História Inevitable - Capítulo 14

- Christopher! Christian! 

- Notícias da Any? - Chris perguntou após cumprimentar Dulce.

- Podemos dar uma volta aqui perto e tentar uma pista, sei lá... - Ucker abraçou a namorada por trás.

- Estou aqui, se acalmem! - Sorriu chegando a sala.

- Ela chegou faz pouco tempo, desculpa incomodar vocês, mas tenho uma irmãzinha que parece uma adolescente. - Sorriu irônica, Any revirou os olhos.

- Já que estão todos aqui, vamos almoçar juntos. - Anahi sugeriu.

- Ótimo, estou com fome. - Chris bateu levemente no estômago.

- Vou cozinhar, você vem comigo. - Puxou Christopher - E vocês, arrumem a mesa. - Dulce saiu rebolando para cozinha, seguida por Ucker que bateu levemente em seu bumbum.

Enquanto Dulce e Christopher faziam uma massa na cozinha, Any e Christian arrumavam a mesa.

- Está animada, resolveu aquele problema né? 

- Sim... - Ele sorriu malicioso, Any atirou o pano de prato nele. - Não me olha com esse olhar aí! - Riu.

- Não estou fazendo nada. - Gargalhou - Anahi, esse cara tem muita sorte. Me parece que agora perdi as duas oportunidades de entrar para essa família. - Riu.

- Você já faz parte. - Piscou.

- O que tanto cochicham? - Dulce se aproximou colocando a comida na mesa.

- Sobre vocês terem me rejeitado. - Sacudiu os ombros.

- Um pouco dramático? - Any franziu a testa.

- Não, um tantão dramático. Nunca pensou em ser ator? - A ruiva debochou.

- Só acho que não custava nada um beijo. Mas, tudo bem, vocês quem perderam. - Gargalhou.

- Um dia te conto o segredo. - Ucker chegou os interrompendo, de forma convencida.

- Você roubou Dulce de mim, sabia que ela me queria e foi lá e a conquistou! - Negou com a cabeça em tom de brincadeira. 

- Não me coloquem nessa história! - Dulce riu se apoiando no ombro de Any.

- Você sabe que foi ela quem chegou em mim, né? Sou irresistível, fazer o que... - Deu os ombros com um sorriso enorme nos lábios.

- Rapazes, não sejam infantis. - Revirou os olhos - Vamos comer, estou faminta. - Any se sentou e todos os outros fizeram o mesmo.

A massa feita por Dulce e com a ajuda de Christopher foi aprovada por todos. O almoço foi descontraído e com muitas risadas, um pouco mais tarde fizeram brincadeiras como adedanha e karaokê. Quando o dia se aproximava do seu fim, Christian e Christopher foram embora, sobrando apenas as irmãs. 

Dulce dormiu mais cedo, estava cansada, dava para ver em seu rosto. Já Anahi estava bem acordada, ligou para Alfonso e eles conversaram um pouco, não saíram aquela noite.

O dia seguinte começou com chuva, o céu estava escuro e com algumas nuvens carregadas. Fazia também um pouco de frio, coisa que era difícil em San Diego. Naquela manhã Anahi saiu com Dulce até o supermercado para comprar mantimentos. Maite ligou um pouco antes e elas combinaram um jantar.

Próximo ao final da tarde, começaram os preparativos do jantar. Não fizeram nada extravagante, pelo contrário, foi tudo bem simples. Apesar disto, o cheiro estava maravilhoso.

- Terminamos, aleluia! - Dulce desligou o forno.

- Ótimo, vou tomar um banho então. - Any tirou o avental e seguiu para o banheiro.

Não demorou muito, em pouco tempo estava pronta. Enquanto esperava por Dulce, trocava mensagens com Alfonso.

#mensagem# 

Alfonso: Queria muito te ver...

Anahi: Eu também, mas você sabe tenho esse jantar com uma amiga especial :((

Alfonso: que horas vai ser?

Anahi: Daqui duas horas eu acho, porque?

Alfonso: não pode vir aqui só por uma hora então?

Anahi: tudo bem, eu vou, mas não demoro ein!

Alfonso: combinado, estarei a sua espera.

#off#

Terminava de se agasalhar para ir, ainda fazia frio lá fora. Pegou seu celular e foi até o quarto da ruiva avisá-la.

- Não acredito que você vai sair, e o jantar? 

- Vou estar aqui, não demoro. Se cuida, ok? - Depositou um beijo em sua testa e saiu.

Foi até o estúdio caminhando, não ficava longe, garoava um pouco, bem fraco. Havia pouquíssimas pessoas na rua, era quase como uma cidade fantasma. Apertou os passos, não gostava desse tipo de sensação. Chegou no prédio ofegante.

- O que aconteceu? - Alfonso encarou os olhos assustados da loira.

- Nada, essa cidade que está assombrada. - Sorriu sem graça.

- Se estava com medo podia ter me avisado, eu te buscava. 

- Está tudo bem, você ainda pode me levar de volta. - Sorriu. Alfonso segurou seu rosto e lhe beijou.

Um beijo calmo, intenso e acolhedor. Não se sentiu mais com frio, todas as vezes que ele lhe tocava ou que sentia seu hálito quente invadir sua boca, um calor a subia. Quando estavam juntos era um mundo completamente diferente, eram apenas eles dois, era diferente de tudo que já provara e tão bom quanto folhear um livro e se empolgar com cada página dele. 

Anahi parou novamente em frente à mesma janela, aquela de vista linda. Mesmo com dias sombrios como aquele a vista continuava impecável. Sentiu Alfonso lhe abraçar por trás e afundar o rosto em seu pescoço, a respiração quente dele sobre sua pele lhe causava arrepios, mordeu o lábio em forma de se conter.

- Não acha estranho isso? - Ele levantou seu rosto bem devagar, arranhando com sua barba todo seu pescoço.

- Não, o que há de estranho? - Sussurrou no ouvido de Any, que já estava com os olhos fechados, lutando para se manter controlada.

- Pouco nos conhecemos, poucas vezes nos vimos e foi o suficiente... Nos atraímos feito imãs. - Ela estava agora de frente para ele, com as mãos repousadas no seu firme peitoral.

- Questionei isso a mim mesmo algumas vezes, não achei resposta melhor que talvez seja o destino. - Alfonso tinha suas mãos na cintura de Any. - Você acredita nele? - Mirou seus olhos profundamente. 

- Acredito na força do universo. Eu olho nos seus olhos e sinto como esse fosse o sentido de ter estado de pé. - Deslizou as costas das mãos por toda sua barba, ele sorriu.

- Antes de você aparecer eu estava perdido, sem saber qual rumo tomar, muita coisa aconteceu na minha vida. Quando eu te olhei pela primeira vez, eu soube que você era mais que uma moça bonita. Senti algo forte, diferente de tudo que eu já senti antes. - Tocou seus lábios suavemente e a deu um selinho.

- Acabamos por ser o ar puro um do outro. - Sorriu.

- Mais que isso, eu estou ainda mais apaixonado por você. 

Aqueles olhos verdes não mentiam, Any podia sentir a sinceridade em suas palavras. Não sabia a história de Alfonso, e não forçaria para saber, ele a fazia bem e ela fazia o mesmo por ele. Não era a única com feridas. Sem pensar em mais nada, o laçou pelo pescoço e o beijou. 

Correspondida, eles dois se entregaram. Já não era apenas desejo, prazer e pele. Havia sentimentos, necessidade e segurança. Já era tarde demais para se voltar atrás, estavam envolvidos.