História Inesperado - Qual o seu problema comigo?

— Sim?! – respondeu, me olhando divertido. 

 

E foi nesse momento que eu caí na gargalhada. 

Gabriela, você deveria ser estudada. 

 

— Me desculpe. – pedi, após me recompor. — Eu assisti Riverdale e o reconheci. – disse envergonhada. 

 

— Não a culpo, é o meu trabalho. – disse rindo e que sorriso. 

 

O rapaz com quem havia me esbarrado, era apenas o Melton. Charles Melton, para ser mais exata. Andar e trabalhar com famosos tinha suas vantagens. 

 

— Você não é daqui. – afirmou. — Aliás, você me conhece, mas continua sendo uma incógnita para mim...– disse e me liguei que ainda era uma estranha e que nem sequer o meu nome ele sabia. 

 

— Gabriela Casadevall. – me apresentei, estendendo a mão. — E não, eu não sou daqui. Sou brasileira e cheguei recentemente para trabalhar. Sou estilista da By Art e trabalho numa coleção para o One Direction. – disse orgulhosa e o mesmo se mostrou surpreso. 

 

— A By Art está no top 10 das mais prestigiadas empresas de moda. Parabéns. – me desejou e agradeço, reverenciando. — E minha ex namorada é filha de brasileira, foi o mais próximo que cheguei de conhecer alguém do Brasil. 

 

— Ex namorada? Como assim você deixou Camila Mendes escapar? – perguntei indignada e o mesmo riu mais uma vez. 

 

— Quer sentar para conversar? – perguntou e sim, eu adoraria. 

 

Andamos até um dos sofás e nos sentamos, ainda bebendo. Melton era engraçado, formal e um espetáculo de homem. Conversar com ele fez com que eu esquecesse um pouco Harry e sua namorada. Em meio a gargalhadas, olhei para o lado e avistei Louis conversando com Harry. Ele ja havia descido e eu nem reparei. Minha conversa estava realmente muito boa. Voltei minha atenção para Melton, que não tirou seus olhos de mim nenhum segundo. 

 

— Você é muito linda. – me elogiou e fiquei sem ter o que lhe responder. 

 

— Eu nem preciso retribuir o elogio, você é ator e já deve saber que é lindo também. – disse e queria enfiar minha cara em algum buraco. 

 

Se Cecília ouvisse diria que sou péssima. 

 

Melton apenas riu e, como eu fiquei nervosa, minha boca não queria parar de abrir e disparar palavras aleatorias em uma conversa confusa. 

 

— Eu sou péssima em conversar com o sexo oposto, então já venho te pedindo descul... – e foi assim que senti outra boca na minha.

 

Ninguém mais pede permissão para beijar? 

 

Soltei-me dele assustada após retribuir um pouco do beijo, todavia estava com vergonha, pois me sentia vigiada no meio de um monte de gente famosa. 

 

— Eu vou pegar uma bebida. – apenas disse e me levantei, caminhando meio sem jeito para a cozinha.

 

Apoiei as mãos na parede da cozinha assim que adentrei a mesma. Respirei fundo e me recompus.  Olhei para um recipiente chique e com gelo onde haviam algumas garrafas de vinho branco e retirei uma. Abri onde estava e caminhei para fora do cômodo. Queria minha bolsa que estava no quarto do Liam. Ele mesmo pos minha jaqueta e bolsa em seu quarto alegando ser mais seguro. Não relutei. Liam lembrava meu irmão e o cuidado que o mesmo tinha comigo. Embora fosse um completo idiota, Guto estava me fazendo muita falta. 

 

Subi as escadas rapidamente a fim de pegar minha bolsa com meus pertences. Queria desenhar e sempre carregava comigo um caderninho e alguns lápis de cor. Era o que realmente me fazia entrar num mundo só meu. Adentrei o enorme quarto de Payne e encontro a jaqueta dobrada junto com a bolsa sobre a cama. Aproveitei para olhar-me no espelho e ver se estava com a maquiagem borrada.

 

Eu não sabia o por que de estar tão desanimada de repente. Estava no trabalho dos sonhos, conhecendo pessoas que muitos matariam para conhecer, tendo encontro com homens interessantes... As vezes tudo isso para mim é apenas um puta sonho e acordaria a qualquer momento pelo meu irmão com um balde de água fria. Mas, na verdade, sabia sim o que havia feito-me desanimar do nada. Eu queria beijar o Melton. Um homem lindo, legal, engraçado e, bom, era nítido o

interesse em mim. Entretanto, quem eu queria estar beijando, sentindo a mão em meu rosto, ou no quadril, era Harry. Sentia inveja de Kendall. O jeito delicado como a tocava me fazia suspirar. 

 

Sai do quarto expulsando meus pensamentos e queria sair daquela casa. Nos fundos havia uma linda piscina com churrasqueira, chuveiro e, até mesmo, assentos em que poderia me acomodar. Voltei-me a cozinha para sair pelos fundos.

 

— Me desculpe pelo beijo. – ouço me dizerem e viro-me para olhar. — Não queria ser indelicado. 

 

Suas palavras pareciam ser sinceras. Eu estava assustada, mas não com o beijo. Eu não era nenhuma menininha. Sentia-me apenas alcoolizada, com a mente a milhão e desacreditada que tudo o que estava acontecendo agora era minha nova vida. 

 

— Está tudo bem. – sorri. — Eu o beijaria outra vez e digo isso com tranquilidade. – falei e Melton riu. — Eu só não estou bem no momento. 

 

— Eu espero por você. – disse, levando sua mão direita até meu rosto, acariciando minha bochecha, sorrindo. — Só gostaria que mantivéssemos um contato. 

 

Peguei seu celular e coloquei meu número, junto a uma foto que tirei na hora. Assim ele lembraria de mim facilmente. Nos despedimos e continuei com o que estava fazendo. Já sentada em uma das cadeiras, coloquei a jaqueta, pois estava ventando e esfriando. Retirei meu caderno e os lápis com felicidade. Tudo o que mais queria fazer no momento, era desenhar. 

 

Olhava para o papel em branco e as cores de lápis que eu tinha. Rosa, preto, marrom, amarelo, verde e bege. Sim, eu fazia milagre somente com essas cores. Encarei o Rosa. Harry estava usando rosa hoje. Olhei para o caminho da cozinha e ninguém sabia que eu estava ali. Poderia desenhar sem preocupações. Com o lápis da cor preta, comecei a traçar no papel. Quando terminado, encarei o mesmo e lá estava um esboço. Os traços de Harry estavam no papel desenhado. Ele realmente não saia da minha cabeça. 

 

Suspirei pesadamente e continuei com o desenho. Eu estava ali para desenhar roupas, apenas. Fazer uma nova coleção. Mas não, Harry Styles tinha que invadir a porra da minha mente. Peguei a garrafa de vinho e dei um grande gole. 

 

— Eu espero que tenha um bom motivo para se retirar da festa e preferir estar aqui fora passando frio. – uma voz rouca soou e eu travei. 

 

Não era possível que eu estava tendo alucinações com este homem. 

 

Fechei o caderno rapidamente e encarei o dono da voz. Poderia ser pura coincidência, ou o universo estava conspirando para foder com o meu psicológico. 

 

— Eu acabei não me enturmando e vim relaxar. – aquilo era quase verdade, admito. 

 

— Não foi isso o que eu vi. – alfinetou e o encarei. — Melton falou muito bem de você. 

 

E, agora, todas as chances que eu já não tinha, vulgo os 000%, caíram de um penhasco. 

 

— Ele é um cara legal. – apenas comentei. 

 

— Vamos entrar? – perguntou e voltei a encara-lo. 

 

Eu poderia estar sendo uma obcecada, mas achava cada parte de Harry, lindo. Seus cílios, olhos, pontinha do nariz, sua boca. Molhei os lábios e acenei com a cabeça, pegando em sua mão, que estava esticada afim de me ajudará levantar. 

 

— Os meninos estão se despedindo dos convidados, enquanto Cecília está pedindo muitas pizzas para a gente. – falou, ficando ao meu lado para uma caminhada para dentro da mansão. 

 

— Era tudo o que eu queria agora. – falei com a boca salivando e sentindo meu estômago roncar. — Não sabia que estava com fome até ouvir falar sobre comida. 

 

E Harry riu. 

 

— Mas, me diga, o que estava desenhando? – perguntou me encarando, e dando mais um gole em sua taça.

 

— Não era nada de mais, apenas um vestido para mostrar ao meu chefe. – menti. 

 

Eu nunca falaria que estava o desenhando e que ele era um dos motivos de ter ficado cabisbaixa e abandonado a festa.

 

— Trabalho fica em casa, Gabriella. Tem sorte de eu tê-la encontrado, e não o Louis. – brincou.

 

Era a primeira vez que estava tendo uma conversa com ele sem estar junto aos meninos e estava me sentindo leve. Ao chegar na enorme sala, todos já haviam se retirado. Única bagunça que tinha, era algumas taças sobre a mesa, mas que estava sendo retiradas por Liam. 

 

— Onde você estava? – perguntou Ceci ao me ver.

 

— Desenhando. – apenas respondi e me joguei no sofá, junto a Zayn. 

 

Coloquei minha cabeça em seu ombro e encarei toda a sala. Louis, Niall e Liam estavam limpando a sala e aquilo estava magnífico de ficar observando. 

 

— Se eu soubesse que são tão bons na faxina, os teria contratado para dar uma geral no meu quarto. – comentei e recebi o dedo do meio de Louis. — Garoto malcriado. – resmunguei.

 

Com as taças e tabuleiros em seu devido lugar, caminhamos até a mesa de jantar e a arrumamos, enquanto esperávamos as pizzas chegarem. Niall já estava à espera na porta, já que estava para chegar. Eu continuava a beber meu vinho branco e estava apaixonada pela bebida. Sentia-me mais bebada que o normal e faminta. Todos conversavam e aproveitavam para me encher de perguntas. 

 

— Estou feliz de estar embriagada em Nova Iorque. – comentei e todos riram.

 

— E rodeadas de caras gatos. – disse Ceci em português e nos encararam. 

 

— Essa é a melhor parte. – a respondi também em português e recebi um chute na canela.

 

— Em inglês, por favor. – pediu Zayn. 

 

— Eu quero aprender a falar português. – disse Samantha com os olhinhos brilhando. 

 

— Pode ser meu segundo emprego por aqui. – brinquei. — Será um prazer ensiná-la. 

 

A companhia tocou enquanto conversávamos e olhei para a porta, já que estava na ponta da mesa. Gostava de sentar sempre na ponta por ter uma visão perfeita de todos, principalmente de Harry que se sentava na outra ponta da mesa. Niall colocou as seis caixas de pizza sobre a mesa de vidro e nos servimos. 

Eu poderia comer pizza todos os dias sem qualquer problema. Seria até bom para ganhar umas gordurinhas a mais. Sentia-me muito magra. Comíamos segurando a fatia na mão. Mas estava sentindo falta do melhor molho: mostarda.

 

— Tem mostarda aqui? – perguntei e Ceci riu. 

 

— Para que? – perguntou Liam. 

 

— Para por na minha pizza. – respondi de ombros e me levantei, a caminho da cozinha. 

 

Não estava nem aí que a casa não era minha. Eu quero mostarda na minha pizza e me contentaria apenas se não tiver o molho amarelo. Abri a porta da geladeira e a procurei. Não encontrando, respirei fundo, mas não desistiria. Encarei os armários e abri um por um, finalmente encontrando o que eu queria junto a outras garrafinhas de molho. 

 

Retornei para a mesa e todos me encararam. Era como se fosse prisão perpétua por ketchup na pizza e, a mostarda a pena de morte. 

 

— Vocês não sabem o que estão perdendo. – comentei, colocando meu molho picante favorito sobre a fatia com muito queijo.

 

Saciada. Com as mãos sobre a barriga pesada. Havia comido mais que todo mundo e até brincaram sobre minha fome. Eu estava acostumada a disputar com Guto para ver quem comia mais e normalmente ganhava.

 

— Gabriela, ainda não sabemos muita coisa sobre você. – comentou Niall e o encarei. 

 

— O que vocês gostariam de saber? – perguntei, encarando a todos. 

 

— Então isso é um jogo. – falou Louis e riu. 

 

Eu precisava desliga-lo da tomada urgentemente. 

 

— Qual a sua cor favorita? – perguntou Liam. 

 

— Vermelho. – respondi sorridente e esperei pelas próximas perguntas. 

 

— Sou apaixonada por todos os animais, meu filme preferido é "P.S. Eu amo Você" e "De repente 30". Meu sonho é ter um gato cinza. Tenho um irmão Chamado Gustavo e já namorei um menino com o mesmo nome. Morro de medo de escuro, mas sou apaixonada por filmes de terror. Amo comer coisas picantes e azedas. Menos pimenta, já que sou alérgica. Panic! At the Disco e One Direction são minhas bandas preferidas. E meu sonho é dar um beijo na boca do Brandon. – e assim fui respondendo todas as perguntas, ficando tonta. — Eu já estou tonta. – resmunguei.

 

— Imagina namorar alguém com o nome do

irmão. Deve ser horrível. – comentou Harry rindo. 

 

— Seu gosto para comida é horrível. – resmungou Louis. 

 

— Só tenho mais uma pergunta. – disse Zayn, me encarando. — E do One Direction, quem você beijaria? 

 

Porra, Zayn. Qual o seu problema comigo?