1. Spirit Fanfics >
  2. Incubus kiss >
  3. Capítulo VII - Cada peixe com sua isca

História Incubus kiss - Capítulo VII - Cada peixe com sua isca


Escrita por: meizo

Notas do Autor


Que dia lindo para postagem de capítulos, neah? ٩(๑❛ᴗ❛๑)۶

Capítulo 8 - Capítulo VII - Cada peixe com sua isca


 

 

Law achava que sua rotina seria alterada absurdamente ao adicionar a presença de um íncubo no seu dia a dia, contudo esse pensamento se mostrou muito errôneo ao se passar uma semana desde o início do contrato e nada de extraordinário ter acontecido. Na realidade, tudo continuava no mesmo ritmo — com a diferença de Luffy o seguindo para todos os lados —, mas como ele permanecia invisível aos olhos de outras pessoas, não interferia em nada.

Nesse momento, inclusive, Law estava numa aula de imunologia olhando para o slide 13 de um total de 35. E como o professor ainda era daqueles que não admite um pio na sala de aula, metade dos alunos estavam sonolentos tanto pela aula que se arrastava, como também pela voz baixa do professor. Uma pessoa perto de si bocejou sonoramente e movido pela reação em cadeia, logo Law bocejava também.

A aula estava tão chata e vagarosa que Luffy preferiu ficar brincando com as fadas lá fora do que ficar na cola de Law. O humano se surpreendeu bastante quando Luffy disse que voltaria mais tarde e sumiu da sua frente no tempo de uma piscada. O professor com sua aula chata tinha sido capaz de expulsar o demônio, mesmo que temporariamente. Law não poderia estar mais surpreso.

No período do almoço ele comprou uma quentinha fora da universidade, pois não estava a fim de ficar sofrendo na fila do restaurante por mais de meia hora. A moça que o atendeu na hora de pagar pela refeição lhe lançou vários sorrisos sugestivos e ainda deu dois pudins pequenos de brinde pra Law, mas quem disse que ele percebeu o charme da mulher? Embora a mão dele entregasse o dinheiro e soubesse exatamente a quantidade que deveria receber no troco, a mente estava longe dali. Para ser mais exato, sua mente viajava em pensamentos sobre o peculiar demônio que se tornara aficionado por ele.

Diferente do que imaginara a princípio, Law não ficara verdadeiramente incomodado com a presença do rapaz demônio. Ou ao menos não nessa semana que se passou. Luffy podia ser um pouco barulhento e ter uma mão-boba bastante inquieta, mas num geral ele era bem fácil de conviver. Ou talvez tudo estava parecendo mais fácil por cauda do modo conformado que Law estava lidando com tudo isso.

Deu um suspiro, franzindo as sobrancelhas quando notou que estava pensando muito sobre a situação atual. Voltou a atenção para as notas e moedas que foram deixadas sobre o balcão, verificando se o valor estava correto. A moça ainda tentou tocar de modo discreto na mão que se esticara para pegar a nota fiscal ao perceber que ele não parecia ter entendido o recado de seus olhares, mas Law agradeceu pelo troco e se afastou antes que ela pudesse concretizar o ato.

A garota deixada no vácuo apenas observou confusa o seu crush do dia se afastar e sair do estabelecimento sem ao menos dar uma olhadinha para trás. É, não seria hoje que tiraria o atraso.

Do lado de fora o sol forte do meio-dia aquecia impiedoso onde a pele estivesse exposta aos raios solares. Seguiu o trajeto de volta pra universidade, indo para uma pequena área com mesas e cadeiras protegidas por um teto metálico, que por serem atrás de uma fileira de árvores não podadas quase ninguém ia, e sentou-se na mesma mesa que comera nos dias anteriores. Não tinha se passado nem dez minutos quando Luffy surgiu na cadeira de frente ao humano, com um sorriso pequeno nos lábios.

Law não se surpreendeu.

Na verdade, ele já esperava que Luffy fosse aparecer a qualquer instante, visto que isso também ocorrera nos outros dias. Era assustador o quanto estava cômodo em relação ao outro, mas Law procurou não pensar muito nisso.

— Torao! Mansherry disse que você canta mal quando ‘tá no banho! — comentou risonho para em seguida começar a contar as várias coisas que tinha visto por aí ou as travessuras que andara aprontando com as fadas. Muitas vezes a conversa era bem unilateral, mas Luffy não parecia se importar nem um pouco.

Law observava o demônio um tanto intrigado. Ainda na noite do primeiro dia, pesquisara mais sobre contratos demoníacos e reuniu um conjunto de informações que depois percebeu não encaixar no comportamento de Luffy. Segundo vários sites os demônios deveriam ter uma natureza servil, serem algo próximo de educados e prezarem em atender os pedidos de seu contratante, por mais amoral que fosse (mesmo que os demônios arranjassem um jeito de saírem por cima).

Mas ali estava Luffy falando sem parar, completamente descontraído e sem qualquer traço de comportamento servil. Será que podia mesmo dar credibilidade em informações adquiridas em sites suspeitos? Focou a comida por um momento e depois ergueu o olhar para Luffy, percebendo que ele falava encarando os pudins sobre a mesa. Agora que parara para pensar, demônios sentiam fome? Ele parecia tão interessado nos pudins que antes que notasse o que estava fazendo, Law empurrou para Luffy os dois pequenos doces industrializados sabor baunilha.

— Você quer comê-los? Pode ficar se quiser.

Luffy engoliu em seco ainda olhando demoradamente para os pudins, que agora estavam mais perto. Pensou em negar ao ter a vaga lembrança sobre alguém comentando que a comida humana era uma perdição, mas quando percebeu já rasgava o plástico fino do topo e despejava o conteúdo na boca de uma vez.

O demônio gemeu baixinho sentindo o sabor doce se espalhar pela língua. O gosto exato ele não saberia identificar do que era, afinal jamais comera em sua existência. Mas a textura macia e adocicada o conquistara no primeiro contato. Abriu os olhos — quando os fechara? — lambendo os lábios de um modo que se Law não repetisse a si mesmo que era loucura, teria achado muito sensual.

— Isso é muito bom! Bem que a mamãe sempre dizia que amava a comida dos humanos. — falou enquanto abria apressado o próximo pudim e despejava na boca do mesmo jeito do outro.

Law não sabia se ele estava tentando seduzi-lo ao lamber os lábios e fazer uma expressão tão satisfeita, mas meio que sentiu que estava olhando muito para Luffy e por isso desviou o olhar para comida que ainda estava pela metade. Surgiu uma vontade de beijá-lo sem ser por motivos de manter o íncubo vivo e ele respirou fundo querendo mandar aquela vontade pra onde o vento desse a curva.

— Sua mãe veio pro mundo humano também? — indagou sem parar de olhar a comida, voltando a ingeri-la embora não estivesse com tanta fome assim. Ou não mais.

— Veio sim. Ela era a general da gula, mas aconteceu alguma coisa e ela precisou sair de férias no tártaro. Meu pai quem enviou ela.

Contraindo as sobrancelhas, Law voltou a olhar para o demônio que agora estava com o rosto descansando sobre a mesa. Tártaro não era uma prisão em alguma mitologia aí? Então como assim férias? Porém Luffy falara tão simplista aquilo, que dava a entender que acreditara mesmo no que seu pai lhe dissera. Law deu de ombros, preferindo não se meter no assunto.

— É mesmo gostoso. Você não tem mais aí, não?

Law ia responder que só tinha ganhado aqueles dois pudins quando percebeu que o outro estava lambendo o potinho do doce, a procura de qualquer resquício. Ok, essa cena certamente não deveria ter afetado tanto assim o humano que apenas queria dias normais. Aquele demônio parecia estar querendo testar seus limites. Principalmente com a língua rosada se esforçando para limpar o recipiente.

— Vem aqui, Luffy. — demandou, desistindo de continuar almoçando e afastou um pouco a cadeira da mesa, continuando sentado.

— Hm? O que foi?

— Quer ou não o beijo do dia? — indagou impaciente.

Luffy abandonou o recipiente do pudim, adquirindo uma feição confusa.

— Mas não era só de noite?

Law esfregou as pálpebras, um pouquinho irritado. O pior era que ele mesmo tinha imposto que seria apenas um beijo por dia e somente antes de ir dormir. Só tinha se passado três dias e ele já estava vacilando? Num primeiro momento, quando decidira não tocar no demônio além de sua boca, parecia uma missão fácil de aguentar, mas pelo jeito estava começando a ficar atraído pelo dito cujo.

Repreendendo-se mentalmente, Law se preparou pra falar que não iria mais rolar beijo algum quando sentiu braços circundarem seu pescoço. Nem sentira a aproximação sutil, mas ao tê-lo ali perto acabou concluindo que era besteira estar muito pensativo por causa da atração que sentia pelo demônio.

Afinal, era só um beijo, não era? No que isso podia ocasionar?

E ali com o rosto de Luffy tão próximo de si, ele observou os lábios que já conhecia a textura. Inclinou a cabeça para cima a fim de se posicionar melhor, pois Luffy estava de pé entre suas pernas e ele sentado, e deixou que o demônio finalizasse a aproximação. Ainda teve o vislumbre de uma curva maliciosa na boca que tomou a sua em um beijo lento, mas preferiu não comentar.

As mãos que já tomavam o rumo para a cintura alheia, pararam no ar tão logo ele percebeu o que fazia. Na mente repetia “apenas o beijo e nada mais” sem parar, como se aquele fosse seu mantra e dele extraísse forças para se manter no controle. Porém esse seu dilema mental não o impediu de deslizar a língua sobre os lábios do outro, pedindo por uma passagem que logo lhe foi cedida.

A boca que invadiu tinha o gosto do doce ainda presente e Law se pegou gostando bastante da combinação. As línguas se enroscaram devagar, molhadas e quentes, como se mapeando todo o espaço que alcançava. Quando se afastaram Luffy estava com um brilho sedutor nos olhos e umedeceu os próprios lábios antes de voltar a falar.

— Obrigado pela refeição.

Law suspirou pesaroso.

— Você estava me provocando, não estava?

Luffy sorriu travesso, agitando a cauda de um lado para o outro, bem animado. E aquilo por si só já respondeu suas dúvidas.

— Não sei do que está falando~

— Claro que não sabe. — bufou descrente, se sentindo um idiota por não ter levado em maior consideração o fato de que ele era um demônio e demônios são famosos por tentarem suas vítimas.

— Mais importante, você ainda vai comer isso aí? — falou apontando para a quentinha que ainda estava pela metade com óbvio interesse nela.

Law aproximou outra vez a cadeira da mesa e apoiou a bochecha na mão.

— Pode comer se quiser.

Puxando o almoço pra si e se sentando numa das cadeiras ao lado de Law, Luffy começou a comer fazendo expressões entre o fascínio e a felicidade. Levando em consideração que aquela comida era bem meia-boca, Law ficou imaginando que tipo de expressões o demônio faria se comesse uma comida verdadeiramente gostosa.

Estava imaginando a cena e rindo internamente quando ouviu o chacoalhar de folhas ali perto, virando-se ao ponto de ver uma garota de longos fios rosados surgindo de entre as árvores.

— Finalmente te achei! — exclamou ela, pontando para o Trafalgar, que devolvia o olhar com o cenho franzido.

Aquela era Jewelry Bonney, uma de suas poucas amizades duradouras e a única com quem conversava sobre todas as suas habilidades esquisitas. Ele tampouco se importava em tocar nela, pois os únicos pensamentos que sempre captava dela era sobre comida e isso nunca o incomodou. A jovem trazia três pacotes de biscoito recheado nos braços, vindo em sua direção e dando tapinhas em suas costas.

— Fico longe por uma semana e você já começa a se esconder em lugares estranhos? Seja menos antissocial, Law. Sei que por vários motivos evita lugares cheios mas— Eita, caramba! Essa comida está sendo devorada pelo vazio!

Law piscou confuso pela mudança de assunto e se virou para ver Luffy que continuava a comer como se nada tivesse acontecido.

— Merda.

*

Cerca de vinte minutos antes, bem perto dali e escondido na lateral de uma parede que ficava do lado contrário da linha de árvores estava Sanji espiando o almoço de Law. Ele não queria agir de modo suspeito, mas estava bastante preocupado do fato de Zoro ainda levar a marca do contrato. Sanji precisava saber se Law também estava com o símbolo gravado em sua pele ou se na realidade nada acontecera e Luffy permanecia ligado a seu namorado. Ele só não sabia como chegar e perguntar sobre isso sem parecer muito louco.

Seria hora de contar a totalidade de seus receios para Law? De um jeito ou de outro ele estava envolvido... Sanji mordiscou o lábio inferior, remoendo suas possíveis ações.

— O que você está fazendo? — uma voz soou ao seu lado e Sanji deu um pequeno sobressalto, levando ambas as mãos para a boca para sufocar um grito. O coração saltava nervoso no peito.

Os olhos azuis viraram-se alarmados apenas para encontrar Dellinger flutuando ao seu lado e olhando na mesma direção que antes mirava.

— O que raios está fazendo aqui, Dellinger?!

O anjo sorriu aberto. Ele parecia gostar de mostrar seus peculiares dentes afiados.

— Eu perguntei primeiro. Estava espionando aquele humano e seu... Espera, aquele é um demônio. — concluiu erguendo uma sobrancelha. — Você ainda está preocupado com aquele lance do círculo de invocação?

— Não que isso seja mais do seu assunto, mas sim, ainda estou preocupado. Embora agora eu só queira confirmar com quem ele está ligado.

— Ah, você quer saber se aquele humano é o que está marcado? É só ir lá e pedir pra ele levantar a camisa, ué.

Sanji o mirou incrédulo. Até parecia que Sanji conseguiria falar uma coisa ridícula dessas.

— Sério, o que você está fazendo aqui? Achei que estava ocupado demais para perder seu precioso tempo passeando pelo mundo humano.

Dellinger pousou com leveza, causando o barulho característico do som de saltos entrando em contato com o chão.

— Eu não estou a passeio aqui. — fez uma careta de desgosto antes de prosseguir. — Fui designado pra equipe de Enel e agora estou vistoriando essa área. Ao que parece tem anjos sendo irresponsáveis com suas funções por esses lados...

Sanji fez uma careta parecida com a de Dellinger ao ouvir a menção do nome de Enel. Se tinha um anjo que desgostava mais do que Dellinger, era o pretensioso Enel. Este último tinha uma personalidade ainda mais desagradável, sempre menosprezando os que considerava abaixo do seu nível. Sendo um principado, ele apenas ficava acima dos anjos comuns e arcanjos, mas agia como se todos devessem ficar a seus pés.

— Nossa, que azar o seu.

O anjo deu de ombros.

— Enfim. Hoje não está com aquele seu humano preferido? Brigaram foi?

O tom usado foi o de costumeiro deboche e mesmo sabendo que Dellinger não falara sério, Sanji virou o rosto emburrado, voltando a focar nos dois garotos sentados à mesa.

— Ah, eu acertei? — riu diante o silêncio mal-humorado do outro loiro. Dellinger se preparava para soltar mais uma série de ironias quando viu o beijo sensual que os observados estavam dando. — Que beijo, hein? Pra mim ele não parece muito incomodado em estar beijando um demônio. E pra você?

Sanji permaneceu quieto, tendo uma ligeira impressão em seu interior que o fez contrair as sobrancelhas. Será que lhe restava mais de suas habilidades de anjo do que imaginava?

— Você também beija seu humano assim, Sanji?

O rosto do ex-cupido enrubesceu grandemente. Para não ter que continuar ouvindo besteiras em seu ouvido, antes que se desse conta, Sanji começou a ir em direção a dupla que já tinha parado o contato das bocas. No mesmo tempo, contudo, uma garota de cabelos rosas imergiu dentre as árvores e também começou o trajeto em direção a dupla. Alcançou a mesa no exato momento em que a menina percebia que a refeição era devorado por algo que ela não via e Law murmurava um “merda” enquanto estapeava a própria testa.

Sanji estava quase dando meia volta quando Luffy farejou o ar do mesmo jeito que um animal faria e virou o rosto sorridente para o loiro.

— Sanji!

Logo Sanji se tornou o centro das atenções, com os olhares de todos os presentes fixos em si. A sua mente que já estava bem estressada nos últimos dias deu tilte e ele falou a primeira coisa que cruzou sua cabeça.

— Tire a camisa, Law!

Law arqueou uma das sobrancelhas, Bonney cobriu a boca com a mão livre — ficando com as bochechas rosas — e Luffy fez uma careta de indignação de dar inveja aos melhores atores de teatro.

A confusão estava feita.

 

 


Notas Finais


Luffy é um demoniozinho adorável ✿ sadhuiadh


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...