História In the Course of Life - Capítulo 46 - Você é o cara!

In Course of Life - Capítulo 46 - Você é o cara. 

Kennedy Pov’s 

*Domingo* 

Durante uma boa tarde de Domingo, eu estava no meu sofá assistindo basquete com o Seth, comendo tudo quanto é besteira e zoando boa parte dos jogadores. Minha filha estava na varanda namorando com seu namorado. O Seth às vezes aparecia na janela da varanda os espionando, para garantir que as mãos do Miguel estivessem no lugar correto. 

-Não é estranho? -ele perguntou depois de os espionar pela quinta vez- 

-O que? 

-Sua filha namorar um mini Blake, e a mulher que você ama é casada com um Blake. -ele riu- 

-Ah, cala a boca seu japonês ridículo. -digo irritado- 

-Desculpa. Mas é estranho sim. -ele riu e deitou-se no sofá- 

Eu joguei uma almofada nele. 

-Estranho é você não ter uma namorada. -digo rindo- 

-iiih, nem você. 

-Ah! Eu sou pai, já tive os meus momentos de luxo. Mas você… 

-Esqueça. Prefiro ficar sozinho e curtir minha vida. Essas mulheres só atrapalham. -ele disse sério- 

-Não tem conversado com a Jess? 

Ele sorriu sem humor. 

-Jess foi minha namorada a quase 20 anos atrás. Ela tem outra vida agora. -ele resmungou- 

-Eu acho que você deveria chamá-la pra sair. -sorrio- Seria bom pra você, e você sabe… só se separou dela por que foi embora. Mas vocês se davam bem. 

Ele permaneceu em silêncio. O cachorro da Katie, Shay, que dormia tranquilamente no tapete, despertou do seu sono e ficou atento observando a porta. 

-Ei, Shay. -eu o chamei- Vem cá, garotão. 

Ele grunhiu e se levantou indo em direção a porta, começou a arranhá-la. Eu me levantei, estranhando, será que tinha acontecido algo com a Katie lá fora. Quando abri, Shay pulou em cima de um garoto vestido com roupas pretas e jaqueta jeans. 

-Ei, amigão. -Matt riu enquanto tentava se livrar das lambidas do cão- 

-Ei, Matt! -sorrio- 

-Olá, Ken. -ele riu e sentou no parapeito da varanda- Eu vim encher a paciência dessa casalzinho ai. -rimos- 

-É bom ter um terceiro vigia. -digo rindo-

-Aff, Pai. -Katie revirou os olhos e se levantou- Você me paga, Matthew. Já não basta o tio Seth ficar toda hora na janela! -ela parecia mesmo irritada- 

-Uuuuh, a mocinha se irritou mesmo?! -Matt disse brincalhão- 

Ele fez cócegas nela e ela acabou rindo. Miguel nos assistia em silêncio com um leve sorriso nos lábios. 

-Não quer entrar? Tem refrigerante.

-Pizza? 

-Mas é claro. -abro a porta e todos eles entraram- 

Matt sentou no sofá junto com o Seth e ambos começaram a torcer e zoar os jogadores. Eu esquentei as últimas duas pizzas no micro-ondas. 

-Tá na mesa. -digo abrindo um refrigerante- 

-Hmmm, se isso é o lanchinho da tarde, imagina a janta. -disse Miguel ao sentar na mesa- 

-Papai e o tio Seth só não são dois gordos de ruim, porque se dependessem do tanto que comem… -Katie disse- 

-Haha. -Seth riu- 

Nós lanchamos, contando piadas e rindo. Matt era meio cruel em suas piadas, mas divertido. Miguel e Katie nos assistiam abraçados na mesa, rindo das bobagens e tomando refrigerante. Até o nosso cachorro parecia estar gostando do momento, pois estava deitado aos pés do Matt e balançava a cauda e levantava a cabeça quando começamos a rir. 

-Aiai, teve um dia… -Seth riu- Que eu fiz o Ken passar vergonha na frente da Yara! -ele riu alto- 

-Sério?! -Matt riu- 

-Como foi? -Miguel perguntou curioso- 

-Eu disse pra Yara que o Ken achava ela gostosa, ele ficou sem chão, nem sabia o que dizer. -eles riram- Eles mal se conheciam na época, ele começou a me bater na frente dela, ela deve ter pensado que ele era um doido. 

-Eu ainda te odeio por isso, irmão. -digo sorrindo- 

-Ah, qual é! -ele deu de ombros- Esses momentos ficam na memória para alegrar momentos como esse. -eles riram- 

-Isso mesmo. -Katie me abraçou- Mas meu pai se recuperou bem da época do colegial, não é pai? 

Seth e eu nos entreolhamos e começamos a rir. Eu não havia me recuperado ainda te ter perdido a mulher da minha vida pelo Blake, mas tudo bem. Passados alguns minutos depois, deixei Miguel e Katie assistirem um filme antes dele ir, e o Seth prometeu não incomodá-los. Matt e eu ficamos na varanda conversando, ele me contou várias coisas sobre ele, sobre sua vida, sua família. Ele também gostava muito de carros, mas não se empolgava mais porque, segundo ele, não sabia dirigir. 

-Como não sabe dirigir? 

-Eu não sei. -ele deu de ombros e riu- 

-Seu pai tem uns três carros, sua mãe tem um… e você não sabe?

Ele desviou o olhar e fitou o chão a sua frente. 

-Tem uns 3 anos que não peço nada ao meu pai… e minha mãe… bem… -ele riu- Ela é bem ocupada, e acho que nunca percebeu que eu sou o mais velho dos filhos dela e ainda nem sei dirigir. 

-Eu aprendi a dirigir com 16 anos. -digo lembrando- Não foi fácil, foi a mãe do Seth que me ensinou. -sorrio- 

-Sério? 

-Sim. 

Ele olhou para o meu carro na garagem e foi aí que tive uma ideia. 

-Ei, não quer tentar? 

-Tentar… -ele franziu a testa- 

-Dirigir. -apontei pro meu carro- O meu carro. 

-Sério? -ele sorriu- Você vai.. 

-Te ensinar a dirigir. Você nunca vai se sentir tão homem na vida quando sair pilotando um carro. -eu pulei a cerca da varanda e fui até o meu carro e apertei o alarme- 

Ele me seguiu empolgado, eu entreguei as chaves a ele. 

-Todo seu. Vamos entre. 

-S-Sério, Ken? E-Eu nunca… 

-Vamos, deixa de frescura. Eu te ensino, vamos aproveitar que ainda está claro. 

-Você é o cara! -ele disse depois de entrar no carro- 

Primeiramente eu o ensinei a dar a partida, ele se saiu bem. Em seguida, ensinei a como engatar as marchas, depois acelerador, embreagem, freios. 

-Aqui, sempre que for passar a marcha. -apontei para a embreagem- Pise na embreagem, faça um equilíbrio entre o acelerador e a embreagem. 

-Certo. Como vou saber que o carro está pedindo marcha? 

-Você vai sentir. É como transar, você vai sentir quando a garota quer mais. 

-Ah, agora falou minha língua. -rimos- 

Ele conseguiu tirar o carro da garagem, teve um pouco de dificuldades devido a marcha ré e o equilíbrio nos pés entre freio, embreagem e acelerador, mas conseguiu depois de quase meia hora. Já na rua, foi mais fácil sair com o carro andando, devagar porém andando. 

-Quero ir mais rápido. -ele disse empolgado-

-Está indo bem. -eu ri dele- Pise devagar no acelerador, não esqueça da marcha e do equilíbrio. 

-Ok, mestre. -ele riu- 

No início estávamos a 20km por hora, agora passamos dos 40km. Ele desligou o carro umas 2 vezes e xingava irritado, eu ria e o ensinava, ria, ria e depois ensinava e assim ele conseguiu dar 4 voltas no quarteirão a 40km/h. 

Já passava das 18 horas quando ele estacionou o carro em frente a minha casa. 

-Isso é muito bom! -ele sorriu e desligou o carro- Me sinto mesmo bem homem. -rimos- 

-É, vai chover gatinhas na sua horta. 

-Mais? -ele riu- 

-Pode apostar, agora você é completo. -rimos- 

Miguel e Katie estavam na varanda e ficaram surpresos ao ver o Matthew dirigindo. 

-Sério isso? -Katie cruzou os braços- Não acredito, pai. 

-Que foi meu docinho hein? -eu beijei sua testa- Só com 16 anos, ok? 

-Mas eu… -ela fez beicinho- 

Miguel riu e beijou o beicinho dela, ela sorriu e abraçou ela. Matt estava todo confiante e sorria pro vento. 

-Agora eu sei dirigir. -ele disse fazendo cócegas na barriga do cachorro- 

-Eu também quero aprender. -Miguel disse- 

-Ele não vai te ensinar. -Matt disse- 

-Ei, meninos. -digo- Um de cada vez, se quiser aprender, é só aparecer qualquer dia. -sorrio para o Miguel e o Matt- 

Miguel sorriu e olhou para o seu irmão que revirou os olhos.

-Bom, precisamos ir. -Matt tocou os ombros do irmão mais novo- Vamos, namorador. 

-Vamos. 

Ele abraçou Katie e lhe deu um beijo rápido. 

-Eu dirijo. -Matt correu para o meu carro- 

-Ei, nem morto! -Miguel o seguiu- 

-Hey, Matt! -eu ri e corri atrás deles- 

Miguel parou perto do meu carro e se recusava a entrar com o Matt no volante. 

-Eu não quero que ele dirija. -ele cruzou os braços-

-Ah, vamos seu medroso! 

-Matt. -eu o chamei- Esse ainda é o meu carro. -sorrio- 

-Eu sei, por favor. Deixa eu levar ele pra casa. 

Eu sorri e pensei. Por que não? 

-Bem, eu vou com vocês. Para garantir. 

-Isso. -ele ligou o carro- 

Miguel desistiu e foi para o banco de trás. Eu fiquei no banco do carona e o guiei com cuidado pelas ruas, agora já escuras. Para a primeira vez, ele até que dirigiu bem, depois de umas travadas e arrancadas.  

Depois de uns 30 minutos, paramos em frente a casa deles.

Blake Pov’s

Eu estava na sala, havia tomado um banho e estava lendo uns contratos e processos da empresa antes do jantar. De repente, ouvi barulho de carro estacionando em frente a minha casa. Eu estava próximo a janela, quando olhei, vi um carro preto sedã. Eu conhecia aquele carro. 

“Kennedy…” - Pensei. 

Eu me levantei da poltrona e abri a porta da sala. Quando vi Matt, Miguel e o Ken saindo do carro, eles riam e conversavam animados. “Mas o que?” - Pensei irritado. Por que diabos, meus filhos estavam a uma hora dessas com o Ken?! Aquilo me irritou muito, eu fechei os punhos e me aproximei com passos pesados.

-Tchau, Ken. -disse Miguel se aproximando de mim- Oi, pai..

-Vá para dentro. -digo sem o olhar- 

-Ah… -ele assentiu e entrou- 

Matt conversava com o Ken, ambos nem me notaram ali. 

-Muito obrigado mesmo, Ken. -ouvi Matt dizer- Você é o cara, eu já disse não é? -eles riram- 

-Estou sempre aqui garoto. -ele bagunçou o cabelo do Matt- 

Eu fiquei os encarando, afinal o que o Ken queria com meu filho?! Por que o Matt era tão amigo dele? Por que o Ken tinha que está sempre entre minha família? Por que ele tinha que ser melhor do que eu?! 

-Matthew! -eu o chamei, o tom da minha voz era alto e irritado- Já pra casa! 

Matt me olhou e levantou uma de suas sobrancelhas, e depois riu com desdém. 

-Como é? Não ouvi. 

-Eu disse… -cheguei perto dele- Já pra casa! 

Ele cruzou os braços no peito e me encarou. Seu olhar era frio e sua expressão séria, seus olhos verdes escuros transbordavam um certo ódio, que eu conhecia bem. 

-Eu estou agradecendo o Kennedy. -ele olhou para o Ken e abriu um meio sorriso nos lábios- Por ter me ensinado a dirigir hoje. Sabe… nem eu mesmo me toquei que já havia passado da hora de aprender, então ele se ofereceu para me ajudar. 

Eu olhei para o Ken, furioso. O que diabos ele pensa que está fazendo?! Esse era o meu dever! Eu deveria ensiná-lo! Ele deveria agradecer a mim. 

 "Não deixa o Ken entrar na vida da sua família, ele não pode fazer parte disso, você é o pai, você é o marido!” - Lembrei-me das palavras de Escoth e Nathan. Eles estavam certos, Ken queria tudo que era meu e estava começando pelo meu filho! Aquilo tinha que acabar. 

-Blake, eu só… -Ken começou- 

-Basta! -digo já sem paciência- Você não deve… -empurrei ele no ombro- Se meter onde não é chamado! Ele é o meu filho! 

-Eu só quis ajudar, ele… 

Antes que ele terminasse a frase eu o segurei pelo colarinho da sua camiseta e o empurrei com força. Ele bateu as costas no seu carro. 

-Cala a boca! Suma daqui, Kennedy. Eu não te quero perto dos meus filhos, perto da minha mulher, nem desta casa, está me ouvindo seu idiota! Imprestável! -cuspo ao seus pés- 

-Imprestável é você! -Matt gritou comigo- 

-Como é? -franzi o cenho-

-Foi o que você ouviu! Olha o que você está fazendo, você acha que é certo? Você está humilhando ele sem ele ter feito nada! NADA! -ele me empurrou no ombro- Não se faz isso, Blake! -seu olhar era furioso, como eu nunca havia visto antes- 

-FALA DIREITO COMIGO, MOLEQUE! -gritei para ele- 

Ele ficou frente a frente comigo, ele não tinha medo. Matt era impossível, eu fiquei com mais raiva em vê-lo protegendo o Kennedy. 

-É só isso que sabe fazer? Gritar e humilhar? Por que é um milionário acha que tem o direito de cuspir nos outros?! De tratar alguém como lixo?! Vou te dizer quem é o lixo! 

-Matthew você já passou dos limites… -cerrei os dentes- 

-Matt. - Ken o chamou, mas ele continuou- 

-Eu sempre passarei dos limites. -ele abriu um sorriso rebelde- Não vai ser hoje que vou deixar você humilhar o homem mais legal desse mundo! -ele riu na minha cara- Vou te dizer uma coisa chefe, ele é muito mais bem vindo aqui do que você! Ele não tem culpa se você é um merda como pai! 

-CHEGA! 

Eu levantei a mão para o socar no rosto, mas Yara entrou em sua frente. 

-BLAKE! Para com isso! -ela se colocou entre mim e o filho- 

Seus olhos estavam cheios d’água, ela me olhava decepcionada. Eu me afastei, como se tivesse caído a real. Eu iria mesmo socar o meu próprio filho? A que ponto chegaria? Minha respiração estava ofegante, meus pensamentos atribulados. 

-O que está acontecendo? -Yara perguntou para nós três- 

-Eu preciso ir. -Ken disse entrando no carro- 

Matt foi para dentro de casa sem dizer mais uma palavra. Yara o seguiu e eu a segui em seguida. Quando entrei dentro de casa, ela estava abraçada com Matt acariciando seus cabelos e dizendo palavras tranquilizadoras para ele. Miguel e Jenna estavam na sala, espantados. 

Eu subi para o meu quarto e sentei na cama. Minha cabeça latejava, meu corpo estava quente, eu pensava nas palavras duras do Matt, no olhar de decepção no rosto da minha esposa. Meu coração estava apertado. Yara entrou no quarto, em silêncio e sentou-se na poltrona em minha frente. 

-O que foi aquilo? -ela perguntou- Por que? 

-Eu perdi o controle, eu… Quando vi o Ken e o meus dois filhos com ele, rindo e alegres. -eu a encarei- Me senti péssimo. 

-Você humilhou o Ken. -ela disse séria- Simplesmente por ter ensinado nosso filho a dirigir. 

-Era o meu dever! 

-Mas você não fez! -ela alterou o tom de voz- Você não faz. Blake, eu sei que você é dono de uma multinacional, que você é herdeiro disso tudo, mas você tem família, filhos! Você precisa dedicar tempo a esses meninos! 

-EU dedico, porra! -me levantei da cama- 

Ela caminhou até mim. 

-Não ao Matt. Você sempre foi tão ausente para ele… 

-Eu não consigo me aproximar dele… 

-Porque você deixou a situação chegar ao extremo. -ela suspirou- 

-Eu não sei mais o que fazer. -passei a mão pelos cabelos- 

Ela se sentou na beirada da cama em silêncio. 

-Outra coisa… -ela me olhou, seus olhos ainda lacrimejavam- Nunca mais humilhe o Ken daquela forma. 

-Ah! É claro que você vai defender… 

-NUNCA MAIS! Independentemente do que seja, ou de quem seja! Não se deve fazer o que você fez com ninguém, Blake. Ele não é imprestável, ele não é idiota. -ela fungou- Ele é o meu amigo, ele é amigo dos seus filhos, sogro do seu filho! A filha dele é sua nora, você devia pelo menos respeitar! 

Eu fiquei calado, afinal, não queria mais discutir com ela.  

-Sabe o que mais me dói? -ela fechou os olhos e uma lágrima escorreu pelos seus olhos- Ver o homem que amo agindo como um monstro. 

Aquilo partiu meu coração. “Monstro” - Então era assim que eu estava sendo considerado? Eu a encarei tristemente. 

-Yara, eu realmente… - sentei ao seu lado- 

-Blake… -ela engoliu em seco e se levantou, ficando na minha frente- Chega por hoje. 

Ela pegou o travesseiro em sua cama e uma coberta. 

-Eu vou dormir no quarto de hóspedes. 

-N-Não… -digo fraco- 

Ela saiu sem dizer mais nada. Eu me sentei na cama e xinguei todos os palavrões mais absurdos em minha mente. Como o Ken poderia fazer tudo isso em uma noite? 

-Eu não sou um monstro. -digo em voz baixa- 

Soltei um longo suspiro, triste com a situação. Com as palavras da minha esposa, as palavras do meu filho. Naquele momento desejei que o Kennedy nunca tivesse voltado para NY, desejei ser o favorito de todos novamente. Porém parecia algo impossível, eu nunca me senti tão inferior como agora. Sentado sozinho, no meu quarto, em uma noite fria e solitária. Eu pensei em várias formas de reverter aquela situação. Eu precisava ter a confiança e o amor da Yara completamente para mim, precisava conquistar meu filho mais velho. 

A verdade era que eu precisava de muitas coisas… nesse momento, eu só queria o calor dos braços da minha esposa, queria ouvir as risadas da minha filha e ouvir Miguel contando sobre seu dia, e bem… até mesmo levar umas patadas do Matthew, mas fazia parte do que eu era. Da minha família! Da minha vida. 

 

Continua…