História In Pieces - Capítulo Único

Foi em um sábado de tarde, quando fui convidada a ir a um evento, em um bairro nobre da cidade. Quem havia me convidado foi algo surpreendedor, pelo Peter, um amigo de escola. Mal sabia eu como tudo acabaria. Havia meses que andava estranhando ele, as mudanças dele estavam sendo muito rápidas, tão rápidas que eu não o reconhecia em certas atitudes, mas nunca quis expor. Só o fato dele ter me chamado para sair foi algo surpreendente. Iria ser um grupo de 6 pessoas, onde eu apenas conhecia ele, mas estava disposta a conhecer o restante. Nos encontramos na estação de metrô mais próxima do evento, nos falamos pouco enquanto esperávamos pelo restante. Uns 15 minutos depois todos chegaram. Prazer, Nara! Falou a única no qual era nova. Me senti uma intrusa, mas isso passou rápido, eles são o tipo de pessoa no qual eu adoro sair. Daqueles que não perde uma oportunidade de fazer piada de algo ou de alguém. Pouco depois de eu ter me familiarizado com eles, Peter, que estava em uma conversa meio suspeita com uma garota começou a jogar umas indiretas do tipo “não posso falar agora desse assunto” para a garota. Logo me liguei e me afastei deles, me juntei ao outro grupo, onde pela avenida, zuamos, compramos um cappuccino e curtimos o evento. O evento era de magos, feiticeiras e hippies. O cheiro de incenso no local era capaz de trazer a paz que o mundo tira de qualquer um. Blusas, joias e artigos eram os maiores destaques. Não resisti a comprar uma pulseira. Horas se passaram, eu curti bastante o evento, mas ainda assim não vi aquele quem me chamou para ir a tal lugar. Falei com a galera que precisava ir pois estava ficando tarde, eles decidiram me levar até a estação. Antes de sair do prédio onde estava rolando o evento, encontro Peter com a “amiga” e uma outra garota perto da saída. Me aproximei e falei que estava indo, sem questionar, disse “tudo bem” e virou-se a manter o assunto com elas. Virei as costas, andei até a saída, dei aquela última olhada e continuei meu caminho com o pessoal. Quase uma hora depois, uma mensagem interrompe minha música, era uma mensagem com um pedido de desculpas, fingi que aquela mensagem não fosse para mim e continuei a ouvir minha música. Cheguei em casa, havia uma bagunça tremenda para arrumar, esqueci que havia me mudado há algumas horas antes desse evento. Arrumei o que podia, tomei um banho para aquecer o corpo e me deitei. Dois dias depois, Clara, uma amiga de escola me mandou mensagem pelo WPP dizendo:

“ – Bora nesse restaurante? (mandou uma foto)

- Claro, a comida nessa foto tá de dar água na boca! Quem você pretende chamar?

- Bom, por enquanto pensei no Jeff, Margot e Peter.

- Sério que você vai chamar o Peter? Não estou muito legal com ele.

- Nossa, mas o que houve?

- Há dois dias ele me chamou para um evento e me deixou sozinha com uma galera que conheci no dia para ficar com uma garota. Fiquei meio chateada com isso. Fora as outras mancadas que ele cometeu que me deixou pensativa.

- Hum, não sabia que estava brigada com ele dessa forma. Mas não entendo o porquê ele te trocou. Foi injusto ele ter te chamado e depois te trocar por uma garota.

- Então vamos apenas, você, o Jeff, a Margot e eu?

- Tudo bem. Vou falar com o restante sobre o restaurante. Beijos.

- Beijos”

Depois de uns dias, chegou o dia marcado para o restaurante. Minha boca até enchia d’agua só de lembrar. Me arrumei e combinei com o pessoal de nos encontrar em uma estação ás 15hrs. Chegando lá, Margot e Jeff estranharam o fato de Peter não estar e questionaram a mim o porquê. Depois de eu ter explicado o ocorrido, Margot e Jeff entreolharam-se, deram um riso baixo e mudaram de assunto. Caminhamos até o restaurante onde havia uma mesa reservada. Fizemos o nosso pedido. Depois de quase 20 minutos, o cheiro pairava o ar, aqueles bolinhos de camarão estavam me fazendo alucinar. Bendito seja o cozinheiro! Estavam uma delícia. Pedimos bebidas e fechamos a conta. Ficamos na mesa conversando e bebendo, quando percebo que a Margot olhou para o lado e deu uma risada baixa de novo, quando olho na mesma direção quem estava vindo? Peter. Meu sangue ferveu na hora. O momento de risos para mim havia acabado naquele momento. Ele chegou, cumprimentou todos da mesa, olhou para mim e disse: “podemos conversar em particular? ” Sem pensar duas vezes disse não. Clara me cutucou e falou baixinho: “dá a chance dele se explicar! ” Olhei para ela, respirei fundo e me levantei. Fomos para fora. Me encostei em um poste, cruzei os braços e o encarei, quando ele começou:

- Eu sei que o que eu fiz foi um erro. Um erro muito grande. Desculpa por aquele dia, juro que não tive a intensão de te deixar sozinha.

- Desculpas? Só por aquele dia? Você acha que é simples assim, pedir desculpas e está tudo resolvido? E a minha cara fica onde? No chão né?

- Não é bem assim. Não foi algo tão grave assim, não precisava ficar dessa forma.

- Então se não era preciso, porque veio se desculpar? Aliás, esquece de mim! Você tem seus amigos e será melhor para mim. Me poupa de fadigas.

- Oi? Mas você...

Nesse momento dei as costas e resolvi deixar o restaurante. Poucos passos depois ele pegou e me puxou pelo antebraço, me virou e disse:

- Porque você quer fazer isso?

A única coisa que consegui fazer foi lançar um olhar desapontado e relutar para ele me soltar. Enquanto tudo isso acontecia, a galera que estava no restaurante saiu e ficou espionando tudo. Depois que consegui livrar meu antebraço olhei nos olhos dele com os meus cheios de lágrimas e disse:

-  . Me esquece.

Dei as costas e fui embora. Estava tão brava que nem lembrei do pessoal. Peter ficou para trás me olhando partir sem saber o que fazer. Pouco tempo depois a galera chegou aonde ele estava, as únicas coisas que ele disse foi:

- Não imaginei que tudo isso chegaria a esse ponto.

- Ela é muito intensa. Quando ela estiver melhor tenho certeza que isso muda. – Disse Jeff.

- Eu acho que não.

Peter voltou ao restaurante, comprou uma bebida e seguiu com a galera para casa.