História Indescribable journey - Larry Stylinson - Hiatus - Amigos

Pov Harry

Uma fria sensação passou no meu corpo inteiro assim que despertei, como se algo ruim tivesse acontecido e meu interior estivesse quebrado. Abri a pálpebra esquerda e olhei o cômodo o achando estranho, obviamente eu sei onde estou mas quis acordar em qualquer lugar e livre de todos os problemas.

Sentei devagar na cama e meus olhos ainda pesavam e pareciam ter certa relutância sobre ficar abertos, mesmo assim levantei e rumei até o banheiro, no banho a água estava quente e isso me acalmou bastante.

Enrolei uma toalha no meu corpo e voltei para o quarto me dando conta de que não sei onde as minhas roupas estão, procurei pelo quarto e achei minha mochila e minha mala enorme colocadas ao pé da escrivaninha branca. Caminhei até lá e abri a mesma, peguei uma roupa qualquer e a vesti.

Em algum momento vou precisar arrumar minhas coisas no closet e isso faz tudo ser muito real então vou evitar e ignorar pois estou estou faminto.

Fiz um enorme esforço ao abrir a porta do quarto e também para caminhar, a única coisa legal no percurso era o cheiro de comida caseira vinda da cozinha, avistei Louis terminando de arrumar um dos pratos e quando me viu ficou imóvel por alguns segundos.

— Bom dia? — Disse devagar.
— Bom dia, eu ia levar isso para você mas acho que demorei a aprender a fazer omelete — sorri cruzando meus braços e sentando no banquinho, apoiei meus braços na bancada e os fiz de travesseiro.
— Quantas vezes você tentou?— Perguntei fechando os olhos.
— Três ou quatro vezes — sorri de lado.
— Teve sorte de principiante então — brinquei.
— Seria engraçado mas meu dedo está ardendo, queimei ele — reclamou o adulto da casa.
— Sério? — virei a cabeça para o olhar.
— Não foi nada demais, só estou exagerando — ele se sentou ao meu lado e sorriu.
— Louis — resmunguei voltando a fechar meus olhos.
— Não vai para a escola hoje? Posso te levar se quiser.
— Hoje eu prefiro ficar aqui, amanhã eu vou — falei baixinho.
— Tudo bem, não precisa ir amanhã se não quiser também — o Tomlinson puxou um prato para mais perto de mim.
— Assim serei reprovado — fiz bico.
— Quanto exagero Harry. — Ele colocou uma caneca perto do meu rosto e a mesma parecia quentinha, levantei a cabeça para  observar o líquido marrom escuro dentro dela. — Se sente enjoado?

Neguei com a cabeça.

— Enjôos matinais não são normais? — Perguntei.
— Não sei, devemos perguntar para o seu futuro médico isso. — Louis entrou num assunto sério de forma sutil, esperto.
— Claro — comecei a comer meu café da manhã.
— Fui pego de surpresa — o rapaz do meu lado piscou confuso. — Vou marcar a consulta o mais rápido que eu conseguir — assenti com a cabeça para ele.
— Tudo bem — sorri de lado. — Se quiser ajuda nisto...
— Agradeço, vamos precisar procurar um bom médico.
— É — respondi desanimado, o desânimo não tem nada a ver com fazer os exames e tudo mas é com a vida.

Sou um corta assuntos, infelizmente. Somente terminamos de tomar o nosso café da manhã.

— Eu lavo a louça — respondi entusiasmado, gosto de lidar com a água.
— Agradeço a intenção mas não precisa, vá descansar — quis revirar meus olhos mas contive essa vontade.
— Louis, posso lavar a louça, não é um sacrifício enorme, apenas me deixe fazer alguma coisa — peguei seu prato e o seu copo.
— Tudo bem, você decide, preciso ir trabalhar, volto mais tarde — o moreno se levantou. — Muito mais tarde mesmo então o almoço e jantar estão por sua conta, se não saber ou não quiser cozinhar... — Louis tirou sua carteira do bolso e tirou duas notas de cem da sua carteira. — Tem dinheiro em cima da bancada para você.
 

Fiquei apenas encarando as costas do mais velho, duzentas​ libras para almoçar e jantar?
 

Terminei de lavar a louça e caminhei até a sala e fiz a longa caçada pelo controle da televisão, fala sério, quem esquece o controle no cantinho do chão e melhor ainda... Como ele foi parar ali?

— Tchau. — Louis passou acenando e quase não o vi direito, parecia um vulto bem vestido ao menos, ele trabalha fazendo o que? Deveria ter perguntado.
— Tchau — disse depois de ouvir a porta bater.
 

Então é isso, ficarei sozinho na manhã, tarde e noite.
 

E assim realmente aconteceu, ficar sozinho tempo demais costuma nos fazer pensar e no meu caso, não era a melhor opção. Pensar é algo do qual estou evitando mas minha mente é desobediente e me faz pensar na Clary, especificamente falando na verdade é nas palavras dela. E se, apenas "e se" eu estiver cometendo um erro? E todos os erros são maus? Há erros bons?
 

Gostaria de poder errar melhor, afinal creio que os erros nos fazem mundanos, ser humano é a minha única opção, eu acho. É ser humano é exatamente o que? Bom ou mau?
 

Às vezes, tenho pensamentos confusos.

Pov Louis
 

Havia sido um longo dia no trabalho, me pergunto porquê Steve deixou a tatuagem  é mais longa para ser feita por mim, minha mão esquerda está dolorida. Estacionei o carro pacientemente afinal não tinha muito espaço  para cometer erros naquele estacionamento. Quando sai do carro a primeira coisa que fiz foi me alongar meu corpo está travado, encarei o céu negro e de poucas nuvens, estou me perguntando como foi o dia do Harry, devo ligar para ele e perguntar? Não, é melhor dar espaço para ele.

Movo meus pés para a entrada da faculdade e passo pelo campus rapidamente.

Hoje novamente estudaremos como dar continuidade nas cenas e é um tema complicado, me pergunto porque comecei a cursar cineasta, depois procuro a resposta agora preciso estudar.

— Louis — minha amiga, Lauren, estala seus dedos perto do meu rosto e sorri exibindo seus dentes alinhados.
— Pois não?
— Te chamei várias vezes e não recebi resposta alguma — fez um barulho irritado, algo semelhante a raspar a garganta e ri nasalmente.
— Estou pensativo — ela entregou minha mochila e a coloquei nas costas.
— Quer passar em algum lugar para comer? — Pensei, de fato estou com fome.
— Sim mas tem que ser rápido, preciso voltar para casa o mais cedo possível. — Lauren franziu o cenho, certamente estranhando as minhas palavras, não sou o tipo de pessoa que tende a voltar cedo para casa, antigamente não havia ninguém me esperando em casa, mas eu tenho esse direito agora?
— Lanchonete de frente para a universidade? — Minha amiga questionou e assenti com a cabeça.
— Então vocês estão indo comer? — Zayn apareceu de repente e deu um leve sorriso.
— Estamos, vai se juntar a nós? — Lauren indagou segurando no braço dele.
— Irei — o moreno disse e pegou o seu celular.
— Ótimo, só me esperem, eu preciso ir no banheiro. — Lauren entrou na universidade novamente.
— Por que ela simplesmente não vai no banheiro da lanchonete?
— Deve estar apertada — dei de ombros.

Zayn olhou para mim como se falasse “seu espertinho”, ri olhando para o céu. Alguns minutos se passaram assim, no silêncio confortável pois estamos acostumados a esperar Lauren fazer sei lá o que no banheiro.

— Merda — ele sussurrou quebrando o silêncio e o encarei a tempo de vê-lo guardar o celular no bolso.
— Alguma coisa o irrita? — Perguntei cruzando os braços.
— Harry não me responde desde ontem, estou preocupado não estressado — suspirei, por algumas horas esqueci.
— Ele está bem ou algo perto disso, na verdade eu não tenho certeza. Harry foi expulso de casa — contei sem rodeios, afinal, odeio eles.
— Como assim? Onde ele está? — Zayn exclamou, ele parece se importar bastante com Harry.
— Nós dois tínhamos decidido contar aos pais dele sobre a gravidez e tudo desandou, ele está morando comigo é claro. — Zayn, piscou digerindo tantas informações.
— Vem, vamos para a sua casa, quero ver ele — ele segurou meu braço mas não movi meu corpo.
— Espera, não podemos comprar algo para comer antes de irmos? — Minha barriga roncou.
— Até poderíamos mas perdi o apetite.
— Ei, estão indo sem mim? Não podiam me esperar né. — Lauren fingiu arremessar algo invisível em nós.
— Mudanças de planos, precisamos fazer algo, desculpe doce. — Zayn deu um beijo na bochecha de Lauren.
— Desculpe, até amanhã — sorri e dei de ombros. Lauren somente deu de ombros.
— Então tá, tchauzinho para vocês. — Lauren gritou.

Fui para o meu carro já sabendo que o Zee iria no dele. O caminho para casa foi preocupante,  por que quando estou sozinho só consigo pensar no Harry?

Estacionei meu carro na garagem do apartamento e voltei para a rua, esperando o carro de Zayn aparecer e quando o mesmo apareceu ele estacionou na rua.

— Não quer estacionar lá dentro? — Zayn fechou a porta do seu carro e ligou o alarme.
— Não vou ficar por muito tempo, então não precisa — ele sorriu de leve.
— Entendi — respondi calmo.

Entramos no apartamento e caminhamos até o elevador, paramos na porta da minha casa e usei a chave para abri-la, parando para pensar preciso fazer uma cópia para o Harry.

— Seja bem-vindo — disse para o Zee quando ele já tinha entrado no apartamento.

Caminhamos até o quarto de Harry e o mesmo não está nele, voltamos para a cozinha e ele também não está lá.

— Será que ele saiu? — Zayn se preocupou.
— Deve estar na cozinha, grávidos comem a beça — brinquei.
— Ah — o moreno murmurou.
 

E acertei, Harry está sentando em cima do balcão com uma tigela ao seu lado cheia de frutas muito bem cortadas, ele está tão distraído levando a colher com pedacinhos de morangos. Totalmente distraído, bom, seus olhos estão vidrados no celular.
 

Zayn se aproximou do rapaz e este subiu o olhar, de princípio Harry talvez tenha tido a impressão de estar sonhando acordado mas quando o mesmo descobriu que era real o garoto o abraçou Zayn com firmeza, tentando buscar sabe se lá o que naquele abraço, me sinto desconfortável vendo essa cena e merda havia sido um belo momento.

E se por acaso contato físico pessoal de dois amigos bem próximos me deixou sem jeito seria compreensivo mas talvez a razão seja o fato de eu também querer um abraço.

Preciso de outro campo de visão.
 

Pov Harry

Eu não esperava ver Zayn ali, de pé na minha frente, realmente não esperava, logo quando tive coragem de mandar uma mensagem enorme para ele explicando todos os acontecimentos recentes.

— Z-zayn — me afastei e fitei seu rosto.
— Oi — disse sereno e pulei em seu colo, as mãos dele seguraram firmemente minhas pernas e coloquei minha cabeça em seu ombro.
— Eu precisava mesmo ver você, sabia? — Sussurrei de olhos fechados.
— Sei sim, quer desabafar? — Mansidão deveria ser o sobrenome dele.
— Quero. — Zee me desceu de seu colo com tanta paciência e cuidado que me senti bem, precisava de cuidado.
— Então vamos conversar — ele me ofereceu seu braço e o segurei.
— Ah, o Louis — pisquei o procurando e Zayn riu olhando para outro canto.
— Aquele palhaço disse que está exausto mas ele te deseja uma boa noite de sono, bastardo — sorri de lado.
— Tudo bem — pisquei imaginado coisas, afastei esses pensamentos e foquei no Malik.

Caminhamos até o “meu” novo quarto.

— Lembro desse quarto até sinto saudades dele, quando Louis tirou tempo para o pintar? — Perguntou olhando a parede onde fica a escrivaninha.

— Não sei — neguei com a cabeça e sentei na cama, logo meu amigo fez o mesmo.
— Como está? — Não é justo quando uma pessoa que me conhece bem faz essa pergunta.
— Tentando lidar com tudo isso — meus olhos marejaram. — É complicado entender a minha vida nesse momento mas estou tentando.

Zayn passou o polegar na minha bochecha, tentando passar algo positivo do qual não entendi.

— Sinto muito, mas gostaria de dizer; Estou do seu lado para o que der e vier, a propósito quase morri de preocupação por você ter ficado praticamente dois dias sem entrar em contato comigo.

Sorri de lado, tenho uma pessoa boa sentada ao meu lado, certo?

— Desculpe, esqueci completamente de responder mas te enviei uma mensagem a pouco, explicando tudo — mordi a língua.
— Acho melhor lê-la mais tarde, perguntar sobre o que aconteceu seria bem merda né?
— Sinceramente, sim — olhei para o chão, maldita falta de coragem.
— Não sou o único procurando por você — encarei meu amigo, cheio de suspeitas de quem poderia ser. — Gemma me ligou quase vinte vezes e em várias delas estava chorando  — meu coração se apertou.
— Pedir para você dizer a ela que estou bem, seria muito? — Indaguei e Zayn assentiu.
— Precisa dizer para ela, de preferência pessoalmente. Gemma não vai dizer palavras ruins para você Harry — me senti estranho, talvez duvidoso, quem sabe apenas sou medroso.
— Estou assustado, tenho medo de perder a Gemma — funguei. É, sou medroso.
— Você não perdeu ela, não se perde nada realmente bom e ela é boa não é? — Assenti, vou chorar.

— Viu? Não precisa chorar, se acalme rapazinho. — Zayn me puxou para mais perto dele.
— Ma-mas — gaguejei.
— Sei, sei, direi para ela e os seus medos serão incluídos.
— Tudo bem, pode incluí-los — se eu não tenho coragem para contar ao menos ele tem.

Passei dois ou cinco minutos tentando ficar calmo.

— É legal morar com o Louis? Ele está sendo gentil? — Zayn engrossou a voz enquanto perguntava.

Soltei uma alta e breve gargalhada, eu realmente estou rindo? Uau.

— Ei você — levantei a cabeça ainda rindo. — É legal sim — aconcheguei novamente no Zayn.
— Ótimo se não fosse já estaria levando você para o meu humilde apartamento.
— De humilde ele não tem nada e já basta atrapalhar a vida de uma pessoa — ele levantou meu rosto, tinha o semblante voltado para injúria.
— Nunca insinue que atrapalha a vida de alguém, você  traz felicidade, por falar nisso sou muito feliz por você estar na minha vida  — sorri aliviado e ele notou isso. — Na maior parte do tempo claro, quero ver quando essa barrigão começar a crescer e você ficar reclamando de tudo aí vai ser só em parte do tempo — dei um tapa no seu ombro.
— Não diga essas coisas sobre os gestantes​, nós somos legais — bufei.
— Já começou a defender os parceiros de barriga? Vou ir embora — ele fez menção de levantar mas o segurei.
— Antes pode pegar um copo de água para mim? — Sorri piscando os olhos de forma doce.
— Harry — o moreno exclamou gesticulando com as mãos.

Ao menos você me deu ânimo para continuar a tentar seguir em frente.

Obrigado Zayn.