História Incubus - Dez

Abri os olhos sentindo um desconforto gigantesco na garganta, tentei me levantar e meu corpo inteiro doeu. Soltei algumas exclamações de dor sem reconhecer onde estava. Apoiei os pés no chão e abaixei minha cabeça apertando minha nuca. Minha cabeça estava confusa.

- Que bom que acordou. – Ouvi a voz do CEO me assustando.

Ele estava parado em uma porta um pouco distante de onde eu estava e foi quando reconheci a sala. Tentei sorrir estando um pouco constrangido.

- Bebi demais? – Não tinha noção de horas e me preocupei pois prometi ligar para Jimin assim que chegasse do jantar.

- Gostaria que fosse isso amigo. – O CEO riu. – Me acompanhe.

Assim ele entrou pela porta que tinha atrás de si. Me levantei sentindo meu corpo protestar e o segui sem entender a situação ainda. Tinha vários corredores que eu não recordava de velos lá antes, franzi o cenho.

- Logo as coisas faram sentido, primeiro vamos comer algo. – Nam disse sem olhar para tras seguindo o caminho reto encontrando uma cozinha bem equipada. Ele passou para tras de um balcão de mármore escuro. – Sente-se. – Indicou um banco alto no lado aposto ao seu e me sentei. – Bem, imagino como deve estar se sentindo péssimo agora. Mas preciso que me conte de Taehyung.

Aquele nome me fez retesar o corpo e arregalar os olhos. Fiquei olhando Namjoon enquanto ele tirava algumas coisas da geladeira taras de si. Encheu uma panela de agua e a colocou no fogo, serviu um copo de agua e colocou em minha frente.

- Eu e mais uma pessoa fomos designados a anos atrás para quebrar o laço que você tem com aquele demônio. Foi uma marca feita sem permissão e antes que pudesse ser corrigido você fugiu do inferno. – Nam suspirou voltando sua atenção para alguns legumes. – Graças aos céus fez isso ou queimariam você naquele fogo que eles chamam de “sagrado” poupando o desgraçado que tem culpa disso. – Me olhou. – Foi um caminho longo até você retornar a terra. Não posso lhe contar muito, não cabe a mim isso. Mas saiba que estamos protegendo você e Jimin. Era para Taehyung estar longe de vocês, ele foi proibido de procura-lo e condenado ao posto de incubus por uma certa eternidade eu diria. – Vi o CEO sorrir satisfeito com isso.

- O que esta acontecendo? – Não consegui processar muito bem o que ele me dizia, mas o encarava enquanto ditava aquelas coisas.

- Vamos partir do momento em que viu ele a primeira vez. – Disse e sorriu para mim colocando lamen na agua que já fervia

 - Jimin quis experimentar invocar um incubus. – Franzi o cenho novamente.

- Ah! Claro, não teria como ele ser mais sujo esperando esse tipo de oportunidade. – Nam pareceu irritado. – Quantas vezes ele te visitou?

- D-Duas, eu acho. – Tentei me lembrar dos ocorridos que se embaralhavam. – Ele me .. tatuou , eu acho. – Foi quando decide olhar minha marca que havia voltado a cor natural. – Mas...

- Fique tranquilo, cuidamos disso. Há uma pessoa que está te esperando lá em cima. – Ele apontou para o teto e eu estranhei. – No segundo andar. – Revirou os olhos e entendi. – Ele irá te explicar melhor as coisas. Mas como você tem que comer algo antes de enfrentar um anjo .. – Ele balançou a cabeça um pouco frenético mostrando convicção no que falava. – Estou aproveitando para fazer as perguntas que ele quer ter respostas pois deve estar nos ouvindo.

- Nam . – Balancei a cabeça confuso. – Eu não entendo o que esta acontecendo!

- Ok. Abra sua mente. – Assenti para ele. – Céus e inferno. Demônios e anjos. São reais. – Ele dizia enquanto cortava alguns legumes. – Vidas passadas, perdão absoluto do altíssimo, Leis dos anjos e arcanjos .. Já ouviu falar dessas coisas certo? – Assenti novamente. - Também são reais, mas não tem muitos enfeites como nos filmes e livros.

- E o que isso tudo tem em comum com Taehyung e eu? – Perguntei.

Ele jogou os legumes em uma frigideira resfolgando-os. Não pareceu querer me responder. Colocou o lamen na frigideira e minutos depois serviu um prato colocando em minha frente.

- Não prometo um sabor muito bom, mas te manterá em pé para encontrar aquele que pode te dar as respostas que quer. . – Ele sorriu .

Comi com certa pressa. Queria respostas, precisava ligar para Jimin, não entendia o que estava acontecendo  e quanto mais pensava sobre parecia que tudo se embaralhava mais. Terminei o que me foi servido sentindo um pequeno conforto interior. Nam apontou a porta que havíamos entrado quando o olhei.

- Volte para a sala, suba as escadas e siga pelo corredor. Havera uma única porta aberta. Ele  .. – Nam apoiou as mão no balcão parecendo que ia cair para frente levantando os ombros. – Maldito, AVISE ANTES! – Ele gritou para o corredor que passamos. – Va, ele esta pronto para te receber.

- Você está bem? – Perguntei um pouco assustado.

- AHM!?.. – Ele sorriu um pouco e arrancou sua camisa polo repentinamente virando de costas para mim e arregalei os olhos notando uma gigantesca tatuagem de asas em suas costas. – Elas só doem quando saem.  – Ele se virou novamente. – Melhor ir ou ele virá busca-lo e isso não é bom.

Sai do banco um pouco devagar e andei até a sala. Olhei as escadas por um momento pensando se aquilo era uma boa ideia. Minha cabeça não doía, minha marca estava normal e não havia mais nenhum desconforto. Pisei no primeiro degrau convicto que teria minhas respostas.

O corredor era imenso, parecia irreal tantas portas em uma única casa por mais que fosse uma mansão. Ao longe pude ver uma das portas abertas e me aproximei um pouco apreensivo entrando cautelosamente. Era um cômodo completamente branco. Chão, paredes, a escada em uma curta curva que levava para um segundo andar pequeno, o corrimão, as estantes com livros, a mesa de escritório todos extremamente brancos. Notei que havia uma abertura no parapeito.

- Seja bem vindo Jeon. – Jin apareceu vestido completamente branco, descalço e o que mais me assustou foram as assas igualmente brancas que eu enxergava atrás de si. Ele olhava um livro branco também em suas mãos.

- J-Jin!? – Perguntei coçando meus olhos.

 Meu coração bateu rápido quando sem olhar para frente ele deu um passo, mas não havia mais chão para ele pisar. Um grito cresceu em meu peito e não saiu som algum, pois lentamente ele ... poderia dizer planou!? .. Sei que lentamente seu corpo desceu com seus pés nus encontrando o chão em um pouso surdo. Engoli em seco. Sua imagem era realmente linda, seus fios cinzentos perfeitos, a blusa de mangas compridas e gola alta, a calça que lhe cobria as pernas lhe desenhando a silhueta passavam a paz e tranquilidade que um anjo demonstrava ter em uma pintura de alguma igreja qualquer, mas seu rosto concentrado e sem muitas emoções me deram certo medo.

- Você se acostuma, fique tranquilo. – Ele ainda estava distraído com o livro. – Precisamos conversar. – Nesse instante ele me olhou. – E peço que não me esconda nada.

Assenti sem pensar muito sobre. Eu estava vendo que criatura a minha frente? Aquelas asas eram reais? Acho que enlouqueci. MEU DEUS. JIMIN! Jimin irá ficar em pedaços se tiver que ficar sozinho me visitando em um manicômio.

- Certo, vamos começar então. – Ele virou de costas e foi inteiramente irreal ver sua blusa nas costas rasgadas com fios do tecido caindo sobre asas brancas que saiam de suas costas. -  Não importa quanto olhe Kook, elas vão continuar sendo reais e não espere tocar. Isso é estranho.

- Você é .. um, anjo Jin? – Perguntei pausadamente não acreditando nas palavras que saiam de meus lábios.

- Sim, e Nam um caçador de demônios. Somos parceiros e temos .. Essa parte ele explicou. – Jin suspirou se sentando em um banco branco (tudo lá era branco e incomodava um pouco). Assim que sentou, cruzou as pernas e suas asas pareceram se mexer abrindo e mostrando o quão grande eram.  

- Eu não entendo o que esta acontecendo.. O que estou vendo .. – Coloquei as mãos em minha cabeça a balançando.

- Se acalme. – Jin sorriu terno. – Demônios tendem a bagunçar a mente humana facilmente. Como Taehyung quebrou as regras, mais uma vez, trazendo a tona lembranças da sua vida passada me foi permito lhe esclarecer os ocorridos.

- Aquilo que ele me mostrou foi tudo real? Aquele era eu? – Perguntei sem querer acreditar.

- Sim, mas não se prenda a quem você era. – Sua voz era calma.

- Não reconheço aquelas emoções, não reconheço aquele  ..

- Jeon. – Jin me chamou seriamente. – Demônios são traiçoeiros. Taehyung deve ter lhe apresentado lembranças das quais você lubridiava de seu pior pecado na vida passada, a luxuria. Mas preciso que você entenda que quando se arrependeu verdadeiramente do que fez e quis mudar, o altíssimo perdoou todos os seus erros e lhe acolheu dando-lhe uma nova chance.

- Eu não sei, não entendo. Se fui perdoado porque essas coisas estão acontecendo? Jimin não merece isso!. – Minha voz falhava com meu desespero.

 - Jimin faz parte disso. Nada acontece sem que o altíssimo permita. Estamos aqui apenas para proteger vocês de Taehyung e quebrar seu laço com um demônio que é dono dos desejos do inferno.

- Devo ser punido por isso, provavelmente por isso estou aqui. – Sentia meus olhos arderem querendo expulsar lagrimas.

- Por favor, não fique emotivo por coisas que já concertou. Você está aqui porque pediu outra chance e lhe foi concedido este pedido Jeon. – Jin levantou-se com suas asas encolhendo-se atrás de si. – Esta se saindo bem. É admirável assistir duas almas se reencontrando e notar a conexão que tem aflorar naturalmente. – Desta vez vi um leve sorriso.

- Você diz eu e Jimin? – Perguntei um pouco curioso e ele assentiu.

- Não posso explicar em palavras o que aconteceu entre vocês três, posso lhe mostrar e preciso que preste atenção. Poderei responder suas perguntas depois. – Jin aproximou-se devagar enquanto falava parando muito próximo a mim. – Feche os olhos, respire fundo. – Obedeci seus pedidos sentindo uma paz inundar meu interior. – Tudo que verá agora é verdade. São atos passados e que não podem ser mudados, mas já foram perdoados. – Fez-se silencio e senti uma mão sobre meus olhos. - Que os céus lhe concedam aquilo que lhe é direito Jeon Jungkook e que possa encontrar suas respostas e acalmar seu espirito que habita este pedaço de carne. Lux et veritas deo concedente ( A luz e a verdade com a permissão de Deus).

 Jin respirou fundo e soprou o ar em direção ao meu rosto e o som foi ficando mais alto, mais forte até que pude ouvir apenas ele e senti meu corpo descer um degrau. E vi outro Jeon Jungkook caminhando em um corredor branco.

- Irá experimentar as emoções, mas não irá reviver essas memorias. – A voz de Jin veio de algum lugar e o procurei logo o encontrando ao meu lado.

- Dois de mim, esta certo? Com Tae eu era apenas um. – Disse Enquanto meu outro eu caminhava tranquilo com as mãos no bolso de um casado de couro.

- Depois falamos sobre isso. Agora observe.  – Jin cruzou os braços.

O outro Jeon abriu uma porta e deitado a uma cama estava um Jimin moreno e apreensivo, meu eu aproximou-se dele sorrindo sentando-se ao lado de seu corpo encolhido ficando de frente para ele, acariciou seu rosto prendendo a atenção daquele Jimin desprotegido.

- O que quer que eu faça? - Meu outro eu perguntou.

- E-Eu não sei. – Jimin moreno respondeu.

- Porque me chamou então? – Aquele Jungkook não tirava os olhos do rosto de um inocente Jimin.

- Quero – O moreno engoliu mostrando seu nervosismo. – Quero saber como seria me entregar.

- Nenhum homem lhe tocou antes? – Um sorriso mortal apareceu nos lábios do demônio Jeon vendo Jimin negar lentamente com a cabeça. – E como esta me enxergando?

- Como assim? – Jimin mexeu a cabeça para o lado em uma adorável duvida.

- Minha aparência, o que vê que o agrada? – Jungkook levantou para o moreno lhe enxergar melhor.

- Cabelos curtos e pretos, olhos negros, pele clara, lábios rosados, ombros largos, pernas grossas .. – Jimin falava e corava .

- Coloque mais adjetivos meu pequeno. – Jeon Demônio o provocou sorrindo.

- Seu rosto é bonito. Seus cabelos caindo sobre os olhos tão escuros quando suas íris contrastam com a pele clara e chamam muito mais atenção para seus lábios. – Jimin desviou o olhar mostrando seu constrangimento.

- Pequeno .. – Jeon demônio puxou seu rosto mostrando outro sorriso se sentindo um pouco nervoso. – Continue

- Seus sorrisos brancos com dentes perfeitos me fazem querer beija-lo. Seu corpo .. Largo, forte, torneado é b-bonito. – Jimin calou-se enquanto olhava para aquele incubus.

Enquanto isso um sentimento de incredibilidade me invadiu. Olhei para Jin e para a cena de eu perdendo o sorriso largo encarando Jimin.

- O que esta acontecendo? – Perguntei.

- Jimin o descreveu, em um sonho com um  demônio incubus o que você vê? – Jin não me olhou, mas sorriu.

- Aquilo que deseja, quer, que o agrada... – Respondi convicto entendendo. Jimin desejava aquele Jeon e uma pequena insegurança aflorou em meu peito.

As asas de Jin bateram levando a cena embora. Comecei a ouvir vozes e no mesmo cenário anterior tinha um Jimin sentado em uma cama e um Taehyung escorado a uma parede.

- Ele não pode vir visita-lo mais Jimin. – Tae disse olhando Jimin abaixar a cabeça decepcionado.

- Porque? – O moreno perguntou.

- Você sabe. Ele suga sua energia vital com sonhos tão constantes e você o chama toda noite. Não somos permitidos matar humanos Jimin. – Taehyung dizia em uma fingida informação preocupante.

- Eu o quero Tae, o que eu devo fazer para tê-lo? – Jimin pareceu desesperado.

- Va para o inferno. – Taehyung disse simplista espantando Jimin. – Não digo figurativamente e sim de verdade.

- E como faço isso? – Aquilo pareceu assusta-lo mas mesmo Jimin perguntou.

- Pesquise como as almas fazem para estar lá. – Deu de ombros e começou a andar. – Não posso ficar, Jeon pediu apenas para avisa-lo porque não pode mais vir.    

- Avise-o que vou encontra-lo em breve Tae. – Jimin correu para perto de Tae quase choroso e sorriu nervoso.

- Claro. – Tae sorriu ladino e satisfeito.

Eu cai de joelhos observando Taehyung se retirar do sonho de Jimin.

- Jin, por favor .. Jimin não fez isso por mim. Me diga que que não. – Sentia o desespero e a raiva acometer meu interior.

- Não podemos mudar o passado Kook. – Jin disse batendo suas asas novamente.

A cena a seguir veio rápida com barulho de coisas caindo, vidro quebrando e rosnados raivosos. Logo a imagem do meu eu demônio segurando o pescoço de Taehyung e o prensando na parede apareceu.

- O que você fez com ele seu maldito. – Jeon demônio perguntou.

- Ele quem Jeon, seja mais especifico. – Tae ria sem demonstrar desconforto com a situação. As mãos daquele Jeon apertaram mais seu pescoço o jogando no chão com força. Tae sentou-se limpando o sangue no canto da boca. – Sua paixão secreta fez uma loucura por amor. Ele o queria tanto, o desejava tanto que se matou Kookie.

- Você é a pior prole que existe no inferno Taehyung. – Jeon demônio rosnou. – Será punido por fazer isso a uma alma e quero estar lá para ver o fogo do inferno queima-lo.

- Cale a boca seu maldito ingrato. – Taehyung levantou-se mostrando suas garras e arranhando o rosto daquele Jeon. – Eu o tornei o que você é! Eu dei a você tudo que deseja, tudo que precisa e tudo que vai ter nessa maldita vida no inferno Jeon Jungkook. VOCÊ É MEU! É igual a mim, meu espelho. MEU! – Taehyung mostrava o demônio em si.

- Obrigado por esclarecer as coisas. – Jeon demônio não demonstrou fraqueza, afeto ou medo.

 Jin bateu novamente as asas sumindo com aquela discussão de poder e tudo se escureceu. Ouvia passos rápidos batendo em algo molhado. Logo Jeon demônio apareceu correndo em um lodo que reconheci imediatamente. Ele olhava para todos os lados e mostrou em suas feições preocupação, medo, apreensão. Sua corrida tornou-se mais rápida se abaixando repentinamente encontrando um Jimin tremendo de frio, branco como um papel.

- Jimin, Jimin. Me ouça por favor. – Jeon demônios balançava o moreno que nem o olhava. – Meu amor, por favor não esteja louco.

- Onde você está Kook? Porque não veio me buscar? On..- Jimin dizia demonstrando sua incoerência e desespero.

- Me desculpe, por favor olhe pra mim .. estou aqui. – Jeon demônio segurou o rosto pálido daquele Jimin e selou seus lábios rapidamente. – Vou salva-lo mas preciso que não esteja louco pela solidão do limbo. JIMIN! – O incubus gritou desesperado.

Jimin piscou e tremeu muito mais começando a chorar, gritar e bater no demônio que o balançava. Aquela cena mostrava o sofrimento claro do meu outro eu e daquele Jimin inocente.

- Não chore, me ouça. – Jeon demônio acaricio o rosto do moreno. – Posso salva-lo, mas quero que me diga se está verdadeiramente arrependido do que fez.

- Você está aqui, me achou ..posso ser seu agora.. – Jimin dizia querendo explicar.

- Não pode meu amor, não temos tempo.. por favor. – Jeon demônio  olhou ao seu redor rapidamente. – Por mim Jimin, se arrependa do que fez. – Encostou sua testa na do moreno. Demônios não choravam, mas ele sentiu uma lagrima quente escorrer em seu rosto.

- O seu arrependimento, o amor de Jimin e o encontro de suas almas salvaram vocês. – Jin disse e uma luz forte apagou a cena.

O clarão nos levou de volta a sala branca. Jim tirou sua mão dos meus olhos e senti meu rosto molhado. Os sonhos do meu Jimin faziam sentido. Seu espirito se lembrava do limbo. Ele foi parar naquele lugar por minha culpa, por meus pecados  e isso me fez sentir o pior homem. Eu o fiz sofrer nessa vida também. Aqueles pensamentos, a culpa, a vergonha me fizeram cair em um choro alto desabando meu corpo no chão.

 Jin abaixou-se e senti um calor brando iniciar e lentamente meu choro passou. Quando abri os olhos notei que suas asas nos cercavam. Olhei para seu rosto delicado e perfeito, ele sorriu e me ofereceu sua mão. Aceitei e nos levantamos.

- Já se arrependeu de seus atos Jeon. E as escolhas de Jimin são pecados dele, não seus. Não pense muito sobre o passado. Aproveite o presente e faça do futuro  algo bom para os dois.

Assenti sentindo uma pequena tranquilidade, mas havia muitos outros sentimentos e muitas perguntas. Limpei meu rosto e olhei para Jin um pouco mais determinado.

- Podemos conversar? – Perguntei.

- Sim. – Jin sentou-se novamente em seu banco esticando suas asas.