- Então você gosta de futebol? - Ele perguntou. Estávamos andando já a algum tempo e tínhamos uma conversa bastante animada.
- Sim , eu amo. Amo tanto que trabalho com isso.
- Você deve ter conhecido muitos estádios.
- Só alguns , mas nenhum daqui da Europa ainda. Mas um dia quem sabe eu conheça algum. - Sorri pensando na final da Champions que eu tanto esperava.
- Hoje você vai conhecer o estádio de Lille. - Ele disse e eu o olhei rindo.
- Hoje não tem jogo, ou seja , deve ser o dobro do preço pra entrar de visitante. Eu não posso ficar gastando assim e ..
- Eu estou te convidando, MaVi. - Ele disse sorrindo pra mim.
- Eu agradeço muito , Joe. Mas não posso aceitar.
- Ah para com isso. Vem, É logo ali. - Ele pegou em minha mão. O olhei sorrindo.
- Você não existe. - Sorri pra ele e o acompanhei.
De onde estávamos já dava pra ver o grande estádio , e me dava um frio na barriga só de pensar que eu entraria em um estádio europeu de verdade.
Tinha muita gente em frente ao local , e alguns guardas. Muitas pessoas paravam Joe para tirar fotos ou pedir autógrafos, e eu pacientemente esperava.
Quando finalmente estávamos chegando a bilheteira, um guarda que estava conversando com um rapaz encapuzado , chegou primeiro que a gente e disse alguma coisa para a pessoa lá de dentro , que fechou a bilheteria.
Olhei para Joe sem entender nada.
- Ainda é hora da visita. - Joe disse olhando no relógio. - Ei! - Chamou a atenção do guarda , que veio até a gente.
- Como posso ajudar ? - Ele perguntou.
- Por que fecharam a bilheteria? Ainda está na hora da visita. - Joe argumentou.
- Os ingressos acabaram. - O guarda disse friamente.
- O que?! Ah , conta outra. Ainda é cedo, não deve ter acabado tão rápido.
- Hoje tivemos uma grande quantidade de visitantes. Infelizmente acabou os ingressos, e a visita ao estádio retornará somente semana que vem. Tenha uma ótima tarde. - O guarda disse se virando e Joe suspirou.
- Desculpa, MaVi. Isso não estava nos planos. - Ele disse me olhando , com uma expressão decepcionada.
- Sem problemas, Joe. - Sorri. - Só de vir aqui já é um grande significado pra mim. E eu sempre lembrarei de você aqui comigo. - Segurei suas mãos e me inclinei para lhe dar um beijo , quando uma pessoa esbarrou em mim e pediu desculpas num horrível sotaque francês. Era a mesma pessoa encspuzada que conversava com o guarda.
- Esses franceses são mal educados. - Joe revirou os olhos.
- Sim. São. Vamos almoçar ? - Perguntei. Já não tinha mais clima pra beijo .
***
Depois de ficar alguns minutos me convencendo, deixei Joe pagar meu almoço. Estávamos num chique restaurante de Lille , em frente ao tal parque que ele havia mencionado.
Estávamos conversando sobre assuntos aleatórios. Joe nunca deixava o assunto morrer , sempre tinha histórias divertidas ou cantadas engraçadas para fazer.
O garçom chegou com o nosso vinho e a nossa entrada.
- Vinhos franceses são os melhores. - Joe disse.
- Vou provar agora pra confirmar. - Disse e provei o vinho. Estava amargo, horrível. Não deu pra disfarçar a careta. Joe percebeu e riu.
- Está forte ? - Ele provou e tossiu. - Que troço ruim!
- Será que tá estragado? - Perguntei tomando um pouco da minha água. O lugar todo estava em silêncio, única coisa que dava pra escutar era uma risada assustadoramente famíliar que vinha da parte de trás do restaurante. Olhei para lá, e tinha uma pessoa 'escondida' atrás do cardápio.
- Só pode. - Joe respondeu , me fazendo voltar minha atenção a ele. Joe chamou o garçom, que veio sem pressa até nós. - Você nos deu um vinho estragado.
- Mil perdões. - O garçom disse em tom divertido, mas Joe não deve ter percebido isso. - Vou trazer outro.
- Faz esse favor. - Joe disse enquanto o rapaz retirava as taças e a garrafa de vinho da mesa , e numa tentativa falha de pegar o copo de água, acabou o derrubado no colo de Joe, Que levantou na mesma hora.
Parecia que tudo ficou em câmera lenta. Joe se levantando olhando para sua barriga e parte das coxas molhadas. O garçom colocando a bandeja na mesa , e pegando uma toalha de não sei onde pra ajudar Joe e eu lá em pé olhando aquela situação sem reação.
E a risada só aumentava.
Quando o mundo voltou a ficar em sua velocidade normal , só lembro de Joe me puxando para fora do restaurante.
Quando colocamos o pé na rua, vimos que estava molhada. Tinha chovido enquanto estávamos lá dentro , e ainda serenava.
- Só pode ser brincadeira. - Ele disse olhando pro céu. - Tá tudo dando errado.
- É só um sereno. Vem , vamos comer alguma coisa no parque. - Eu disse o puxando pela faixa de pedestre.
- No azar que eu tô, é capaz de eu ser atropelado.
- Viu ? Não foi atropelado. - Disse quando chegamos do outro lado da rua.
- Me desculpa por hoje, MaVi. Deu tudo errado. E tinha tudo pra ser perfeito. - Ele lamentou enquanto entrávamos no parque a procura de um trailer qualquer para lanchar.
- Mesmo com isso tudo, eu me diverti muito hoje. Com certeza será um dia inesquecível. - Sorri e ele sorriu pra mim também.
- Você é uma ótima companhia. - Ele disse me abraçando de lado.
Estávamos passando em frente a uma espécie de estacionamento para carros, e o chão estava encharcado e cheio de poças de água. Estávamos andando desviando delas, como se fosse um campo minado.
Um carro saiu do estacionamento numa velocidade absurda , e eu parei Joe aonde estava para não correr o risco de acontecer nada. O carro passou em nossa frente e eu respirei aliviada, mas durou poucos segundos , pois quando o carro fez a curva do nosso lado , ele passou em cima de uma poça de água e nos deu um banho de água suja.
Joe não se molhou tanto, mas eu fiquei completamente coberta de água suja.
- Puta que pariu. - Foi a única que eu disse.
- DESGRAÇADO. - Ele gritou pro carro. - Vou lá atrás dele.
- Não, Joe. Não precisa, sério. - Olhei para a direção do carro , e ele estava parado em frente ao parque enquanto a desgraça do homem encapuzado entregava dinheiro para o motorista e ria, olhando para nós. Mas quando percebeu que eu o encarava, abaixou mais o capuz e saiu do meu campo de visão. - Acho melhor voltarmos para o hotel. - Sugeri e ele assentiu.
O caminho foi silencioso e longo, e as pessoas na rua me encaravam com nojo. Mas é claro, eu Estava um nojo mesmo. Já até vejo as matérias nos sites : Joe Jonas sai com mendiga e comove as pessoas.
Nos despedimos rapidamente em frente ao meu hotel , e ele pediu desculpa mais umas 50 vezes e eu repetia que a culpa não era dele. Prometemos de nos encontrarmos na passagem de som , mas eu não iria.
Entrei no hotel , sendo observada por todos. Entrei no elevador rapidamente, e quando ele parou no meu corredor eu não fui para meu quarto.
Entrei sem bater no quarto de Peter, e ele estava na cama todo coberto. Bati a porta e ele me olhou assustado.
- QUAL O SEU PROBLEMA , IDIOTA ?!
P.O.V BRUNO
Vitória tinha acabado de sair pro seu encontro e eu ainda estava no seu quarto.
Estava um tédio do Caralho, e eu não parava de pensar no que eles estavam fazendo. Tive a brilhante ideia de seguir eles , só pra ver como ia ser o encontro mesmo. Isso não é crise de ciúmes. É curiosidade e falta do que fazer , apenas.
Fui até meu quarto e peguei um moletom e um óculos, se a Vitoria me visse atrás deles ela ia fazer mó show.
Parei em frente ao hotel, e imaginei onde eles poderiam estar. A moça do saguão disse que eles saíram ape, mas mesmo assim já estariam longe pra mim tentar acompanhá-los . Então usei a lógica: Se eu sou um homem e quero impressionar uma jornalista esportiva , pra onde eu a levo ? Pra um estádio, claro !
Parei um táxi, e pedi para que ele seguisse o mais rápido possível para o estádio da cidade.
Quando cheguei lá, eu vi umas meninas em um bolinho e ao lado delas estava a Vitória reparando em cada detalhe do estádio apenas do lado de fora.
Ela parecia fascinada por estar lá, e eu desejei que fosse eu no lugar do Joe. Eu queria ser a Pessoa que a acompanharia e veria de perto sua felicidade. Desculpe, Joe. Mas eu vou ser essa pessoa.
Sem pensar duas vezes, chamei o guarda. Não foi difícil o subornar ( Não façam isso , crianças, é feio!). Pedi para que ele inventasse uma desculpa para que eles não entrassem, e dois ingressos para o meu show de hoje a noite mais uma boa quantia de dinheiro depois, ele atendeu meu pedido fechando a bilheteria.
Vocês tinham que ver a cara dele, foi hilária. E o pior foi quando a Vitória quase o beijou , mas eu fui mais rápido e esbarrei nela, pedindo desculpa em francês logo depois pra ela não desconfiar.
Confesso que tinha amado essa sensação. Continuei seguindo eles, e eles entraram em um restaurante para almoçar.
Já tinha ido naquele restaurante uma vez, então seria muito mais fácil. Chamei o garçom que tinha me atendido da última vez e pedi uns favorzinhos pra ele.
Gente , sério. A parte da água cair nele não estava planejada , mas foi hilária! Não conseguia segurar o riso e Nesse momento , a Vitória olhou pra mim. Mas eu acho difícil ela desconfiar que sou eu. Pra ela , Eu estava quieto no hotel.
Deus estava do meu lado aquele dia. Mandou uma chuva ótima, e tudo que eu tive que fazer foi achar um bom motorista. O resto vocês já sabem ne.
Agora eu estou aqui, sentado na cama escutando a Vitória me xingar de tudo que é nome e me fingindo de sonso.
- Tá, mas do que você tá falando? - Perguntei.
- Do que?! VOCÊ ESTRAGOU TUDO! OLHA MEU ESTADO, PETER.
- Eu não fiz nada. Meu Deus , o que aconteceu com você ? - Ela estava molhada e suja.
- Você me humilhou. Eu não fiz nada pra você, e você me humilhou. - Eu via lágrimas escorrerem pelo seu rosto e me senti culpado.
- Eu .. Não fiz nada.
- Não? Que bom que você empresta roupa pros outros. - Ela disse pegando o moletom que eu usei e deixei em cima da poltrona (sou muito burro) e jogando em mim. Logo em seguida ela se virou e caminhou até a porta.
- Vitória! - A chamei, mas ela bateu a porta assim que saiu. - Você é um idiota, Peter. - Disse para mim mesmo.
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