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História Infatuation: Luxúria - O mesmo que você


Escrita por: robbielegacy

Notas do Autor


Oiiiiiiii, gente!
Decidi que vou postar agora em intervalos de dois a três dias, para que todos consigam acompanhar.
Então, vai ser mais ou menos assim:
Segunda, quarta e sexta + domingo. Geralmente posto de madrugada, mas varia também. Tô atualizando meu tumblr, caso queiram dar uma olhada, venham. <3
Continuem lendo, comentando, debatendo. Adoro. []

Capítulo 26 - O mesmo que você


De fundo, eu escutava uma música.

A claridade que tocava os meus olhos, quase que me obrigou a levantar. Mas, sempre dava o meu jeito de puxar ou jogar qualquer coisa em cima do meu rosto, a fim de aproveitar aqueles segundos que eu tinha antes de levantar definitivamente.

No entanto, eu escutava aquela música.

Poderia dormir para sempre ao som daquele dedilhado acústico, de algum violão tocando de fundo. Soltei um suspiro profundo e acordei aos poucos. Não tinha como me esquecer da noite anterior e, mesmo se eu quisesse, seria praticamente impossível. Ainda sentia o seu cheiro impregnado em meu corpo. Não me sentia suja, muito pelo contrário: me sentia, pela primeira vez, viva. Muito mais viva do que pensei estar.

Não me assustei, entretanto, em ter apenas os cobertores cobrindo o meu corpo ainda nu. Minhas pernas estavam do lado de fora e a sua cama era aconchegante. Mas, para variar, ele não estava ali. Não do meu lado. Havia acordado mais cedo e eu sequer me dei conta de que horas eram, mas não passava das 9 horas da manhã — o que era bem estranho, pois sempre acordei depois do meio dia.

Encontrei sua camisa jogada ao chão e a vesti, assim como a calcinha e só. A camisa do Lakers — time do seu coração — cobria meu corpo como um vestido e eu nem precisei me preocupar com o que faria em seguida.

xxx

Com uma touca salmão em sua cabeça, escondendo os cachecóis — estilo Black Power que ele ostentava — e com as mesmas roupas de ontem, Peter estava sentado no sofá tocando o seu violão. Não notava a minha presença, tampouco havia me visto acordar. Apenas permanecia ali, quieto, tocando e cantava baixinho. Talvez fosse a única forma de não me acordar, mas enganou-se. Enganou-se por completo.

Sempre me encantei por música e não poderia negar com o som acústico de um violão — ou até mesmo piano — me fazia acordar de muito bom humor. O grande problema era o seguinte: eu estava, certamente, encantada por ele e, todas as suas qualidades, apenas me deixavam com muito mais medo.

Agora era tarde demais para voltar atrás e sair correndo: eu já estava envolvida.

Havia uma pequena escada que me levava para o andar inferior e era de lá de cima que eu tinha total visão do bendito rapaz. Até parecia brincadeira, mas voltava a me sentir aquela mesma garotinha de 16 anos, insegura e cheia de receios em relação àquele cara. O que ele estava fazendo comigo, meu Deus? E por que eu tinha tanto medo, mas gostava tanto daquela sensação?

Notava que Peter, vez ou outra, fazia algumas anotações e interrompia o seu som, discreto, quieto. Nem sequer dava um pio. Talvez um resmungo baixo, impossível de se escutar. Mas eu observava atentamente todos os seus movimentos, todo o seu pequeno show. E ele sabia que eu fazia isso, só não estava certa quanto aquele momento.

Foi então que ele balançou a cabeça em contestação ao seu erro, fez uma breve anotação em seu caderno de música e, em seguida, quase que automático, fitava-me no topo da escada: filmando-o como ele havia mencionado: abobalhada, sem ter uma direção mais interessante para se prestar atenção. Meu coração palpitou e, em meu estômago, tinha borboletas voando por todos os lados.

Esboçou um sorriso no canto do lábio. Parecia estar sempre de bom humor e isso me deixou estarrecida. Quem é que tinha bom humor logo cedo? Mas ele tinha, e muito! Admirei a sua boa vontade e, principalmente, por não ter se incomodado comigo ali na escada, sem saber se deveria descer, continuar onde estava ou voltar para o quarto.

— Por que toda vez que eu olho pra você, você tá olhando pra mim? — Perguntou se gabando e a primeira coisa que eu fiz, fora estender meu dedo mediano em resposta. Ele desferiu uma risada engraçada. Ela era aguda e baixa, lembrando-me vagamente Mutley, o cachorro da corrida maluca. — Como você é grossa.

Mostrei-lhe os dois dedos e ele deu risada novamente. Não aguentei e ri.

Desci os últimos degraus e me aproximei, mas não totalmente — mantive certa distância por via das dúvidas. Seus olhos, em contrapartida, percorriam meu corpo e desciam pelas minhas pernas. Até aí, não estranhei. Sabia que é altamente sensual uma mulher vestir as roupas de um homem mesmo que seja pós-foda ou, nem que seja a camisa que cai como um vestido. Contudo, estranhei quando aquele par de orbes profundamente castanhos e grandes encontravam os meus: primeiro o meu corpo, depois o meu rosto e, por fim, os meus olhos.

Talvez fosse sinal de alguma coisa. Mas não, eu não poderia sentimentalizar qualquer coisa que fosse. Algo me dizia que ele seria mais complicado do que aparentava ser.

Tive que colocar os pés no chão.

— Espero que não se importe. — Segurei as barras da sua camisa que eu vestia antes de sentar-me de frente para si, em uma poltrona vazia. Ele deu de ombros.

— Fica melhor em você do que em mim, de qualquer jeito.

— Não tenho dúvidas. — Imitei o gesto e dei de ombros, mas em tom de brincadeira e ele voltou para o violão.  — O que tá tocando?

Ele balançou a cabeça. Demonstrava agonia e nem sabia, de fato, como responder aquilo. Alguma coisa me disse que ele estivesse escondendo algo. Foi então que deslizou os dedos pelas cordas do violão e fitou-me de sobrolho.

— Nada demais. — Pigarreou.

— Toca de novo. — Apoiei meus cotovelos sobre a pernas e, sobre minhas mãos, a cabeça. Curvei o corpo levemente para frente, dando minha total atenção enquanto ele devolvia o olhar infantil, de quem havia feito algo extraordinário, mas estivesse cheio de receios. Com meus olhos que a terra há de engoli, eu o comi.

— Não é nada demais. É só improvisação.

— Eu quero ver. — Insisti com um sorriso nos lábios. Continuou cheio de receios. — Tá com vergonha de mim, é? — Eu ri e ele também.

— Vergonha de você? — Riu sarcástico e depois ficou sério. — Às vezes. — Deu de ombros. — Olhando desse jeito, você intimida qualquer um.

Eu ri agora.

— Deixe-me ver se eu entendi... — Balancei a cabeça, confusa. — Isso é vergonha ou medo da minha crítica? — Franzi o cenho, gabando-me. — Ei, não sou intimidante assim.

— Olhando desse jeito, sim... Você é.

— Cala a boca, Peter! Quem vê pensa que você, com essa marra toda, tem receio de algo.

Nos encaramos e ele deixou o sorriso diminuir aos poucos, até desaparecer.

— As aparências — deslizou o polegar pelas últimas cordas do violão — enganam.

Eu ri irônica.

— Sei! Deve tocar músicas românticas toda hora pra Isabella e fazer milhões de meninas ficarem apaixonadinhas. Não seja modesto! — Ele franziu o cenho e, de repente, o sorriso daquela face jovial que eu tanto gostava, desaparecia. — Não combina contigo.

— Será que pode parar de falar dela?

Eu arqueei as sobrancelhas.

— Eita. — Fiquei ereta com a sua repreensão e pousei minhas mãos nas coxas, encarando-o.

— Sempre que encontra uma oportunidade, você faz questão de me lembrar que ela existe.

— Será que é porque ela... existe? — Continuei sem entender a sua irritação.

Nos fuzilamos com os olhos e ele suspirou tão profundamente quanto eu, mas mais irritado.

— Eu fico toda hora lembrando do Romeu? Não, então, se puder respeitar a minha privacidade.... — Dizia em tons calmos, mesmo que sua interpretação fosse repreensiva. Ao contrário de mim, ele não precisava elevar a voz para dizer quando algo lhe estava incomodando.

— Romeu? — Eu ri. — Ei, calma aí! Não tô invadindo seu espaço, eu só...

— Mas invadiu.

— Fiz uma brincadeira! — Exclamei. Ele suspirou à contragosto e desviou o olhar. — Sinto muito se pareceu isso, mas não era. Eu só queria ouvir você tocando, cantando. — Dei de ombros e engoli em seco. Não imaginava que eu fosse tão ridícula a admitir aquilo naquele momento. — Pensei que tivesse senso de humor.

— Eu tenho, só não gosto que fique jogando isso na minha cara.

Eu bufei e revirei os olhos. Nos encaramos logo em seguida e respirou fundo antes de começar a tocar, finalmente, para mim.

— Não estou jogando nada na sua cara! — Rebati.

— Ok. Já deu, né?

Dei de ombros.

— Você quem começou.

— Tá bom, Cindy.

Mais uma vez nossos olhos se encontraram e eu não conseguia desviar para qualquer dimensão que fosse. Ele, mesmo arredio, me prendia.

— Eu escrevi essa música... Na verdade, estou escrevendo em conjunto com um amigo meu. Mas não tá pronta. — Tocou no assunto.

— Hum... — Tentei demonstrar pouco caso, mas não conseguia. — Já mostrou a alguém antes?

— Já tentei. — Fitou-me diretamente aos olhos. Aquele olhar era tão penetrante que tocava a minha'alma, além de bombardear meu coração.

Acho que entendi o incômodo quando toquei no nome de sua atual ex-namorada.

— Toca pra mim. — Insisti.

Respirou profundamente antes de me responder algo concreto. Na verdade, aquela era a sua resposta, mesmo que estivesse indeciso se deveria ou não seguir em frente. Mas eu pedi e ele, então, concedeu.

— “O mesmo que você”, é o nome da música. — Sorriu de soslaio. — Se eu não mudar. — Eu ri junto e ele, assim, recuperando o clima relaxante de antes, começou: — Se eu dissesse que sou perfeito, estaria mentindo. Se existe algo que eu não estou fazendo, garota, estou tentando. Não sou um anjo, mas também não sou tão ruim. Se me ver conversando em uma festa, não significa que eu estou trocando números de telefone. Sei que não sou um anjo, mas também não sou tão mau assim. Você precisa saber que todas essas lindas garotas ao redor do mundo, eu poderia persegui-las. Mas eu perderia meu tempo, pois elas não têm o mesmo que você. Elas podem me dizer oi, e eu olá, não tem com o que você se preocupar, porque elas não têm o mesmo que você. O mesmo que você.

Ao contrário dos palcos — e do pouco que vi —, sua voz era doce e transmitia uma tranquilidade que nunca senti antes. Não por ser aquele cara que eu tive uma das melhores fodas da minha vida, mas em termos profissionais. Sempre fui muito criteriosa com artistas e, principalmente, com quem eu escolhia perder meus minutos. Conseguia reconhecer de longe verdadeiros talentos e, ele, não estava longe de ser aquela coisa diferente. Seu timbre doce remetia perfeitamente ao romantismo escasso naqueles tempos. O romantismo real, não aqueles falsos que nos fazem acreditar no bendito — ou maldito — príncipe encantado. Aquele romantismo que eu estava farta de escutar nas rádios, assistir em filmes e ver em séries repetitivas. Aquele romantismo de Peter, remetia-me ao velho romantismo, do tempo em que fazê-lo era uma honra, não uma forma de ganhar dinheiro. E olha só para mim, aquela que criticava Backstreet Boys e negava N Sync com toda a minha força, estava ali, babando por um cara que interpretava o papel mais fácil de todos.

Não sabia se ele estava mentindo ou falando a verdade, mas pela sua interpretação impecável, minha dúvida me deixou confusa, mas o que eu escutava, me deixou ainda mais apaixonada do que, provavelmente, estaria.

Por isso Leonardo Dicaprio fazia tanto sucesso entre as mulheres. Por isso Justin Timberlake era o queridinho das garotas de 16 até os vinte e alguma coisa. Por isso Nick Carter era tão comparado com Leonardo Dicaprio e Justin Timberlake.

A diferença — a gigantesca diferença — entre eles e Peter era a seguinte: eram loiros e tinham olhos claros. Mas isso, nos dias atuais, não queria dizer muita coisa. Ou até queria, caso contrário, Michael Jackson não seria o grande alvo de “mudança de cor”, causada por uma suposta doença.

Que seja!

Não que Peter não tivesse chance alguma. Para mim, ele tinha todas! Na música, é claro. Que fique bem claro isso.

— Uau. — Suspirei abobalhada e não tive como me conter.

— O mesmo tom de surpresa.... — Brincou e riu. Eu lhe atirei uma almofada que ele desviou.

Nós rimos.

— Idiota! — Cruzei os braços. — “Não sou um anjo”. Acertou nessa parte. — Cantarolei e ele arqueou as sobrancelhas.

— Digamos que tenha um pouco de mim. — Ele riu.

— Obviamente. — Afundei a cabeça em minhas mãos e continuei o fitando. — Então, é essa música que você não terminou?

Ele fez que sim e deixou o sorriso tímido aparecer.

— Não tá muito boa e...

— Tá ótima! — Eu assenti. — Principalmente esse refrão. Eu achei... Muito bom... — Balancei a cabeça. — Mesmo.

— Valeu. — Baixou o olhar e voltou para mim novamente, até parecia estar flertando caso eu não o conhecesse como suspeitava que o conhecia. — Ainda tem muito o que consertar, — desviou os olhos e fitou o caderno de música com milhares de cifras, acordes e teorias que eu não entendia nem metade — revisar, melhorar, mudar, cortar. Resumindo, tá uma bosta! — Ele riu. Pestanejei ao fitar o mesmo lugar que ele.

— Meu Deus! Isso tudo é crítica ou indecisão? — Perguntei entre risos.

— Os dois. — Disse após pensar um pouco e rir. Divertido, agarrou o violão e deslizou novamente os dedos pelas cordas, improvisando de verdade. Naquele momento sim estava improvisando, o que me fez sorrir. Interrompeu-se, riu e me fitou em seguida. — Aproveitando que você tá aqui...

— Ih, lá vem putaria... — Revirei os olhos e ri. Ele também.

— Não é putaria. É isso que você pensa de mim?

Eu balancei a cabeça positivamente. Rimos mais uma vez.

— Não só falo putaria. — Franzi o cenho com o que disse, ele retomou as palavras. — A grande maioria é putaria. — Deu de ombros. — Mas sei fazer coisas úteis.

— Como música, por exemplo. A sua única qualidade. — Brinquei e ele pestanejou. Moldou um sorriso meigo nos lábios, algo totalmente diferente do Peter que eu estava costumava a ver. Aquilo era estranho e me deixou confusa, mas não demonstrei.

— Obrigado. — Disse de forma engraçada. — Levarei isso como um elogio. — Eu ri. — Conhece? — Começou a dedilhar as cordas do violão, tocando uma música familiar, mas ele não cantava. Apena tocava e olhava para mim.

— Claro! — Meus olhos cresceram. Eu amava aquela canção. — Run To You. Whitney Houston?

Ele apenas fez que sim com a cabeça.

— Oh-oh... — Cantarolou, parecia querer me chamar para cantar, mas eu não sabia ao certo se deveria topar e ele me encarou. Esperou que eu o fizesse e continuou a tocar, mas me olhando. Eu quis desviar o olhar e sair correndo. No entanto, por algum milagre, ele me deixou confortável.

E milagres vivem acontecendo.

I know the way you look at me... — Fitava-o enquanto cantava.

Aos poucos, pude sentir aquelas notas entrando em mim e, praticamente, me obrigando a abrir a boca e cantar. O meu único problema era com o volume. Não que eu não soubesse controla-lo, mas sempre sofri com a quantidade excessiva de som que a minha voz possuía. Achava aquilo incrível, no entanto, enfrentei diversos problemas durante a infância em que participava de corais. Condenavam-me por cantar alto demais e esconder as outras meninas.

Peter não se incomodou enquanto tocava para que eu cantasse e até arriscava em fazer a segunda voz, um backing para auxiliar o refrão. E foi assim que brincamos com aquela música maravilhosa de Whitney.

Um breve suspiro e um sorriso divertido brotava em meus lábios, acompanhando o sorriso satisfeito de Peter que me encarava e, tão já, não desviaria.

— O mesmo tom de surpresa... — Brinquei e dei risada.

— Por que tá vermelha? — Disse ele entre risos e eu quis esconder a cara. — Parece que ficou com mais vergonha de cantar pra mim do que em cima de um palco... Quase sem roupa.

— É mais confortável. — Dei de ombros e gargalhei. — Todas aquelas pessoas juntas, não intimidam tanto quanto você. — O encarei e ele devolveu o olhar atônico, controlando o sorriso, mas que ainda existia em sua face.

— Que exagero! — Estreitou os olhos, forjando desconfiança. — Não sou tão mau assim. — Cantarolou e eu ri novamente.

Mas não é um anjo. — Cantarolei. Levei as mãos em minha boca e a tampei, na verdade, queria esconder o meu rosto. Não por timidez, muito menos insegurança. Apenas me sentia nua. E não de uma forma positiva. — Não canto há muito tempo.

— Exceto aquela vez no Cheetah’s, que você disse... — Parou de tocar e me olhava enquanto proferia entre sorrisos e gestos cômicos. — E eu não prestei atenção.

Balancei a cabeça em negação. Ousei levantar-me, mas ele me interrompeu, prosseguindo apenas em palavras:

— Na verdade, eu reparei sim. — Interrompi meu avanço e o fitei de sobrolho. — Não só nisso, mas em muitas coisas. — Engoli em seco. — Seria praticamente impossível não ouvir essa voz. — Pareceu mudar de assunto e eu também não insisti para que continuasse a falar.

Continuamos distantes e próximos aos mesmo tempo.

— Digo o mesmo. — Assenti. — É um ótimo músico. — Levantei-me pronta para seguir meu caminho definitivamente. Não haveria Peter ou qualquer outra coisa que me parasse, exceto eu mesma que concluía após desviar da mesa de centro e tocar o seu queixo. Carinhosamente, ou o que soasse como “delicado”, fiz com que elevasse o rosto para mim e, próxima de seus lábios, findei as seguintes palavras: — Pena que eu não gosto de músicas românticas.

Peter soltou o violão e o colocou rapidamente sobre a mesa de centro. Seu ato abrupto tomou meus pulsos, puxando-me duma só vez. Não tive tempo de pensar, assim como antes. Ele sabia muito bem surpreender, mas já se tornava esperado tamanho impulso, não fosse o enlace que seus braços fizeram em minha cintura, jogando-me no sofá e me mantendo ali, embaixo de si. Aninhou-se rapidamente no meio de minhas pernas e, tocando suavemente meus lábios, ele balbuciou:

— Eu vou te fazer gostar de músicas românticas. — Eu ri. Meu olhar caiu aos seus lábios e voltou para seus olhos prontamente, mas ainda assim, naquela brincadeira gostosa de encontrar um foco.

Apertei-o em minhas pernas e juntei nossos corpos. Não tardou que suas mãos vagassem por debaixo da própria que eu vestia, elevando-a. Seus dedos tocavam fervorosamente a minha perna e arrastava sem preceito algum. Não voraz como antes, mas cheio de malícia inapropriada pelo horário. No entanto, a sua ansiedade mais o jogo de sedução, esquentaram meu corpo imediatamente. Minha calcinha já sentia as reações do meu tesão e o beijo em seus lábios era tão inevitável quanto esconder o tanto que aquele homem me tirava do sério.

— Vai precisar se esforçar muito. — Ameacei a beijá-lo enquanto segurava seu rosto, impedindo de que avançasse e me roubasse o beijo que eu mesma lhe daria.

— Adoro desafios. — Murmurou colando sua boca a minha, mas antes de me beijar, perguntou: — O que tem contra os românticos? Sou um eterno apaixonado.

— Por mulheres, né. — Toquei seu peito, com o intuito de empurrá-lo, mas sem muito sucesso. Enrolei a manga de sua camisa em meus dedos e puxei-o para mim, selando nossos lábios definitivamente.

Em contrapartida, Peter respondia:

— Principalmente. — E riu. — Agora a minha exclusividade é toda sua.

— Vamos ver até quando....

Carinhoso e sem responder a minha pergunta, tocou meus lábios com ternura. Nem mesmo parecia aquele Peter tarado da noite anterior. Era um Peter renovado, talvez bipolar, mas que eu estava apreciando muito naquele instante. Os estalos eram constantes e o ritmo aumentava aos poucos, assim como nossas mãos que deslizavam um pelo corpo do outro. A minha fazia um tour divertido até sua bunda, onde fiz questão de apalpar cada uma das bandas. Seus beijos eram confortáveis e até instigavam ainda mais a minha imaginação. Amava aquela sensação gostosa de novidade que ele sempre trazia. Melhor ainda era saber que tinha tanta autonomia para fazer o que eu tinha vontade. E eu fazia.

Descia sua calça moletom, revelando a bunda — que, infelizmente, eu não podia ver —, dando-me acesso a tocá-la, apalpá-la e desejar vê-la, mesmo que eu tenha visto tão depressa na noite anterior. E não demorou muito para levar minhas mãos em sua virilha, deslizar das bolas até encontrar seu pau — este que crescia e acordava conforme seus beijos escorregavam do meu rosto até o meu pescoço.

E ele aproveitou bem o espaço que tinha, não tardou um só segundo para apanhar meus seios assim que os tinha livre para si, baixar a minha calcinha e percorrer a língua até abocanhar meus mamilos. Sugou, chupou, brincou. Fez meu corpo inteiro estremecer até não conseguir me controlar mais. Agarrei em suas madeixas, apertei nossos lábios e enlacei sua cintura como um polvo de mil tentáculos laceando, tentando quebrar a sua presa para engolir. Eu o engoliria e mostraria com todas as letras o que estava fazendo, o que estava provocando.

De repente, nossos beijos calmos, tornarem-se cheios de fogo, incendiando. Sentia seu pau roçando a minha virilha, quase que pedindo para entrar, mas se ele bem conhecia, sabia que precisaria provar porque merecia tamanho acesso. E, melhor do que aquilo tudo, era senti-lo roçar em mim, deslizar os dedos em minha virilha, percorrendo os lábios maiores dos menores, brincando com os dedos e me fazendo inchar, inflamar e arder de prazer. Gemer em seus lábios, interromper seus beijos, nunca fora tão fácil e verdadeiro quanto ele conseguia despertar em mim.

Cravou uma das mãos em minha nuca ao passo em que a outra fazia questão de baixar a minha calcinha duma vez para, assim, encaixar-se em mim e invadir-me do jeito que deveria fazer. No entanto, pincelava a cabecinha do pau em minha intimidade, quase que me impedindo de ajudá-lo a se encaixar logo e acabar com tudo aquilo. Ardia e meu corpo pulsava de desejo. Eu queria que fosse mais rápido, mas Peter tinha apenas um ritmo naquele momento — que me veio muito a calhar.

Quando finalmente estava prestes a afundar o mastro e proporcionar os melhores momentos — e movimentos — de minha vida, alguém batia raivoso contra a sua porta, seguidas e seguidas vezes até nos interromper — além de nos assustar.

— Que merda... — Bufou ele impaciente com o que ouvia.

— Isabella! Sem escândalo, por favor!

Ao escutar o nome da infeliz, meu corpo — que já estava arqueado para cima —, voltou duma só vez para baixo, pesadamente contra o colchão do estofado.

— Merda! — Peter desencaixou-se, então, de mim e puxou a calça rapidamente para cima. Eu fiz o mesmo com a roupa que ainda trajava, fitando-o tomar alguma decisão.

— Não se intromete, mamãe! Não se intromete! O namorado é MEU! O NOIVO É MEU! E EU FAÇO O QUE EU QUISER!

Peter me encarou, em seguida desviou os olhos atônitos para a porta.


Notas Finais


Nothing on you (mesmo que você): https://www.youtube.com/watch?v=fJHPxiejU6Y
Personagens (atualizado): http://bjevansspace.tumblr.com/personagens
Tem uma curiosidade e semelhança entre a minha fanfic com um fato sobre o Bruno. Qual será?


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