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História Indesejada - Sem chance!


Escrita por: Fanfic_Terapia

Capítulo 28 - Sem chance!


Naquela noite Henry e eu fomos para a sala de música, mas depois de Henry receber uma ligação e ter que ir embora correndo eu fiquei sozinha.

—Me pergunto se Sherlock está bem com aquele garoto... –murmurei e me entreguei ao sono.

Acordei com um estrondo perto de mim.

—Dormindo na sala no nosso horário. – um garoto estava parado em minha frente com os braços cruzados.

—Talvez ela estivesse esperando a gente. –outro garoto parou ao lado do primeiro.

Eu não acho que essa situação seja muito boa e não gosto de como estão olhando para mim.

—D-Desculpe, eu não percebi que já era hora de sair. –falei me colocando de pé o mais rápido possível e correndo para a porta.

Um dos garotos se colocou na frente da porta e deu um sorriso torto.

Isso não é bom.

—Onde a princesa acha que está indo? – o outro me puxou pelo braço e me colocou contra a parede.

—Eu preciso ir. –falei sem encará-lo.

—Não precisa não, vamos aproveitar já que estamos todos aqui. –ele falou olhando para o seu amigo que se aproximava e sorria de orelha a orelha.

Eu tentei empurrar o garoto que me segurava, mas ele estava segurando as minhas duas mãos contra a parede.

O rosto dele se aproximava cada vez mais do meu, me debati em desespero virando a cabeça para que ele não pudesse chegar mais perto.

—Parada! –ele falou me prendendo com mais força ainda.

Eu cuspi na cara do garoto que me olhou irado.

—Essa vadia! –disse me soltando.

Nos poucos segundos que tive corri para a porta, mas o outro garoto me segurou. Tentei chutá-lo para sair, foi inútil, ele desviou sem qualquer esforço. Eu não conseguiria sair dali sozinha, eu até teria chance contra um deles, mas dois...

—ALGUÉM! ME AJUDA AQUI! –gritei torcendo para que a sala não abafasse o som.

Matt, se pelo menos ele estivesse trabalhando por ali e me escutasse... Se pelo menos alguém estivesse no prédio nesse horário...

O garoto cobriu minha boca com sua mão e eu a mordi no mesmo segundo.

—AQUI! –minha voz saiu trêmula – POR FAVOR!

O garoto em quem eu havia cuspido me jogou no chão e veio para cima de mim.

—Você já está me fazendo perder a paciência aqui. Você nem é grande coisa, pra que lutar? Digamos que estou apenas te fazendo um favor, certo? –falou em tom frio.

Com a mão do garoto 1 em minha boca e o garoto 2 segurando meus braços eu não tinha escapatória.

Por algum motivo eu sentia como se estivesse faltando algo, eu esperava alguma coisa acontecer ou alguém...

—Acho que quem precisa de algum favor aqui são vocês. –uma voz ecoou pela sala. Os dois garotos se viraram ao mesmo tempo.

—Que diabos você acha que está fazendo? – o garoto 1 perguntou tirando a mão da minha boca.

—Digamos que estou te fazendo um favor. –disse e em seguida o garoto 1 saiu deslizando pelo chão da sala golpeado por um chute certeiro.

Eu não conseguia me mover.

O garoto 2 tentou enfrentar o agressor do seu amigo, mas antes mesmo que pudesse tocá-lo ele recebeu um chute que o jogou sobre as mesas.

Au! – o cachorro no colo do garoto parado a minha frente latiu.

—O que você estava fazendo nessa sala com esses lixos? –Kaius perguntou.

Os garotos passaram correndo por ele e saíram da sala.

Eu fiquei sentada no chão sem reação alguma.

—Se você fica sozinha nesses lugares e nessas horas... Você tem minhoca na cabeça por acaso? Se eu não tivesse aparecido para te entregar o Sherlock o que você iria fazer? –perguntou parecendo irritado.

 

 

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—Você tem sorte que eu estava por aqui, se eu não estivesse o que você faria? – o pequeno Kaius perguntou com a mesma expressão no rosto.

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Por algum motivo, que talvez eu não me lembre bem, lá no fundo eu tinha certeza que ele apareceria em uma situação assim. Eu parecia ter total confiança nele quando era pequena, mas eu devia continuar confiando nele assim?

Sem perceber eu comecei a chorar de alívio.

—Você está chorando? Ah... Eu sei que a culpa não foi sua. –Kaius disse se ajoelhando em minha frente.

Vendo a expressão de preocupação em seu rosto me fez chorar ainda mais.

Kaius colocou Sherlock no chão e colocou sua mão sobre minha cabeça.

—Eu não falei brigando com você... Eu só... Ah, às vezes você é tão desmiolada... Ah, não, não começa chorar de novo.

Ele ficou de pé e estendeu sua mão para mim.

Eu a segurei e fiquei de pé.

—Você está bem? Eles fizeram alguma coisa? –Kaius perguntou me observando com cuidado.

—Estou completamente bem, obrigada. –disse limpando as lágrimas da minha bochecha e dando um passo para frente.

Por eu ainda estar trêmula minhas pernas falharam e nesse exato momento Kaius me puxou pela cintura para junto dele. Nossos olhares se encontraram por breves segundos e Kaius foi o primeiro a desviar o seu. Antes que pudesse digerir tudo que estava acontecendo Kaius passou meu braço por trás do seu pescoço e no próximo momento...

—QUEEEEEE? –minhas pernas estavam no ar.

Assustada segurei no pescoço de Kaius com meu outro braço também.

Kaius sorriu se divertindo com a situação.

—Você não consegue andar, então só faça o que eu digo e fique quietinha. –ele falou com nossos rostos separados por poucos centímetros.

Tudo que pude fazer foi um breve aceno de concordância.

—Sherlock, vem. –Kaius chamou o cachorro que agora estava no chão e por incrível que pareça Sherlock obedeceu!

Kaius me carregou em seus braços pelos corredores escuros enquanto cantarolava algo que não pude compreender.

—Kaius?

—Hmm. – pude sentir sua respiração na minha bochecha esquerda.

—Hmmm... Tem certeza que eu não peso demais? –perguntei.

—Ah, você pesa como uma pedra. –falou sério.

Esse garoto!

Comecei a me debater e ele parou de andar.

—Eu estava brincando, mas da próxima vez que você fizer isso te deixo cair no chão sem remorso algum.

Senti um frio na espinha e decidi que ficar quieta era a melhor opção.

Enquanto Kaius me carregava eu não pude deixar de pensar... QUE DROGA DE SITUAÇÃO ERA AQUELA? Apesar de ele ter me ameaçado ele me carregava com muito cuidado, mas não era esse o problema, eu podia sentir sua respiração, seus batimentos, seu calor... QUE MERDA QUE EU ESTOU PENSANDO AGORA?

Finalmente chegamos a porta do prédio e antes que Kaius me colocasse no chão alguém me chamou.

—Henry... –falei vendo meu amigo que estava parado na nossa frente sem palavras.

Com essa cena também eu não o condeno por ficar petrificado assim.

Kaius me colocou no chão e continuou com sua expressão de paisagem como se o que ele fez era algo totalmente normal.

—Eu voltei porque acabei preocupado com você sozinha naquela sala. –Henry falou tentando sorrir um pouco.

—Acho engraçado que você vive com a Elizabeth, mas quando ela precisa de você... –Kaius se intrometeu na conversa.

—Aconteceu alguma coisa? –Henry perguntou preocupado enquanto se aproximava de mim.

—Não... –falei.

—Você acha mesmo que é amigo dela? –Kaius perguntou se colocando na minha frente.

—Engraçado ouvir você me dando bronca falando de não estar quando ela precisa. –Henry falou em um tom diferente.

—O que você quer dizer com isso? –Kaius perguntou segurando a gola da blusa de Henry.

—Você sabe exatamente o que quero dizer com isso. –meu amigo respondeu com um olhar desafiador no rosto.

—Chega! –falei separando os dois garotos – Eu não sei o que vocês têm um com outro, mas é melhor pararem agora.

—Tem razão. –Henry concordou dando um passo para trás.

—Kaius, obrigada por ter me ajudado, de verdade. –disse fazendo uma breve reverência para ele.

—Tudo bem. –ele disse passando a mão nervosamente pela sua nuca.

—Henry, obrigada por se preocupar comigo, até depois. –falei pegando Sherlock e me dirigindo ao dormitório.

Depois de tomar um banho me joguei na cama e Sherlock se deitou ao meu lado.

—Sherlock, meu coração está meio esquisito. –falei acariciando o cachorro.

Minha cabeça ficava revivendo as cenas e as sensações que tive com Kaius. Coloquei meu rosto no travesseiro e fechei os olhos com força.

—Eu sou louca de ficar pensando naquele garoto. Esqueça Elizabeth, esqueça. –falei para mim mesma.

Esqueça, esqueça, esqueça... A palavra ecoava pela minha cabeça.

 

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—Eu gosto de você Kaius, de verdade! –uma eu maior do que a das lembranças anteriores estava parada de frente para o Kaius que agora já não tinha aquele rosto tão infantil.

—Elizy, você não gosta de mim, você nem sabe o que é gostar ainda. –ele falou colocando a mão sobre a minha cabeça.

—Claro que eu sei! Por que você é assim comigo? –perguntei empurrando Kaius e com os olhos cheios de lágrimas.

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Sentei-me na cama com a cabeça ainda doendo.

—Aquilo foi uma declaração? Quantos anos eu tinha? Sem chance que eu me declarei para ele! –falei ainda pasma com a lembrança que tive.


Notas Finais


Obrigada por acompanharem ♥ Obrigada messssmoooooo, espero que estejam gostando e até o próximo capítulo ;)


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