História Infeliz coincidência - A coincidência do caos

Tudo nos eixos, tudo na perfeita ordem, exatamente tudo onde deveria estar e não era daquela forma que aquela família funcionava.

Era o que BaekHyun pensava enquanto estava deitado no sofá da sala, completamente sozinho exceto pela presença das duas meninas em sua barriga, que por sinal, já estavam para nascer.

O momento refectivo havia se dado por não ter absolutamente nada para fazer, e segundo ChanYeol, não deveria fazer nada que colocasse a vida das meninas em risco, ou seja, teria que ficar deitado o dia todo só esperando o dia que a bolsa fosse romper e ter que começar aquele ciclo enorme de super cuidados com duas bebezinhas minúsculas.

Estava incomodado somente pelo fato do tédio, mas dentro de si havia uma felicidade que mal cabia dentro do coração. Nunca em sua vida toda havia se imaginado naquela situação. Seus planos na adolescência foram completamente destruídos por uma gravidez, mas aquela mesma gravidez havia lhe dado as coisas mais importantes de sua vida: seus filhos, um marido maravilhoso apesar de tudo e uma empresa bem-sucedida que fazia seu orgulho de si mesmo ir as alturas.

Era feliz, tinha segurança, tinha amor das pessoas mais importantes para si e ainda estava chegando mais duas para aumentar todo esse ciclo infinito de sentimentos bons.

- Vocês serão a parte que faltava para completar a minha família, sabiam? – Indagou as bebezinhas que nem mesmo se moveram, nem com o carinho que fazia. Elas eram quietas, completamente diferente de MiYong, que quando estava na barriga, parecia um jogador de futebol.

Sentou-se cuidadosamente no sofá, abrindo um pouco as pernas para a barriga não ser esmagada enquanto levantava, mas nem tempo para colocar força nos pés teve. Aquela típica pontada bem abaixo da barriga havia chegado, assim como uma poça se formado ao seu redor sem que nem percebesse.

- Vocês querem nascer justo agora que eu tô sozinho? – Indagou sorrindo, fazendo um carinho na barriga, preferia manter a calma em momentos como aquele para não fazer mal a si e facilitar o parto, assim suas filhas nasceriam de maneira completamente tranquila. – Vou ligar para o pai de vocês.

Mesmo com a pontada chata, BaekHyun se levantou, tomando o máximo de cuidado para não escorrer com o líquido que corria por entre suas pernas para pegar o telefone pendurado na parede, não precisava pressa, iria ficar por horas esperando no hospital mesmo.

Discou o número da empresa e rapidamente a secretária tão fiel atendeu, fazendo uma série de perguntas sobre como estava e se as meninas estavam bem, disse que logo iria fazer uma visita para a família e por fim transferiu a chamada, mas sem saber do que de fato acontecia.

- Está ouvindo forró de novo, ChanYeol? – Indagou quando ouviu ao fundo o som baixinho da música que o mais alto sempre ouvia escondido, MiYong provavelmente estava ali já que podia ouvir passinhos pela sala no carpete de madeira.

- Estou dançando com o nosso bebê. – Ouviu um oi de MiYong ao fundo e riu baixinho, sabia que com o que tinha a falar, instalaria o caos naquela sala em questão de minutos. – Está precisando de alguma coisa?

- Acho que sim, pode vir mais cedo pra casa hoje? – Pediu de um jeitinho bem dengoso, tendo de segurar um ruído de dor quando sentiu as pontadas descerem para o seu quadril.

- Claro, meu amor, tem algum motivo especial? – BaekHyun sorriu largamente quando ouviu aquela resposta e teria que se segurar para não rir quando falasse o motivo.

- Uhum, minha bolsa estourou... – Olhou para o teto com toda calma do mundo, ouvindo o silencio do outro lado da linha e logo o telefone sendo jogado de lado, mas sem ser colocado no gancho.

- MiYong, pega a sua mochila da escola e liga para o Dae correndo, suas irmãs vão nascer agora. – E por algum motivo, o barulho característico de chamada desligada foi ouvido, talvez alguém se lembrando que o telefone havia apenas sido jogado e não desligado.

BaekHyun riu baixinho e se prontificou a colocar algumas das coisas necessárias na sala, as que não eram pesadas, já que haviam deixado tudo no andar de baixo caso as meninas quisessem nascer de madrugada, estava tudo por perto. As cadeirinhas, as bolsas, roupas, exatamente tudo o que precisava para ficar no hospital até que recebessem alta.

Não demorou mais de meia hora para a casa ficar repleta dos gritos afobados e desesperados de ChanYeol. Era de se esperar essa reação, ChanYeol havia se mostrado o pai mais babão e mais preocupado com BaekHyun do que era comum, todos os dias havia dedicado ao menos alguns minutos para conversar com as filhas, assim como dar todo amor e carinho do mundo a BaekHyun, tudo o que haviam comprado, tinha dedo do maior pois o mesmo fazia questão de estar presente em cada escolha.

Ele queria ser o pai que não havia sido para MiYong e havia conseguido tal feito com sucesso até o momento. Se não estivesse com dor, BaekHyun até penduraria uma plaquinha no pescoço do maior com os ditos “melhor pai do mundo” apenas para ter um motivo para rir.

Com toda correria que se poderia ter naquele momento, BaekHyun viu que era daquela forma que gostava, era o caos, a correria, a animação e tudo o que acontecia naquela casa que significava sua família. Tinha que ser daquele jeitinho.

Mas viu quando entraram no carro e muito menos quando chegaram ao hospital. O mais baixo estava ocupado demais com suas dores pra prestar atenção em todo aquele alvoroço ao seu redor, só encontrou um ponto de segurança quando viu seu melhor amigo esperando o carro na porta da recepção de emergência.

DaeHyun era crucial para manter a calma de ChanYeol, o mesmo estava quase entrando em pânico, mas havia se acalmado um pouco quando viu que o Byun já seria levado para a sala de cirurgia e também, havia exposto seu sorriso mais feliz quando recebeu a notícia de que poderia entrar na sala para ver seus filhos nascerem.

Porém, quando todo o processo começou, assim que a cabeça da primeira menina foi tirada, ChanYeol simplesmente desmaiou, quase fazendo BaekHyun rir e colocar em risco toda a cirurgia. O maior estava tão nervoso que sua pressão caiu, mas ficou tudo bem e assim que o ajudaram, o foco voltou para o nascimento das gêmeas.

Não demorou muito para que nascessem, a calmaria de BaekHyun havia facilitado e muito todo o processo e quando finalmente pode pegar as duas em seus braços, sentiu que nunca em sua vida esteve tão feliz quanto naquele momento.

E bem naquela hora, ChanYeol havia voltado e sorria como um maníaco quando viu seu marido com suas filhas nos braços.

- São as minhas menininhas? – Indagou com a voz completamente chorosa ao ver de perto os rostinhos ainda meio sujos de sangue, mas nada que impedisse de ver que as meninas eram completamente parecidas com BaekHyun, até mesmo o narizinho de batata era o mesmo.

- Não, Chan, fui lá pegar outras na maternidade pra falar que são as nossas. – Não poderia perder uma, nem mesmo com o clima cortado, ChanYeol deixou de sorrir e só largou do marido e das filhas quando as enfermeiras disseram que precisavam ir para o quarto e assim que estivesse tudo pronto, ele também poderia entrar.

E depois de todo aquele caos, toda aquela correria e toda aquela bagunça, estavam todos no quarto bajulando tanto BaekHyun quando as meninas que nem nome tinham ainda.

- Chan, como elas vão se chamar? – Indagou ao finalmente ter um pouco de sossego no quarto. MiYong dormia e DaeHyun havia ido tomar um café.

- O que acha de SoJin e SeoHyun? – Indagou esperançoso e BaekHyun sabia que ele queria aqueles nomes desde o início, e por ter sido o melhor pai do mundo, concordou sutilmente que sim, aqueles poderiam ser o nome das filhas deles.

E em todo o meio de um caos feliz e familiar, o mundo dos negócios tomava conhecimento sobre o casamento dos sócios, assim como os filhos e todo o restante do envolvimento que englobava eles, tendo assim, dinheiro rodando enquanto curtiam o momento em família.

No final das contas, o caos e as coincidências eram bons, mesmo que pareçam contos infeliz, no final, tudo sempre fica bem.