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História Infiel - Capítulo 18


Escrita por: WtfLovarow

Notas do Autor


Cheguei chegando

Capítulo 18 - Capítulo 18


Duas semanas. 
Duas malditas semanas se passaram desde a nossa separação. 
Meu corpo e minha alma se negavam a aceitar tal distância. Parecia que o mundo tinha parado... Desde aquele dia eu afundei de cabeça na escuridão. 
Até então eu não havia percebido a grandiosidade dos meus sentimentos por ela. Tudo parecia tão mais simples. Eu dizia que a amava e ela me correspondia e isso era o suficiente. E foi com essa distância dolorosa que eu descobri que só palavras não eram suficientes. Eu precisava dela, do seu corpo, da sua alma, do seu sorriso, do seu abraço, seu beijo... 
Naquele dia nebuloso, eu não consegui mais voltar para o restaurante. Mandei uma mensagem de texto pra Sam e voltei de táxi pra casa. Tomei uns dois ou três comprimidos de diazepam e me forcei a dormir para tentar esquecer a minha infelicidade. 
Tudo estava dando errado mais uma vez. E era tudo minha culpa. Eu só precisava acabar com aquela farsa de noivado e voltar para os braços de Lauren, mas por que eu não conseguia? Era isso que eu queria, não era? Era Lauren a mulher que me fazia feliz, não era? Então por que eu simplesmente não dava adeus ao Sam e ia embora? 
Lauren não entendia… Eu também não conseguia me entender... 
Durante esse período, eu me senti doente, destruída. Ficava praticamente todo tempo deitada e escondida sob o edredom. O Sam já havia desistido de saber o motivo daquela depressão toda, ele achava que eu tinha entrado em pânico com a história do noivado. E de certa forma, ele não estava errado. 
Tentei ligar diversas vezes pra Laur, mas quase sempre caía na caixa postal. Quando ela atendia, era sempre curta e grossa e falava coisas do tipo: “Você está livre? Não? Sinto muito, tchau.”, “O que você quer? Não temos mais nada para conversar”, “Estou ocupada agora...” 
Eu sentia meu coração sendo quebrado em um milhão de pedacinhos. E quando Lauren me ignorava, nosso relacionamento parecia pender mais ainda para o fim. Eu não queria o fim. Nós ainda nem tínhamos começado!! 
Ao fim dessas duas semanas, eu já me encontrava num estado catatônico. Não conseguia comer direito e tudo que comia eu botava pra fora. Estava constantemente nauseada e indisposta. Sentia dores de cabeça insuportáveis e decidi que assim eu não poderia ficar. 
Procurei um médico para me ajudar a melhorar o meu estado lastimável e providenciei um presente para Lauren, com uma carta e um pedido de desculpas, com um pedido patético de reconciliação. Sentia-me tão idiota, mas ao mesmo tempo tão renovada por estar correndo atrás daquilo que trará a minha felicidade. Se ela não me aceitasse de volta, então eu desistiria. Aceitaria a vida mais ou menos que o Sam me proporcionaria, e quem sabe, formar uma família “feliz”... 
Terminei de aprontar o presente e enviei por um entregador. Fiquei deitada no sofá, com o celular na mão, esperando ansiosamente por sua resposta. Não demorou nem quarenta minutos depois que o entregador saiu daqui para meu celular tocar. 
- Você está zoando com a minha cara, Mila? – ouvi a sua voz enraivecida ecoar pelo aparelho. 
- Vo-vo-cê não gostou do presente? – gaguejei, temendo o pior. 
- Eu pensei que tivesse deixado claro que não gosto dessa porcaria de Amantes!!! 
- Mas... Você disse que tinha gostado... 
- Da pintura sim, mas esse título é patético! Você acha que eu vou colocar isso na minha sala? Amantes, Mila? Você sabe que eu tenho total aversão a isso, não sabe? Me faz parecer uma idiota, faz o nosso relacionamento parecer uma brincadeira! 
- Mas eu não fiz alusão a nós!!! É só um quadro, Lauren! 
- Pra mim parece que você está me jogando na cara que é apenas isso que nós fomos, AMANTES! – ela vociferou. 
- Te enviei esse quadro porque é o meu predileto... Eu não o vendi porque queria que ele fosse seu... – tentei contornar o seu mau humor.
– Eu não quero esse tipo de presente! Venha pegar essa droga ou eu cortarei em pedacinhos e jogarei no vaso sanitário! – ela concluiu aos berros e desligou sem me dar chance de retrucar. 
Fiquei parada alguns minutos, com o celular na orelha. Era isso? Minha tentativa havia falhado? Ela teria lido a minha carta pelo menos? 
Não. Eu não iria desistir tão fácil ainda. Iria lançar mão de todas as cartas que eu tinha. Iria ao apartamento dela e a faria entender que ela estava sendo uma idiota por terminar o nosso romance. Ela não podia simplesmente me chutar e ficar por isso mesmo. Ela disse que me ama, não é mesmo? Eu só precisava ouvir da boca dela, com ela olhando diretamente nos olhos, que não me amava mais. Se isso fosse verdade, eu abriria mão de tudo. Seria minha última tentativa... 
Troquei de roupa e peguei o meu carro. Aproveitei para passar na clínica e verificar os resultados dos exames. Tomei o caminho para o seu apartamento e, depois de muito pensar, bati na sua porta. Era isso, ou ela me aceitaria de volta, ou estaria tudo acabado, pra sempre... 
Minutos se passaram e ninguém apareceu. Toquei de novo, e de novo, e de novo. Chutei a porta, com força. 
- Lauren, abre essa porta!!! – gritei enquanto dava chutes e murros na porta. 
Alguns instantes a mais e finalmente ela abriu a porta. 
- O que faz aqui? – ela perguntou ríspida. Não pude deixar de notar as suas olheiras profundas, seus cabelos desgrenhados, seus olhos vermelhos e úmidos e o rosto levemente inchado. 
- Parece que não foi só eu que andei chorando, uh? – perguntei ironicamente enquanto a empurrava pelos ombros. 
- Não me lembro de tê-la convidado a entrar – ela falou com escárnio. 
- Onde está o quadro? – perguntei enquanto subia as escadas. 
- Que quadro? O meu presente? 
- O que você disse que não queria... – paralisei quando cheguei até a sala e vi o meu quadro perfeitamente exposto na parede antes ocupada pela minha antiga pintura. Olhei extremamente confusa pra ela e ela apenas deu de ombros. 
- Ficou legal aí... – ela murmurou um tanto sem jeito. 
- Mas você disse que não... 
- Não tinha lido a sua carta... – ela encolheu os ombros e se sentou no sofá. – quer beber alguma coisa? – ela perguntou e eu continuei confusa com sua recente mudança de humor. Ela não tinha, praticamente, me enxotado há minutos atrás? 
- Se você leu a carta e aceitou o presente, porque estava brigando comigo agora a pouco...? 
- Porque eu queria ter forças de te tirar da minha vida, do meu coração... – ela murmurou, enquanto brincava com uma latinha de cerveja. 
- É isso que você quer, Laur? 
- Não... Eu me sinto tão quebrada, Mila... Por dias eu desejei não sentir tanto amor por você... Seria tão mais fácil se fosse só uma brincadeira... Se fosse só sexo... Mas nunca foi, não é mesmo? 
- Nunca foi, Lauren. Eu te amei desde a primeira vez que você me tocou. O primeiro beijo... Céus! Eu te amo tanto que chega a doer! 
- Eu passei tanto tempo tentando te mostrar o quão melhor você viveria ao meu lado, mas eu fiz tudo errado! Eu não deveria te mostrar isso com sexo, eu precisava te dar segurança! É só por isso que você ainda não largou o Sam, não é? – ela falou tão convicta que eu me chutei por não ter percebido isso antes. Era óbvio que eu queria segurança! Sempre foi isso! 
- Lauren, eu… - suspirei. - Você está certa. Estive com o Sam por mais de quatro anos e eu sempre soube que o que eu precisasse ele iria me dar, que sempre que eu quisesse, ele estaria ali. Não que você não vá fazer o mesmo, mas é impossível não sentir medo do que o futuro me aguarda. Eu tenho tanto medo de te perder e não ter a quem recorrer... Eu tenho tanto medo de ficar sozinha... – nesse ponto eu já estava debruçando em lágrimas. 
- Então case-se comigo, Mila! O que mais você quer? Você quer filhos? Eu te darei filhos! Você quer conhecer minha família, meus amigos? Eu posso fazer tudo o que quiser. Só não tenha medo de se entregar a mim... – ela falou com um olhar penetrante e eu pude sentir o meu coração falhando uma batida. Como ela fala todas essas coisas assim? Eu poderia ter uma parada cardíaca! 
Atravessei o caminho que nos separava e me sentei no seu colo, com uma perna de cada lado.
- Nesse final de semana eu vou jantar com o Sam. – prendi o riso quando ela torceu a cara numa careta. – Eu vou acabar com tudo isso. Terminarei com ele e venho morar com você, ou num hotel se você não me quiser aqui... – ela não permitiu que eu terminasse. Atacou a minha boca com violência e me beijou com furor. 
- Eu te amo, Mila... – ela sussurrou entre beijos. 
- Eu quero fazer amor com você, Lauren... 
- Hum... Por que você veio tão vestida? – ela resmungou enquanto tentava arrancar minhas roupas bruscamente. 
- Porque estava frio... Oh... – gemi quando o calor dos seus lábios invadiu o meu mamilo. 
Ela lambeu e mordeu cada um dos meus seios, ao mesmo tempo em que levantava a minha saia. Eu abri o botão de sua calça, abaixei o zíper e fiz força para descer a calça e a boxer ao mesmo tempo. Ela não queria esperar mais, desse jeito bagunçado, ela meio vestida e eu meio vestida, ela afastou a minha calcinha para o lado e deslizou para dentro de mim, me fazendo gemer alto. 
- Ah... Laur… Laur… Laur... Oh, céus, que saudade... 
- Uh... Eu te desejei tanto nesses dias... – ela falou com sua voz levemente rouca, enquanto eu me apoiava em seus ombros e cavalgava no seu mastro rijo. – Vem, gostosa, rebola vai... 
-Oh... Uh... Estou tão perto... 
Algumas estocadas depois eu senti o meu corpo convulsionar enquanto Lauren continuava o trabalho em busca de seu próprio prazer. 
- Droga, Mila, você é uma menina má... – ela me mordeu o pescoço com um pouco mais de força e deu a sua última estocada antes de ser atingindo por um orgasmo frenético. – vamos para o meu quarto, eu preciso de muito mais de você... 
Andamos até o seu quarto e jogamos o resto das roupas pelo chão. Ela me deitou na cama e me posicionou de lado. Levantou a minha perna esquerda e a apoiou sobre o seu ombro, enquanto ajoelhou-se entre minhas pernas e ficava numa posição que o permitia ter uma visão completa da minha intimidade. Rapidamente ela começou a estocar com força. Ela urrava e eu gemia a cada investida. Ela ia fundo e depois retirava, para depois estocar com força. Tudo o que se podia ouvir eram nossas respirações descompassadas, o choque de nossos corpos e o som que nossos fluidos emitiam. 
Sentia-me extasiada e completa. Sentia-me amada como nunca antes. Ali, naquele ato de prazer, podíamos expressar nossos sentimentos mais profundos, numa perfeita sincronia. Agora tudo ficara tão simples, tão claro! 
Quando a posição tornara-se desconfortável, ela abaixou a minha perna e me virou de costas. Recomeçou os movimentos, agora mais rápidos e mais precisos, para instantes depois nossos corpos explodirem num orgasmo avassalador. 
Permanecemos unidos pelo resto da tarde. Ora fazendo amor, ora bebericando e comendo bobagens. Conversamos sobre os nossos dias de separação e ela preocupou-se quando eu afirmei que tinha ficado anêmica. Ela me fez revelar onde seria o meu jantar com o Sam e eu tive medo de que ela aparecesse para estragar tudo. Ela ainda tinha medo de que eu desse pra trás... Até parece... Voltei pra casa, agora com um sorriso radiante, e corri para o meu ateliê. Precisava colocar o meu excesso de inspiração pra fora... 
Sam reparou na minha repentina mudança de humor e atribuiu a melhora ao meu tratamento médico. Coitado. Eu ainda não sabia o que exatamente falar pra ele, eu deveria mencionar que me apaixonei por outra? Seria uma coisa a se pensar, e muito. 
O fim de semana chegou mais rápido do que eu esperava e nesse momento, atravessávamos a entrada do restaurante. O garçom nos encaminhou para a mesa mais reservada do local e eu me sentei de costas para a parede, enquanto ele sentou de frente pra mim e de costas para o restante das mesas. 
O restaurante não estava cheio, o que eu agradecia imensamente. O que eu não gostei foi quando uma sujeita de cabelos castanhos atravessou o salão e sentou-se na mesa logo atrás de Sam. 
O que diabos ela veio fazer aqui? Eu sabia que por trás de todo aquele interesse pelo restaurante, estaria um plano mirabolante. Lauren só poderia estar querendo ferrar com tudo! 
A safada ainda se sentou virada pra mim e acenou com uma taça de vinho nas mãos, sustentando um maldito sorriso torto na cara. Ai, que vontade de bater nela! 
Graças a Deus o Sam não poderia vê-lo, pois estava de costas. Engoli em seco a provocação e voltei minha atenção para o meu noivo, que falava algo que nem sabia o que era... 
- Então, pensando nisso, eu acho que nós podemos tentar, o que você acha? – ele me perguntou e eu tossi tentando ganhar tempo para saber do que diabos ele estava falando. - Mila? 
- Desculpa, eu me perdi... – falei com um sorriso amarelo. 
- O que eu estou tentando dizer é que eu já me sinto preparado para assumir as responsabilidades de um pai. Era tudo o que você queria, não é mesmo? 
Uh?! Ele não estava querendo dizer que...? Sem chance!! 
- Sam, eu não... 
- Espera, deixa eu te mostrar o que eu comprei. – ele remexeu no bolso do paletó e tirou uma caixa quadrada com um lacinho de presente. – Esse vai ser o primeiro sapatinho de nosso bebê – ele sorriu largamente e abriu a caixa, revelando um lindo sapatinho de recém-nascido. – Comprei branco porque não sabia se vai ser um menino ou menina... 
Preciso dizer que fiquei petrificada? Congelada? Em pânico? 
- Sam... – suspirei profundamente, tentando conter as lágrimas, que não eram de felicidade. Eu quis muito ter um filho com ele, mas hoje... – Preciso esclarecer umas coisas. 
Não tinha mais volta... 


Notas Finais


Tarde demais, Sam...


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