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História In the Blood - Correntes Milenares


Escrita por: Firgun

Notas do Autor


Oi gente! Estou surpresa com minha pontualidade, mas né.UAHSHSUAHSUAHSAU'

VOCÊS VIRAM ESSA CAPA MARAVILHOSA? EU ESTOU BABANDO NELA DESDE QUE EU RECEBI.

Todos os créditos por esse maravilhoso trabalho vão para a maravilhosa designer Lvivis do site Animes Design. Eu amei demais! (Babem nela também)


Então meu povo, temos nome novo, sinopse nova, capa nova. Tudo novo! (Talvez isso tenha dado uma renovada na minha pontualidade HSUAHSUAHSAUH')

Nesse capítulo eu entrego muito da história e o quanto o nome da Lucy deveria ser confusão; hsauhsaushaushaush'
Obrigada por todos os comentários de apoio e os favoritos, vocês são maravilhosos!

Tô incluindo um outro núcleo sobrenatural na fanfic. Espero que gostem!
Bom, fiquem com esse capítulo gigante e lindo narrado todinho pelo Natsu! <3 (Pra vocês tentarem entender esse maravilhoso <3)

Capítulo 13 - Correntes Milenares


Fanfic / Fanfiction In the Blood - Correntes Milenares

"And all along I believed I would find you (O tempo todo eu acreditei que te encontraria)

Time has brought your heart to me (O tempo trouxe o seu coração para mim)

I have loved you for a thousand years (Eu te amei por mil anos)

I'll love you for a thousand more (Eu te amarei por mais mil)

— A Thousand Years (Christina Perri)"

 

 

 

XIII — Correntes Milenares

 

 

Natsu – meses atrás

Olhei para aquele verme pela vigésima vez. Havia desistido de tentar implorar ou rosnar. Meus músculos estavam cansados. Ao fundo eu escutava seus gritos. Era impossível não me encolher.

Permaneça firma Jenny.

“Natsu, eu não consigo nos manter por mais tempo com magia tantos dias sem comida.”

Encarei o prato em minha frente. O cheiro daquela porcaria era acônito puro. Eu sabia o que eles queriam. Queriam me testar, ver até onde meu corpo aguentava esse veneno maldito.

Respirei fundo.

— Meu filho, ceda para nós. Queremos ver sua capacidade de transformação. Se você conseguir se transformar, prometo que sua mulher não sofrerá tanto. — Se possível, meus olhos fuzilariam aquele canalha.

Rosnei alto para ele sentindo meus dentes alongarem. Apesar de sua expressão impassível, bem no fundo de seus olhos enxerguei certo pavor.

— Já que você não está querendo colaborar, terei que tomar medidas drásticas. — Vi seu jaleco sumindo na escuridão e permaneci imóvel quando vários guardas abriram a cela e prenderam meus pulsos numa espécie de maquinário que me deixava completamente exposto e de frente para uma maca.

Vi o médico retornando puxando Jenny pelo pulso. Meus olhos se atentaram á cada hematoma, seus dois olhos estavam inchados. A imensidão azul me encarou e eu senti uma parte da minha alma se estilhaçando. Forcei meus pulsos para baixo, mas senti um choque que fez com que meus sentidos se anuviassem.

— Caro Natsu... — Ele jogou o frágil corpo de Jenny sobre a maca. Cerrei os dentes. — Já que não contribui, serei forçado á tomar certas atitudes.

Observei um guarda chegar perto e amarrar as mãos de Jenny em cima da cama.

Seu rosto estava virado em minha direção, e encarando bem no fundo de meus olhos, eu senti outra parte quebrando. Meus olhos arderam e eu vi seus lábios dizendo para mim: “Seja forte”

Eu vi seu sorriso se abrindo. Um sorriso que me dizia muitas coisas. Senti meu peito entoando um rosnado.

Um choque tomou conta de meu corpo novamente e minha mente se perdeu. Quando recobrei novamente os sentidos, olhei para o chão e eu via a cabeça de Jenny muito distante de seu corpo. Minha respiração pesou.

O que restou da minha alma partiu nesse instante. Meu sangue se espalhou tão rápido de meu corpo que eu enxerguei vermelho. Nesse momento o lobo em minha mente rosnou alto, tão alto que perdi os sentidos.

(...)

Abri os olhos rapidamente notando que estava deitado em uma pilha de corpos. Minha garganta soltou um som engasgado quando me arrastei para perto do corpo inerte de Jenny. Senti lágrimas grossas em meus olhos. Um soluço me escapou e um uivo de dor deixou meus lábios.

Ela estava... Morta.

(...)

Sentei de supetão na cama vendo o sol alto na janela. O relógio na cabeceira marcava oito da manhã. Afastei os lençóis de modo brusco.

Toda noite eu sonho com esses malditos. Eu quase consigo sentir o cheiro do sangue de todos em minhas mãos, o modo como a raiva tomou conta de todos os meus músculos. Minha mandíbula dói e eu sinto meus dentes se alongarem, só de pensar sinto ódio, um profundo sentimento de vingança e rancor que parece ser inerente á minha alma, familiar.

Saio pela porta observando todos em suas atividades rotineiras. Erza está jogada no sofá passando por todos os canais, Wendy tricotava algo sentada no chão.

— Olhe Natsu, tricotei um cachecol dessa vez. — Sua voz empolgada quase me fez sorrir.

— Você está ficando boa nisso, baixinha. — Seu sorriso se tornou amplo. Eu tinha que me forçar toda vez para lembrar que ela era apenas uma criança, logo, era a única ali que não era alvo de meu mau humor constante. — Onde está Jellal?

A expressão entediada de Erza não mudou e ela nem se que olhou em minha direção. Senti uma pontada de raiva quando ela moveu a mão em direção ao controle lentamente. Senti meu maxilar ranger.

— Ah! Falou comigo? — Bufei e vi seu sorriso abrir. — Desculpe. Mal ouvi você.

“Desrespeitosa”

Controlei a raiva crescente que senti e a vontade que meu lobo tinha de se manifestar.

— Ele saiu para caçar pela madrugada. Deve voltar em pouco tempo. — Anui positivamente e fui em direção a porta. — E você, onde vai?

— Ah, desculpe. Não sabia que isso era da sua conta. — Um sorriso sádico tomou conta de seu rosto enquanto ela punha a mão sobre o coração.

— Nossa, feriu meus sentimentos, maninho. — Estreitei meus olhos em sua direção. Era uma briga infantil, mas éramos irmãos; necessariamente éramos infantis.

— Não sabia que era tão fácil tirar você de seu eixo, moranguinho. — Ouvi um rosnado vindo de seu peito e, pela primeira vez no dia, sorri.

[...]

Estava tudo calmo, calmo até demais. As ruas vazias me remetiam á solidão, escutei o canto dos pássaros ao longe e conseguia sentir o cheiro de natureza impregnado em cada canto dessa cidade, até mesmo nos poros das pessoas.

Estava farejando, quando senti como se tivessem me dado um murro. Algo tomou conta de meus sentidos. Um cheiro que não me era familiar e era forte, forte demais para uma pessoa comum.

Cheirava á algo quente. Como madeira e verão, me envolveu e penetrou completamente minha alma, estranhamente familiar. Não era cheiro de um ser humano. Na verdade, não se parecia nem com cheiro de um sobrenatural.

Como se eu estivesse sendo atraído por esse cheiro, cheguei até uma pequena casa. O cheiro contaminava tudo em volta, como um domo. Tentei farejar mais forte. Era como um desafio aos meus sentidos.

Sem ouvir nenhum barulho de dentro da casa, fui para a parte de trás e girei a maçaneta da porta que estava surpreendentemente aberta.

“Fácil”

A casa era pequena e estava praticamente sem móveis. Segui até onde o cheiro era mais forte e cheguei num quarto surpreendentemente grande para o porte da casa. O cheiro estranho vinha todo dali. Não existiam muitos móveis, nem quadros. Era vazio.

Acho que são moradores novos. Olhei em cima da cama e tinha um sutiã ali. Ou moradoras. Quando respirei profundamente fui atraído pelo banheiro, como se o cheiro fosse mais fraco ali, então senti meu peito vibrar num som que não ouvia fazia tempos.

“Jenny.”

Freei bruscamente olhando em choque para o banheiro, o cheiro fraco e quase inexistente estava ali. Cheiro de baunilha misturado com um cheiro de brisa do mar inconfundível. Era exatamente o mesmo cheiro de Jenny.

Devo ter ficado muitos minutos parado no mesmo lugar, pois notei que o sol estava praticamente se pondo.

Não é possível. Não. Não.

Entrei num looping de negação, nem senti meus pés de movendo na direção da porta. Ouvi um barulho de passos na varanda e notei que não era o mesmo cheiro da mulher daquele quarto. Era um cheiro doce, mentolado, quase me fazia sentir enjoado.

“Como o cheiro de Sting”

Anui em concordância. Era exatamente o cheiro doce que vinha de Sting. Corri até a porta de trás e fechei silenciosamente.

Deixei meu Lobo tomar conta e corri pela floresta atrás da casa. Não pode ser.

[...]

Não sabia que horas eram, devia passar das onze da noite quando cheguei próximo a minha casa. Mesmo correndo por horas, minha cabeça girava. Não sabia como me sentir, meu lado instintivo me dominava e me guiava. Eu só quero entender o propósito disso tudo.

Antes de me transformar, senti um cheiro tomar conta de meus sentidos de novo. O mesmo. Exatamente o mesmo. Em meus olhos, era como se o vermelho tomasse conta e eu fiquei praticamente cego enquanto olhava na direção da porta da minha casa. Um ponto branco se sobressaiu, o cheiro de Jenny ficou mais alto.

Era um jaleco. Eles vão matá-la de novo.

“Proteja-a.”

Senti o corpo enorme do lobo se mover numa rapidez absurda, derrubando o verme que matou Jenny.

Escutei um grito feminino e senti minhas presas salivando.

“Vamos vingá-la”

Num flash eu consegui ver claramente á minha frente. Não era aquele asqueroso. Era uma mulher, era ela quem cheirava esquisito.

Um rosnado entoava do meu peito. Seu rosto não era o Jenny, mas algo em sua feição me remetia muito ao rosto ela.

A voz de Erza se sobressaiu aos sons que saiam de mim.

— NATSU! PARA. — Virei a cabeça lentamente na direção dela. Não raciocinava direito. Só rosnava. E rosnei em sua direção. — ELA SALVOU A VIDA DO JELLAL!

A parte consciente da minha mente ouviu atentamente. Mas não era eu quem estava no controle quando o corpo enorme do lobo se virou na direção dela e senti meus músculos pesados e era como se eu crescesse. Observei Erza tremer e me encarar.

“Como ela ousa trazer um médico aqui?”

E a sensação de poder aumentou fazendo com a maluca soltasse uma expressão debochada.

— Natsu. Jellal levou oito tiros! OITO! Eu não sabia á quem recorrer, ela foi uma das minhas últimas opções. Ela não é cientista, é veterinária! Ela não veio fazer mal. — Eu consegui tomar controle no mesmo instante.

Meus olhos se viraram na direção da mulher deitada no chão. Eu sentia tantas coisas que doía. Fazia tempos que não me sentia tão afetado por uma pessoa. Não era comum meu lobo sair tanto do controle. O que diabos tá acontecendo comigo?

Ouvi um suspiro vindo de Erza.

— Eu vou ter um belo trabalho para explicar isso para ela. — Erza se moveu na direção dela e eu me surpreendi quando um alto rosnado foi liberado por mim.

“Minha.”

Esse pensamento ecoou pela minha mente e eu parei em choque. O que?

— Pelo amor de Deus, dá para se transformar logo? — Consegui me controlar e forçar o lobo dentro de mim para que tomasse conta de meu próprio corpo.

— Você é louca por trazer uma médica, Erza? Ou só estava cheirada mesmo? — Encarei a mulher deitada a minha frente. O cheiro salgado misturado com baunilha fazia meu nariz coçar. Então eu notei um ponto diferente, algo agradável que fez com que meu braço inteiro se arrepiasse, era um cheiro de molhado, como névoa. Me lembrava a noite, me lembrava Selene.

Meu lobo entoou um rosnado em minha mente enquanto eu chegava nessa constatação. Nunca havia sentido o cheiro da Deusa em ninguém e nela parecia estar disfarçado ao máximo, se eu não tivesse tão perto, não seria capaz de sentir.

— Da próxima vez que tentar me contaminar com sua testosterona nojenta, eu vou enfiar sua cabeça em uma árvore. Você sabe muito bem que sua masculinidade não me afeta. — De repente eu senti toda a irritação novamente e, se possível, quase espumei em sua direção.

“Quem ela pensa que é?”

— Se acalme ai. Essa casa também é minha! Trago quem eu quiser para cá, você queria que eu deixasse meu marido morrer? — Encarei bem no fundo dos olhos de minha irmã. Ela se sentiu ferida e uma pontada de culpa me atravessou. Eu faria qualquer coisa para salvar sua felicidade.

“Até a morte.”

Confirmei com a voz autoritária em minha mente. Absolutamente qualquer coisa.

Vi seus olhos saírem de mim e se encaminharem para a garota deitada pacificamente no chão.

— O que diabos essa garota tem? — Vi quando os braços de Erza ergueram a menina do chão. Seus cabelos escorreram, o tom do loiro era quase brilhante. Isso era diferente de Jenny também.

Não são a mesma pessoa. Não.

Repeti isso mil vezes em meus pensamentos antes de ouvir Erza me cortar.

— Não faço ideia. — Olhei para onde Erza olhavam, ela encarava a menina e um estranho objeto em seu pescoço. Analisei melhor aquilo. Não se parecia com nada que eu havia visto em toda minha existência. — É que eu quero descobrir.

Observei o corpo de Erza de movimentando até dentro de casa enquanto me abandonava num conflito interno.

Eu não sei o que sentir. É uma confusão. Jenny foi alguém que marcou intensamente minha vida. Não éramos companheiros de alma, nem de longe, mas ela me trazia paz. Alguns poucos lobos tem a benção de encontrar seus parceiros de alma, aquele que te transborda, te completa; aquela alma que você procura durante toda vida. E eu estava satisfeito com minha amada esposa.

Acreditei por muitos anos que ficaríamos juntos, até que, num passe de mágica, fomos atacados e ela fora arrancada de mim.

Jenny parecia em paz com a morte naquele dia, como se o fim chegasse para anuviar todos os sofrimentos. Eu não sofri nem um por cento do que ela passou na mão daqueles monstros. Não gosto nem de pensar pois faz meu peito doer e minha cabeça pesar. Eu fui insuficiente.

“Deveríamos tê-la protegido.”

Eu falhei. Falhamos. E agora estou aqui, sem paz. Sem volta e com a alma em pedaços.

“Merecemos a dor.”

Merecemos o sofrimento.

[...]

Alternava meu olhar pela janela e o corpo da menina que repousava calmamente na cama. Estreitei meus olhos para a janela, a noite estava mais escura que o normal e eu estava atento á todo e qualquer barulho que ameaçasse aparecer. Qualquer movimento estranho atraía minha visão.

— Erza, quem diabos é ela? — Laxus perguntou enquanto farejava o ar. Todos pareciam confusos. Até mesmo eu estava. Tinha algo nela que me era estranhamente familiar.

Ouvi mais algumas conversas por parte de minha matilha, mas eu verdadeiramente não prestava atenção, estava completamente focado em observar a janela e a garota.

Meus braços se cruzaram em meu próprio peito. Escutei seus murmúrios antes mesmo de seus olhos abrirem. Senti os pelos de minha nuca se arrepiando com o som de sua voz.

Era como se eu sentisse um reconhecimento que não cabia em meu peito. Olhei confuso na direção da garota. Nunca tinha a visto. Me lembraria caso isso tivesse ocorrido. De onde nos conhecíamos?

Quando seus olhos abriram, foi como se tivesse acionado um botão, pois seu grito fez com que até mesmo meu estômago tremesse. Tive que conter o lobo dentro de mim que forçou sair para cuidar do perigo.

“Proteja-a, Natsu”

Eu não a conheço.

“Ela é nossa.”

Meus olhos se estreitaram para a garota deitada na cama. Ela despertava algo em meu lobo que não era natural. E eu nunca trairia a memória de Jenny, ela não merece isso.

Não sei se meu lobo agia dessa forma por achar que ela seria parte da matilha, ou se tinha algo realmente muito estranho com ela.

Mas Jenny não merecia. Sua memória deveria ser respeitada.

[...]

Atualmente

— Meu filho, você é muito bom com ela. — Encarei a senhora em minha frente. A avó de Lucy havia me chamado para conversar. — Fico muito feliz por minha florzinha ter achado alguém tão capaz de protegê-la.

Á todo custo.”

— Faria de tudo por ela, Mavis. — Os olhos verdes brilharam. — Ela me trouxe vida de novo. Passei muitos anos da minha vida me lamentando por algo que aconteceu fazem anos. No início, eu neguei, tentei espantá-la. Mas não consegui. Acho que era para acontecer.

Mavis pareceu se lembrar de algo, pois seus lábios de crisparam e vi lágrimas transbordarem em seus olhos.

— Lucy sempre mereceu alguém que a amasse profundamente. Ela estava perdida, desde a morte de meus filhos, tenho certeza que não era isso que Jude e Layla queriam para ela. Eles queriam que ela fosse feliz. — Seu sorriso se tornou amplo e vi algumas lágrimas escorrendo de seus olhos.

— Por que está chorando? — Ela anuiu negativamente.

— É muito bonito ver esse amor todo de novo, achei que depois de Layla e Jude nunca mais ia ver essa devoção que vocês têm um pelo o outro. Acho que era exatamente disso que a Lucy precisava, por isso... — Ela contornou o balcão e segurou minhas mãos. — Muito obrigada.

Quando abri minha boca para respondê-la, escutei seu grito. Era um grito de pura agonia. Isso acionou um botão em meu cérebro que fez com que eu corresse na direção do quarto. Largando os biscoitos em cima do balcão.

Quando cheguei no quarto, Lucy estava encolhida como numa bola. Seu choro era como um sopro e eu corri em sua direção.

— Lucy? Sente dor? — Seus olhos castanhos marejados se viraram em minha direção. Passei minha mão por seu cabelo.

— Tinha... Tinha alguém... Aqui. — Senti meu coração palpitar quando encarei todo o quarto. O cheiro era igual. Á ser um cheiro de... Magia. — Uma... Bruxa.

O choro de Lucy se tornou alto quando escutei todos de minha matilha entrarem no quarto, aos soluços ela explicou o que esse ser asqueroso havia falado para si. Algo sobre dívidas, sobre elos e sobre...

— Dois? — Arregalei os olhos olhando para onde as pequenas mãos de Lucy repousavam.

“Ela não vai resistir á uma gravidez com duas crianças, Natsu.”

A voz de meu lobo revelou todo o meu profundo temor. Senti meus olhos se fechando e eles marejarem, meu couro cabeludo pinicou.

E, de novo, eu não poderia fazer nada para salvá-la.

Eu vou matá-la.

É responsabilidade minha.

Eu encarava Lucy de maneira pasma. Não consegui dizer nada. Eu não conseguia nem ao menos piscar quando, num impulso saí correndo. Erza tentou me segurar pelo braço, mas acho que algo em minha expressão fez seus olhos se arregalarem em choque e ela me soltou.

Natsu. — A voz dela estava tão frágil que eu quase senti meu peito quebrar. — Por favor, por favor. Não vai embora.

Minha cabeça virou de um modo rápido em sua direção. Seus olhos marejados, a forma como seu lábio tremia fazia meu peito fraquejar. Todos observavam quase congelados. Eu não queria quebrar na frente de todo mundo. Eu não posso fazer isso, então, acho que por orgulho, eu simplesmente continuei caminhando até a porta. Eu precisava chorar. Eu precisava gritar. Eu precisava bater em alguma coisa.

Você prometeu. — A voz de Saphira quase me deu um tapa enquanto eu saia rapidamente pela porta. Não aguentei olhar para trás quando eu corri.  Corri para longe.

Eu vou matá-la.

“Nós que colocamos aquilo dentro dela.”

E algum momento da caminhada senti meu rosto ficar quente, lágrimas escorriam. Soluços saiam de meu peito, passei como um rojão pela sala. Sentia minha garganta fechando, eu não conseguia respirar.

Eu estava entrando em pânico. Minha visão escureceu momentaneamente enquanto olhava ao redor.

— Está tudo bem, criança? — Vi o avô de Lucy vindo em minha direção. Ele colocou a mão em meu ombro. — Calma.

— São dois. — Eu soltei palavras incoerentes. Ele pareceu entender quando eu murmurei “Lucy”.

— Minha neta está esperando dois bebês, é isso? — Anui positivamente. Nem havia notado que ele me guiava até uma espécie de celeiro gigantesco.

O cheiro de álcool emanava de todos os cantos. Supus que era onde ele fabricava as bebidas dele.

— Aqui foi o local onde comecei, tenho apego demais á esse lugar para simplesmente desativar. É muito bonito, não acha? — Já dentro do local, vi vários tonéis de fermentação e estava incrivelmente agradável ali. Eu consegui me acalmar um pouco enquanto observava o movimento ritmado dos misturadores. — Melhor?

— Sim. — Minha voz saiu rasgada e eu sentia as lágrimas grossas em meu rosto ainda.

— O que lhe traz tanto pânico? — Não conseguia falar. O lobo em minha mente entrou num looping tão grande de culpa que eu apenas sentia o mesmo que ele. — Você acha mesmo que ela vai morrer, não é?

A posição dele estava engraçada, era como se ele me avaliasse. Seus braços estavam atrás das costas. Seus olhos vermelhos estreitaram em minha direção.

Anui positivamente enquanto ele observava algo atrás de mim.

— Olha filho, não sei pelo o que você passou. E eu sinto muito, de verdade. — Um braço veio parar em meu ombro enquanto ele se encaminhava para a saída. — Mas minha neta não tem culpa de nada pelo o que você passou. E você pode achar que é sua culpa. — Olhei surpreso em sua direção. — Mas de forma alguma é. Se você quer continuar nesse looping de autopiedade, não lhe culpo. Algumas coisas são pesadas demais para convivermos. Mas ninguém aqui, nem eu ou minha esposa e tenho certeza que ninguém da sua matilha lhe culpa por nada muito menos...

— Eu. — Zeref já estava ao lado dela. Deu um beijo em sua cabeça e saiu. Fiquei encarando sua figura como um bobão. Ela tinha as mãos envolta da barriga e me encarava de uma forma calma. — Achei que tínhamos passado da fase de entrar em pânico com o futuro, Natsu.

— Eu não quero perder você. — As sobrancelhas claras de Lucy vincaram e seu olhar se estreitou em minha direção.

— E a sua lógica para evitar isso foi... Me deixando sozinha? — Ela soltou uma risada. — O que eu disse ontem, está valendo Natsu. Eu não vou a lugar algum e não quero que você se culpe por qualquer coisa que venha á acontecer comigo. Mas eu espero, do fundo do meu coração, que você me apoie incondicionalmente da mesma forma como apoio você.

A forma como sua voz soou ofendida e como sua boca começou á tremer, fez com que eu me movesse em sua direção.

— Ei, ei! Me desculpe. Sério. — Movi meus braços em torno dela e seus dedos acariciaram minhas costas enquanto ela murmurava contra meu peito.

— Nunca mais faça isso. — Anui positivamente enquanto beijava o topo de sua cabeça.

— Se eu te perder eu não sei o que faria. Eu perderia meu ar Lucy. Eu não conseguiria sobreviver.

— Só fique comigo. Nada disso é culpa sua. Eu não sou a Jenny, Natsu... Você não precisa me proteger incondicionalmente, eu consigo me proteger até certo ponto. Eu só preciso de apoio e da sua parceria. — Pisquei de modo pesado enquanto apertava seu frágil corpo contra o meu.

— Eu não vou deixar que nada aconteça com você.

[...]

Observei o grande espaço verde e ensolarado. O sol era algo que não se fazia presente no lugar onde nós moramos, logo, era muito bom sentir um pouco de vitamina D.

Wendy corria atrás de Gajeel enquanto ambos corriam de Asuka. Lucy deitada na grama, apoiava a cabeça em minhas pernas. Seus olhos estavam fechados, mas eu sabia que não estava dormindo pois, vez ou outra, ouvia alguns de seus pensamentos, principalmente suas conversas com Saphira.

Eu mesmo não conseguia me concentrar em nada específico. Só observava como minha matilha era descomplicada. Passei a mão pelo cabelo de Lucy vendo seus grandes olhos castanhos me observando.

— Eu conheço aquela mulher. — Minha cabeça inclinou para a direita observando sua expressão confusa. — Eu a vi no meu colégio uma vez. — Seus olhos pareceram estreitar para o nada por um segundo quando num estalo ela se sentou. — É claro! Ela sempre esteve conosco. Minha Deusa, como não me lembrei da expressão dela. — Lucy se levantou como um rojão e foi até uma pequena mesinha onde sua avó estava sentada. — Aquela mulher que eu falava quando era criança!  — Mavis olhou assustada em sua direção. — A senhora lembra? Eu não me lembro qual era o nome que eu dei pra ela, mas ela me visitava nos meus sonhos... Ela me ajudou quando... — Sua voz foi morrendo aos poucos e eu já conhecia Lucy o suficiente para saber que ela se referia aos pais. Passei minhas mãos em suas costas.

— Mas ela chegou á se comunicar com você quando você era pequena? — Mavis ainda estava petrificada olhando para Lucy de maneira assustada. Estava tão entretido em minha mulher que nem ao menos me dei o trabalho de me importar com o quão chocada ela parecia.

— Algumas vezes. Ela me passava palavras de conforto, mas eu sempre me sentia muito bem com ela. Ela me ajudou á seguir em frente. Não lembro ao certo como, só sei que ajudou. — Seus olhos saíram de mim e foram para avó. — Qual era o nome dela, vovó? A senhora lembra?

— Você a chamava de Flor. — Num estalo Lucy pareceu lembrar e abriu um sorriso.

Flor...  Eu queria me lembrar o que ela falava pra mim. — Ficou perdida nos pensamentos por bastante tempo. Era engraçada a forma como Lucy se comunicava com Saphira; com conversas mentais. Para a maioria de nós isso não era comum, éramos um só. Nossos lobos não se manifestavam com frequência. Eles, num geral, concordam na grande parte das vezes.

— Você não se lembra de nenhuma parte? — Sua cabeça anuiu que não. Estávamos entretidos nessa conversa e nem notamos quando um carro se aproximava dos portões. Era um carro mil vezes mais chamativo que o que Lucy tinha e de dentro dele saiu seu avô junto com uma mulher que fedia á uma magia antiga.

“Bruxa”

— Você pediu, aqui está. Essa é Canna. — A mulher abriu um sorriso cheio de dentes para Lucy e meu lobo rosnou em minha cabeça.

Bruxas eram conhecidas por não terem preferências na hora de escolher um parceiro. Podendo variar entre gêneros, idade e tudo mais.

Controlei ao máximo o que estava dentro de mim. Posso ter nascido numa época completamente diferente, mas sei que Lucy não gostaria de uma atitude possessiva na frente de todos. E eu confio nela.

Sem toques

Como se tivesse ouvido tudo que se passava em minha mente, Lucy sorriu em minha direção e acariciou minhas mãos.

Eu confio nela.

Repeti isso na minha cabeça enquanto observava a mulher se aproximando. Estreitei os olhos em sua direção controlando o lobo. Eu só precisava me segurar. Lucy merece meu respeito.

— Muito prazer em conhecer você, Piuthar. — Como se esperasse que Lucy respondesse, a bruxa ficou olhando incisivamente para ela.

Lucy levantou as sobrancelhas e inclinou a cabeça para o lado.

— O que isso significa? — A mulher gargalhou, uma risada grotesca que fez meu lobo rosnar e ela me observar.

— Fique quieto, lobinho. Eu conheço essa alma á mais tempo do que você é nascido! — Rosnei alto em sua direção, não consegui me segurar.

“Degolar.”

Me controlei ao máximo quando ouvi a voz de Lucy por cima do zunido de minha cabeça.

— Como assim me conhece? — Como se apertasse um botão, ela voltou á sorrir para Lucy.

— Vamos entrar para tomar um chá. — Mavis se levantou e atrelou seu braço no de Canna.

— Por que isso fica cada vez mais estranho? — Beijei a têmpora de Lucy enquanto guiava-a para dentro da casa.

— Vai ver é porque você é imã de confusão. — Ela sorriu zombeteira em minha direção.

— Você é uma delas, você sabe não é? — Anui negativamente.

— Eu sou um total livro aberto. — Sua gargalhada quase me fez brilhar.

— Você? Natsu? Estamos falando da mesma pessoa?

— Eu sou transparente com você.

— Só se for depois que eu consegui entender que de trás daquela pose toda de assassino, você se importava. Sou uma guerreira de não ter fugido daquela cidade na primeira noite que nos conhecemos. — Nem eu sei como ela havia permanecido naquela casa.

— Desculpe por isso, de novo. — Ela me olhou com as sobrancelhas levantadas.

— Você está bem? Se sente com febre? — Sua mão veio teatralmente para minha testa. Revirei os olhos.

— Estou. Só estou tentando parecer mais legal. — Lucy levantou os ombros.

Talvez devesse te dar um biscoito. — Olhei dentro de seus olhos, agora azuis, e senti ela me chamar. E como num trovão, meu lobo apareceu e apertou a base de sua coluna.

Talvez você devesse me dar várias outras coisas. — Sussurrei colado á seu ouvido tentando ao máximo não me fazer perceptível ás pessoas que estavam á muitos metros de nós.

Vi os pelos de sua nuca se arrepiarem nesse mesmo instante.

Espere e verá. — Rosnei e senti ela escapar de meu apertão acelerando o passo até o lado de sua avó. Tive que me controlar para não a colocar em meus ombros e carregar até o quarto.

“Ninguém notaria.”

Ela ainda vai me matar.

[...]

— Conclave. Esse é o nome. — Canna tomava calmamente sua xícara de chá. — Eu havia desistido de caçar sua alma, Piuthar. Mas ela nunca desistiu. Eu devo ser mais velha que todos vocês juntos. Começamos toda essa coisa de bruxaria, como você pode ver, somos bem antigas. Talvez alguns dos nossos tenha dado início aos lobisomens, mas isso é desconhecido para mim. — Mais um gole de chá. — Ela te caçava, todas as vidas. Cada linha temporal. Ela te conectava de novo ao sobrenatural e você morria de alguma forma.

— Então... Eu era uma bruxa? — Canna anuiu positivamente para Lucy.

— Ela deve ter sentido que eu chegava, por isso apareceu. Sempre deixando o trabalho das explicações para mim, desgraçada. — Apesar do xingamento, havia um carinho estranho em sua voz. — Anna, era seu nome original. Você está tão diferente. Mas sua alma, seu cheiro. Continua exatamente igual.

— Como... Como... Eu morri? — Canna virou os olhos raivosos em minha direção.

— Você se apaixonou por um homem que era muito influente naquela época. Bruxaria era uma coisa não sagrada, algo que contradizia todas regras naturais da vida. — Ela riu de modo amargo. — Como se explicar que o homem nasceu do barro e a mulher da costela dele, fosse algo muito plausível. — Ela se acomodou no sofá. — Só que esse homem tinha pais ainda mais influentes e, de alguma forma, eles descobriram sobre nosso conclave e colocaram tufo abaixo. Seu nobre cavaleiro a tentou salvar da morte por envenenamento, mas o máximo que ele conseguiu foi te arrastar pela casa e ficar exatamente em cima de nosso círculo de invocação. Algo deu errado, ele chorava em cima de seu corpo, alguém ouviu e respondeu. Algo muito forte que fez como que sua alma se selasse á desse homem. Ele se casou novamente, enquanto sua alma reencarnava alguns anos depois, para ser mais exata, nove anos depois. — Ela suspirou calmamente.

— Então eu fui amaldiçoada de alguma forma? — Canna ponderou um pouco e assentiu.

— Você ficou ligada á essa alma pois vocês eram almas complementares. Só que por algum motivo, vocês se desencontravam, ora por idade ora por localidade. Anna foi a primeira, depois Ofélia, Kara, Riley... Foram muitos nomes. Não me lembro de todos.

— Então Lucy é ligada á uma outra alma? — Erza parecia verdadeiramente intrigada enquanto olhava para mim e depois para a bruxa.

— De alguma forma, talvez falando com a Deusa de vocês, ou... Abdicando de muitas coisas das quais nem sei dizer, ela fez com que a linha do tempo de vocês batesse. — Canna sorriu amargamente. — Eu sinceramente tentei dissuadi-la de que a melhor coisa á se fazer era tentar desvincular as almas e deixar o ciclo da vida funcionar antes daquele imbecil ter amaldiçoado uma de minhas piuthans. Mas ela não se convenceu, até porque é difícil desfazer um elo que dura milênios e que foi reforçado por um pacto.

— E quem é? — Canna pareceu não entender a pergunta de Lisanna, pois encarou-a bem profundamente. — A alma complementar.

— Ah, Lucy está segurando a mão dele nesse momento. — As sobrancelhas de Canna se juntaram. — Aliais, eu sinto muito pela mulher antes dela. — Sua voz ficou verdadeiramente séria enquanto seus olhos roxos me encaravam profundamente. — Era parte do destino que ela morresse. Tentei ao máximo diminuir seu sofrimento antes da morte, ela morreu em paz. — Agora entendi a calma que Jenny me passava naquele dia, ela realmente já não sentia dor, ela estava enfeitiçada para isso.

Eu estava tentando me controlar para não explodir.

— Então o destino dela era morrer? — Não pretendia soar tão agressivo, mas fazer o que. Lucy se encolheu um pouco diante de minha voz e pus sua mão debaixo da minha. Ela pareceu relaxar visivelmente.

— De certa forma... Sim. Ela cuidou de você e morreu em paz com isso. — Sua voz transparecia um verdadeiro pesar.

— Tudo bem, mas... O que isso tem relação com Selene e todo o problema com os lobos? — Canna apenas levantou os ombros.

— Não faço ideia. Consigo prever o futuro de todos. Menos o de vocês dois e tudo que gira em torno de vocês. Todas as outras encarnações eu conseguia, só que essa é... Um grande vazio. As cartas não me mostram nada. — Canna bebeu mais um pouco de chá. — São dois problemas separados que, de certa forma, se uniram. Eu não tenho contato com ela fazem eras. Acompanho tudo de camarote, mas sem contato direto, não sei nada dos planos dela, nem o que ela fez para quebrar os nove anos e fazer com que a alma de vocês se encontrasse. Não sei o que resultará disso, isso você tem que perguntar diretamente para ela.

— E quem é ela afinal? — Canna sorriu.

— Ela é nossa irmã. Uma das primordiais. Somos conhecidas como duplas complementares, como elementos. Eu sou terra, minha irmã complementar água está por aí reencarnada. Ela é ar e sua complementar, infelizmente foi amaldiçoada. — Ela sorriu ironicamente para Lucy. — Você é fogo. Sua alma é fogo. — Canna gargalhou. — Muito me admira que sua primeira encarnação tenha morrido por envenenamento, porque se eles tivessem ateado fogo em você, como faziam com todas nós, eles teriam uma surpresa ao ver que fogo nunca lhe afetou.

— Então eu estou no meio de duas confusões que não tem nada a ver comigo? — Canna riu e concordou.

— Você sempre foi a que mais chamou confusões de todas nós. A mais ativa, então... Acho que isso foi um grande incentivo. — Lisanna riu cortando a tensão. Todos pareciam em transe.

— Sabia que ser um chamarisco para problema era algo inerente á sua alma, Lucy. — Até eu ri depois dessa.

— E como eu me livro de todos esses problemas? — Canna sorriu.

— Não faço ideia. Talvez ela tenha as respostas que você quer.

— Ela? Por que você não fala o nome dela? — Erza finalmente se pronunciou. Eu estava completamente perdido nessa conversa de almas e encarnações.

Como pude ser tão burro em outra encarnação e condenar a alma de Lucy?

— Ah, me desculpe. É força do hábito. — Ela piscou. — Para dar certo mistério, eu acho. Seu nome é Levy...

—... MacGarden? — Pela primeira vez na sala Gajeel se pronunciou e isso pareceu surpreender até mesmo Canna que assentiu. Todos nós nos viramos para Gajeel, que tinha os braços cruzados em frente ao peito e exibia uma expressão séria.  Nunca tinha visto-o tão sisudo.

 — Algum problema Gajeel? — Wendy disse encostando em seu braço.

— Com essa mulher? Muitos. — O rosnado que saiu de sua boca me espantou e me fez arquear uma sobrancelha.

Até onde minha alcateia estava envolvida com essa coisa toda de bruxa?

— Como faço para entrar em contato com ela? — Lucy se pronunciou depois de muito tempo. Seu choque era visível em seu rosto.

Eu me sentia impotente. Não havia nada que eu pudesse fazer com relação á isso. Só aceitar e tentar protegê-la á qualquer custo.

— Ela quem deve te procurar. Levy ficou inalcançável depois de muitos anos. Nem eu consigo prever onde ela vai estar. — As mãos bronzeadas dela seguraram a de Lucy próxima ao peito. — Eu sinto muito Lucy. Tentei por umas três encarnações te dar uma vida normal, mas de alguma forma, você sempre caia numa condição deplorável de sofrimento, toda vez; uma morte sofrível e dolorosa. Sua alma se feriu mais vezes do que consigo contar, talvez tenha sido por isso que Levy tentou á todo custo unir vocês dois, ela cansou de ver seu sofrimento e queria que você tivesse alguma felicidade, nem que fosse só um pingo dela.

— Então eu posso morrer á qualquer momento de uma forma dolorosa? — Canna anuiu positivamente. — Nossa, isso fica cada vez mais legal.

— Você deve imaginar o tipo de morte que essa vida te esperava, não é? — Encarei Canna.

Ela seria torturada por gente da própria espécie.

Talvez separada de seu filho e assistir seu amor morrer, assim como todos de sua família. Ver seus irmãos morrendo sem conseguir fazer nada. Tem ideia do quanto ela se feriria?

Era como se sua voz ecoasse em minha mente. Falando só comigo. Franzi as sobrancelhas.

Você, indiretamente, é responsável por isso. Seu antepassado fez isso por puro egoísmo. Não aguentou perdê-la e é sua responsabilidade fazer com que isso não aconteça.

Como?

Isso, você quem tem que saber. Você é o único que consegue salvá-la, você tem algo poderoso dentro de si, tem que liberar isso.

O que é isso? De onde veio?

Isso você quem tem que descobrir Natsu. Não eu, nem ninguém. Só você.

Lucy apertou minha mão. Como se sentisse minha angústia e me encarou. Seus olhos penetraram minha alma.

Eu descobriria nem que para isso, eu precisasse ir até o inferno.

 

Continua


Notas Finais


Então? Surpresos? Eu ainda me admiro em como eu consigo misturar tudo. HSUAHSAUHSUAHSAU' É um dom

Espero sinceramente que tenham gostado, eu me sinto muito feliz por finalmente ter revelado o plot da fanfic. O que será que o Natsu tem que pode salvar a Lucy desse eterno looping de sofrimento? XDXD

Até o próximo gente!

XOXO,
K.


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