História "In Your Arms" - "Jogo"

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O almoço finalmente havia chegado, a faculdade estava uma loucura para falar verdade, haveria um jogo de basquete hoje, era um amistoso entre o time da nossa faculdade e o time da faculdade vizinha, não era um jogo oficial, ainda assim atraia todos dos diversos cursos da faculdade, todo o lugar estava repleto com as cores do uniforme do time, preto, branco e dourado, cada local que você olhasse estava repleto dessas cores, inclusive as pessoas, seja na roupa, na maquiagem, em algum objeto que carregava.

Enquanto almoçava troquei algumas mensagens com meus amigos, avisando que estava os esperando, o jogo seria em algumas horas e de certa forma eu estou muito ansioso. Deixando o celular de lado, comecei a almoçar e não demorou muito para que meus amigos finalmente aparecessem no refeitório, logo os três estavam bem à minha frente, se sentaram pertinho a mim, como eu estava muito ansioso não rendi muita conversa, apenas terminei de comer rapidamente.

– Você tem que me amar muito Shouyou.- Escuto Nishinoya dizer e acabo voltando a minha atenção para ele.- Consegui ótimos lugares, da pra ver o jogo inteiro sem ninguém na nossa frente.- Acabo sorrindo com sua confisão.

– Tem mais uma coisa.- Yamaguchi retira uma sacola da sua bolsa, em seguida me estende a mesma.- Tsukishima conseguiu para você.- Ao pegar o conteúdo meus olhos se arregalam, a camisa dez do time da faculdade, uma camisa de Kageyama Tobio.- Lembre-se de não estraga-la ou seu alfa vai te matar.

– Obrigado, vocês são incríveis.- Sinto o cheiro mais forte do alfa na camisa, o que me faz ficar mais animado ainda.

– Você só não nos explicou como vai conversar com o Kageyama.- Yachi fala com sua típica calmaria.- Afinal ele não quer te ver.- A alfa termina de comer afastando o prato para o meio da mesa, seus olhos me encaram atentamente.

– Eu não tenho certeza do que vou fazer, não sei se vou esperar o jogo acabar para tentar, se vou invadir o jogo, não faço ideia do que fazer, mas irei dar um jeito.- Falo com toda a minha determinação.

– Vai dar tudo certo.- Nishinoya aperta minha mão sobre a mesa, e eu concordo com um balançar de cabeça.

Assim que todos terminaram de comer, resolvemos nos dividir, enquanto meus amigos seguiram para o lugar do jogo, eu fui em direção ao banheiro mais próximo, começando a me arrumar, retirei a minha camisa e vesti a camisa de Tobio, havia ficado enorme, mas eu dei um jeito de arruma-la colocando o tecido que sobrava para dentro da calça, retoquei minha maquiagem e respirando fundo me preparei para ir ao local do jogo, meu coração batia cada vez mais rápido em meu peito, parece que finalmente vou me acertar com o moreno e as coisas vão voltar a ser como antes...

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E as coisas não poderiam estar indo tão mal, o jogo estava péssimo, na verdade Kageyama estava péssimo, o maior mal conseguia fazer um ponto, sua feição mostrava exaustão e ele está suando muito, o outro time está com uma vantagem absurda de pontos e todos os jogadores estão tensos, eles treinaram tanto e agora o capitão do time não consegue nem jogar direito, estão com medo de perder e eu sei bem disso, não demorou para que o treinador pedisse tempo, quando os garotos voltaram para a quadra Tobio não estava entre eles.

Avisei Yachi que estava ao meu lado que estava descendo, deixei apenas minhas coisas com a garota e segui às pressas para a quadra, sem atrapalhar quem estava jogando passei pelo canto até chegar no banco dos jogadores, mas o meu alfa não estava ali, perguntei a alguns garotos, mas nenhum deles sabia de fato onde o moreno havia ido, ignorando os pedidos do treinador para que eu voltasse a me sentar no me lugar, segui para o vestiário, depois de andar por entre alguns armários, finalmente o encontrei.

O moreno estava sentado no banco perto a parede, estava de cabeça baixa, uma toalha branca cobria toda a sua cabeça, eu não podia ver seus olhos, uma de suas mãos carregava uma garrafinha de água enquanto a outra estava fechada com força, ele estava tenso e nervoso, mas também muito cansado, tão cansado que não havia sequer me notado, em silêncio me aproximei do mais velho, até parar bem em frente ao seu corpo, meio receoso guiei minha mão até que a mesma tocasse o seu ombro, finalmente atraindo sua atenção, podendo agora ver seus belos olhos azuis.

– O que você está fazendo aqui!?- O alfa questiona cansado.- Se o treinador descobrir vai me dar alguma punição.- Reclama um pouco nervoso, me fazendo revirar os olhos.

– Primeiro ele já sabe que eu estou aqui, segundo precisamos conversar.- Falo rápido, recebendo como resposta um revirar de olhos.- Você é um idiota sabia? Como você pode me deixar sozinho naquele apartamento enorme? Não teve nem coragem de me ligar ou me mandar a porra de uma mensagem!- Grito enfurecido, começando a lhe dar alguns tapas no ombro assim que ele se levanta.- Você sabe o quão difícil foi ficar sem você? O quanto eu senti a sua falta?!- Questiono irritado.

– Você estava com medo de mim, o que queria que eu fizesse? A porra do meu lobo te assustou, eu não sabia o que fazer!- Ele grita me fazendo revirar os olhos.

– Eu te disse que não estava com medo!- Grito.- Eu confesso fiquei assustado quando tudo aconteceu, foi a primeira vez que um alfa apareceu totalmente à minha frente, mas eu não tenho medo de você, nunca vou ter, eu sou seu ômega.- Retiro a toalha de sua cabeça a jogando para o lado.

– Kageyama, precisamos de você na quadra.- O treinador grita de repente, meu corpo inteiro treme pelo susto.- Tem cinco minutos.

– Vou voltar para o jogo.- Tobio fala simples começando a se afastar, porém eu não o deixo dar mais que dois passos.

– Me prometa que vai voltar pra casa comigo hoje e que vamos conversar.- Peço calmamente, segurando com força o seu braço.

– Eu prometo, agora me deixe ir jogar.- O alfa tenta se soltar, no entanto eu sou mais rápido.

Com toda a minha força empurrei o alfa contra os armários, ficando sobre a ponta dos pés selei nossos lábios, minhas mãos em suas bochechas o impedia de escapar, mas não era como se ele resistisse, assim que nossos lábios se encostaram o alfa se rendeu à mim, deixei que ele guiasse o beijo como quisesse, nossas línguas se embolando lentamente, suas mãos deslizando até minha cintura deixando um aperto ali, eu deixei minhas mãos deslizarem do seu rosto até os seus braços procurando apoio, Tobio começou a me empurrar até que minhas costas estivessem contra os armários, uma de suas mãos encontraram minha coxa, apertando a mesma com força, mesmo sendo eu quem começou o beijo, também fui eu quem o separou com alguns selinhos.

– Ganhe o jogo, eu sei que pode.- Falo em um sussurro, recebendo uma mordida no lábio inferior.

– Vou ganhar, pode ter certeza disso.- O alfa se afasta, ele ainda tinha um semblante cansado, porém agora sorria, o que também me fez sorrir.

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O jogo finalmente havia acabado, foi um jogo muito acirrado, no entanto o time da nossa faculdade levou, Kageyama se recuperou quando voltou do banco e logo estavam fluindo como uma equipe, eu quase achei que eles iriam perder, mas no fim uma cesta de três pontos feita pelo meu alfa salvou todo o jogo, eles se despediram dos outros jogadores como um bom time, alguns alunos desceram para a quadra, indo conversar com alguns jogadores, eu aprovei a pequena bagunça de pessoas para me aproximar de Kageyama que estava cercado de ômegas, mas eu não estava nem um pouquinho com ciúmes.

Assim que o alfa me viu se afastou da aglomeração de pessoas, assim que ele estava próximo suficiente eu me lancei em seus braços, fui recebido aos sorrisos pelo mais velho, este que me levantou um pouquinho selando nossos lábios devagar, sua boca se mexeu aos pouquinhos, começando um beijo doce e intenso, logo os meus pés voltaram a tocar o chão, minhas mãos se embolaram na gola da sua camisa, tocando levemente sua nuca, Tobio já apertava minha cintura com força, o único pensamento que rodava a minha cabeça era que eu sentia muita a falta dos seus lábios.

– O casal já pode parar com o showzinho.- Escutamos a voz de algum garoto time, acabamos nos afastando a contra gosto.

– O que foi?- Tobio pergunta, mas sua voz sai mais assustadora do que o esperado, eu acabado rindo um pouco quando ele agarra minha cintura com força, me deixando bem colado ao seu corpo.

– Vai ter uma festa na minha casa, vocês estão convidados, quanto mais gente, melhor.- O alfa faz o convite com um sorrisinho no rosto.

– Você quer ir?- O lúpus pergunta diretamente para mim e mesmo que eu quisesse voltar para casa e conversar, no momento pensei que nos distrair poderia aliviar a próxima conversa.

– Podemos passar um tempinho na festa e depois ir para casa.- Falo calmo, sentindo os braços do mais velho me apertando.

– Então nós vamos!- O alfa confirma com um sorrisinho em seus lábios, logo deixei que o lúpus se afastasse para ir até o vestiário.

Enquanto esperava Tobio, não consegui deixar de me sentir muito ansioso, meus pés não paravam de bater no chão e meus dedos pareciam não parar de tremer, quando o moreno voltou, sem nem falar alguma coisa, o mais alto entrelaça nossas mãos, em silêncio o segui até o seu carro, ao entrar no mesmo notei que suas coisas estavam no banco de trás, a bolsa da faculdade, a bolsa com suas roupas, o carregador, os fones do celular, tudo estava ali, espalhado e um pouco bagunçado, mas estava tudo ali.

Não demorou muito para chegarmos na festa, o lugar já estava lotado e mal havia começado, Tobio estacionou o carro de um lado da rua e logo estávamos atravessando a mesma em direção à casa, ao entrar no lugar não me surpreendi ao ver que muitos já estavam bebendo, outros dançando, nós dois caminhamos em meio aquela zona, até chegarmos à uma mesa onde alguns amigos de Tobio já estavam sentados, assim que o moreno cumprimentou todos os seus amigos, nós sentamos lado a lado, deixando tudo acontecer naturalmente.

Não demorou muito para que ficássemos sozinhos naquela mesa, os amigos de Tobio estavam espalhados jogando, bebendo, dançando ou flertando, depois de alguns copos de bebida, puxei o alfa para a parte mais escura daquele mesa, sem nem um pouquinho de vergonha me sentei em seu colo, o puxando pela nuca selei nossos lábios com força, nossas línguas se embolaram com rapidez e volúpia, um beijo sedento, eu queria matar a saudade dele de certa forma, mesmo que sentisse que não fosse o suficiente.

Senti uma das mãos do moreno em minhas coxas, enquanto a outra estava em minha cintura, minhas mãos estavam em suas bochechas, segurando as mesmas, guiando o nosso beijo, nossas línguas continuavam a dançar, a saliva se mesclava, os barulhinhos molhados pareciam me deixar surdo sobre os outros barulhos, só conseguia focar em estar novamente de volta em seus braços, não conseguia deixar de pensar que em poucas horas estaríamos novamente sobre o mesmo teto, e que estaríamos finalmente juntos...

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