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História Inevitable: Quando os Opostos se Atraem (Dramione) - O Plano das Cobras


Escrita por: NoelleAlves

Capítulo 16 - O Plano das Cobras


Pov Hermione


Acordei muito confusa, olhando ao meu redor e me perguntando onde estava. Tomei um susto ao identificar uma gravata da Sonserina pendurada na cabeceira da cama em que eu estava deitada. Levantei em um pulo, assustada.

— Bom dia! – Malfoy se encontrava ao pé da cama, comendo uma maçã e segurando uma bandeja com pães, frutas, suco de abóbora e outras guloseimas. Tinha um dos pés apoiados em cima da cama e outro no chão, e trajava apenas uma calça de moletom confortável. Seu abdômen exageradamente sarado estava totalmente exposto em minha direção e senti meu rosto corar. Seus cabelos estavam emaranhados, como quem havia acabado de acordar e precisei chacoalhar minha cabeça para evitar pensar sobre o quanto aquilo era sexy. O que eu estava fazendo ali? – Café da manhã? – Perguntou, esticando a bandeja em minha direção. 

Franzi o cenho confusa e após algum tempo, percebi que me encontrava só de sutiã. Minha capa estava jogada ao chão e eu senti uma súbita vontade de morrer. Me cobri com o cobertor do Malfoy, ainda confusa demais para formular qualquer frase:

— Como… O que eu… Por que a minha roupa… Malfoy – Suspirei fundo antes de continuar – Pode me explicar o que é que eu estou fazendo no seu quarto??

Ele sorriu descaradamente daquele seu jeito charmoso e deu mais uma mordida em sua maçã.

— Você não se lembra? – Engoliu a maçã sem pressa – Granger, você adormeceu no sofá do salão, naquele frio do caralho. Eu te carreguei e te trouxe para dormir aqui. 

Senti meu rosto se tornar escarlate.

— Você… Não era mais fácil acender a lareira?

— Granger, Granger… – Comentou enquanto servia uma xícara de chá e a depositava em minhas mãos – Podia ser menos mal agradecida, né? Da próxima vez, te deixo passar frio lá embaixo! 

Dei um gole demorado na xícara e voltei a perguntar:

— Por que é que minha roupa está no chão? Ai meu Deus! – Fiz uma expressão de pânico – Nós não… Nós não… Nós não fizemos nada ontem, fizemos? 

Ele soltou um riso debochado e eu não entendi o que quis dizer. Estava com tanta vergonha que não sabia onde enfiar a cara.

— Relaxa, Granger. Nós não fizemos nada! Você simplesmente tirou a roupa de madrugada porque quis! Juro – Complementou, após eu lhe lançar um olhar desconfiado.

Aos poucos fui me lembrando: eu realmente havia acordado de madrugada, com muito calor. Tirei a roupa e voltei a dormir nos braços do Malfoy, mas na hora, pensei que tudo não passasse de um sonho – Já que estava acostumada a ter o Malfoy como protagonista dos meus sonhos nas últimas semanas – Refleti por mais alguns segundos sobre a noite anterior e senti meu rosto corar. Será que ele também se lembrava de tudo? 

— Granger, não vou te morder como ontem, pode comer  tranquilamente. 

É, pelo jeito sim.

— Malfoy, sobre ontem… Eu… – Me perdi nas palavras enquanto seu olhar me analisava – Eu… Realmente não sei o que aconteceu! Aquilo foi um erro!

— Um erro? – Ele arqueou uma das sobrancelhas – Não pareceu tão errado quando você me beijou e se jogou em cima de mim! 

— O QUE? – Gritei indignada – Não fui eu quem te beijou! Foi você quem começou! E quem se jogou em cima de mim, foi você, não eu!

— Quem começou a se esfregar em mim foi você! – Respondeu em um tom óbvio, me fazendo fervilhar de ódio – Eu só dancei conforme a música!

Rosnei de ódio e comecei a me vestir.

— Você é mesmo um idiota, né? Que bom que acabei com aquela palhaçada rapidinho! Não acredito que troquei saliva com um babaca como você! 

— Não foi tão rápido assim, hein! – Ele continuava sorrindo ironicamente – E eu não te ouvi reclamar!

— Quer saber, Malfoy? Se realmente acha que fui eu quem se atirou para cima de você, e se foi tão ruim assim como você está dizendo, por que é que você simplesmente não parou, hein?

— Mas eu não disse que foi ruim! – Ele jogou os cabelos para trás e deu uma mordida em sua maçã, me olhando fixamente com um de seus braços apoiados em sua perna. Seu corpo estava levemente projetado em minha direção e precisei me controlar para não descer meu olhar pelo seu abdômen. Suas últimas palavras entraram pelos meus ouvidos e se alojaram diretamente entre as minhas pernas, me fazendo estremecer. Que tipo de jogo Malfoy estava tentando jogar?

— E por que é que não me colocou em outra cama, hein? O dormitório está vazio! – Continuei meu discurso, tentando ignorar suas últimas palavras.

— Achei que você fosse gostar de acordar ao meu lado! – Ele deu de ombros.

— Eu? – Sorri ironicamente – Gostar de acordar ao seu lado? De onde foi que você tirou essa ideia maluca, hein? 

— Ah, Granger! – Ele suspirou enquanto se levantava – Por que é que não assume que gosta de dormir abraçada comigo, hein? Afinal de contas, você é apaixonada por mim!

Arregalei os olhos e soltei uma gargalhada irônica, mas ele não pareceu se importar. Pelo contrário: se apoiou em uma das paredes do quarto, com as pernas e os braços cruzados e parecia se divertir com a situação enquanto mordia sua maçã, tranquilamente. 

— Ai, ai, Malfoy! Você realmente está lelé da cuca, não está? Apaixonada por você – Soltei um riso nasal – Essa foi boa…

— É claro que está! – Ele sorria – Fica me beijando por aí, tirando a roupa na minha frente… Se quer tanto assim chamar a minha atenção, basta me falar! Eu não sou tão difícil assim! – Ele deu uma piscadela e eu senti meu sangue ferver.

— Eu não fico tirando a roupa na sua frente porque quero! – Vociferei indignada – Você e a retardada da sua namoradinha roubaram as minhas roupas e a minha toalha, não sei se você se lembra!

— Sim, da primeira vez. Mas ontem você tirou a roupa na minha frente de novo. E hoje de madrugada novamente. Está tudo bem, Granger. Seu segredo está a salvo comigo! Não vou contar a ninguém que você está apaixonada por mim!

— Aaaaah, agora eu percebi a sua jogada, Malfoy! – Abri um sorriso enquanto o observava comer sua maçã – É VOCÊ quem está apaixonado por mim! E fica tentando reverter a situação para que eu me apaixone por você também! Agora tudo faz sentido…

— EU? – Ele sorriu ironicamente.

— Sim, você! Por isso bateu no Corner ontem, por isso roubou as minhas roupas, por isso me colocou na sua cama e também foi por isso que mandou o Pirraça atirar outro ovo em mim! Você queria me ver nua, não queria? – Arqueei uma das sobrancelhas com um sorriso no rosto em sua direção. Ele também sorria ironicamente.

— Ai Granger, eu admiro sua criatividade em criar histórias que só existem na sua mente! – Mordeu outro pedaço da maçã – Mas isso não exclui o fato de que você está apaixonada por mim! 

— É VOCÊ quem está apaixonado por mim!

— Não, VOCÊ é que está!

— Não, você!

— Não, você!

— Você!

— Você!

— Você!

— Você!

— Você vezes infinito, acabou o assunto!

Corri em direção ao salão comunal, ouvindo-o gritar do seu quarto:

— Você!


***


Eu me encontrava no Salão Comunal da Grifinória após as aulas, com um livro em mãos que eu não estava lendo. Observei Harry conversando com Rony e Lino Jordan sobre quadribol, enquanto me perguntava qual seria a maneira mais fácil de pedir conselhos a ele sobre garotos. E não sobre qualquer garoto: sobre Draco Malfoy. 

Observei Harry brincando de lutinha com Rony, como duas crianças imaturas e repensei se realmente deveria pedir conselhos a alguém que acabava de tomar um "cuecão". Além do mais, por mais que fosse meu melhor amigo, Harry continuava sendo homem e o conselho que eu precisava no momento era de uma mulher. No sofá ao lado, observei Gina brincando com Bichento e seu novelo de lã. Ela se virou para mim e sorriu. Resolvi me sentar ao seu lado.

— E aí, Gina! 

— E aí, Mione! 

Um silêncio constrangedor pairou sobre nós. Nunca havíamos realmente conversado sobre algo sério, éramos mais colegas do que amigas. Além do mais, Gina foi criada como sendo a única mulher no meio de 6 irmãos homens, e como consequência, não se dava tão bem com garotas no geral. 

— Hummm, Gina?

— Sim? – Ela me olhou, curiosa.

— Você… Você já ficou com caras, né?

Ela sorriu e franziu o cenho, estranhando a pergunta ao mesmo tempo em que a achava cômica. 

— Hum, já…? Com alguns! – Ela sorriu. Gina era definitivamente a garota com mais experiência com garotos que eu conhecia. Só da Grifinória, ela já havia saído com quatro alunos – Por que a pergunta?

Olhei para o lado sorrateiramente, sentindo meu rosto corar.

— Eu… Estou passando por uma situação. Queria conversar com alguém, mas… É difícil conversar sobre garotos com o Harry. Mais ainda com o Rony!

— Sei bem disso – ela revirou os olhos. Todos sabiam que Rony era o irmão ciumento da turma – Bom, mas o que está acontecendo? Talvez eu possa te ajudar!

Abri um sorriso e suspirei fundo antes de começar a bombardeá-la com informações sobre o Malfoy, desde o dia em que viramos monitores, até o que havia acabado de acontecer no quarto dele.

— Uau! – Ela tinha os olhos arregalados e um sorriso no rosto. Parecia surpresa – Malfoy? Sério? – Sorriu.

— Shh, fala baixo, por favor! – Olhei sorrateiramente para o lado – Mas sim, O Malfoy. Ele mudou muito, não é mais tão desprezível quanto antes! Mas às vezes, sinto que ele só está jogando comigo! Do nada ele muda e começa a me tratar mal! Eu não sei o que fazer!

— Em primeiro lugar, estou curiosíssima pra saber todos os detalhes do que rolou. Você sabe a que me refiro – Ela arqueou as sobrancelhas e eu lhe lancei um olhar reprovador – Qual é, Mione? Não é à toa que o chamam de "fuckboy"! – Ela sorria – Ele pode ser um babaca, mas, que deve saber fazer direito, ah, isso deve!

Nós duas sorrimos e eu lhe dei um tapinha no braço. 

— Foi ótimo, é claro que foi! – Respondi – Mas consegui me controlar e pedi para ele parar. Se não fosse por mim, tenho certeza de que íamos chegar aos finalmentes!

— Uau, e por que você parou? Esse menino é literalmente o sonho de metade da escola! Ah, é verdade, me desculpe…

Ela se lembrou do Krum e rapidamente se desculpou. Vitor Krum era o menino mais desejado por todas as meninas de Hogwarts no ano passado. Um dos competidores do torneio tribruxo – e também o ganhador do mesmo – Cometi o erro de sair algumas vezes com ele, e isso foi o suficiente para que eu ficasse mal falada pela escola toda. 

— Bom, de toda forma – Continuou – Acho que você deve tomar cuidado. Malfoy não é uma pessoa confiável. Eu acredito piamente que ele esteja melhorando, principalmente pelo estado de saúde delicado de sua mãe, mas ainda assim, é melhor ficar com um pé atrás…

— Estado delicado de sua mãe? – a interrompi – Como assim?

Gina olhou para o lado para se certificar de que ninguém mais ouvia nossa conversa. Se aproximou mais de mim:

— A mãe dele está internada no St. Mungus. Já faz um bom tempo! Está tentando se recuperar de um câncer que a debilitou profundamente!

— Meu deus, Gina! – Coloquei as mãos na boca, chocada – Como é que você sabe disso?

— Meu pai trabalha no Ministério, se esqueceu? Todo mundo lá sabe disso. E todos sabem que Lúcio Malfoy é um cuzão filho da puta que não está nem aí para a esposa! O único que a visita regularmente, é o Malfoy. É por isso que ele está tão abatido ultimamente… Não deve ser fácil ver a própria mãe nesse estado!

Refleti por alguns segundos sobre aquela informação e senti meu peito apertar. Malfoy realmente estava passando por uma situação difícil e até onde eu saiba, não tinha ninguém para lhe ajudar. Caberia a mim lhe oferecer o meu apoio?



Pov Draco


— Você parece animado! – Comentou Blaise ao me observar sorrir e conversar animadamente.

— É, acho que estou – Respondi descontraído.

— Algum motivo especial? – Ele arqueou as sobrancelhas.

— Nada que seja da sua conta! – Sorri e ele me devolveu o dedo do meio em resposta. 

— Tem a ver com a Granger, não tem? – Ele sorriu maliciosamente e eu me certifiquei de que ninguém estivesse ouvindo a nossa conversa no salão comunal da Sonserina.

— Shhh! Dá pra calar a boca? – O repreendi – Mas sim, tem a ver com ela. Eu vou te contar, mas você tem que me prometer que isso vai ficar entre a gente, entendeu? 

Ele esfregou as mãos animado e se inclinou em minha direção:

— Eu prometo!

Eu o atualizei sobre tudo: desde a discussão no salão dos monitores, a briga com o babaca do Corner, até o nosso beijo no salão comunal e como ela adormeceu nos meus braços naquela noite. Quando terminei de contar, Blaise tinha o maxilar caído em uma expressão exagerada de surpresa.

— Cara… Eu realmente estou sem palavras! Logo a Granger? – Ele cochichou – É claro que a atração que você sente por ela estava mais do que óbvia, mas não cheguei a cogitar a possibilidade de algo realmente rolar entre vocês! Principalmente depois da conversa que você teve com o seu pai! Já pensou sobre o que vai fazer?

— Não – Me deixei afundar na poltrona e suspirei – E nem quero pensar, para ser sincero. Eu não quero voltar com a Pansy! – Olhei de relance para uma das poltronas e a observei olhando em minha direção, com seu sorriso malicioso no rosto e um decote exageradamente largo. Lembrei da sensação de beijá-la e meu estômago automaticamente embrulhou. 

— Eu tenho uma ideia! – Blaise estalou os dedos – Uma ideia genial!

— A última ideia genial que você teve, me rendeu duas semanas de detenções!  – Comentei, me lembrando de quando Blaise me convenceu de ajudá-lo a contrabandear hidromel escondido de Hogsmeade para Hogwarts. Fomos pegos por Filch ao entrarmos por uma das passagens secretas do castelo. 

— Essa vai funcionar! – Ele se aproximou mais de mim e eu me inclinei para ouvi-lo melhor — Todos sabemos que a Pansy só não sai do seu pé porque é apaixonada por você, certo?

— Chegou a essa conclusão sozinho, gênio? – Revirei os olhos.

— Me escute! E se: nós fizéssemos com que ela deixasse de se apaixonar por você?

Suspirei fundo e revirei os olhos novamente. 

— Blaise, às vezes eu duvido muito da sua capacidade mental, sabia? Você sabe perfeitamente bem que a Pansy não vai desistir do que quer. Além do mais, até parece que você não sabe com quem está lidando: não existe a menor possibilidade de alguém se "desapaixonar" por mim! 

Blaise revirou os olhos e resmungou algo sobre "narcisista filho da puta", antes de retomar o seu discurso:

— Pense bem: Pansy só é perdidamente apaixonada por você, porque você é como é: ignorante, narcisista, marrento e mal humorado.

— Wow – Arregalei os olhos – Vai com calma com os elogios. Já estou ficando até sem graça! 

Ele sorriu e retomou:

— Estou falando sério! Draco, ela só criou essa obsessão porque você a ignora e age como um soberano! Mas se por acaso, você começasse a agir como alguém totalmente diferente, alguém que ela detesta, rapidinho ela vai sair do seu pé! 

— Está querendo me dizer que eu devo começar a agir como um retardado para que ela saia do meu pé? – Franzi o cenho.

— Não só haja, como também se vista igual a um. Você só precisa de algum tipo de… Inspiração, digamos! Quem é a pessoa que a Pansy mais odeia nesse mundo?

— Definitivamente, Hermione Granger.

— Definitivamente! – Ele concordou. 



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