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História Inevitável - Capítulo XI


Escrita por: mabelix

Notas do Autor


Olha quem voltou rapidinho, êohhh, o capítulo de hoje tá um pouco grandinho. Mas acredito que vai valer a pena ler até a última frase.

Então simbora, boa leitura.

Capítulo 11 - Capítulo XI


Fanfic / Fanfiction Inevitável - Capítulo XI

Três horas. TRÊS HORAS. Foi o tempo levado pra encontrarmos uma estrada luminosa, sinal e um uber disponível naquela hora da manhã. Acomodamos sete onde deveria caber apenas quatro. Os fracos raios solares nos avisavam o quão encrencados estávamos, cheirando a álcool, com vestígios de brigas e com a palavra CULPADOS escrito em letras garrafais nas nossas testas. 

Nada era mais certo do que o fato que Enrique havia despertado do efeito da droga e naquele momento estaria feito louco procurando os alunos exemplares do Elite Way School.

Exemplares.

Aham.

Nem minha mente fértil tinha uma solução pra explicar a qualquer pessoa que desgraça havia acontecido conosco. Quem diabos acreditaria que fomos sequestrados, alcoolizados e devolvidos em segurança?

Certo que nenhum sequestrador digno de sua profissão nos aguentaria por mais de meia hora. Já que nem o próprio motorista, que, não tinha lá uma obrigação muito grande, encarava os demais pelo retrovisor como se fosse jogar alguém pela janela a qualquer momento.

E eu queria muito que fosse o Giovanni ou a Vick.

No banco de trás — obviamente eu havia ganhado, depois de muita briga e trapaça, o privilégio de sentar sozinha no banco do carona — Giovanni perturbava cantando "Um elefante incomoda muita gente" e Vick — possivelmente sendo levada pelo ódio de descontar sua frustração com o Diego nos nossos ouvidos — o acompanhava batendo palmas.

Eu já havia tentado jogar uma bota na cabeça do imbecil, mas Lupita estava em seu colo e ele a usava de escudo. Apesar que a mesma fazia questão em protegê-lo para não termos que lidar com a violência novamente.

— Cala essa boca, Giovanni! — Miguel rosnou e logo em seguida ouvi o estalo de um tapa. Torcia pra que fosse na cabeça dele.

Virei o pescoço na direção do banco de trás e encontrei Miguel — sentado no colo do Diego — com as pernas encolhidas e com uma expressão furiosa no rosto. 

Eu estava com muita irritação nas veias pra gargalhar das pernas gigantescas do Miguel encolhidas naquele espaço minúsculo.

Giovanni ficou quieto por quatro segundos.

— UM MIGUEEEEEL INCOMODA MUITA GENTE, DOIS MIGUEL...

— MIGUEIS, BOCÓ — Vick corrigiu.

— DOIS MIGUEEEEEIS INCOMODA MUITA GENTE, TRÊS MIGUEIS INCOMODA, INCOMODA, INCOMODA MUITO MAIS...

— Eu vou matar ele, eu vou, vou matar mesmo. — Miguel rosnou.

— O senhor pode jogar esse carro na vala mais próxima? — Questionei ao motorista.

Ele apenas me olhou de soslaio.

— Tô pensando seriamente nessa possibilidade, senhorita. — Respondeu sem paciência. O velocímetro marcava 120km/h e eu tinha a plena consciência que preferia a morte do que ouvir Vick e Giovanni cantar pelos próximos cinco minutos.

Meu humor nunca foi lá um dos melhores de manhã, principalmente quando eu não tinha uma boa noite de sono. Então digamos que meu espírito de assassinato estava nas alturas pedindo por um decepamento de uma cabeça loira.

E haviam três naquele carro que eu queria arrancar pescoço a fora.

Felizmente ou infelizmente a casa estava em completo silêncio quando passamos pela porta. Sinal que os outros ainda não haviam retornado e que Enrique não havia se levantado. 

Tracei meus passos pro andar de cima, mas congelei quando vi a silhueta magra no topo da escada. Lupita trombou nas minhas costas.

— Anda Rober... Ah não.

— Alguma explicação? — O tom de voz rígido e alto me fez estremecer dos pés a cabeça. Ele estava puto. Meu estômago revirou em nervosismo — Vocês tem alguma explicação?!

Não me virei pra observar, mas apostava que os outros também haviam percebido o reflexo da nossa expulsão na feição de Enrique Madariaga.

— Ninguém? — Perguntou novamente — Nem você, Roberta? Não vai inventar uma das suas inusitadas histórias? 

Engoli em seco.

Abri minha boca várias vezes em busca de palavras, mas nada saíra.

Neguei com a cabeça.

— Eu não sou um Judas pra exigir uma explicação de vocês nessas condições deploráveis, tomem banho, descansem e ás doze horas em ponto quero todos no escritório de León Bustamante para conversarmos sobre o que aconteceu. — Enrique disse colocando as mãos pra trás. Ele desceu as escadas e parou no mesmo degrau que o meu — Doze horas sem atrasos, está entendido Roberta?

— Entendido — Afirmei.

— E tomem um banho, o cheiro de álcool está impregnado em vocês. — Informou antes de descer as escadas como se a nossa presença naquele momento fosse nula.

— Eu vou fazer um calmante, meus nervos não aguentam mais uma situação dessa. — Lupita murmurou atrás de mim quando Enrique sumiu de nossas vistas — Você vai querer? 

— Uma jarra inteira de preferência. — Respondi no mesmo tom.

Ao contrário do que pensava, as outras meninas já haviam chegado e dormiam em colchões espalhados pelo nosso quarto. O que me fez supor que os meninos também haviam conseguido chegar primeiro que nós. 

Pelo menos ninguém havia sido preso.

Depois de tomar um banho em que só faltei arrancar o couro com a esponja, me vestir em um pijama soltinho de cor escura e saí em rumo a cozinha com o estômago revirando de fome.

— O que você acha que ele vai fazer? Nos expulsar? — Lupita perguntou assim que pus os pés na cozinha. Ela remexia nas gavetas em busca de algo pra seu chá.

— É provável — Afirmei abrindo a geladeira, fiz uma pilha de petiscos pra enfiar dentro de um sanduíche e voltei os espalhando sobre a bancada. Ergui a cabeça encarando minha amiga. — Como você tá? 

— Bem — Ela sorriu — Estou bem.

— Tem certeza? 

— Só um pouco de dor de cabeça. — Lupita rolou os olhos — Foi só um susto.

— Um teste pra cardíaco, você quer dizer. — Queixei-me colocando os legumes no sanduíche  — Não me dê outro susto desse, Guadalupe, eu vou acabar infartado.

— Você tá parecendo minha tia falando.— Disse entre risos, seus dedos manuseando delicadamente a jarra quente.

— Vou parecer com ela também quando te der uns puxões de orelha — Eu disse em um tom leve. Não tinha cabeça pra sermões.

Passos apressados em direção á cozinha fizeram Lupita parar no meio frase e me desconcentraram do que seria o próximo ingrediente do sanduíche.

— Eu não preciso disso, caramba, eu estou bem. — Miguel resmungou andando em passos rápidos e parando ao meu lado. Mia o seguia com uma maletinha de primeiros socorros. — O que é isso? — Apontou pra meu projeto de sanduíche.

— Um pão, não tá vendo? — Ironizei.

— Eu quero. — Pediu com a voz afinada como de uma criança de cinco anos — Eu tô com fome, Beta.

— Se você me chamar assim de novo, eu juro que não deixo você nem tocar no presunto desse pão. — O repreendi.

— Certíssimo, Roberta Pardo. — Ele bateu continência. Do outro lado Mia chacoalhou a maletinha. — Por Deus, como você é insistente!

Mia arrastou uma cadeira um tanto distante da bancada e deu duas batidinhas no braço da cadeira.

— Senta logo, caipira. — Ordenou em um tom firme de voz. 

Os ombros de Miguel se baixaram em desânimo e ele fez seu caminho até ela, não antes de murmurar á mim que não queria verduras.

Lupita me entregou a xícara de chá, enquanto bebericava o seu em uma xícara três vezes maior que a minha. Ela me fez companhia até o momento em que devorei os dois sanduíches.

Coloquei o de Miguel em um prato e fiz menção de entregá-lo, mas parei no caminho.

Eles sequer perceberam que eu estava me aproximando, estavam concentrado presos demais em sua bolha particular. Mia estava entre as pernas de Miguel cuidando dos seus ferimentos, com um pequeno sorriso abobalhado nos lábios por algo que ele falara. Enquanto Miguel a observava como quem vislumbrava a oitava maravilha do mundo.

Um sorriso involuntário brotou em meus lábios. Estava mais que na cara que eles eram completamente apaixonados, só não entendia o porquê de não deixarem aquele orgulho besta de lado e se assumirem.

Eram dois idiotas.

E era fofo. Até pra mim, que, convenhamos era o pior tipo de pessoa pra julgar algo como adorável.

Dei meia volta deixando os sanduíches sobre a bancada e guardei o que sobrou. Refiz meus passos pro andar de cima já sentindo a sonolência agarrar meu cérebro com as duas pernas.

***

— Não vão me contar o que aconteceu ontem á noite?! — Enrique perguntou rispidamente pela quarta vez. Ele não me parecia mais aquele professor calmo e compreensivo de Ética.

Estávamos sentados em mesas de seis cadeiras, como de um biblioteca qualquer. Ao meu lado estavam Joaquim, Nico, Lupita, Tomás e Raquel. Nas mesas mais afastadas os restantes se organizavam enquanto Enrique deslocava-se entre as mesas, louco pra laçar o primeiro delator.

Ninguém havia dito sequer uma única palavra. Sabíamos o quanto delatores eram covardes e ninguém iria se atrever a ser o X9 da turma. Ninguém era tão louco assim.

— É assim que retribuem o esforço que tivemos que fazer pra vocês não perderem essa maldita viagem? FUGINDO?! — Ele gritou a última parte, com os punhos fechados — Eu dei dias mais que necessários pra vocês. Sabem qual era o acordo inicial? TRÊS DIAS! TRÊS DIAS! Vocês estão com SETE DIAS LIVRES por minha insistência com a direção, e é assim que me agradecem?!

Ergui a mão atraindo todos os olhares.

— Não tínhamos a intenção de menosprezar o que o senhor fez pra nós... — Cocei a  garganta — Eu não vou falar sobre o que aconteceu ontem, mas posso dizer que não foi nossa intenção...

— Somos adolescentes... — Joaquim deu de ombros.

— Fizemos besteira em não em ter avisado... —  Pilar continuou.

— O senhor sempre nos apoiou e entendeu nosso lado... — Tomás insistiu.

— Nos dê essa segunda chance, professor... — Celina implorou.

— Não é como se tivessem quebrado um vaso, vocês fugiram no meio da noite pra sabe-se lá onde. — Enrique passou a mão pelo cabelo — Eu não sei o que vou fazer com vocês, de verdade.

Ele estava nervoso, era nítido em seu semblante. Madariaga se aproximou de uma fileira de livros da biblioteca pessoal de León e retirou um dos tantos livros que havia, o segurando na mão durante o discurso.

— Enquanto eu decido o que faço com essa situação, vocês vão escolher qualquer livro dessa sala e fazer uma resenha crítica sobre o assunto tratado nele. Eu quero dez páginas frente e verso, um texto com coerência, letras legíveis para ser entregue antes das cinco horas da tarde. — Informou jogando o livro na minha mesa, causando um estrondo que me fez saltar da cadeira. — Quem não me entregar antes do horário estipulado vai voltar imediatamente para o colégio.

— Você só pode tá de brincadeira. — Murmurei.

Enrique se virou pra mim.

— O que disse, Roberta?

— Eu? — Apontei pra mim mesma — Eu não disse nada.

— Ótimo, dêem início e mais tarde conversamos sobre minha decisão. — Concluiu severamente. 

Enrique se direcionou para uma mesa solitária e abriu um livro, vez ou outra nos observando por cima do mesmo.

— Ele sabe que foi dopado? — Joaquim perguntou baixo se curvando sobre a mesa. 

— Você ainda pergunta? — Rolei os olhos — Se soubesse você acha que ainda estaríamos aqui?

Joaquim bufou.

— Vem, vamos achar um livro. — Lupita me cutucou saltando da cadeira.

Eu me levantei sem nenhuma coragem, meu consciente ainda dormindo preguiçosamente no andar de cima. Arrastei-me pelo imenso escritório de León Bustamante, trombando com os alvoroçados.

Caminhei entre os corredores e me enfiei no último vazio. Precisava de silêncio pra descobrir um exímio livro dentre minhas especificações: Com menos de cem páginas e que houvessem mais imagens do que letras. Não estava nos meus planos voltar pro colégio antes do dia marcado. Não mesmo. 

Trilhei os dedos sobre alguns livros de direito constitucional e direito trabalhista. Fiz uma careta pros dois temas e pro tamanho deles.

Encarei um em especial na última prateleira e abri um sorriso, não conseguia enxergar o nome, mas podia ver o desenho chamativo na capa e sua espessura fina.

Fiquei de pontas de pé e estiquei o braço até o máximo onde podia. Era uma droga ser tão baixa. Pulei algumas vezes tentando o alcança-lo, mas o que acabei ganhando foi uma colisão do meu braço com a prateleira de ferro.

Só percebi que não estava sozinha quando ouvi uma risada baixa e antes mesmo que pudesse manda-lo ir pra casa do caralho, a mão quente da pessoa agarrou minha cintura desnuda, se apoiando, e, também se esticou em busca do meu livro.

O choque elétrico entre nossos corpos me fez estremecer. Girei os calcanhares. Ele deu dois passos pra trás com o livro estirado na minha direção.

— Eu não precisava da sua ajuda. — Resmunguei pegando o livro, o folheando com o propósito de não encara-lo. 

— Eu percebi — Ironizou pondo as mãos nos bolsos da bermuda. Senti seus olhos queimarem sobre mim. — Você tem certeza que vai fazer uma resenha sobre esse livro?

Suspirei sem paciência.

Ergui a cabeça e o encarei.

Diego vestia uma regata branca com os óculos escuros pendurados na mesma, revelando os braços torneados — E que mal me pergunte, desde quando Diego tinha tão braços atraentes? As veias escorregavam pela extensão do músculo provocando as borboletas no meu estômago. Seus cabelos bagunçados fazia minha eu interior implorar pra toca-los novamente.

Mordi o lábio inferior involuntariamente.

Tentei me convencer que as sensações causadas por aquele imbecil não passavam dos vestígios da noite passada. Havia sido bom, mas se foi e não voltaria acontecer novamente.

Caralho.

Qual era a pergunta mesmo?

— O quê? 

Diego ergueu as sobrancelhas.

— Ficou surda de vez, Pardo? — O tom de voz era sarcástico.

— O que você quer? — Perguntei controlando o fio de paciência que ainda me restava. Eu não era obrigada a aturar sensações estranhas pelo Diego e ainda permanecer diante sua presença sentindo aquela merda. — Se veio só me ajudar a pegar o livro, muito obrigada, mas já pode voltar e me deixar só aqui.

— Você sabe que esse escritório é do meu pai, não sabe?

Bufei.

— Certo Bustamante, se você não vai, eu vou. — Dei um passo em direção ao corredor, mas meu braço foi segurado pela mão do idiota me fazendo voltar ao ponto inicial.

Diego sabia ser irritante quando queria.

— O que você tem hoje em? — Perguntou — Cadê aquele senso de humor maligno? 

— Tá bem aqui, não está vendo? — Apontei pro meu rosto impaciente — O que você quer?

— Vim te entregar sua parte do acordo, mas... — Diego deixou a cabeça pender para o lado. — Parece que você não tá afim de receber nada que venha de mim.

— Porque não me entrega o dinheiro e cai fora antes que eu faça omelete do Dieguinho?

Eu já disse que minha paciência estava indo pelas estribeiras? 

Diego ergueu as mãos, rindo. Ele tirou um envelope amassado do bolso traseiro e me entregou, o enfiei dentro do livro logo após conferir e voltei minha atenção para si.

— Pelo menos o que aconteceu ontem valeu de alguma coisa. — Ralhei, afiada — Mil pratas ameniza meu constrangimento em quase ter ido pra cama com você.

Diego ergueu a sobrancelha sem aparentar estar ofendido.

— Você não me parecia tão na defensiva enquanto gemia no meu colo.

Engoli em seco.

— Já ouviu falar em fingimento? — Perguntei tentando disfarçar a mentira deslavada. — Mulheres fingem, Bustamente, sabia disso? Sua namorada deve ser uma expert nesse assunto.

Ele riu.

— Eu sou bom no que faço e você sabe disso, amor— Sua voz era carregada de malícia.

Revirei os olhos.

— Pare de se achar tanto, isso é ridículo, já tive beijos melhores e quase preliminares bem mais excitantes. — Debocho sem nenhuma piedade. — Quem sabe você não nasce com mais habilidade na próxima encarnação.

Seu rosto murchou e me vi saltitando por dentro por ter conseguido tirar aquele sorriso imbecil do rosto.

Diego atravessou o pequeno espaço que nós dividia me encurralando entre os livros. Seu rosto estava tão perto do meu que não seria necessário muito pra nossos lábios se tocarem. Ele segurava minha cintura com força.

Abri um sorriso debochado.

Eu havia ferido o seu ego.

— O que foi Dieguinho? Está querendo me provar sua masculinidade? — Coloquei as mãos no seu abdômen, tentando o afastar, mas foi inútil.

— Vai dizer que não gostou de ontem... — Diego roçou o nariz na minha bochecha, a voz rouca sussurrado me  fez ter um colapso mental. Droga. Eu que deveria está ganhando. — Me diz que não gostou quando eu te toquei aqui... — Seus dedos encostavam na parte interna da minha coxa, por debaixo da saia, tão perto da minha intimidade que eu podia sentir o calor emenado da sua mão. — Ou quando eu te beijei bem aqui... — Seus lábios acariciaram o meu pescoço, beijando-o lentamente, encostando a língua em pontos estratégicos.

— Isso não é hora pra brincadeira, Bustamante. — Usei a voz mais firme que pude criar naquele momento, que, parecia mais um gemido do que qualquer outra coisa. — Enrique está esperando pelo trabalho...

— Não estou brincando. — Sua mão apertou minha coxa e eu deixei escapar um suspiro baixo. — Eu não paro de pensar no que poderia ter acontecido se o Miguel não tivesse te ligado. 

Ele uniu nossos corpos me comprovando o que se passava na sua cabeça, podia sentir seu membro ereto pressionado contra minha barriga. No mesmo tempo, seus dedos hábeis alcançaram minha calcinha úmida. Involuntariamente afastei um pouco as pernas dando liberdade ao seus dois dedos, que, pressionaram minha intimidade. Eu ofeguei.

— Eu sabia que você era uma mentirosa. — Ele disse sem desviar os olhos dos meus. Me sentia aprisionada naquelas orbes escuras.

— Não seja tão babaca agora, Diego... — Sussurrei levando as mãos do abdômen para seus ombros e costas. 

— Ru não sabia o quanto é fodidamente gostoso escutar meu nome saindo da sua boca. — Ele grunhiu, mordendo o lóbulo da minha orelha. 

Eu sorri percebendo o certo controle que tinha sobre Diego. 

Ele voltou a beijar meu pescoço enquanto com uma só mão, puxou minha calcinha até à coxa e eu a empurrei até embaixo, deixando-a no chão do escritório.

Ele invadiu minha saia por baixo e tortuosamente deslizou os dedos na minha intimidade úmida. Segurei o lábio inferior com os dentes e fechei os olhos, aproveitando a sensação deliciosa de tê-lo me dando prazer. Rapidamente seus dedos traçaram o caminho até meu clitóris e o friccionou lentamente em movimentos circulares, como se estivesse me fazendo pagar por todos esses anos de vingança mútua.

— Diego... — Gemi baixo suplicando por mais.

Abri os olhos e o encontrei me encarando com uma expressão diferente no rosto. Excitação. Ele inspirou com força, parecendo se apegar no pouco do autocontrole que ainda tinha. Então com a mão livre ele ergueu minha perna, a apoiando no seu quadril, e sem aviso prévio inseriu os dois dedos dentro de mim. Eu sufoquei um gemido. Apoiei uma mão na prateleira e a outra no ombro de Diego. 

Ele movia os dedos de fora pra dentro, com a palma da mão roçando no meu clitóris. Diego era um filho da puta que sabia com enlouquecer uma mulher. E eu odiava ainda mais por isso. Meu coração batia forte. Os movimentos dos seus dedos me fodendo ficaram cada vez mais rápidos, e quando percebi estava contorcendo de prazer. 

Minha intimidade se fechou entre seus dedos e Diego pareceu prever que não me aguentaria por muito tempo, segurando com mais força minha perna erguida. Prendi meu lábio inferior entre os dentes para não gritar. Afundei as unhas nos ombros de Diego quando senti a deliciosa sensação do orgasmo me atingir. 

Minha cabeça pendeu para trás enquanto cada partícula do meu corpo estava êxtase. Em poucos segundos a boca de Diego atacou meu pescoço distribuindo beijos molhados, avançando um pouco acima da mandíbula e finalmente encontrando meus lábios. 

Seu gosto era exatamente tão bom quanto á noite passada, uma mistura de hortelã e maçã verde. Sua língua se perdia na minha boca e a minha na dele. Minhas mãos se enroscaram em seus cabelos macios o trazendo para mais perto. 

Ele tirou os dedos de dentro de mim, deixando minha perna descansar novamente no chão. Diego passou os braços em volta da minha cintura, aprofundando o beijo, com uma urgência que estava se mostrando presente todas as vezes que estávamos juntos, como se, aquela fosse a segunda e a última vez.

Nada era certo pra nós dois. 

Quando me afastei, nós dois estávamos sem ar e minhas mãos ainda agarravam seus cabelos.

— Você tá me deixando louco, Roberta.— Ele murmurou com a voz rouca.

— Minha mãe diz isso todos os dias. — Um pequeno sorriso sarcástico se abriu entre meus lábios. — É um dom, eu costumo causar essa sensação nas pessoas.

Mordi o seu queixo devagar.

— Agora se me der licença, eu ainda tenho um trabalho para concluir...

— Passa no meu quarto mais tarde? — Ele segurou minha cintura com mais força.

Uma parte do meu cérebro ainda estava afetada pelo orgasmo recente, mas a outra visualizou longe e trouxe uma informação importante na merda em que estávamos nos metendo. Meu estômago embrulhou com a lembrança.

— Porque não pergunta isso a sua namorada? Aposto que ela está tendo mais disponibilidade que eu. 

Diego bufou.

— Roberta...

— Pardo — Corrigi puxando um tufo de cabelo seu.

— Pardo... — Revirou os olhos. — Vick é uma pessoa muito difícil...

— Eu não tenho nada a ver com isso, ela é sua namorada, não minha, justamente por isso que se você quiser terminar alguma coisa vai ser com ela e não comigo. Agora me solta. — Exigi dando uns tapas no seu braço.

Ele obedeceu, mas não antes estalar um tapa na minha bunda. Ergui o dedo do meio na sua direção.

— A gente se ver mais tarde então? 

— Vai se foder, Bustamante.

Peguei meu livro da espessura de um palito de dentes e fiz meu rumo de volta ao corredor principal, tentando não demonstrar o quanto minhas pernas estavam bambas e o quão estava emocionalmente afetada com o que acabara de acontecer. A movimentação atrás de livros ainda estava grande, na minha mesa apenas Lupita e Tomás liam seus respectivos livros fazendo algumas anotações rápidas. 

Me sentei ao lado de Lupita e ela me encarou curiosa, no mesmo tempo em que eu percebia que estava sem calcinha.

Mas que... Merda.

— Pensei que tinha sido devorada pelos livros. — Disse sem segundas intenções, mas meu cérebro fez o favor de criar diversas respostas acusadoras. Eu apenas sorri fraco ou acabaria soltando alguma dessas.

Peguei meu celular e digitei uma mensagem de texto.

"Cadê minha calcinha, satanás?"

"No meu bolso, uma lembrança da minha falta de habilidade com mulheres."

"Eu vou ser obrigada a cortar esses teus dedos pra vê se você para de digitar tanta asneira.

"Estou mentindo? você pagou com a língua hoje... ou com a boceta."

"Devolve minha calcinha que eu estou pelada, filho da puta!"

O celular vibrou, mas não pude ver as mensagens pois o mesmo foi arrancado de mim. O desespero me enlaçou e quando vi quem estava com ele em mãos, meu coração quase saio pela goela.

— Porque não compartilha as mensagens com a turma, Roberta, ao invés de fazer o trabalho? — Enrique questionou rolando a tela do celular e provavelmente vendo de relance minha conversa com o Bustamante.

Ele riu. Meu rosto deveria está mais branco que o chão em que pisavámos. Tinha como ser mais constrangedor que isso? 

— O senhor pode me devolver o celular? — Perguntei baixo, coçando a nuca em um ato de inquietação. Sentia todos os olhares queimando em nós dois.

— Não, só irei devolver quando me entregar a resenha — Ele disse o guardando no bolso. Sua voz se tornou divertida. — E Diego... Devolva a peça da senhorita Roberta, acredito que ela esteja precisando urgentemente.

Puta merda.


Notas Finais


Enrique do mal hahahaha
Vocês perceberam que foi a primeira vez que o Diego chama a Roberta pelo primeiro nome e vice versa? Acho fofo, acho meigo, shippo meu bebês ❤️


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