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História Inalcançável Você - Relações Parte 1


Escrita por: princetri

Notas do Autor


Coloquei fotinha no cap, pra ajudar na visualização de alguns "novos" personagens.

<3

Capítulo 17 - Relações Parte 1


Fanfic / Fanfiction Inalcançável Você - Relações Parte 1

Lauren POV



 Na noite anterior, depois que Elise encerrou a ligação, arrumei rapidamente uma mochila com algumas roupas e peguei um táxi com destino a casa dela. Ao chegar lá, descobri que Alex que deu a ideia para chamar Camila, porque ele já sabia que eu não ia querer ir. Os três foram ontem até o zoológico enquanto eu estava em reunião e convidaram elas, Dinah aceitou de prontidão, mas Camila não, ficaram horas insistindo até que ela cedesse, mas mesmo assim não foi uma resposta definitiva, ela disse que iria ver uma coisas, e se desse pra ela ir aparece hoje no porto.


 Seis horas da manhã Alex chegou na casa de Elise pra nos buscar, seis horas da manhã e ele está animado, isso é a coisa mais rara do universo. Descemos todos rapidamente para colocar as coisas na mala do carro.


— Eu estou de olho em você, Alex. - Eu disse séria.


— Você tá vendo coisa onde não tem. - Se defendeu.


 O problema é que ele não convidou apenas Camila e Dinah, ele convidou mais pessoas, e entre essas pessoas está minha irmã, meu meu bebê, minha caçula, e como se eu não tivesse cismada o suficiente com esse convite, assim que ele chegou no apartamento de Elise, ela ligou pra ele, perguntando que horas a gente vai passar pra buscar ela, até uma semana atrás ela não tinha o número dele, como conseguiu? Quando conseguiu? E porquê ligou pra ele e não pra mim?


— Ah Laur, qual seria o problema deles dois juntos? - Normani perguntou sentada ao meu lado.


 Já estamos a caminho da casa dos meus pais, Elise e Alex estão nos bancos da frente e eu e Normani atrás.


— O problema é que ele é um cafajeste. - Olhei pra ele pelo espelho retrovisor e ele riu, o que me fez bufar.


 Não demoramos muito pra chegar na casa dos meu pais, o carro mal parou e eu já estava saltando pra fora, mandei eles esperarem que eu ia buscá-la, quando coloquei a mão na maçaneta a porta da casa se abriu, a pessoa que ia saindo acabou colidindo com o corpo contra o meu, não pude ver quem é, porque quando a porta se abriu e eu vi o vulto vindo em minha direção, fechei os olhos por puro reflexo.


— Ai, porra! - Levei uma mão até a boca.


 Quem passou pela porta foi… não lembro o nome dela, Beatriz, eu acho, e ela acabou batendo com a cabeça na minha boca e agora tá doendo pra caramba.


— Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus, sua boca tá sangrando. - Ela disse nervosa e eu bufei.


— Eu tô sentindo. - Afastei ela para o lado e fui entrar em casa, mas brequei quando quase colidi com Taylor também. — Essa porta precisa de uma sinalização. - Eu disse, sentindo o gosto de sangue na minha boca.


— Wow! O que foi isso? Quem estava tentando te matar a essa hora? - Perguntou e levou a toalha que segura nas mãos até minha boca.


— Sua amiga aí, Beatriz. - Eu disse em uma careta, mas por ela está apertando o machucado.


— Beatrice. - As duas disseram em uníssono.


 Rolei os olhos e afastei a mão de Taylor.


— Você tá pronta?


— Estou. - Disse e depois olhou pra toalha nas mãos. — Não estou, vou pegar outra. - Saiu correndo pra dentro de casa.


 Ouvi a voz da minha mãe me chamando da cozinha, fui até lá, meu pai ainda está dormindo, ela acordou cedo só pra me mandar ter cuidado na Taylor e não deixar ela beber e vários outros bla bla bla, que eu faria mesmo sem ela está mandando. O caminho até o porto foi de muito falatório dentro do carro, mas eu só conseguia choramingar sobre o quão apertado está ali dentro.


— Laur, definitivamente a idade já está te afetando, você só reclama sua velha coroca. - Elise disse.


— Você diz isso porque está aí no banco da frente. - Rolei os olhos. — Eu não estou nem sentindo meu braço mais.


 Beatrice, que é quem está em um dos meus lados, se afastou mais, o que resultou em Taylor reclamando, como resposta ela se remexeu até conseguir sentar no colo da minha irmã. 


— Melhorou? - Perguntou olhando pra mim.


— Muito. - Respirei aliviada.


— Ah não Bea, você pesa cara. - Taylor reclamou.


— Fica xiu aí Tay, sua irmã tava apertada.


— Eu não acredito que você vai ficar pagando pau pra ela, eu que… - Bea não deixou ela terminar de falar, jogou o peso do corpo pra trás, fazendo minha irmã se calar.

 

— Gostei de você. - Eu disse e ela sorriu.


— Isso Jauregui, dá corda pra ela. - Taylor disse, com a voz abafada.


 Foi quase uma hora de estrada até o porto, quando chegamos lá, Alex deixou o carro onde um primo dele viria buscar depois. 7 horas e 15 minutos, e o movimento aqui já está pra lá de agitado, gente andando pra lá e pra cá, gritando, rindo, trabalhando.


— É aquele. - Alex disse, enquanto caminhamos por aquela enorme estrutura de madeira, em meio às embarcações.


 Além da gente, mas ninguém tinha chegado, entramos dentro do iate e eu me deixei admirar o lugar, não só eu.


— É maior do que o meu apartamento. - Comentei.


— Qualquer coisa consegue ser maior do que seu apartamento. - Taylor respondeu e todo mundo riu, exceto eu, mas foi engraçado. 


 Joguei minha mochila em cima do enorme banco acolchoado que tem ali. Uma porta que até agora estava fechada se abriu, o que me fez soltar um grito involuntário, o homem que ia saindo de lá acabou se assustando e eu com certeza fiquei vermelha.


— Desculpe, não quis assustar você. - Sorriu. — Meu nome é Jarod, eu vou ser o capitão dessa embarcação.


— Eu espero que você não nos deixe afundar. - Normani disse.


— Eu também espero, caso contrário eu consequentemente afundarei junto. - Eu acabei rindo com a resposta dele, mas de nervosismo, tenho pavor em me imaginar morrendo afogada. — Vocês querem que eu apresente o lugar pra vocês ou preferem conhecer só?


 Alex, que agora pouco tinha entrado por uma lateral, saiu pela outra.


— Pode nos mostrar o local, é o tempo que o resto do pessoal chega. - Ele disse.


— Então vamos.


 Jarod saiu andando na frente e a gente atrás. A sala fica no local de onde ele acabou de sair, é composta por um sofá enorme, em forma de L, um carpete por todo o chão e uma TV embutida, tem uma outra porta no local, que leva até a cabine dele, mas não fomos até lá. Depois descemos uma pequena escada e saímos em uma cozinha, igual a uma cozinha de qualquer casa, mesa, fogão, geladeira… mas com tudo bem compacto, aproveitando o máximo do espaço, depois disso tem um corredor com cinco portas, dois quartos de um lado, dois do outro e um no final do corredor, todos com banheiro, mas é SUPER apertado, bem dividido, mas apertado, todos os quartos tem uma cama de casal e o resto do espaço que sobra são para algumas cômodas baixas, o mais espaçoso é o da última porta, que é o Master, aquele sim tem espaço. Depois de conhecer tudo, subimos novamente, Jarod foi pra cabine dele e a gente foi pra área de entrada.


 Quem primeiro chegou foi Dinah e Camila, e por Deus, Camila está extremamente linda, uma blusa vermelha que deixa sua barriga à mostra, uma calça jeans branca, o cabelo em uma trança lateral e o único ponto negativo é que ela está de óculos escuro, deixando ela ainda mais séria do que o habitual.


— Que cara é essa de quem caiu da cama? - Brinquei, quando ambas já estavam dentro do convés.


— Eu puxei ela da cama. - Dinah quem respondeu.


— Literalmente. - Camila enfatizou. — Ela literalmente me puxou da cama, caí com tudo no chão.


— Ah, qual é, olha esse mar lindo, olha esse dia lindo, olha esse sol, eu salvei você de ficar enfurnada naquele quarto.


 Camila negou com a cabeça e olhou ao redor, desejou um “Bom dia” para todos, tirou a mochila das costas e graças a Deus também tirou o óculos.


 Alex passou correndo pela gente, disse que o amigo não está conseguindo achar o local e vai até ele.


— Que bom que você veio. - Eu disse pra Camila, aproveitando que as meninas estão entretidas em uma conversa.


— Acho que você ainda não provou do poder de persuasão da Dinah, acredita que ela subornou a faxineira para abrir a porta do meu quarto?


— Tenho que lembrar de agradecer a ela depois. - Eu disse e ela estreitou os olhos.


 Nesse momento Beatrice parou ao nosso lado.


— Trouxe isso pra você. - Disse e me estendeu um copo com água.


 Franzi o cenho.


— Água?!


— É, você não disse no carro que estava com sede?


— Ah. - Sorri sem graça e peguei o copo. — Obrigada.


— De nada. - Sorriu e saiu.


 Olhei pra Camila e ela está com ar de riso no rosto.


— Ela tá caidinha por você.


— Quê? Ela é uma criança Camila, deve ter a idade da minha irmã, por Deus. - Bebi a água.


 Camila sorriu de lado e deu um passo à frente, aproximou a boca do meu ouvido.


— Uma criança que tá querendo muito transar com você. - Sussurrou e se afastou.


 Por pouco não deixei o copo cair no chão, ao sentir um calafrio subindo pelo meu corpo. Virei e olhei pra onde ela está indo, parou ao lado de Elise e falou alguma coisa, porque Elise segurou no braço dela e saíram andando, sabe Deus pra onde.


— Voltei. - Ouvi a voz de Alex e virei.


 Ele está acompanhado por um garoto.


— Galera, deixa eu apresentar pra vocês, esse é Harry Styles. - Apontou para o rapaz. - E Harry esses são meu amigos. - Apontou na nossa direção.


— Nós somos os melhores amigos. - Normani corrigiu. — Prazer.


 Alex rolou os olhos e Harry riu.


— Eu vou falar para o Jarod tirar a gente daqui. - Alex disse e foi em direção a cabine.


 Enquanto ele foi, nos apresentamos devidamente.


— Querendo ou não Alex vai ter que me incluir nesse círculo de amizade, olha só, só gatas. - Sorriu.


  Não sei por qual motivo, mas simpatizei com ele, talvez seja porque ele é muito sorridente e simpático.


 O barco começou a se movimentar e em pouco tempo Alex estava de volta.


— Cadê Elise e Camila? - Ele perguntou olhando em volta.


— Foram ao banheiro. - Dinah respondeu.


— Certo, a gente precisa brindar, alguém me ajuda aqui a pegar as bebidas.


 Eu e Harry nos prontificamos para ajudar, Alex pegou o champanhe, eu cinco taças e Harry quatro. Retornamos para o deck, distribuímos as taças. Camila e Elise chegaram bem a tempo, me aproximei delas e dei uma taça pra cada.


— O que foi? - Perguntei, ao notar que Camila está estática no mesmo lugar, enquanto olha na direção de Harry, Normani e Alex.


— O nome daquele menino ali, é Harry? - Perguntou, sem me olhar.


— É sim. - Respondi e ela olhou para o porto, provavelmente cogitando a possibilidade de retornar, mas graças a Deus, ou não, já está bem distante. — Vocês se conhecem?


— Aham. - Tirou o óculos que estava pendurado na camisa e colocou no rosto.


 Foi questão de segundos pra Harry notar a presença dela, primeiro ele fez cara de choque, enquanto se aproximava foi alargando o sorriso, Camila se conteve em apenas um sorriso de lado.


— Eu não acredito que é você, a musa das musas. - Tirou ela do chão em um abraço e girou.


 Quando pôs ela no chão novamente, segurou na mão dela e fez ela girar, quando ela voltou a ficar de frente pra ele, focalizou o olhar na mão dela, a mão da aliança.


— Você casou com quem eu estou pensando que você casou? - Perguntou.


— Foi. - Olhou pra mão e puxou delicadamente da dele.


— Eu tenho certeza, que por pouco eu não consegui tomar a frente daqueles belos olhos verdes. - Ele disse, em um falso tom de convencimento.


 O barulho da garrafa de champanhe sendo aberta, fez com que ela arrumasse uma desculpa pra não dar continuidade na conversa, que eu descaradamente estava ouvindo.


— Vamos brindar. - Ela disse e se afastou, indo pra perto de Alex, que está enchendo as taças.


 

Camila POV


 

 Eu não fico nem surpresa mais com as sapateadas que a vida gosta de dar na minha cara, tanta gente no mundo pra Alex ser amigo, ele tinha que ser amigo justo do Harry, não que ele não seja um cara legal, muito pelo contrário, o problema são as perguntas, e tem coisas que eu prefiro não deixar passar pelas minhas cordas vocais, dizem que quando você fala se torna real e eu não quero trazer mais ninguém pra dentro da minha realidade. 


 Maldita hora que eu deixei Dinah me arrastar pra cá.


— 5 dólares pelos seus pensamentos. - Dinah falou, sentando ao meu lado.


 Eu estou sentada no sofá da sala, enquanto todos os outros estão na parte de baixo, vestindo roupas de banho. É quase fim de tarde e depois de tanto tempo bebendo, comendo e conversando, chegaram a brilhante ideia de mergulhar.


— Eu estava pensando na probabilidade de não morrer afogada ao tentar voltar nadando para o porto.


— Com certeza você morreria, sua bunda iria te puxar pra baixo, mas porquê você já quer voltar, aconteceu alguma coisa?


—HAHAHA, engraçadinha você, eu quero voltar desde a hora que a gente entrou naquele táxi.


— Meu Deus, você é muito rabugenta Camila.


— E você que vai me aguentar até a nossa volta, porque ninguém aqui é obrigado.


— E eu sou? - Ergueu as sobrancelhas.


— Definitivamente sim.


— Eu tenho certeza que tem uma pessoinha aqui, que vai amar aturar essa sua rabugice. - Estreitei os olhos. — Ela é linda, dedicada, tem os olhos verdes e tá vindo na nossa direção só de biquíni me cegando com toda a sua brancura.


 Olhei pra trás, Lauren está apenas com um biquíni preto, meus olhos desceram automaticamente pelo corpo dela, mas rapidamente voltei a atenção para o seu rosto.


— Você não vai colocar um biquíni? - Perguntou.


— Prefiro me manter segura aqui dentro. - Respondi. 


— Ela é um caso perdido, não tem jeito. - Dinah disse se levantando e saiu.


— Eu acho que vou ter que batizar sua água. - Lauren disse, com o semblante sério.


— Eu já estou bebendo. - Levantei o copo de whisky pra ela ver.


— Então vou ter que batizar sua bebida.


— Você já começou errando, não pode avisar que pretende batizar uma bebida. - Ergui uma sobrancelha, ela abriu a boca pra responder, mas não saiu nada.


 Harry surgiu não sei de onde e se jogou ao meu lado no sofá. Vestido apenas com um short preto.


— Eu ainda não acredito que é você, sabia? - Perguntou e eu apenas sorri. — Sabe quem eu vi semana passada?


— Não, mas depois você me conta. - Apontei pra Lauren, que está parada bem na nossa frente. — Ela tá só me esperando, porque eu disse que vou trocar de biquíni com ela, licença.


 Me levantei e fui puxando Lauren pelo braço, até a parte que ficam os quartos. 


— Mudou de ideia? - Perguntou, quando soltei o braço dela, para entrar no quarto.


— Mais ou menos. - Peguei minha mochila do chão e coloquei em cima da cama. — Alex e Harry são muito amigos? - Perguntei, procurando meu biquíni. 


— Não, quer dizer, não sei, eu conheci ele hoje, mas acho que se conhecem a pouco tempo. - Apenas balancei a cabeça e não falei mais nada. — Por que você não gosta dele?


— Quem disse que não gosto? Eu gosto, só que ele quer falar sobre o que eu não quero, ele tá agindo como se não tivesse se passado mais de dez anos, como se fossemos as mesmas pessoas. - Achei o biquíni e puxei ele pra fora.


— De onde vocês se conhecem?


— Do colégio.


— Talvez ele ainda seja a mesma pessoa.


— Mas eu não sou. - Coloquei a mochila no chão novamente e fui até o banheiro do quarto.


 Ao retornar, Lauren ainda estava me esperando, sentada na beirada da cama, coloquei uma blusa grande por cima do biquíni e subimos. 


— Eu não acredito que você vai ter coragem de pular aí. - Eu disse, percebendo que já estamos ancorados e todos se encaminhando para a parte traseira, onde agora tem uma pequena superfície de madeira, para ajudar no mergulho.


— E se eu tiver coragem ganho o quê? - Perguntou mexendo as sobrancelhas.


 Coloquei a mão no queixo como quem pensa.


— Você vai ganhar um banho de mar. - Pisquei o olho.


— Sem graça. - Me deu as costas e foi para perto da estrutura. 


 Ela realmente teve coragem, não só ela, mas todo mundo, só ficou eu e o comandante a bordos.



Lauren POV


 

 Depois de muito tempo dentro d'água, resolvi sair, porque meus olhos estão ardendo mais do que nunca, nadei até à estrutura de madeira e me apoiei nela pra subir, enquanto me enxugava percebi Alex e Taylor próximos demais, aproveitei que ele olhou na minha direção e fiz um sinal com as mãos, demonstrando que estou de olho nele, ele rolou os olhos e ficou de costas pra mim. Bufei e virei pra entrar, eu ia descer para os quartos, já que não estava encontrando Camila aqui em cima, mas quando cheguei na sala, a porta da cabine do capitão estava aberta e de lá pude ver a parte dianteira do iate, Camila está lá e ele também, ela está apenas de biquíni e ele com a mesma roupa de antes, um sobretudo marrom, uma camisa branca e calça preta, me pergunto como ele ainda não derreteu, os dois estão sentados com as pernas esticadas pra frente, e apoiados nos braços. O sol já está começando a se pôr no horizonte e ambos conversam olhando pra ele, suspirei e desci para a área dos quartos, pra tomar um banho e ver se meus olhos param de arder. A divisão dos quartos ficou a seguinte: Bea e Taylor, Normani e Elise, Harry e Alex, Dinah e Camila, e eu fiquei sozinha, não entendi muito bem qual foi o motivo do bullying comigo, mas não reclamei, afinal sobra mais espaço pra mim. Depois do banho, coloquei uma saia branca que vai até meus pés e a parte de cima de outro biquíni, só que dessa vez branco. Quando eu entrei no ambiente da sala, a porta da cabine ainda estava aberta, mas agora Jarod está lá, um dos bancos lá dentro está totalmente inclinado e ele deitado, com o braço cobrindo o rosto. Camila ainda está no mesmo lugar, dei a volta e fui até ela, só agora de perto que percebi que ela tem o desenho de um sol tatuado nas costas.


— A julgar que você está terrivelmente concentrada nesse pôr do sol e que você tem um tatuado nas costas, acho que você é do tipo que aplaude o astro-rei. - Falei me sentando ao lado dela.


— Já aplaudi muitas vezes, não vou negar. - Olhou pra mim. — Mas por livre e espontânea pressão. - Riu.


— Você tá mentindo. - Insinuei.


— Não estou, pra mim ele é só uma bola de gás incandescente a temperaturas inimagináveis, que está a milhões de quilômetros da terra, nada de rei que eu sinta necessidade de aplaudir, mas é um espetáculo bonito da natureza, isso não posso negar.


— Isso foi um pouco rude, espero que ele não tenha te ouvido. - Eu disse. — Então porquê tatuar um?


 Ela olhou pra mim, mas não por muito tempo, logo voltou a olhar pra frente.


— Ele me traz algumas memórias boas… é especial.


 Resolvi não prolongar o assunto, fiquei calada e ela continuou a assistir a bola de gás se pôr e eu fiquei olhando pra ela, porque simplesmente não consegui desviar a minha atenção para outro lugar. Uns cinco minutos e ela olhou pra mim, nossos olhares se conectaram por alguns segundos e eu sorri, só percebi que tinha feito isso, quando ela retribuiu. 


— Como foi o mergulho? Valeu a pena arriscar ser comida por um tubarão?


— Aqui não tem tubarões, Camila. - Falei um pouco óbvia. — É uma área livre para mergulhos.


— Claro que tem, é um oceano, nunca se sabe.


— Você é muito pessimista, mas foi bom sim e não me surpreende que você tenha medo, afinal ele é muito profundo. - Joguei. 


— Não entendi o que quis dizer - Me olhou confusa. 


 Mordi o lábio inferior, pensando se eu continuava a falar ou não, foi uma rápida analogia que se formou na minha mente enquanto eu observava ela de dentro da água, antes dela sumir pra dentro do iate.


— Você gosta de coisas rasas, “Gosto de você porque não me pressiona pra saber sobre o meu passado.”, “Não se apaixone por mim.”, relações pra você tem que ser rasa, nada muito profundo. - Expliquei. 


— Ah, é isso. - Riu fraco. — Quanto mais profundo mais difícil pra retornar pra superfície depois. - Disse séria.


— Nem sempre será necessária uma volta pra superfície, então quando a gente mergulha em uma relação, não tem que ficar guardando energia pensando na volta, a gente só vai indo…


— Isso é irracional, Lauren. - Negou com a cabeça. — Na superfície está nosso oxigênio. 


— O amor é irracional. - Respondi rápido.


 Ela virou novamente pra frente, mas eu continuei virada pra ela.


— Eu prefiro continuar no raso, onde a qualquer sinal de profundidade perigosa eu possa pular de novo pra terra firme. - Se levantou e me estendeu uma mão, pra que eu pudesse levantar também.


 Segurei na mão dela e me ergui, porém mesmo quando já estava de pé não soltei, apenas alguns centímetros nos separam.


— Você acha que a gente seria alguma coisa profunda? - Perguntei por impulso, e o pior é que não posso nem culpar o álcool por isso, porque eu estou completamente sóbria.


 Felizmente ou infelizmente, Dinah começou a gritar nossos nomes, antes que ela pudesse me responder.



Notas Finais


É isso ai.

Até a próxima <3


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