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História In Your Hands - AboVerse - Capítulo Dois


Escrita por: Lundgren

Notas do Autor


⚠ Há grandes chances do ship SwanQueen NÃO SER ENDGAME (não terminar juntas) no final.
Ciente disso, cabe a quem estiver lendo decidir se seguirá com a leitura ou não.
Boa leitura!

Capítulo 2 - Capítulo Dois


Antes mesmo de sair do prédio, Emma já tinha começado a chorar. As lágrimas embaçavam sua visão e ela andava aos tropeções pela calçada, chamando a atenção das pessoas que passavam ao seu redor.

Quando percebeu que não conseguiria mais continuar andando, parou e encostou-se na parede envidraçada de um prédio ainda no centro financeiro de Chicago, tentando controlar o soluço e a sensação de desespero que sentia.

Buscou um lenço dentro da bolsa e o retirou para enxugar as lágrimas de raiva e humilhação que molhavam o seu rosto. Tinha consciência que a conversa com Regina Mills não seria fácil, mas imaginou que seu irmão exagerava quando dizia que a ex-chefe era uma mulher desprovida de qualquer sentimento humano.

Agora, Emma entendia muito bem porque August a chamava de “Evil Queen”. Aquela mulher não sabia o que era a compaixão, nem a clemência. Não se abalara nem mesmo quando Emma deixou claro que o irmão estava à beira da morte.

“Que espécie de ser humano nega o perdão a uma pessoa em estado terminal?”, ela pensou antes de devolver o lenço à bolsa.

Lembrou-se que seu fusca estava estacionado há três quadras dali e olhou para o relógio, constatando que provavelmente não chegaria com tempo para dar a primeira aula na escola onde ensinava.

Não pensava em desistir tão facilmente. Tinha certeza que acharia alguma maneira de convencer Regina Mills a perdoar seu irmão, mas agora precisava correr contra o relógio, pois a última coisa que faltava era perder um dos empregos que lhe ajudavam a custear as despesas diárias com o hospital onde August estava internado.

///

Regina estava em pé, observando a bonita vista da cidade de Chicago através da parede envidraçada do seu escritório quando o celular vibrou em cima da mesa. Ela virou-se e pegou o aparelho, deslizando o dedo na tela para atender.

– Mills! – falou.

Seu empregado lhe passou as informações obtidas sobre August Swan e ela verificou que Emma disse a verdade mais cedo: não havia esperança para o beta. Talvez vivesse mais alguns meses ou podia morrer antes do dia acabar.

A empresária agradeceu ao informante e desligou o celular, sentando-se e recostando-se na poltrona de couro.

Durante alguns meses, August desviou uma considerável quantia da MillsTech. Dinheiro este que usou para bancar seu vício em jogos de azar e corridas de cavalos, conforme o que foi apurado na época. Ele quase escapou, mas um auditor encontrou as transferências irregulares e a empresária ordenou a demissão imediata do rapaz.

Regina fez questão de denunciá-lo pessoalmente às autoridades, deixando claro que esperava uma punição exemplar para ele, pois não queria que August servisse de mau exemplo para nenhum outro funcionário de sua empresa que também estivesse planejando roubá-la.

Ainda sentada, inclinou-se para frente e apoiou os cotovelos na mesa, entrelaçando os dedos e fixando os olhos nas informações sobre Emma Swan que apareciam na tela do seu MacBook.

Regina nunca foi uma mulher que se deixava perturbar por nada, nem por ninguém, mas não conseguia parar de pensar no brilho orgulhoso e desafiador que surgiu nos olhos de Emma, quando se mostrou irredutível e mandou que a ômega saísse de seu prédio.

Suspirou e sem perder mais tempo, pressionou o botão do telefone sobre a mesa.

 – Will, se a Srta. Swan ligar, transfira! – ordenou.

Poucas horas depois, o assistente anunciou que Emma esperava na linha. Regina sorriu, satisfeita, e, após as saudações formais, foi direto ao ponto:

– Se ainda quiser conversar comigo, encontre-me às oito horas no restaurante Siciliano, na Rua Lincoln – a alpha disse com sua frieza habitual, mencionando um dos lugares mais conhecidos da cidade que a outra certamente conhecia.

A mudança súbita de comportamento pegou Emma de surpresa, mesmo assim, ela não podia encontrar a empresária naquele horário.

– Não posso – a ômega foi direta, mesmo que estivesse com medo de perder a chance que poderia ser única.  

– Por quê? – Regina quis saber de maneira arrogante. Não estava acostumada a ouvir negativas.

– Trabalho à noite – Emma explicou calmamente – Saio do meu emprego às onze.

– Na escola? – Regina quis saber, mostrando conhecer aspectos sobre a vida da professora.

– Não! Na lanchonete onde trabalho como garçonete.

Houve um momento de silêncio.

– Onde?

– Muito longe dos ambientes chiques que você deve frequentar.

– Onde? – Mills insistiu.

Emma nem imaginava os bairros miseráveis que Regina conhecia. Se hoje ela morava numa área nobre era porque havia lutado muito por isso e não se envergonhava de ser uma mulher rica que gostava dos prazeres e regalias que só o dinheiro podia oferecer.

Depois que a ômega informou o endereço, Mills avisou: – Estarei lá.

///

Alguns minutos antes do combinado, Regina entrou na lanchonete e se sentou. Pediu um café e observou o modo como Emma li­dava com a clientela. A empresária ficou num lugar distante acompanhando cada passo da professora. Percebeu quando um cliente que bebera além da conta passou a mão na bunda da ômega e admirou a maneira firme como Emma conseguiu sair da situação, repelindo com veemência o assédio do sujeito.

Às onze horas, Emma levou uma pilha de pratos para a cozinha e murmurou a sua chefe uma desculpa rápida sobre não poder ficar mais. Desamarrou e pendurou o avental, retocou rapidamente a maquiagem e passou a mão pelos cabelos, olhando-se no espelho do banheiro. Na sequência, foi ao encontro da empresária.

Não demorou muito para que Emma notasse a presença de Regina naquele estabelecimento decadente. Uma alpha tão bonita e atraente jamais entraria sem ser vista num lugar como aquele.

Quando Emma saiu do banheiro, a empresária estava esperando-a, segurando a porta. A ômega passou pela alpha e parou na calçada.

Sem dizer nada, Regina apenas apontou para um Mercedes preto parado do outro lado da via. As duas atravessaram a rua em silêncio, depois que o trânsito diminuiu.

O automóvel era grande e luxuoso. Emma pensou que combinava perfeitamente com a dona. A alpha deu a partida e pôs a máquina em movimento.

Ambas continuavam caladas e a quietude deixava os nervos da ômega à flor da pele. Pelo menos, a empresária havia lhe dado uma chance e ela não pretendia desperdiçá-la.

Aos poucos, a parte pobre de Chicago, com ruas pouco iluminadas e pessoas se prostituindo e se drogando pelas calçadas, foi substituída por um cenário mais descontraído e agradável, onde a vida noturna estendia-se até o amanhecer e gente jovem, bonita e rica se entregava a diversão nos clubes noturnos ou nos cafés no estilo parisiense, desfilando suas roupas de grifes famosas e bebericando seus sofisticados drinques.

Emma não se surpreendeu com a facilidade com que Regina Mills encontrou uma vaga para estacionar em um dos restaurantes mais movimentados daquela avenida e a ômega sentiu a tensão aumentar enquanto a alpha estacio­nava o veículo.

Será que aquela conversa ia demorar? Tinha que preparar as aulas do dia seguinte. Depois que saíra da escola, foi rapidamente ao hospital visitar o irmão, antes de passar em casa apenas para comer um lanche simples, trocar de roupa e ir ao Granny’s, a lanchonete onde trabalhava no turno da noite.

Fora um dia exaustivo e seus pés estavam bastante doloridos. Detestava ter que usar aqueles saltos tão altos, assim como detestava o restante do “figurino” que vestia para trabalhar na lanchonete. Mas suportava aquele emprego odioso, porque precisava garantir que seu irmão tivesse acesso a um tratamento de saúde que lhe permitisse viver o resto dos seus dias com algum conforto e dignidade.

Saiu do carro e seguiu Regina Mills até uma das mesas que ficavam na calçada do restaurante. O caminho foi feito com dificuldade, embora a ômega tenha abafado os gemidos de dor que se formavam em sua garganta a cada passo que dava, maltratando mais seus pés. Felizmente, não demorou para que um garçom viesse anotar os pedidos.

Emma sentiu a fome se manifestar quando a alpha pediu estrogonofe de camarão acompanhado de fritas e arroz.

– Coma – Regina ordenou minutos depois, quando a comida chegou.

Não levou muito tempo para que a alpha percebesse que a ômega estava faminta. Conhecia muito bem a expressão que Emma trazia no rosto quando elas chegaram no restaurante. Durante certo tempo de sua vida, Regina se obrigou a fazer apenas uma refeição decente ao dia. O tempo que passou na faculdade.

Na época, ela tinha uma rotina corrida e precisava se desdobrar para assistir às aulas e conseguir manter o emprego de dois períodos como estagiária numa multinacional. Aquele estágio foi uma oportunidade única que lhe rendeu muitos ensinamentos sobre o mundo dos negócios, e ela não se arrependia dos sacrifícios que precisou fazer para viver aquela experiência. O tempo que passou na multinacional lhe permitiu chegar na posição que ocupava agora.

Terminada a sua refeição, Regina recostou-se no espaldar e se pôs a observar os movimentos de Emma. Esperou pacientemente que a ômega também terminasse de comer, não só o prato principal, como também a sobremesa e ficou admirada ao vê-la segurar o garfo de forma muito elegante, mastigando lentamente as pequenas porções que levava à boca, apesar de estar faminta.

Quando Emma deixou o talher sobre o prato e pegou o guardanapo para limpar os cantos da boca, Regina decidiu que já era hora delas terem uma conversa.

– Sugiro que comece a falar – a alpha disse com firmeza. 

Emma sentiu um arrepio ao ouvir a voz forte da alpha sentada à frente, depois de tantos minutos em silêncio. Elas mal tinham trocado algumas palavras, mas Emma já odiava Regina Mills quase tanto quanto odiava as palavras que estavam prestes a sair de sua própria boca. Porém, decidida a não adiar mais o inevitável, ergueu o queixo e olhou diretamente nos olhos frios da empresária.

– Eu trabalho em dois empregos e tenho folga apenas no domingo –  começou a falar – Mesmo assim, mal tenho dinheiro para pagar o aluguel, a comida, e as despesas do meu irmão no hospital. Portanto, demoraria a vida inteira para eu devolver o que August lhe deve – suspirou e fechou os olhos, buscando coragem onde não tinha para prosseguir – Só posso oferecer... – sua voz vacilou.

Emma tinha consciência que o que estava prestes a dizer representava o último nível de degradação ao qual ela chegaria, mas sabia que precisava terminar de falar, antes que desistisse da ideia que podia livrar seu irmão da cadeia.

– Só posso oferecer a mim mesma como pagamento – murmurou – E, se ainda não fui bastante clara, estou me oferecendo para ser sua amante.



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