História Incontrolável - Amor Proibido

James

Vê-lo naquele estado cortava meu coração. Aninhei Luke em meus braços sentindo meu coração se despedaçar a cada lágrima derramada dele. Nunca tive uma reação como essa ao ver alguém chorando e confesso que não entendia muito bem por que eu estava agindo assim com Luke. Ele era meu melhor amigo... Deve ser por isso.

Richard voltou, dizendo que em breve iriam chama-lo para um raio-X e depois provavelmente iriam engessar o pé dele. Sua mão foi de encontro ao rosto de Luke, fazendo carinho no mesmo, que o olhou corando um pouco. Bufei vendo aquela melação.

— Será que poderia deixar ele em paz? Não tá vendo que ele quer ficar quieto?

— Então tire ele do colo. – Disse Richard sentando-se na cadeira do lado – E o coloque na cadeira de rodas. É mais confortável que ficar nessa posição pelo menos.

Suspirei, pois ele estava certo. Meio relutante coloquei Luke na cadeira de rodas, ouvindo alguns murmúrios de reclamação do pequeno, ri baixo ouvindo e me senti um pouco... Feliz? Enfim, não importa. Voltei a me sentar, esperando que o chamassem.

Luke

Meu nome foi o primeiro, provavelmente por causa que James estava aqui e nunca que iriam deixar um Palentir esperando. Richard me empurrou (ou empurrou a cadeira, fale como preferir) até a sala de raio-x enquanto James atendia um telefonema que havia recebido.

Subi naquele tipo de cama reta que confesso não saber o nome e fiquei deitado, enquanto o médico movia o meu pé para tirar as fotos. Suspirei com milhões de pensamentos passando por minha mente. Conforme eu me acalmava eu só conseguia pensar em como iria pagar tudo isso. Eles me trouxeram justo pra um hospital caro! Droga...

Richard me pegou no colo, colocando-me sobre a cadeira e indo comigo até a sala de consulta, onde James já estava lá conversando com o médico que parecia ser um conhecido dele. Como esperado tive que ser engessado e com as orientações médicas de não colocar o pé no chão por dois dias, e eu ficaria com o gesso por uma semana, felizmente não precisaria de fisioterapia, mas ficaria mancando por um tempo.

— Certo, vai querer colocar a bota ou não? – Perguntou o doutor olhando pra mim.

— Não... – Murmurei. A consulta já seria cara, agora imagina com a bota?

— Ele vai querer. Pode colocar. – Interrompeu James, olhando pra mim – Quer melhorar logo não é? Então, precisa disso.

— Mas... James...

— Sem “mas”. – Suspirou, deixando que colocassem a bota no meu pé e logo depois me ajudando a sentar na cadeira de rodas. – Mande a conta pra mim depois.

Me surpreendi com sua atitude, sorrindo de leve, completamente agradecido. James Palentir se importava comigo? Meu coração parecia estar em festa quando senti seus braços me envolvendo novamente, levando meu corpo até a cadeira de rodas. O médico imprimiu as folhas com receitas médicas, falando nomes que eu realmente não entendia e me entregou os papeis de atestados, sorrindo me desejando sorte.

— Acho que agora pode me devolver ele.

— Devolver? – Disse James erguendo uma sobrancelha e olhando para Richard – Ele é seu por acaso?

— Sim, o florzinha aqui é meu colega de quarto. E creio que sou eu que cuido dele. – Riu afastando James e colocando as mãos na cadeira, me guiando para a saída e sendo seguido por um loiro levemente bravo – Acho que Luke não poderá ir ao baile.

— Heh?! Como assim? – Arregalei os olhos. O baile era só em alguns dias, eu poderia andar até lá!

— Imagina ir assim, sem um par. – Sorriu aproximando sua boca de minha orelha, dando uma leve mordida, fazendo-me fechar os olhos e arrepiar por completo – Posso ser o seu, se quiser.

— Cala a boca. – Bufou James – Ele tem coisas melhores pra se preocupar do que um baile idiota.

— Fala isso porque vai com a senhorita Mía e não quer que todos saibam. – Riu Richard, fazendo-me abaixar a cabeça um pouco triste.

Ele não tinha dito que não tinha nenhum par? E Mía não namora?

— Não vou com ela. – Rosnou James.

— Fale isso pras mensagens que vivem trocando, mas não é da “minha conta” – Sorriu um tanto provocador, como se desafiasse James – Bye bye Mr. Palentir.

Encolhi-me levemente na cadeira de rodas, com os pensamentos a mil, parecendo fazer um carnaval no meu cérebro. Deixei que Richard me levasse de volta para o Centro, logo sendo guiado para o quarto.

— Quer alguma coisa? – Sussurrou colocando-me na cama cuidadosamente e me cobrindo. – Aumente o ar condicionado?

— Só quero... Os livros. Preciso estudar pras provas.

— Okay senhor nerd. – Sorriu trazendo para mim a minha mochila onde estava tudo que precisava. Peguei os livros começando a lê-los.

Quer dizer, tentando ler. James não saía da minha cabeça, seus atos, seu sorriso, seu modo de agir. Respirei fundo fechando os olhos e lembrando do que Richard havia dito. Ele realmente iria se encontrar com Mía? Só de imaginar os dois se encontrando as escondidas no baile, como um... Amor Proibido... Me deixava tendo calafrios.

Richard deitou-se em sua cama, pegando seu computador e começando a mexer no PalentirBook. Aproveitei para pegar meu celular e finalmente ler as mensagens que meus pais tinham para mim. Respirei fundo já sabendo que coisa boa não era, já que tudo que eles me mandavam ultimamente eram coisas que só faziam eu ficar mais culpado por ter saído de casa e fazer com que eles gastassem tanto dinheiro comigo em alimentação, vestuário ou coisas do gênero.

Abri o e-mail, lendo e congelando logo em seguida.

“Luke, não podemos mais. Sinto muito filho, mas você vai ter que sair dessa escola.”