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História Inalcançável Você - Te assumir, parte 2


Escrita por: princetri

Capítulo 53 - Te assumir, parte 2


Lauren POV



 Acabei indo parar em um bar, o que não foi uma decisão muito sábia, mas no momento qualquer coisa que me fizesse esquecer a existência de Camila era válido. O local está lotado, eu lembro de já ter vindo até aqui algumas vezes, mas sozinha é a primeira vez, vários caras tentaram chegar em mim, mas apenas ignorei até eles desistirem, mas um deles foi mais insistente do que o normal, e eu acabei cedendo ao seu papo, tanto que deixei ele me levar em casa, o que talvez tenha sido um pouco demais, afinal um completo desconhecido nunca faz nada de graça, me despedi dele e quando eu ia descer ele me segurou pela mão. 


— Hey, calma, não precisa ir tão rápido. - Disse sorrindo, ele é lindo, uma pena eu não ser hetero.


— Eu estou com vontade de vomitar, você quer que eu faça isso no seu carro? - Perguntei e ele fez uma careta.


— Segura o vômito que a vontade passa. - Falou e eu comecei a rir.


— Você quer que eu engula o vômito?!


— Argh! Não foi isso que eu quis dizer, mas enfim, não posso subir? - Perguntou sugestivo. 


— Eu acho que eu falei umas cinco vezes. - Tentei mostrar cinco dedos, mas aparentemente eu não sei mais contar, porque eu não consegui. — Eu falei esse tanto de vezes que sou lésbica, você sabe o que é isso?


— Sim, mas você também falou que nunca transou com um homem, pra tudo tem uma primeira vez, bora tentar. - Insistiu. 


— Não dá mesmo, eu vou entrar, obrigada.


 Novamente antes que eu pudesse sair ele segurou no meu braço.


— Eu saí lá do outro lado da cidade, paguei sua conta, e você não vai me dar nem uma chance?


— Desculpa. - Falei e abri a porta, descendo antes que ele me impedisse novamente.


 Ao ver um carro bem familiar parado um pouco mais atrás, meu coração errou uma batida, eu só posso está vendo coisa, minha visão foi obstruída quando o cara que esqueci de perguntar o nome entrou na minha frente, me inclinei um pouco para o lado, e por cima do ombro dele pude ver Camila descendo do carro, como eu suspeitava.


— Pensa melhor, a gente pode se divertir, tenho certeza que…


 Em um gesto completamente impensado, eu beijei o cara à minha frente, me arrependi no mesmo instante que senti a barba dele no meu rosto e aquela mão grossa no meu pescoço, mas não parei por vontade própria, o corpo dele foi puxado para trás, o que obrigatoriamente nos separou.


— Que porra você está fazendo? - Ele perguntou olhando pra Camila.


 Eu comecei a rir dele, que aparentemente realmente acredita que vamos transar e de Camila bufando.


— Você sabia que transar com uma pessoa bêbada da cadeia? - Perguntou irritada apontando o dedo na cara dele.


— Vai se foder garota, sai da minha frente. - Abaixou o dedo dela e veio na minha direção. — Vamos subir logo.


— Eu acho que você vai preferir que eu chame a polícia, né? - Camila perguntou o que fez ele virar pra ela. — Eu anotei a placa do seu carro, e eu sendo você nesse momento iria embora.


 Ele olhou para o carro dele, pra Camila e por último pra mim.


— Você conhece essa vadia? - Perguntou irritado.


— Ela é uma vadia mesmo. - Falei.


— Certo, acho que posso ligar. - Camila disse tirando o celular do bolso.


 Ele alternou o olhar entre nós duas.


— Vão se fuder, suas lésbicas piradas!


 Saiu pisando fundo em direção ao carro e depois arrancou.


— Ele realmente achou que ia me comer. - Falei rindo.


— E você acha isso engraçado?


— Você não?


— Você é muito retardada, aceita carona de um desconhecido, deixa ele vir até sua casa e pra completar bêbada, nossa, isso realmente é muito engraçado, Lauren, queria ver se você ainda iria rir se ele te obrigasse a fazer uma coisa que você não quer.


— Eu sei o que eu faço.


— Claramente sabe.


— Por que você tá aqui? Você não tem casa? Eu não quero ver a sua cara. - Dei as costas e fui em direção a entrada do meu prédio.


— Porque você me deixou plantada no meio da rua e entrou naquela droga de ônibus, e a gente precisa conversar! - Disse vindo atrás de mim.


— Eu não quero conversar com você. - Abri o portão e antes que eu fechasse ela passou.


— Não é justo você está com raiva de mim, quem falou merda foi sua ex namorada, agora por causa disso você está com raiva, deveria está com raiva dela, não de mim.


— Não é ela que está me fazendo de idiota. - Falei baixo e ela suspirou.


— A gente falou sobre isso ontem, você disse que ia me dar um tempo.


— É, mas não quero mais fazer isso, eu não quero te dar um tempo. - Levei minha mão até o cabelo dela caído sobre os ombros e comecei a enrolar no meu dedo. — Eu amo você, Camz. - Falei a olhando nos olhos, o que fez ela olhar para o lado. — Tá vendo o que você faz? Eu digo que te amo e você para de olhar pra mim, eu odeio isso.


— Você acha que é fácil pra mim? No momento eu não consigo declarar amor nem a mim, imagine a outra pessoa, você precisa me dá esse tempo. - Falou e eu percebi que ela está a ponto de chorar.


— E não chora, porque você só chora pra me convencer a fazer o que você quer. - Acusei.


 Ela passou a mão nos olhos, os secando.


— Eu não vou discutir com você, ainda mais bêbada, se você ainda quiser falar comigo me procura quando estiver sóbria. - Deu as costas e abriu o portão pra sair.


— Isso, vai mesmo, porque você é assim, você culpa as pessoas pelos seus erros, igual você fez com sua esposa, a sua vida estava uma merda porque você é egoísta, e não por causa dela! - Falei e quando me calei já estava arrependida, ela virou, e mesmo estando escuro pude ver os olhos dela brilharem de raiva.


— O que você disse? - Veio na minha direção e me empurrou pra trás. — Você não tem o direito de falar do meu passado como se soubesse de alguma coisa. - Me empurrou novamente. — VOCÊ NÃO SABE DE NADA! - Gritou.


 Não respondi, até porque não tem o que responder, ao invés disso me curvei para frente e automaticamente comecei a vomitar, ela pulou pra trás antes que batesse em seus pés.


— Ah que merda. - Ela disse irritada se aproximando de mim pelo outro lado para segurar meu cabelo. — Tomara que você coloque seu coração pra fora também, pra parar de ser tão ridícula. - Falou séria, e eu comecei a rir imaginando meu coração saindo pela boca. — Eu não estou brincando, Lauren, e se essa merda me sujar, eu...


 Ela não teve tempo de concluir a fala, porque novamente comecei a vomitar e foi certeiro em cima do seu pé.


— PUTA QUE PARIU! - Xingou e soltou meu cabelo, fazendo ele vir pra frente do meu rosto e consequentemente sujar também.


 Quando consegui me recuperar da sessão de vômito, me deu uma crise de riso, e eu tive certeza que estou perdendo a minha sanidade, não é possível uma coisa dessas.


— Ah, realmente, como isso é engraçado Lauren, muito engraçado. - Camila disse ainda mais brava, enquanto sem usar as mãos tira o salto dos pés, quando conseguiu pegou eles pela pontinha e saiu andando em direção ao hall do prédio.


— Onde você vai? A saída é pra lá. - Falei apontando pra rua.


— Sonha que vou entrar no meu carro com o pé cheio de resto de comida misturada com álcool.


— Eca, sua nojenta.


— Eca você, saiu daí de dentro, agora anda logo porque quero me limpar pra ir embora.


 Entrou no elevador e eu entrei logo em seguida.


— Você vai embora?


— Sim, eu vou embora, porque estou tão irritada, que sou capaz de te matar, Lauren, te matar. 


— Desculpa, eu juro que não ia vomitar no seu pé.


— Eu não estou com raiva por causa disso, você sabe! - Comprimi os lábios, claro que ela está com raiva pelo que eu falei, até eu estaria, mas quando dei por mim já estava falando. — Eu aceito você falar qualquer coisa sobre mim, Lauren, mas não fala o que você não sabe, porque só eu sei o quanto eu tentei fazer aquilo dar certo, então não tenta mais me atingir usando isso, porque na próxima eu não vou te perdoar, vou deixar passar hoje porque você está um pouco alterada devido ao álcool, mas eu te peço pra não falar mais isso, nunca mais.


 Apenas afirmei com a cabeça, o que eu poderia dizer? Quando entramos no meu apartamento antes mesmo que eu fechasse a porta ela saiu em direção ao banheiro, resmungando algo relacionado aos pés estarem grudando. Tirei minha jaqueta e joguei em cima do sofá, depois a blusa, o tênis, as meias e a calça, fui em direção a cozinha e enchi um copo com água, o tomando logo em seguida. Como Camila está demorando a voltar fui até o banheiro, ela está apenas de blusa e a calça em cima do balcão da pia, provavelmente pra não molhar, encostei a cabeça no batente da porta e fiquei observando ela lavar os pés do outro lado do box, ela me olhou dos pés a cabeça, focou no meu rosto por alguns segundos e depois voltou a atenção para os pés embaixo da água.


— Perdi minha noite esperando por você e você enchendo a cara com um babaca. - Disse sem olhar pra mim, continuei calada, porque estou cansada de falar, cansada de brigar. — Ótimo, agora ela se cala. - Desligou o registro da água e abriu o box.


— Você não vai embora, né?


— Eu não tenho nada pra fazer aqui.


— Tá vendo como você é? Você me pede pra ficar, eu fico, eu peço e você diz isso.


 Ela não respondeu, puxou a toalha e enrolou na cintura.


— Toma seu banho. - Disse saindo do banheiro.


 

*****



 Quando terminei meu banho o barulho da TV me fez ter certeza que Camila tinha ficado, fui direto para o meu quarto, coloquei uma blusa comprida e fui pra lá, ela está sentada com a cabeça pousada no encosto do sofá e o olhar fixo no teto.


— Esse filme é bom. - Falei pra chamar a atenção dela, funcionou, ela olhou pra mim.


— Eu deixo você assistir comigo. - Disse simples.


— Ah, você deixa eu assistir com você, na minha casa, na minha televisão, no meu apartamento, no meu sofá? - Perguntei tentando descontrair, ela rolou os olhos.


— Engraçadinha.


 Me sentei no outro sofá e olhei pra televisão, eu não faço a mínima ideia de que filme é aquele que acabei de falar que é bom, senti Camila me olhando, então voltei a olhar pra ela.


— Senta aqui. - Ela disse batendo no espaço vazio ao seu lado.


— Não está com raiva? - Perguntei receosa.


— Sim, estou, mas quero que você faça ela passar. - Respondeu e meu coração acelerou os batimentos.


 Fiz o que ela disse, ela encostou a cabeça no meu ombro e segurou na minha mão, acariciando a mesma com o polegar.


— A gente é muito estranha. - Falei.


— Concordo, ao mesmo tempo que quero te bater, quero te beijar. - Arrastou a ponta dos dedos pela parte interior do meu braço. — Espero que isso mude.


— Eu não. - Falei e ela deu um tapa no meu braço. — Ah, qual é, as vezes uma briguinha faz bem.


— É, mas não a todo instante.


— Tem razão. - Peguei o controle da tv e olhei a hora. — Você realmente quer assistir esse filme ou a gente pode ir para o quarto?


— Você disse que é bom.


— Eu não sei nem o nome do filme, imagine se vou saber se é bom. - Confessei e ela me olhou incrédula. — Sim, eu menti. - Falei desligando a TV.


— Você é uma ridícula mesmo. - Disse, eu dei de ombros e me levantei, já de pé ofereci uma mão pra ela. — Eu não estou tão velha, consigo levantar sozinha.


— Você já pensou em ser menos grossa? - Perguntei com ela vindo atrás de mim.


— Já, mas desisto nos primeiros 5 minutos de tentativa.  - Respondeu simples.


 Quando eu pensei em rebater, senti minha blusa ser levantada, me fazendo esquecer o que eu ia falar.


— Eu não acredito que você tá só de blusa. - Camila disse aparentemente surpresa, puxei minha blusa pra baixo novamente e virei pra ela.


— Eu não acredito que você levantou minha blusa. - Falei no mesmo tom dela.


— Eu não sabia que você ia estar sem roupa por baixo, por que está sem roupa por baixo?


— Porque eu quero, estou na minha casa. - Ela baixou o olhar pra minha blusa, e tentou levantar novamente, porém fui mais rápida e segurei a sua mão. — Para.


— Tira a blusa.


— Não.


— Por que não?


— Porque não.


 Ela soltou a mão da minha e segurou no meu pulso, usando isso pra me puxar mais pra perto, fixou o olhar nos meus lábios, o que me fez automaticamente umedecê-los.


— Eu não vou beijar você. - Falou ao notar meu gesto.


— Duvido que não vai. - Falei desafiadora.


— Não vou. - Ela disse e soltou meu braço, se afastando.


 Quando ela ia passar por mim, segurei em sua cintura e a empurrei contra a parede, ela está sorrindo.


— Você vai! - Falei colocando as mãos na parede, para impedir que ela saía dali.


— Não vou. - Disse negando com a cabeça.


 Levei as duas mãos para a sua cintura por dentro da blusa, apertei o local e depois subi com as mãos, arranhando levemente pelo caminho, abri o fecho frontal do sutiã e coloquei as mãos diretamente nos seios dela, os massageando, sem quebrar nosso contato visual.


— Continuou sem querer beijar você. - Disse prepotente.


 Resolvi mudar a tática, tirei a minha mão de dentro da blusa dela e segurei nas mãos dela, as levando até os meus seios, o sorrisinho dela foi se desfazendo, xeque, levei uma mão até sua perna a fazendo posicioná-la entre as minhas, feito isso rocei meu sexo o mais devagar possível, senti ela apertando meus seios por si só, quase sorri vitoriosa, mas ainda não, intensifiquei um pouco mais o contato do meu sexo com a sua perna, perdendo totalmente o conhecimento da palavra pudor comecei a gemer tendo o olhar dela no meu, ela mordeu o lábio inferior, com a respiração já se alterando. Sem nos separar tirei minha blusa e soltei no chão.


— Você joga sujo. - Ela disse em um sussurro.


— Eu jogo pra ganhar. - Sorri de lado.


 Segurei na mão dela e guiei até o meio da minhas pernas, com a outra mão segurei no seu cabelo, fazendo ela olhar naquela direção, com a atenção dela ali, a fiz passar os dedos pelo meu sexo já molhado, na verdade eu estou apenas segurando a mão dela, porque ela já tomou o controle e continuou com o movimento mesmo depois que soltei, com a mão ainda no seu cabelo a fiz olhar pra mim.


— Eu quero que você me foda, como só você sabe fazer. - Rocei o nariz no dela, fazendo nossos lábios também encostarem, ela esperou que eu a beijasse, mas não fiz isso, apenas continuei com o contato superficial. — Me beija logo! - Mandei puxando o cabelo dela com força.


 Quando falei isso a mão dela que estava posicionada na minha cintura desceu arranhando até a minha bunda.


— Eu vou perder essa. - Mordeu meu lábio inferior. — Mas vou fazer você se arrepender por essa provocação. - Disse e finalmente me beijou.


 Não consegui nem sorrir pela minha vitória, o beijo está tão bom que eu só quero aproveitar.



*****

 


— Droga. - Camila falou baixo, deitada ao meu lado, eu ainda estou tentando recuperar o fôlego, mas me obriguei a perguntar o que foi. — Eu disse que ia chamar a polícia se aquele cara transasse com você, porque você está bêbada, e agora fiz isso.


— Você acha que ainda estou bêbada?


— Bom, é impossível se recuperar tão rápido.


— Você me tira de qualquer estado de embriaguez. - Falei e senti que ela me olhou durante alguns segundos, mas logo depois voltou a olhar para o teto, assim como eu.


— Você fala cada coisa.


— Imagina se eu falasse tudo que penso então. - Falei e ela riu fraco.


— Fala o que você está pensando agora. - Mandou. 


— Melhor não, não quero atestado de louca.


— Fala!


— Certo. - Limpei a garganta e me apoiei no braço, pra olhar pra ela. — Eu estava pensando, que talvez Deus tenha inventado o sexo para que a gente possa suportar nossos defeitos, porque sempre que fazemos isso esqueço o que odeio em você, então é como se você não tivesse mais nenhum defeito.


— Eu não sabia que você odiava alguma coisa em mim.


 Levei uma mão até seu rosto e a fiz olhar pra mim.


— Mas as coisas que amo em você totalizam um número maior. - Falei.


 Ela sorriu e beijou minha mão que ainda está em seu rosto, logo depois veio pra perto de mim e me abraçou, colocando o rosto na curva do meu pescoço, fiquei mexendo no cabelo dela até que ela dormisse, ela dormiu e mesmo assim continuei, não consegui desviar a atenção para outro lugar, como se ela fosse sumir a qualquer momento se eu parasse de observá-la.



 


“Boquiaberto me travo, 

por me ver a te admirar demais, 

eis que fico fraco, 

eu inventei o inalcançável você.”


Notas Finais


Sobre o próximo capítulo: se preparem bastante pra ele, bastante, beijo.


<3


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