guitarra de forma delicada, o som melodioso e até mesmo suave, se espalhando por todo o quarto, a mente distraída não percebia o olhar orgulhoso que o senhor na porta tinha no rosto, senhor Jung parecia muito feliz em ver o filho tocando. 

Quando a voz do garoto de misturou aos acordes, foi como se as notas voassem pelo ar, de maneira tão calma que era viciante. O progenitor teve que se sentar, ainda observando o filho, era lindo de ouvir e assistir. Uma voz doce porém forte, maleável, se adaptando a qualquer tom necessário para a perfeição. Transmitindo uma paz que talvez só fosse sentir novamente em seu leito de morte."

Johnny ficou impressionado, de todas formas, Jaehyun ficava incrivelmente lindo tocando, tinha um talento que talvez fosse de nascença. O queixo caído do americano entregava sua surpresa, não esperava que o outro fosse tão bom, via o caos no rosto dele por estar fazendo aquilo na sua frente, mas ainda sim, ele tocou de forma calma, mexendo com todo o corpo e sistema do americano.

Uma única coisa deixou o Suh frustrado: o coreano não cantou, claro que, poderia e fazia vocal, mas tinha mais facilidade com coisas rápidas e marcantes, não tão delicadas, entretanto se esforçava. 

— Fui bem? — Jaehyun riu baixo, colocando o instrumento em cima da própria cama, rindo mais quando o alfa se levantou e começou a bater palmas.

— Eu tive um show na minha frente! E foi de graça! Jaehyun, você foi incrível! Acho que nem se eu treinasse muito, tocaria assim. — Johnny falava surpreso, eufórico. — Você é incrível para um caralho! 

— Muito obrigado, Johnny. — Se curvou, como se estivesse na presença de alguém da realeza, arrancando risadas do Suh. — Aqui em casa não tem muita coisa, mas se você aceitar ficar para o jantar, seria legal ter uma companhia até o Sungchannie chegar.

Havia alguns dias desde que estavam "treinando", era mais um processo para adaptar o Jung, do que realmente treinar. O conforto para os dois conversarem e a intimidade ainda se aconchegava de forma tímida, mas tinham tido avanços, o assunto não era apenas Sungchan, podiam fazer brincadeiras leves e descontraídas. Toques, por parte do coreano, ainda eram um tabu, e o Suh não tinha problema nenhum em controlar suas mãos e sua natural vontade de tocar. 

— Eu aceitaria de bom grado até pedra, se você me oferecesse. — Johnny viu o outro ruborizar, acabou rindo baixo. — Desculpe.

— Tudo bem. — Jaehyun sorriu. — Vamos. — Saíram do quarto, seguindo para a pequena cozinha. 

— Como conseguiu a casa? — Johnny perguntou, após poucos minutos de silêncio.

— Ah, meu pai comprou, morar com a minha mãe ficou desagradável quando eu comecei a ganhar corpo, então, foi melhor assim. — Jaehyun suspirou, indo para a geladeira buscar molho de tomate. — Come macarrão? 

— Sim. — Johnny sorriu pequeno. — Também era um saco viver com meus pais, no meu caso, era por causa do coroa, minha mãe sempre foi tranquila e muito compreensiva. Já meu pai... 

— Eu te empresto meu pai e você me empresta sua mãe. — Brincou, fazendo os dois rirem. — Por que quis vir morar aqui mesmo? Esse fim de mundo com pessoa intolerantes...

— Aqui é bem diferente de Chicago, mas é mais calmo e eu sou considerado caótico, viver em uma cidade com a mesma vibe que eu, era um suicídio para minha sanidade. — Riu divertido. — Mas e você? Nunca quis ir embora?

— Meu sonho era sumir daqui, mas quando Sungchan nasceu, eu era um adolescente, com uma criança para criar e um pai na guerra. Tive que abrir mão de alguns sonhos e vontades para que o meu filho não crescesse desamparado. E eu tenho problemas em sair. 

— Uau... Eu acho que Sungchan gostaria de sair daqui, um dia quem sabe. 

— O Channie? Com toda certeza! Ele quer conhecer o mundo, viver a vida de forma leve, já falou na minha cara que não queria ter filhos por que iria ter que parar tudo para cuidar do bebê. — O Jung ria, mesmo que estivesse de costas, Johnny conseguia ver o sorriso largo dele. 

— Meu sonho era um irmãozinho para cuidar. Poxa, Sungchan.

— Cruzes! Ele, graças a Deus, não quer um irmão, se quisesse não iria ter. Sabe como é difícil criar uma criança sozinho? — Jaehyun cruzou os braços, se virando para o americano que ria. 

— Não seria sozinho, eu te ajudaria. Se possível até leite eu descolava pro guri. — Johnny direcionou um sorriso grande para o Jung, que sorriu pequeno.

— Não vai levar o Sungchan para o mal caminho. — A voz saiu baixa, voltou a olhar apenas a panela. Johnny se retraiu um pouco, tinha passado dos limites talvez.

— Desculpa aí, Jae. Eu falei brincando. — Engoliu seco, esperando que Jaehyun não ficasse magoado, não queria assustar o rapaz. — Eu não posso ser pai, quer dizer, posso. Só não tenho como, coitada da minha criança, iria morrer de fome.

— Ou então iria te fazer morrer de fome. — Jaehyun riu, deixando o alfa aliviado. 

— Eu seria um péssimo pai, eu acho. 

— Eu não posso nem afirmar nada. — O Jung sorriu, mexendo o macarrão na panela. 

— Mas aí. — Johnny começou. — Não precisa responder se não quiser, eu só estou curioso. O Sungchan não deveria ter outro pai? Ou mãe. — Johnny conseguiu ouvir de longe o engolir seco do ômega, tinha falado bobagem. — Desculpa.

— Não, tudo bem. — Jaehyun riu sem graça. — O Sungchan não era bem um desejo, sabe. Ele aconteceu, sou muito grato e muito feliz por ter ele, mas não foram nas melhores circunstâncias. — Suspirou baixo, fechando os olhos, não conseguia falar sobre sem que não sentisse tudo em seu corpo, cada mísero toque, cada lágrima que soltou, o grito de desespero e as horas de banho para conseguir se sentir limpo dos toques. Jaehyun sentia na pele, com nojo, as palavras na sua mente e o sorriso que via sempre que acabava, aquele sorriso que lembrava tanto o da sua mãe, que lhe assombrava há seis anos. 

— Você é o alfa-ômega. — Johnny tirou o ômega dos pensamentos, tirando uma expressão confusa do rosto gordinho.

— "Alfa-ômega"? 

— É. O escroto lá não fez o mínimo, então você faz até mais que o necessário. Foi você quem ensinou o Sungchan a andar de bicicleta?

— Não, mas ensinei a nadar e jogar futebol. — Jaehyun riu.

— Viu! Alfa-ômega, você nunca precisou de outra pessoa para educar o Sungchan, ou ensinar ele coisas que crianças devem saber. Você faz o papel de dois, em um, deve ser cansativo, mas é legal, sabe. — Johnny falava sem parar, lembrando-se de como era tratado em casa. Seu pai era ausente e tentava lhe comprar com coisas de valor, traía sua mãe na cara dura e se contasse cada história, iria vomitar.

— Imagino que seja. Ser pai, no geral, é cansativo Johnny, você tem que se bancar e também tem seu filho, tudo que for seu, é dele. — Jaehyun desligou o fogão, suspirando alto. — Sempre vai ter gente falando que filho é um atraso de vida, principalmente se descobrem sua idade, você é o primeiro que não me perguntou se eu quero colocar o Sungchan na adoção.

— Eu fico feliz em não ter dito tal bobagem. Qualquer energúmeno pode ver o tanto que você ama o Sungchan, e como aquele guri não quer largar de você. Parecem mais irmãos do que pai e filho, mas bem... Enfim. — Riu baixo. 

— Eu também. Amo o Sungchan, porém não nego: é cansativo, acordar de madrugada para ver se está bem, o fato dele ter nascido prematuro ainda me preocupa, por que ele tinha asma, não tem mais, só que sempre fico preocupado. — Jaehyun se virou para o Suh, que lhe encarava atentamente, prestando atenção no desabafo que estava por vir. — Eu tenho medo de ser um pai ruim, meus problemas e medos consomem o que resta dentro de mim, nunca sei se estou agindo certo ou só me protegendo, eu sou o mais presente que consigo, quero que o Sungchan tenha orgulho de mim, mas... Eu sei que falto em muitas coisas, não é tudo, mas é a apresentação do dia dos pais que eu não fui; a reunião que eu faltei; aquele passeio na sorveteria que eu entrei em pânico na hora de sair de casa, e não fui. São pequenas coisas que fazem falta, ele deve sentir falta, sei disso. O medo é tanto, tanto.

Johnny ficou em silêncio, se levantou da mesma forma, indo até o Jung e ficando ao lado dele, o abraçou pelos ombros, sentindo ele deitar a cabeça no seu semelhante. Ficaram um tempo em silêncio, a forma como o assunto fluiu naturalmente deixou o Suh minimamente feliz, conseguia ver avanços. 

O ômega só conseguia se ver frágil, o americano não era mais uma ameaça, assim como Taeyong, Yuta e Ten não eram. Ser forte por si e pelo seu filho era difícil, por que sabia que não era forte, sim o pequeno, ele era forte, suportava tudo e não reclamava. A culpa em seu peito aumentava sabendo disso.

— Acho que passamos da fase apenas vizinhos que se ajudam para amigos. — Johnny sussurrou, fazendo o outro rir baixo. 

— Realmente. — Jaehyun respirou fundo, deixando um tapinha fraco no braço do americano ao se afastar. — Daqui alguns minutos o Sung chega, se quiser se servir. 

— Vou esperar ele, aí fazemos algo tipo seriado em que o amigo incoveniente atrapalha o jantar em família. — Os dois riram. — Posso perguntar "e as namoradinhas" pro Sung?

— Não! Ele tem seis anos. — Jaehyun falou como se fosse óbvio, fazendo o Suh rir.

— Meus tios me perguntavam isso. — Johnny falou baixo, fazendo o Jung rir.

O clima voltando a ser confortável e bom, aquilo sim era legal.



"— Jaehyun, você tem talento, é o melhor de todos. — Senhor Jung disse, segurava o pequeno Sungchan no colo, estavam comemorando os dezesseis anos de Jaehyun. — Você é incrível, filho."

"— Por que não para de ser inútil e ajuda sua mãe?! 

— Por que você não vai embora dessa casa com a sua amante e seu novo filho?! Você claramente gosta mais da sua outra família! — Johnny gritava de dentro do próprio quarto, logo a música alta abafava o som de seu pai e sua mãe brigando. Não queria admitir, mas queria que eles se separassem logo, então não teria mais aniversários ou natais."


Notas Finais


eita q um tem mommy issues e o outro daddy issues, é só desgraça. mas esse foi soft, tchutchucu


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