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História Inexplicável - ... Pode haver luz?


Escrita por: LuxeDragneel

Notas do Autor


Oláááá, mil desculpas por não ter postado semana passada, mas no sábado fiquei enrolada com o simulado do Geekie Games e no domingo fiquei sem energia boa parte do dia e da noite. Eu quero agradecer imensamente aos comentários e os favoritos do último capítulo, vocês são incriveis ♥
Eu tinha esquecido de informar que a fanfic se passa 7 anos depois que eles concluíram o ensino médio, ou seja, eles tem 24 anos mais ou menos.
Esse foi o capítulo mais díficil de escrever até agora, tanto por mostrar um pouco mais da personalidade sombria do Draco tanto por ter um final um tanto tenso, mas quero que saibam que dei o meu melhor, então espero que gostem ♥
Boa leitura ^^
Corrigido: 20/01 as 15:38.

Capítulo 4 - ... Pode haver luz?


Fanfic / Fanfiction Inexplicável - ... Pode haver luz?

—Por que você estava chorando ontem à noite?—Ela perguntou.

A colher caiu de sua mão e ele lhe fitou com os olhos arregalados. Por um momento Hermione viu uma série de sentimentos passarem rapidamente pelo rosto de Draco Malfoy,ele parecia estranhamente frágil. Se sentiu culpada por despertar aquele tipo de reação, mas manteve a expressão firme.

—Peço que me desculpe se eu tiver invadindo sua privacidade ou algo do tipo— Fala a mulher— Mas você está sendo gentil comigo e também como jornalista eu tenho a curiosidade aguçada por natureza, você parece tão diferente do Draco Malfoy que conheci... Antes eu nem me importaria se visse você chorando, mas agora, parece certo te perguntar— encolheu os ombros se desculpando torcendo para ter soado convincente o suficiente

O Loiro sorriu a expressão voltando ao normal naquele momento. Hermione percebeu que ele escolhia cuidadosamente as palavras que diria a seguir.

—Eu não pretendia dividir essa inconveniência com convidados. — ele fala pegando um copo de suco e analisando o conteúdo imerso em pensamentos— Mas você me viu em um mau momento, peço que não se preocupe comigo. Seu senso de jornalista está errado, está tudo bem e não precisa me tratar diferente por estar te ajudando, nunca foi minha intenção.

Hermione ergueu a sobrancelha, ele havia falado de modo totalmente frio, bloqueando qualquer outra pergunta que a mulher pudesse pensar em fazer, ele literalmente havia mandado ela “não se meter” de um jeito mais delicado. Se Hermione fosse outra pessoa, naquela altura não se incomodaria em voltar a perguntar, no entanto, ela não era daquele jeito. De alguma maneira ela sabia que tinha que questioná-lo e tentar entender um pouco mais do homem a sua frente, não importava se ele fosse xingá-la ou tratá-la como uma curiosa

—Você parece muito triste, acho que não faria mal me falar o que está acontecendo, às vezes faz bem dividir o que está sentindo. — Ela tentou falar de uma maneira doce encarando-o para que ele visse que a intenção dela não era ruim e surpreendentemente realmente não era.

Um suspiro provindo dele, ele parecia ter desistido.

—Olha para essa casa Hermione, o que vê?

Ela se assustou por ele ter lhe chamado pelo primeiro nome, mas logo superou o susto inicial e olhou ao redor novamente.

—Uma casa muito bonita, porém fechada, com muitas cores escuras... Como se você quisesse se esconder do mundo aqui dentro.

Ele ergueu o copo de suco como uma saudação e bebeu.

—Você está certa, mas eu não estou tentando me esconder do mundo. Pelo contrário, estou tentando me proteger dele— Ele olhou para frente, como se não enxergasse Hermione e sim outro momento— As pessoas... Elas são cruéis e segundo todos dizem, eu sou condenado a pagar eternamente pelos erros do meu pai.

Ela engoliu em seco, sem saber o que dizer. A expressão dele era de mágoa e seus olhos pareciam carregar mil pensamentos.

—Mas vamos parar de falar de mim— Ele falou balançando a cabeça e poupando a Castanha de tentar responder algo— Me fale mais de você, eu raramente tenho companhia para as refeições, então quero aproveitar ao máximo. O que fez depois que terminou a escola?

Os dois conversaram por mais um tempo, falaram de coisas não muito pessoais e riram um pouco, entretanto, Hermione não deixou de perceber que Draco estava distante sem se concentrar realmente no que falavam, ela se sentiu um pouco culpada por isso. As palavras dele sendo repetidas em sua mente. Proteger-se do mundo, o que afinal havia acontecido com ele?

Draco se levantou depois de limpar a boca em um guardanapo de tecido que estava sobre a mesa.

—O café foi maravilhoso, mas tenho que resolver alguns problemas da empresa, você sabe isso de nunca parar de trabalhar e tudo mais. Você pode ficar aqui o tempo que quiser e se precisar de alguma coisa Hollie está ai, ela é tão teimosa que eu tenho certeza que não foi embora, ainda mais com uma mocinha em perigo precisando de ajuda— ele sorriu indicando-a.

Hermione observou o loiro ir embora frustrada, queria ter tido oportunidade de ter perguntando algo mais para ele. Ela se levantou também, no mesmo momento Hollie saiu da cozinha com um sorriso de uma ponta a outra, seus olhos pareciam brilhar.

—Como estava o desjejum, senhorita?

—Estava ótimo e, por favor, me chame só de Hermione, não precisa me tratar por senhorita, não sou senhorita de ninguém.

—Claro senho... Hermione.

—Quer ajuda?—Perguntou ela indicando a mesa.

A mulher negou com a cabeça, mas Hermione resolveu ajudá-la mesmo assim, depois de tudo era o mínimo que podia fazer. As duas se embrenharam na cozinha, parecia uma oportunidade de ouro para que ela perguntasse mais sobre o que havia acontecido com Draco para que ele se tornasse tão ressentido. Antes que ela formulasse uma pergunta concreta Hollie tomou a iniciativa.

—Quando eu descobri que o menino Draco trouxe alguém para casa de noite eu fiquei imensamente feliz, faz muito tempo que ele não trás ninguém aqui.

—Ele foi gentil em me ajudar num momento de dificuldade... Eu estava desesperada antes de encontrá—lo. Sabe Hollie, quando nos conhecemos ele não era assim, na verdade eu o odiava um pouco, talvez muito... Ele era tão egocêntrico e estúpido. Só que depois de hoje eu realmente não sei o que dizer— Ela passou o prato que havia lavado para Hollie enxugar.

A mulher sorriu e pegou o prato passando a enxugá-lo, seus olhos azuis pareciam carregar lembranças desagradáveis.

—Depois da morte de seu pai o patrão mudou muito, eu trabalho aqui desde que ele era apenas um garotinho. Vi e acompanhei o seu crescimento e mais do que ninguém e posso dizer que ele sofreu muito com o pai que teve. Sempre teve a vida controlada pelo mesmo, tudinho mesmo. Desde os amigos que teve até algumas namoradas. Quando o Senhor Malfoy morreu o menino mudou muito, tentou mostrar a todos que ele não era seu pai, só que muitos o julgam apenas pelo sobrenome. Com o tempo ele se tornou alguém recluso e com uma mágoa imensa de muitos, tudo só piorou quando a mãe dele resolveu se mudar e o deixou sozinho com a empresa do pai praticamente falida, então ele fica nessa casa grande com o mínimo de companhia possível se escondendo do mundo.

—Eu realmente não imaginava.—Falou sincera.

—A maioria não imagina. Eu sei que o menino Malfoy é uma boa pessoa, ele só precisa da oportunidade de demonstrar isso.

—No colégio ele não parecia ser uma pessoa boa, nenhum pouco na verdade— Falou ela se lembrando de diversas situações do passado.

—Você acha que mudou desde que era criança senhorita? Ele mudou e muito e tenho absoluta certeza que a senhorita também percebeu, a meu ver todos merecem uma segunda chance.   Sei bem que o menino Malfoy não era flor que se cheirasse, mas as pessoas mudam felizmente, a vida nos molda, Srta. Hermione.

—Hollie, você acha que ele ficou com raiva por eu ter perguntado para ele?

—Eu acho que não senho...Hermione, todo mundo gosta de alguém se preocupando com você de vez em quando.

Elas terminaram de arrumar a cozinha e Hermione passou a refletir nas palavras de Hollie, ela tinha razão em muitas coisas. A castanha não sabia o que causava o repentino interesse, mas Draco Malfoy era um mistério que ela pretendia revelar.

Depois de algum tempo conversando outras coisas banais com a mulher Hermione decidiu que estava na hora de ir para sua casa enfrentar outra discussão com Rony, pegar suas coisas e anunciar o divorcio. Pediu para Hollie ligar para o serviço de táxi enquanto ela repassava mentalmente o que teria que fazer.

—... Suas coisas serão deixadas no endereço que senhorita pedir — Fala Hollie. —Não lhe entrego agora pois coloquei para lavar, seus saltos foram para o lixo se isso não lhe incomoda.

Hermione olhou para as boas curtas que tinham sido arranjadas para ela no local dos saltos quebrados.

—Tudo bem e obrigada por chamar o táxi para mim, eu esqueci meu celular depois do incidente de ontem à noite. —Ela entrega um papel para a mais velha com o endereço de seus pais escrito.

—Eu avisei para o patrão que a senhorita já pretende ir embora, ele disse que logo vem se despedir.

Hermione amarrou o cabelo em um coque e começa a pensar. Ela imaginava a conversa que teria com Rony quando chegasse a casa e na dor de cabeça que o divorcio provavelmente causaria, tudo tão cansativo que lhe dava vontade de desistir, mas não o faria.

—Já está indo, Granger?— Fala Draco aparecendo atrás da mulher que dá um pequeno pulo assustada com a aparição repentina.

—Sim— responde depois de se recompor— tenho coisas a resolver, pessoas com quem conversar...

Ele abre a boca para falar mais alguma coisa, porém é interrompido por Hollie que chega a sala anunciando a chegada do táxi.

—Obrigada por me oferecer ajuda e por tudo mais, sério. —Hermione fala esticando a mão para Draco

Ele aperta, sua mão é admiravelmente quente e macia

—Foi muito gentil da sua parte.

Sua expressão muda de neutra para algo mais intrigante, ele sorri de canto.

—Gentil? Talvez eu tenha sido apenas um pouco egoísta. – Ele solta a mão da castanha assumindo uma posição de superioridade que ela odiava— rodo mundo se sente sozinho às vezes – e com essas palavras ele se retira deixando uma Hermione confusa e surpresa.

☀☀☀

Depois de entrar em casa pegar a carteira e pagar o taxista Hermione suspirou e entrou novamente em casa. Rony não estava presente, o que era estranho. Pensou que teria que encará-lo assim que chegasse, não queria ter que adiar a conversa, era como um corte precisava ser feito de vez ou doeria mais.

Foi para seu quarto tirou a roupa emprestada, colocando-a em um saco para ter certeza que ela seria lavada e devolvida e tomou um banho demorado tentando relaxar, saiu do banheiro se enrolando em uma toalha macia e pegou sua mala guardada no armário começando a guardar suas coisas. Bichento apareceu e deitou dentro da mala da Castanha ronronando e pedindo atenção, ela fez carinho nele e o colocou no chão.

—Não se preocupe meu velho, você também vai comigo.

Ela havia terminado de arrumar sua mala e estava terminando de se vestir quando ouviu o barulho da porta da frente sendo aberta. Fechou a mala e a colocou no chão puxando-a e indo em direção ao som. Bichento lhe seguiu rapidamente curioso como apenas gatos tem a capacidade de ser.

Rony estava uma aparência deplorável, seus cabelos ruivos estavam cheios e completamente bagunçados, sua blusa branca do paletó estava suja e semi aberta, sua calça preta tinha um rasgo no joelho e ele tinha um roxo embaixo do olho direito, carregava uma garrafa vazia de wiskey e parecia tonto e sujo.

—Meu deus Rony!  O que aconteceu com você?—Ela pergunta indo em sua direção, apesar de tudo preocupada com ele

—Mione!— Ele dá dois passos e agarra a mulher na sua frente lhe abraçando apertado— me desculpa, eu fui um idiota, babaca... Eu te procurei a noite toda, fiquei preocupado que tivesse acontecido alguma coisa, eu entrei em uma briga em um bar com um cara que tinha dito que havia “pego” uma garota com suas características e depois desisti e fiquei naquele mesmo bar até altas horas...

—Rony - ela tenta se afastar dele— Ronald!— repete— me solta você está fedendo a bebida.

Ele se afastou para encarar o rosto de Hermione.

—Porque dessa mala?

—Eu vou para a casa dos meus pais—Ela fala simplesmente.

—O que?

—Seja sincero consigo mesmo Rony, nosso casamento não está dando certo mais, acho que já esta na hora de nos separarmos tentarmos a nossa felicidade separadamente. — Algumas lágrimas insistiram em escorrer pelos olhos dela, apesar de ter sido ela a tomar aquela decisão ainda doía.

A cabeça de Rony abaixou, ele deixou a garrafa de wiskey cair no chão e ela se quebrou jogando um pouco do liquido para cima de ambos, algumas lágrimas saíram dos seus olhos e ele fez aquela expressão que Hermione tanto odiava ver em seu rosto, a mesma que ele fez quando ela dançou com um garoto jogador de futebol famoso ou quando ele quebrou a mão e não pode jogar uma final pelo time da escola. Aquilo doeu cruelmente no coração de Hermione.

—Eu sei que não fui um bom marido. — Ele fala erguendo o olhar para ela—Me desculpe. Eu tentei ser um bom marido pra você. Caramba você sempre mereceu mais que eu...

Ignorando os cacos de vidro ela avançou e colocou uma mão em cima do ombro dele.

—Ei, não se culpe. Foi bom enquanto durou a paixão, mas depois que acabou... Deveríamos ter percebido antes que não daríamos certo juntos, deveríamos ter permanecido apenas como amigos

—Eu ainda te amo, Hermione— Sua voz é quase inaudível.

—Desculpa Rony, mas eu não sei se posso te dizer o mesmo.

E com um enorme pesar no coração ela se abaixou e pegou bichento no colo logo depois deu as costas para Rony que estava chorando. Ele ficou parado atônito de mais para se mexer ou esboçar qualquer outra reação, os dois estavam despedaçados com aquilo.

Uma separação nunca é fácil, nem mesmo quando se concorda que não existe mais nada pela qual vale à pena lutar e se agarrar.

Hermione pegou a chave do seu carro, guardou suas coisas e colocou Bichento no banco de caronas e sem olhar nenhuma vez para trás partiu, de sua antiga vida e das correntes que lhe prendiam ali. Sabia que tinha sido uma boa escolha, mas por que doía tanto?

Hermione mordeu os lábios tentando se preocupar com outras coisas, quando passou por uma das ruas principais ela notou a mansão Malfoy passar rapidamente pela janela do carro e sorriu sem saber o por que. 

Chegou à casa de seus pais, o local em que passara boa parte da vida, seu coração pesava. Sabia que sua mãe lhe faria desabafar e que seu pai como sempre não sabia o que fazer quando ela chorava lhe ofereceria chocolate quente e carinho no cabelo, depois lembraria ela sobre a importância da escovação, como o bom dentista que era. Ela sorriu com o pensamento, era exatamente esse tipo de conforto que ela precisava naquele momento


Notas Finais


Bem foi isso espero que tenham gostado ♥
P.S: Eu não sou daquelas autoras que fazem tudo acontecer mt rápido, então perdoem minha lentidão e não desistam de mim.
Bjs e até o proximo ^^


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