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História In the Blood - Laços


Escrita por: Firgun

Notas do Autor


GENTE
Estou surpresa. bati meu recorde. Nunca postei num intervalo tão pequeno. Mas eu tô empolgada. Tão empolgada que nem respondi os comentários do capítulo anterior. Mas vou responder á todos hoje ainda, viu?
Apesar de ser o capítulo mais curto da história, foi o que eu mais me emocionei escrevendo. Espero ter conseguido fazer vocês sentirem como me senti escrevendo!

Obrigada aos novos favoritos e aos comentários! Vocês são demais <3

Eu juro que não quero pisar nos sentimentos de vocês. Mas esse capítulo é narrado pelo Gray! ¬¬
Espero que gostem! Leiam com a mente bemmmmmm aberta á novas possibilidades. Esse é um dos capítulos que eu mais viajei na maionese HSHAUSHAUHSAU'

Boa leitura!

Capítulo 15 - Laços


Fanfic / Fanfiction In the Blood - Laços

If I was dying on my knees (Se eu estivesse morrendo de joelhos)
You would be the one to rescue me (Você seria aquele que me salvaria)
And if you were drowned at sea (E se você estivesse afogado no mar)
I would give you my lungs so you could breathe (Eu lhe daria meus pulmões para que você pudesse respirar)

I've got you brother (Eu estou com você, irmão)

— Brother (Kodaline)

 

 

 

 

XV — Laços

 

 

Gray Fullbuster dia anterior

As gotas de chuva caiam de modo ritmado e quase melancólico na janela. Suspirei olhando para Lucy sentada no sofá. Ela e Natsu discutiam de novo pelo fato dela se encontrar com aquela bruxa novamente.

Olhei para a barriga dela que já começava á ficar saliente e sorri em conforto. Desde que senti o cheiro de um bebê em Lucy, eu me sentia de certa forma, unido á ela. Como uma corrente.

No fundo da minha alma. Eu sentia um elo com ela, como um carinho fraternal que me fazia querer chorar devido á emoção.

O que era estranho; ainda mais pelo fato de que me sentia um pouco vazio desde então. Como se minha alma estivesse dividida.

. Tentei me manter um pouco afastado para entender isso. Era uma coisa mais espiritual. Estranhamente muito familiar.

Via-a cambalear um pouco ao se levantar. Seu estado me preocupava. Os braços estavam tão pálidos. Sua voz estava fraca e mal conseguia se manter de pé. Sei que não era o único á reparar isso, Natsu discutia com ela mas como se falasse com uma bonequinha de porcelana e com a voz branda.

Wendy observava a cena e eu via pesar em seu olhar. Aquela situação era incômoda para todos nós. Todos os dias acompanhávamos Lucy definhando dia após dia sem poder fazer nada. Perdi a conta de quantas vezes ouvia-a vomitar no banheiro e chorar escondida de Natsu.

Até mesmo suas expressões eram estranhas. E o que mais me doía era que eu podia parar isso. Eu conhecia o avô daquela menina. Ele era meu pai.

Sempre senti uma ligação estranha com Lucy. Era diferente a forma como era ligado aos outros da alcateia. Eu sentia exatamente o que ela sentia.

E isso só acontece quando se tem um laço sanguíneo.

Quando ouvi o nome de seu avô soube. Makarov. O imbecil que matou minha mãe bem na minha frente e ainda por cima fez com que eu me transformasse em lobo. Por mais que eu já tivesse sangue mágico, eu não havia desenvolvido tal mágica pois minha mãe havia fugido das garras desse maldito durante anos. Mas ele nos encontrou.

Fecho os olhos e quando os abro vejo que Lucy me encara.

— Tudo bem, Gray? — Anui positivamente e tentei sorrir. Mas acho que isso só resultou numa careta esquisita. — O que você tá pensando?

Ela se sentou ao meu lado como se fosse quebrar. Suspirei e passei o braço por seus ombros.

— Estava pensando no quanto sou bonito. — Ela gargalhou e deu um soquinho em meu braço. — Olha isso aqui.

Revirando os olhos, Lucy negou com a cabeça. Vi Natsu respirando pesado com a cabeça na parede. Ele parecia querer explodir. Estava achando admirável sua capacidade de se acalmar.

Quando Lucy cisma com algo, era difícil tirar isso de sua cabeça e, por mais que não tenha reparado no fim da discussão, sabia que de alguma forma ela havia conseguido pôr um ponto final naquilo e botado sua opinião como um decreto.

— Natsu, você vai ter um ataque cardíaco. — Ele me olhou como se fosse me matar e rosnou.

A loira que estava debaixo do meu braço apenas riu fazendo com que eu tremesse também, sempre achei admirável a forma como ela não tem medo de Natsu. Pois todo mundo da alcateia tem.

— A casa é minha Natsu. Já falei. Dou meu endereço para quem eu bem entender.

Eu não consigo te proteger se você trouxer Deus e o mundo para sua casa.

— Larga a mão de ser exagerado. É só Canna. Ela vai me ajudar. — Os polegares dela se moveram para cima. — Além disso, todos vocês vão estar por perto. Nada de mal vai acontecer, certo? Não é Gray?

Movimentei minhas mãos para cima movendo minha cabeça negativamente.

— Não estou com vontade de morrer, princesa. — E ela riu.

— Viu, baby? O Gray concorda comigo.

— Eu não disse nada! — Os ombros de Lucy se moveram para o alto.

— Quem cala consente. — Agora eu ri alto. Natsu ia me matar assim que tivesse a oportunidade. Vi isso em seus olhos.

Você é meu beta. Você deveria me apoiar.

— Sinto muito, amigo. Mas a Lucy é sua companheira. Logo, devo ouvir os dois. E não vou me pronunciar.

— Simples, Natsu. Viu? — Ela se levantou com dificuldade. — Agora vou tomar um banho e tomar um chá. Você me acompanha Gray?

Anui positivamente e assisti ela deixar a sala. Natsu bateu a cabeça com força na parede e se virou para mim.

— Por que ela é tão difícil? — Levantei do sofá e apoiei a mão em seu ombro.

— Isso porque você não conversa consigo mesmo, amigão.

Saí da sala e fui até a cozinha.

A casa estava vazia como sempre nos últimos dias. Estamos todos preocupados com a segurança de nossa Alfa.

Apesar dela fazer pouco caso disso e nem ter dado atenção ao discurso emocionado que Erza deu sobre em como ela era nossa alfa na noite anterior. Lucy parecia não gostar de toda essa superproteção. Mas mal ela sabia o quanto isso era necessário.

O que era uma pena. Aquilo era importante pra caramba.

Protegeríamos nossa alfa. Natsu nos fez jurar e eu faria mesmo se ele não o tivesse feito. Eu daria minha vida por ela.

Não que isso valesse muita coisa.

Rio da minha piada sem graça quando coloco a chaleira para ferver ouvindo o barulho de seus passos descendo as escadas.

— O que é engraçado?

— O fato de você não se importar de ser nossa alfa junto com Natsu. — Acho que ela não esperava uma resposta nesse calibre, pois deu uma pausa e me encarou cautelosamente.

— Era tão importante assim? — Sacudi a cabeça ponderando.

— Levando em consideração que todos nós daríamos nossa vida pela alfa, acho que sim. — Isso pareceu chamar sua atenção, pois ela colocou sua mão sobre a minha. Era estranha a forma como ela era fria e quente ao mesmo tempo. Sua mão me passava a mesma calmaria que a voz de minha mãe me passava quando eu era pequeno, arqueei as sobrancelhas diante disso. Ela não era minha mãe.

— Eu não suportaria nenhum de vocês morrendo por minha causa, Gray. — Seus olhos castanhos olharam profundamente dentro dos meus. — Jure para mim.

— O que? — Perguntei tentando pegar a chaleira do fogão sem soltar sua mão.

— Que você não vai fazer nenhuma coisa estúpida por minha causa. Como morrer. — Crispei os lábios. Não podia jurar algo assim. — Promete, Gray. Eu não suportaria perder uma outra pessoa especial para mim. Você é meu irmão.

Sorri com isso.

— Somos irmãos? — Ela soltou minha mão como se tivesse se esquecido da pergunta.

— Óbvio Gray. Meu irmão de alcateia. Vocês são minha família. — Observei-a descer da bancada. Ela realmente não fazia ideia de nosso parentesco. E não queria lembrá-la do quanto o sangue daquele velho era asqueroso e corria em nossas veias.

— Você sabe que eu vou cuidar de você da melhor forma que eu conseguir não é? — Sua cabeça se inclinou quando ela me encarou.

— Por que você tá com esse papo sentimental? Vai se matar ou algo assim? — Ela se virou para pegar na chaleira no mesmo momento que eu engolia em seco. Ela não fazia ideia do que eu ia fazer.

— Levando em consideração o fato de você ser imãs de problema, acho que me matar seria mais fácil. — Ela riu e me chutou. Meio lentamente e certamente muito fraco mas, ainda assim, um chute.

— Se você morresse, você levaria uma parte minha junto com você. — Arqueei as sobrancelhas. — Sério, Gray. Eu não suportaria mais uma morte por minha causa. Então, só... não faça. — Escutei o barulho de metal contra a porcelana da xícara.

— Estarei sempre com você, você sabe. — Lucy sorriu e se sentou sobre o balcão me passando a xícara.

— Você acha que Canna vai mesmo me ajudar? — Anui positivamente.

— Espero que sim. Daqui á pouco qualquer vento vai te carregar daqui. — Sua gargalhada encheu o ambiente.

— Só você para fazer piada do meu momento decrépito. — Dei de ombros me sentando ao seu lado. Sua cabeça caiu em meu ombro.

— Esse é o meu maior charme, sabe. — Bebi um gole do chá em minhas mãos. Eu senti o nervosismo dela antes mesmo dela falar. — O que você tem?

— Você aceitaria ser padrinho de um dos meus filhos? — Congelei no lugar vendo seus pés balançando de um lado para o outro. — Quer dizer, todos vocês da alcateia serão padrinhos, mas eu... Queria que você fosse o padrinho oficial.

Engoli em seco sentindo meus olhos marejarem pela primeira vez em muitos anos.

— Você tem certeza? — Sua cabeça mexeu para que sim e eu abri um sorriso que não abria tinham anos também.

— Seria uma honra.

Um de meus braços passou por sua cintura de lado e minha mão esbarrou em sua barriga. Eu senti ali quente.

Fixei meu olhar e tive a impressão de ver uma luz estranha ali, que emanava de mim para Lucy. Pisquei sutilmente e sumiu.

— Obrigada Gray. — Sua voz se tornou um suspiro e vi que ela bebia mais do chá.

Eu a protegeria. Sem dúvidas.

 

(...)

 

Senti as mãos geladas daquele verme em meu braço. Seu cheiro adocicado tomou conta de meu olfato. Vampiros fediam. Á sangue, metal e um estranho cheiro de lavanda que fazia meu nariz coçar.

— Meu filho! — Sua voz tomou conta de meus ouvidos e eu observei aquele homem tão diferente de mim. Seu cabelo loiro e olhos da mesma cor dos de Lucy. Cuspi no chão enquanto olhava em seu rosto. — Tão parecido com Ur.

— Você não merece falar o nome dela. — Ele riu de uma forma asquerosa.

— O que lhe traz aqui? Não te vejo tem um bom tempo. — Seus braços se cruzaram e me encarou.

— Você me mandou em sonho uma mensagem que eu tinha algo que você queria. O que é? — Ele me observou por tempo demais quando eu vi uma mulher que eu conhecia muito bem. Arregalei meus olhos.

— Achei que devia algo á você, meu filho. — A mulher me encarava como se não me conhecesse e seus olhos me passavam uma tristeza tremenda.

— Corinne... — Seus olhos me encararam e ela pareceu arfar.

Seu cabelo azul caia em ondas e ela estava com um vestido longo, vermelho. Farejei. Vampira.

— O que...? — Ela se aproximou de mim e passou a mão por meu rosto. Sua expressão era tão vazia.

— Essa é Juvia. Uma das descendentes de sua adorável esposa. Ela não é linda? — Encarei a mulher em minha frente como se não pudesse falar. — Eu sei que minha neta está em sua alcateia Gray.

Olhei para a mulher me lembrando do que Zeref havia falado em sua casa.

“Juvia é uma sentinela.”

Espiã. Me afastei dela e rosnei.

— Sua vigarista. — Praticamente cuspi em seus pés.

— O que você realmente quer aqui, Gray? Não acha que sou um idiota em achar que você só veio aqui porque lhe chamei, não é?

— Você uma vez disse que sentia muito por Ur. — Os olhos daquele velho me passaram nada. Ele sempre era muito vazio. — Prove isso.

— Como eu faria isso, por acaso?

— Deixe Lucy em paz. — Ele gargalhou. A mulher que estava congelada na minha frente me encarou com uma expressão triste, como se não entendesse o que eu falei.

— Você tinha tantas qualidades filho, desde quando ser burro se tornou seu maior defeito? — Na verdade, era. Burrice pura. Sempre me senti muito inteligente. Mas alguma coisa me mandava vir aqui. Um instinto.

Rosnei em sua direção. Ele não tinha coração nem alma. Duvidava de como ele havia conseguido ficar tanto tempo com Selene. Que era a personificação da calmaria.

— Eu me junto á você se fizer isso. — Agora ele me encarou interessado.

— Aquela pirralha é tão importante para você assim? — Dei de ombros pondo minhas mãos em meus próprios bolsos. — O sangue dela é importante demais para mim para eu simplesmente renunciar a ela por conta de um carinho que você sente, meu filho. Sinto muito.

Respirei fundo. Era isso. Eu não poderia fazer nada.

Quando vi que vários vampiros me cercaram eu me dei conta de algo: eu morreria ali. Esse era o instinto que eu tinha, era como se eu quisesse me encaminhar para morte.

Eu caí em uma armadilha. Mas eu cairia atirando.

Num piscar de olhos me transformei e pulei em cima do homem que se considerava meu pai. Eu tentaria arrancar sua cabeça nem que para isso eu perdesse a minha.

 

(...)

Eu estava cansado.

Meu peito subia e descia enquanto eu estava deitado no chão em cima de todos aqueles vampiros que me cercaram.

Makarov teve a ousadia de fugir. Covarde.

Rosnei em minha mente. Eu não conseguia me mexer. Morreria assim, deitado em um monte de vampiros mortos. Deprimente.

Ouvi os passos ao longe e vi Juvia caminhando em minha direção.

Ela segurava algo em suas mãos e eu vi que era uma seringa.

Perdi o fôlego enquanto sentia o metal da agulha perfurando minha pele.

Quando o líquido fora injetado em mim, senti como se minha estivesse dando adeus á meu corpo.

— Sinto muito.

E eu apaguei.

 

(...)

Ur me olhava. Ela sorria, seus olhos sorriam. Vi minha irmãzinha ao seu lado e meus olhos encheram de lágrimas. Ultear não tivera a oportunidade de crescer. Aquele monstro havia matado ambas no fatídico dia.

Meu filho. Como você está lindo. Sua voz fez meu interior dar cambalhotas de alegria.

Sinto sua falta. Ela encostou a testa a minha. Estaremos juntos em pouco tempo.

Eu morri? Ela sorriu e fez que não.

Abra os olhos.

E eu abri.

Eu corria. Não sabia que havia acontecido. Mas eu me sentia vazio. Oco. Não sentia a magia correndo em minhas veias. Eu era humano. Normal.

Meus olhos marejaram e eu percebi que estava chegando aos limites da cidade. Eu não sabia por quanto tempo desejei morrer. Eu queria me ter vivido e morrido como humano. Só que agora era tudo tão... Chato.

Eu morreria. E não faria nada por Lucy.

Vi um lobo se aproximar de mim. O tom avermelhado de seu pelo me fez reconhecer na mesma hora. Erza.

Mas quando cheguei próxima a ela. Senti meu peito travar. Som de tiros.

Alguém me perseguia. Não tive tempo de me virar. Só ouvi vários sons. E a ardência passou.

Eu não sentia nada.

Apenas paz. Ouvi rosnados e sabia que Jellal havia despedaçado quem quer que houvesse me dado um tiro. Meu corpo caiu num som oco no chão.

Quando foquei novamente minha visão. Erza estava ajoelhada ao meu lado.

O que você fez, Gray?

Apenas sorri e senti aos poucos minha vida ir embora. Uma luz tomou conta de minha visão e quando piquei, não era mais Erza.

E sim Lucy.

Eu sentia sua magia ainda mais forte que antes. Ela tinha força para se proteger. Ergui meus olhos e observei Natsu me olhando congelado.

Eu não conseguia ouvir seus pensamentos nem passar qualquer fosse mensagem para ele. Eu não era mais um lobo.

— Gray... Eu... — Fechei os olhos e senti dor quando ela apertava os ferimentos em meu peito. — Não se mexa... Eu... Eu consigo... Eu... — Ri de modo fraco.

Ela tremia. Eu queria ter cumprido a promessa, Lucy. Não é culpa sua.

Eu sei que ela não ouviu. Ela não ouviria. Eu era um humano.

Seria cômico se não fosse triste.

— Não, Lucy. Não tem nada que você possa fazer. — Senti suas lágrimas encostarem meu rosto. Suas mãos estavam mais quentes também. Sorri. Parece que a bruxa havia conseguido ajudá-la.

Pelo menos alguém conseguiu.

— Eu... Consigo. Você... Meu sangue. Ele cura você. Por favor, Gray. Não desiste. Continua respirando. — Isso doía.

Essa coisa toda de morrer ardia. Eu conseguia ver a imagem de Ur do meu lado com a mão em minha cabeça. Achei que a morte traria paz. Mas eu sentia meu corpo inteiro pinicando.

Minha mãe se aproximou de meu ouvido.

Um ciclo começa outro termina, isso não vai doer nada. — Encarei sua expressão confuso.

— Eles me tiraram meu Lobo. — Sorri olhando para minha mãe. A respiração de Lucy se tornou mais forte e então a encarei de modo triste. — Eles o desprenderam de mim para depois me matar. Eu me sinto oco. — Olhei novamente para minha mãe.

— Natsu! Deve ter alguma coisa. Você conseguiu impedir que eu morresse. Faz de novo! POR QUE VOCÊS NÃO SE MEXEM? — Pisquei confuso. Eu não estava mais no chão. Estava de pé. Encarei Lucy.

Seus lábios tremiam. As lágrimas voltaram á escorrer de seus olhos quando ela me olhou assustada.

— Porque eu já estou morto, querida. — Lembrei do que ela havia me falado mais cedo. Ela se sentiria culpada mais tarde, disso eu tinha certeza. — Você não podia fazer nada. Não é culpa sua.

— Não. Por favor... — Olhei triste para ela. — Você é meu irmão. Fica comigo por favor. Por favor. Eu faço qualquer coisa!

Lucy não parecia ver Ur bem ao meu lado.

Minha mãe sorria alegremente passando a mão em meu rosto.

— Um ciclo começa... — Olhei para onde Ur olhava e vi Lucy brilhar. Ela parecia não ver isso também.

E então eu entendi. Meu ciclo tinha terminado. Mas eu estava destinado á uma outra coisa.

Me aproximei de Lucy sentindo uma paz e uma calma intensa. Circundei meus braços em volta dela e vi seus olhos se fechando. Eu não queria deixá-la tão triste. Mas era para um bem maior.  

— Eu estarei sempre com você. — Seus olhos se abriram rapidamente e ela me encarou.

Me separei dela observando minha mãe. Ela se afastava e me chamava.

Andei em sua direção e me virei observando Lucy pela última vez com os olhos de Gray.

Aquela linha que eu pensei ter imaginado no dia anterior estava ali. Se fortalecendo. Ela não via nada daquilo que eu via.

Mas eu enxergava perfeitamente. Nosso laço. O que ia acontecer.

Cuide-se. —... Enquanto não volto para eu mesmo cuidar de você.

Completei em minha mente. Mas seus olhos já não olhavam para mim. Ela olhava meu corpo em suas mãos.

Um choro alto saiu de si. Fechei os olhos quando ouvi o uivo de muitos lobos.

Eu não era mais Gray. Um conhecimento das coisas mais profundas passou por minha mente. Olhei para meus braços. Eu brilhava intensamente, era uma massa disforme. Não me parecia em nada com o que eu era.

Foquei os olhos e vi que minha mãe agora era Selene. Eu tive contato com ela cerca de duas vezes em toda essa vida.

Ela sorria para mim e olhava para Lucy.

Você podia tê-la contado sobre o parentesco de vocês, meu filho. — Anui negativamente e beijei sua mão.

Não achei que fosse necessário. — Não era minha mãe. Era ela.

Sua mãe já está na décima reencarnação dela. — Anui positivamente. — Você sente medo?

Anui negativamente.

Passei por muitas coisas em vida para saber que tudo tem um propósito. — Ela sorriu abertamente e beijou minha testa.

Você entendeu tudo muito rápido, filho. — Sorri para ela.

Lucy brilha tanto quanto o sol. E eu vi a linha que me unia a barriga dela ontem. — Selene concordou.

Quando vamos reencarnar, nossa nova família brilha. — Até então só tinha reparado em Lucy, ela brilhava mais.

Mas quando foquei em Natsu, que havia se agachado ao lado de Lucy fazendo com que ela chorasse em seu ombro, observei que ele também brilhava.

Ainda assim, eu via todos da matilha de Gray brilhando. Todos eram família.

Então é isso? — Ela assentiu.

Você não se lembrará de nada. — Assenti. — Sua missão continua, você sabe não é?

Anui positivamente.

Selene segurou minha mão e pôs a mão na cabeça de Lucy. A barriga dela brilhou, então algo aconteceu. Me senti sendo sugado aos poucos.

Não se preocupe. Não doerá nada.

Enquanto parecia entrar dentro da barriga dela, eu me lembrava de todas minhas encarnações. Todas as vidas. Eram muitas. Se tinha uma coisa que eu podia falar sobre mim era que eu passei milênios aprendendo sobre a vida. Sobre como as coisas funcionavam.

Eu era antigo. Uma alma cansada e em paz.

Todas as minhas vidas vibravam em mim. Como um aprendizado. Uma evolução. Todas elas tinham missões, das quais algumas eu concluía e evoluía.

Mas todas elas repetiam a mesma missão que eu deveria cumprir nessa vida: ser responsável pela morte de Makarov.

Eu olhei confuso na direção da Deusa.

Selene sorriu. Ela sabia que eu havia me lembrado.

Mas havia algo mais nebuloso. Que eu não conseguia me lembrar. Mas eu sabia que estava ali.

Essa você não vai se lembrar. Você vai descobrir durante essa encarnação sua nova missão, Raiden. — Sorri para ela enquanto eu sumia por completo, consegui sentir um pulsar de um coração sofrendo.

Era coração de minha mãe. Sua dor passou para mim e apesar de toda lamentação que sentia vindo de sua alma, ela me acolheu e me reconfortou, se lembrando de mim de alguma forma, como se sentisse que eu me unia á ela. Como seu filho.

Seu sangue.

Vai ser uma boa vida.

Eu consigo sentir.

 

Continua


Notas Finais


Cara, nem sei o que explicar. Quem me acompanha desde minha outra fanfic sabe o QUANTO eu adoro criar essas coisas loucas que fazem você dar aquela parada e ficar com um grande ponto de interrogação na cabeça. Minha mente funciona esquisito e eu amo escrever sobre ligação de almas e reencarnação. Desculpem a imaginação fértil. SHSUAHSUAHSUAHSA' Tem horas que eu paro olho e penso: QUE?

Obs.: Eu disse que era necessário o Gray morrer. rsrsrs
Espero que tenham gostado!

Até o próximo! Amo vocês!

XOXO,
K.


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