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História Inline: Seguindo em Frente - Proximidade perigosa


Escrita por: Nacchan_Hwang

Notas do Autor


Depois de quase um ano... -Q
Sei que demorei uns séculos pra postar, mas não abandonei a fic, tá? Prometo que vou terminar. ;-; Peço desculpas pela demora em atualizar, mas meus bloqueios criativos tão demais ultimamente :'(

Espero que gostem <3

Breve retrospectiva do último capítulo:
Bonnibel ficou arrasada por conta do que houve com seu pai, tentou inúmeras vezes ligar pra Fionna, mas ela não atendeu, como de costume. Marceline ouviu um senhor comentar sobre o acidente com August e saiu do trabalho no meio do expediente pra visitar Bonnibel. Infelizmente ela acabou encontrando a sua ex (Phoebe) no caminho e elas tiveram uma discussão acalorada. Marcy deixou Phoebe falando sozinha e seguiu pra casa de Bonnibel, onde encontrou a menina no quarto, bem abalada. Elas conversaram e Marceline acabou dando seu colo pra consolar Bonnibel, que pediu ficar na "Noitosfera" até a sua dor passar...

E agora, a continuação <3

Capítulo 13 - Proximidade perigosa


Fanfic / Fanfiction Inline: Seguindo em Frente - Proximidade perigosa


Quando abriu seus olhos castanhos, Bonnibel lentamente observou o quarto ao seu redor. Tudo estava exatamente onde deveria estar: Suas roupas no armário, seu casaco pendurado na cadeira que ficava perto da mesa de estudos, seus livros organizados por cor e tamanho nas prateleiras de baixo… Então porque a menina continuava com aquele sentimento confuso de que algo ali dentro havia mudado? 
Fechou os olhos com força, tentando focar sua visão embaçada pelo sono quando finalmente teve o impulso de querer se levantar da cama. Teria se levantado tranquilamente se não fosse pelos braços confortáveis que envolviam sua cintura naquele momento. Seu coração disparou no instante em que se deu conta do que estava acontecendo. Ou melhor, do que havia acontecido antes de adormecer ali, nos braços de Marceline, que a essa altura também dormia tranquila sobre os lençóis confortáveis da cama de Bonnibel.
A menina de cabelo rosa teve que prender a respiração pra não soltar um grunhido desesperado quando lentamente tentou girar seu próprio corpo na cama, numa tentativa infantil de se desvencilhar dos braços de Marceline com delicadeza o suficiente para não acordá-la. Bonnibel estava quase conseguindo tirar um dos braços da outra garota de cima dela quando Marceline, ainda dormindo, se virou um pouco na cama, fazendo com que o corpo de Bonnibel automaticamente girasse também, ficando agora frente a frente com o dela, em um contato perigoso.
A pontinha do nariz vermelho de Bonnibel agora tocava inocentemente o pescoço de Marceline, que dormia um sono profundo, abraçando ainda mais o corpinho quente da menina de bochechas rosadas, que naquela situação mais parecia um bichinho de pelúcia tamanho família. 
Assumo que é verdade o fato de que Bonnibel sentiu vontade de sair correndo dali o mais rápido possível, sem se importar nem um pouco se a outra acordaria ou não. Mas estaria mentindo se falasse que ela não estava gostando. O narizinho vermelho de timidez sorrateiramente respirou de forma lenta e profunda, absorvendo com prazer aquele aroma gostoso que se escondia na curva do pescoço de Marceline. Seriam os cabelos negros espalhados pela cama? Seria o calor que unia seu corpo com o dela? Ou quem sabe, talvez tudo não passasse de um... sonho? Bonnibel não sabia. Ela realmente não sabia o porquê de naquele momento, sentir vontade de mordiscar o pescoço quente daquela garota que dormia serenamente em sua cama.  
Teve que apertar o cobertor com força para controlar a vontade estranha que tentava lhe obrigar a fazer aquilo. Nunca havia sentido vontade de trair Fionna, nem mesmo uma vez. Valendo ressaltar que não lhe faltaram oportunidades. Mas Bonnibel sempre foi fiel aos sentimentos que guardava carinhosamente pela namorada, até… aquele momento. O cheiro dela, o corpo dela, o carinho… Será que sentia falta de Fionna? Ou estava, realmente, sentindo alguma coisa inexplicavelmente forte por Marceline? Elas mal se conheciam. Nada daquilo fazia sentido… Ou será que fazia? 
A cabeça da menina havia se tornado um monólogo desesperado de perguntas sem respostas, mas de uma coisa ela sabia: Traição é uma questão de escolha. A pior das escolhas. E não seria ela, que sempre foi tão sincera, a fazer uma coisa tão horrível com Fionna. Por mais que sua boca trêmula desejasse o corpo de Marceline naquele momento, por mais que suas mãos estivessem suando frio pelo desejo de tocá-la... Por mais que a menina esfregasse inconscientemente as coxas na tentativa inútil de conter aquela agonia gostosa entre as pernas... Bonnibel jamais faria isso. “Eu não sou uma canalha”, a menina repetia como um mantra em sua mente. Parecia doloroso negar que sentia desejo por Marceline, mas não deixava de ser verdade. 
Respirou fundo mais uma vez, na tentativa de se acalmar, mas novamente aquele cheiro de baunilha se instalou pelo seu corpo, vindo do pescoço de Marceline. Era como se cada nota do cheiro dela estivesse sendo gravada na memória olfativa de Bonnibel, em um lugar secreto, de onde jamais se apagaria. Bonnibel já não aguentava mais essa tortura. Tê-la ali e não poder tocá-la, ou pior, tê-la ali e não DEVER tocá-la. 
Num ato de coragem Bonnibel usou seus braços e pernas para empurrar para o lado corpo de Marceline, que como uma pedra continuou em seu sono pesado, só que agora aconchegada do lado contrário da cama, substituindo o corpinho de Bonnibel por um travesseiro rosado.
Finalmente livre dos braços da menina, Bonnibel levantou-se num salto, ficando de frente pra cama enquanto sentia seu peito subir e descer numa respiração descompassada. 
- O que eu tô fazendo.. ? - A menina se perguntou baixinho, meio desesperada, emaranhando uma das mãos pelos cabelos cor de rosa algodão doce. 
Seria cômico se não fosse trágico dizer que Bonnibel queria surtar. Queria acordar Marceline aos berros e mandá-la embora, mesmo que a menina não soubesse o que é que estava acontecendo. Jogaria a própria cama pela janela se pudesse. Mas tudo não passava de pensamentos que Bonnibel tentava criar a todo custo, como uma forma infantil de se afastar da verdade: achava lindo o jeito como aquela garota estranhamente atraente mordia seu lábio inferior enquanto dormia, agarrada em seu travesseiro rosa. 
Com o passar de alguns minutos, Bonnibel se sentia mais calma e menos a beira de um ataque de nervos. Quando pôs finalmente a cabeça no lugar, decidiu sentar próximo a mesa de estudos e observar de longe a garota em sua cama. Seus olhos castanhos passeavam por toda imagem inocente de uma Marceline adormecida. Os cabelos negros espalhados pela cama, as pernas encolhidinhas naquela calça jeans que dava um contorno monumental às suas curvas, os olhos fechados com seus cílios longos.. Aquela não era a primeira vez que Bonnibel olhava para Marceline, mas parecia ser a primeira que a menina realmente lhe enxergava. Tudo teria sido perfeito diante daquele momento de contemplação.. Se o barulho abafado do celular de Bonnibel não tivesse acordado Marceline por vibrar bem embaixo da sua orelha, fazendo a garota saltar da cama de tanto susto. Bonnibel, assustada pelo solavanco da outra, se levantou no mesmo instante. 
- Calma! Tá tudo bem! Foi só meu celular. - Bonnibel apontou para o ponto brilhante embaixo do travesseiro, o que fez Marceline empalidecer. 
- M-Me desculpa! - 
- Quê ? - Bonnibel ergueu uma sobrancelha, sem entender mais nada. 
- Me desculpa, por ter dormido na sua cama! É que você pegou no sono e eu não tive como me mover. Daí acho que eu apaguei.. - Dava pra ver a culpa nos olhos brilhantes de Marceline, que encaravam Bonnibel suplicantes. Aquilo fez a menina de cabelo rosado ter que se aproximar para acalmar a outra.
- Marceline, calma. Tá tudo bem. Okay? Eu quem deveria pedir desculpas por ter dormido em cima de voc.. - quando estava pra completar a frase, Bonnibel percebeu o quanto aquela frase soaria estranho e tratou de se corrigir na mesma hora - Err.. Digo, por ter.. sabe? Feito aquele drama todo e tal.. - Ela deu de ombros, tentando parecer não se importar. 
- Não. Não foi drama nenhum. Eu entendo que você esteja mal por conta do seu pai e por tudo que tá acontecendo, eu só.. -
- Você só..  ? - 
- Desculpa. Seu celular tá me desconcentrando. - Marceline riu sem jeito, visivelmente constrangida pelo “tchutchuru tchu-tchu-tchu! kissing you baby ~” que vinha do celular de Bonnibel.
- Ah! Claro, desculpa. - Bonnibel praticamente voou pra cima da cama, tirando o aparelho debaixo do travesseiro e quase tendo um troço ao visualizar a foto de Fionna no contato da chamada de vídeo. Ainda se passaram uns cinco segundos enquanto Bonnibel permaneceu petrificada, olhando pra foto. 
- Pode atender, eu já deveria ter ido mesmo, não quero atrapalhar. - Marceline disse educadamente, seguindo em direção a porta. 
- Não! Espera! Eu.. - 
- Sim ? - Marceline parou, com a mão na maçaneta e o rosto virado na direção de Bonnibel, encarando-a nos olhos. 
- … - 
- Você..? - 
- .. Obrigada. Por.. Você sabe. Tudo isso. - A garota que segurava o celular sussurrou baixinho, deixando que sua franja lhe cobrir os olhos tímidos que inconscientemente desviaram do olhar de Marceline, fazendo a morena sorrir. 
- Não precisa agradecer. Somos amigas, não somos? É o mínimo que eu poderia fazer pela princesa do meu reino. - Marceline disse com naturalidade antes de sorrir gentilmente e se retirar, deixando Bonnibel com um sorriso bobo no rosto e o toque irritantemente doce do seu celular. 
~ x ~
- Já está de saída ? - Stella perguntou gentilmente quando viu Marceline descer as escadas que levavam ao andar de cima. 
- Sim.. - A menina disse sem jeito - acabei ficando mais do que pensei. Desculpa por qualquer coisa, qualquer incômodo. - 
- Que nada! - A mais velha sorriu, se aproximando da menina que seguia em direção a porta - Onde está Bonnibel ? - 
- No quarto. -
- Acordada ? - Stella ergueu uma sobrancelha e isso fez Marceline notar o quanto Bonnibel era parecida com a mãe.
- Sim, ela está no telefone. - Marceline comentou e isso fez Stella respirar pesado, como se estivesse incomodada. 
- Sinto muito por isso. Ela não é mal educada assim, eu juro.  Deveria, no mínimo, ter lhe trazido até a porta. Vou falar com ela mais tarde. - 
- Não! Por favor, não se incomode! - As maçãs do rosto de Marceline ficaram vermelhas só de pensar que ela poderia ser a causa de uma possível bronca vinda de Stella para Bonnibel. - Ela quis me acompanhar, mas eu pedi que ela atendesse a ligação. Poderia ser importante. - Mentiu. 
- Ah.. Sendo assim, então tudo bem. - Stella sorriu e Marceline lhe retribuiu o sorriso, se retirando com um aceno antes de fechar a porta da casa com cuidado. 
Já no portão de madeira que ficava próximo da calçada, Marceline parou e direcionou seu olhar para cima, para a janela aberta do quarto de Bonnibel, na esperança de vê-la de novo. Mas infelizmente isso não aconteceu. Teria sido melhor sair daquela casa com a imagem de uma Bonnibel sorridente na janela do que com a imagem da sua Princesa Jujuba beijando outra garota na boca, dentro de um porta retrato na mesinha do quarto.


~ x ~


O telefone já havia parado de tocar, mas Bonnibel ainda o mantinha entre as suas mãos quentinhas, sem tirar os olhos daquela porta por onde Marceline havia acabado de sair. Parecia estar no meio de um transe quando, novamente, o telefone tocou. E dessa vez ela atendeu na primeira chamada. 
- Meu amor, que saudade!! - A voz de Fionna veio cheia de carinho, junto com seus olhinhos azuis manhosos refletidos na tela do celular.
- Oi, Fionna.. - Bonnibel disse somente, desviando seu olhar culpado. No fundo, ela não tinha cara pra falar com Fionna agora. Afinal, há poucos minutos ela estava ali, desejando outra em sua cama. Mas por incrível que pareça, isso ainda não era o que mais lhe incomodava naquele momento.
- Adivinha só quem ganhou o prêmio de melhor patinadora slalom do estado?! Eu mesma! - Fionna disse animada, exibindo seu certificado pelo outro lado da tela, fazendo Bonnibel sorrir forçadamente.
- Parabéns! Você merece.. - 
- Claro que eu mereço! Eu sou fa-bu-lo-sa! - Fionna disse em tom zombeteiro, mas até um idiota saberia que ela estava se gabando de verdade. 
- Claro... - Bonnibel disse com mais um sorriso forçado, carregado de ironia. 
- Tá tudo bem ? - A loira perguntou, aproximando a câmera de um de seus belos olhos azuis, como se quisesse ver Bonnibel “de perto”. - Você parece estranha. - 
- … - 
- Amor.. ? Aconteceu alguma coisa? - A voz de Fionna soava preocupada e atenciosa, mas Bonnibel não conseguia mais olhar pra ela. Naquele momento, toda sua culpa já havia dado lugar para uma raiva genuína e merecida, que fez a garota de cabelo rosado morder o lábio com força suficiente para machucar de leve. 
- Onde você estava.. ? - Bonnibel perguntou com um sussurro, ainda de cabeça baixa. 
 - Quê ? - 
- Onde caralhos você estava?! - A voz da menina veio como um furacão de sentimentos. - Nas 27 vezes que eu liguei pra você.. ONDE. PORRA. VOCÊ. ESTAVA?! - Bonnibel gritou, fazendo a namorada se afastar do celular assustada. 
- E-Eu.. - Por um milésimo de segundo Fionna sentiu medo. Medo que Bonnibel, de alguma forma, tivesse descoberto sobre ela e Mandy. E isso fez a menina estremecer diante da fúria eminente de Bonnibel, que ainda gritava. 
- Você estava andando pra lá e pra cá numa porcaria de campeonato enquanto eu estava aqui! E nem uma ligação! Nem uma mensagem de “bom dia” ou “boa noite” ! Eu só sirvo pra você quando estou perto?!! É só pra isso que eu sirvo?! Pra ser sua quando você tá afim?! - 
- Bonnibel, calma! O que é que tá acontecendo?! O que foi que falaram pra você?! - A essa altura da discussão, Fionna já estava passando mentalmente uma lista de possíveis nomes que poderiam ter falado alguma coisa sobre ela e Mandy para Bonnibel. Os criados? Outras ex? Teria Bonnibel contratado um detetive?!
- Você saberia o que está acontecendo se estivesse aqui! Você saberia o que está acontecendo se tivesse me atendido, se tivesse falado comigo, Fionna! - Aquelas palavras saíam da boca de Bonnibel como um desabafo de anos. 
- Mas meu amor, eu.. Eu posso explicar. Eu posso.. - 
- Não, Fionna! Você não pode! Quer se explicar? Apareça! Eu cansei disso! - 
- Espera, Bonnibel! - 
“Sua chamada de vídeo foi encerrada por “Bonnie <3” ”

~ x ~


- Que inferno!! - Fionna esbravejou, jogando o celular longe, numa explosão de raiva e medo.
- Nossa, quem diria.. Nunca pensei que veria a sua “boa menina” te dando uma dura dessas.. - Mandy disse com desdém, deitada no sofá enquanto observava Fionna. 
- Como ela descobriu?! Não é possível! Alguém deve ter visto a gente, eu não sei. Como isso é possível?! - Fionna se perguntava enquanto dava voltas na sala enorme, ao lado do seu certificado falso. - Eu liguei pra dizer que planejava fazer uma visita e nem tive a chance de falar! - 
- Porque foi trouxa - A amante de Fionna disse com desdém. - Se tivesse dito logo, talvez ela tivesse se acalmado e não teria feito essa cena ridícula. - 
- Mandy, hoje não. Okay? Não tô afim de ouvir nenhuma sua gracinha hoje. Tenho que ir ver Bonnibel, agora. - 
- Mas você disse que só ia amanhã! - Mandy protestou com um beicinho insatisfeito. - Porque tudo tem que ser na hora que ela quer? Que droga, Fionna! Eu não aguento mais você choramingando por causa daquela metida a merda! - 
- Olha como fala, garota! - Fionna rosnou, apontando o dedo indicador na cara de Mandy, que no mesmo instante lhe deu um tapa, na mão. 
- É uma metida a merda, sim! E você faz questão de que ela continue assim, sendo uma mimadinha estúpida, porque é mais fácil pra você dobrar ela. Não me diga como devo ou não devo falar, Fionna. Você sabe muito bem que só tá com ela pra inflar o seu ego! Você nem mesmo gosta dela! - Fionna queria retrucar e dizer umas poucas e boas na cara de Mandy por falar daquele jeito com ela. Mas não poderia fazer isso, sabendo que tudo o que a garota havia dito era verdade, menos a parte de não gostar de Bonnibel. Fionna realmente gostava dela, de verdade, ou pelo menos… Ela achava que gostava. 
- Eu não vou perder meu tempo com você, na moral mesmo. - A loira disse irritada, virando as costas.
- Ah tá, então agora eu que sou a perda de tempo! - Mandy riu, batendo palmas pra cara de pau da “namorada”. Esperou uma resposta de Fionna, mas essa resposta não veio. Pôde ouvir apenas o som dos passos da outra enquanto subia as escadas em direção a um dos seis quartos do andar superior. Nada lhe dava mais raiva do que ser ignorada e Fionna sabia disso. 
A morena levantou do sofá tão irritada que seu rosto estava até vermelho. Com passos largos e pesados, Mandy apoiou um dos pés na escada e gritou a plenos pulmões, apontando seu dedo indicador solitário para o vazio acima. 
- Uma hora você vai ter que escolher, Mertenz! Ou ela ou eu! - 
~ x ~
- Bonnibel ? - A voz de Stella tirou Bonnibel de seus pensamentos raivosos por um instante. - Era a Fionna.. Não era ? -  
- Deu pra ouvir.. ? - A menina perguntou, se encolhendo na cama enquanto abraçava as próprias pernas. 
- Um pouquinho.. - Stella sussurrou um tanto sem jeito. - Você quer conversar.. ? - 
- Não. - Bonnibel disse seca, mas isso não evitou que Stella se sentasse ao lado da filha na cama. 
- Sabe, Bonnibel.. Eu não quero que pense que eu estou tentando persuadir você a fazer nada, nem.. - 
- Acabei de dizer que eu não quero conversar - Bonnibel resmungou, revirando os olhos enquanto apoiava sua testa nos dois joelhos dobrados. 
- Em uma conversa, duas ou mais pessoas falam, uma com a outra. Não estou pedindo que você fale, peço apenas que me escute. Okay ? - A pergunta arrancou um suspiro derrotado de Bonnibel, que respondeu um “okay” meio rabugento. 
- Voltando ao que eu estava dizendo.. Não quero que você pense que eu estou tentando persuadir você a fazer nada, nem que estou querendo me meter na sua vida com a Fionna. Eu só queria que soubesse uma coisa: Nem sempre.. ser presente e estar presente significam a mesma coisa. Eu sei que você entende o que eu quero dizer… Fionna é uma boa garota, você viveram anos juntas e durante um tempo foi ótimo, sabe? Te fez tanto bem, meu amor.. - Stella falava com carinho, afagando levemente o rosto de Bonnibel. - Mas depois de um tempo, as coisas foram ficando diferentes.. E você sabe disso. Ela não te liga mais, não te procura mais, às vezes parece que nem mesmo se importa. E você.. Não merece passar por isso Bonnibel. Você tem tanta coisa pela frente ainda, não precisa ficar presa aos caprichos de alguém que só está presente quando lhe convém. - 
- Infelizmente, ninguém no mundo tem a sua sorte, de encontrar o par perfeito logo de cara. - Bonnibel resmungou com raiva, mesmo sabendo que dizer aquilo talvez fizesse dela uma completa idiota. Mas Stella sabia que no fundo, a filha só estava magoada e que.. não era culpa dela. -
- É, infelizmente eu tive que passar por muita coisa antes de conhecer seu pai. - 
- Mas, ele foi seu… - 
- Primeiro namorado ? - Stella soltou uma risadinha. - Foi. Oficialmente, sim. Mas antes do seu pai, eu já havia me envolvido com outros rapazes, Bonnibel. E antes que você diga alguma coisa, saiba que isso não me faz pior e nem melhor do que ninguém. Se eu não tivesse passado pelos relacionamentos que passei antes do seu pai, talvez eu não tivesse a maturidade necessária para estar com ele hoje, entende? -
- Sim.. - Bonnibel abaixou a cabeça com um ar compreensivo - Eu entendo. - 
- As pessoas fantasiam que vão crescer e encontrar o amor das suas vidas assim, logo de primeira! E que de cara tudo vai dar certo e vocês vão ser felizes para sempre… Mas a realidade, meu amor.. É que nós aprendemos com os erros. E precisamos passar por muitas pedras para que possamos chegar até o nosso “felizes para sempre”. - Stella disse com carinho, fazendo Bonnibel sorrir de leve. Pelo visto, a menina começava a compreender o que sua mãe queria dizer. - Muitas pessoas hoje em dia acabam ficando presas em relacionamentos infelizes porque acham que devem “mudar o outro” ou até mesmo se submeter a vontade do outro, mesmo que isso lhe faça infeliz. E não é assim que um relacionamento tem que ser, entende? Tem que ser algo leve, natural e recíproco. -
- E o que eu tenho com Fionna.. Um dia já foi assim - A mais nova sussurrou abraçando ainda mais as pernas. 
- Bonnibel.. Por que você acha que ainda está com Fionna ? - A pergunta veio de repente, surpreendendo Bonnibel. 
- Porque tipo.. A gente se ama, né? Estamos juntas há anos e... - A esse ponto, nem mesmo Bonnibel parecia acreditar nas palavras bagunçadas que dizia. 
- Se amam ? Ou só estão acostumadas a ter uma a outra quando precisam ? E na maioria das vezes, nem isso vocês tem.. Pense nisso, minha filha. Quando colocar sua cabeça no lugar e tentar compreender o que realmente sente, talvez você encontre a sua resposta. - Stella deixou um beijinho carinhoso no topo da cabeça de Bonnibel antes de sair do quarto e deixar a garota sozinha com seus próprios pensamentos. 


~ x ~ 


Ainda caminhando pela rua, em direção a discow music, Marceline se perguntava se tudo aquilo havia sido real. Bonnibel realmente tinha uma namorada e isso.. lhe machucava mais do que qualquer outra coisa. Olhou de relance seu relógio vermelho preso ao pulso e praguejou mentalmente pela hora. Havia dormido demais, já passava das 17h e Banks havia dito que fecharia mais cedo. Estava tudo uma bosta. 
Queria ir pra casa e se enfiar debaixo do cobertor quentinho, como sempre fazia quando se sentia mal, mas não queria ficar sozinha. Puxou do bolso seu celular e digitou rapidamente uma mensagem de texto no whatsapp antes de atravessar a rua, seguindo pela avenida. 

Marceline [17:32]: Acabei de sair da D.M. Vocês estão em casa ?
Piranha maluvida [17:32]: E desde quando isso aqui é uma casa? -_- 
*Imagem*


Por mais que seu coração estivesse pesado, Marceline não conseguiu segurar uma risada espontânea ao ver aquela foto ridícula de Marshall em cima do sofá, vestindo um samba canção de morceguinhos e fazendo uma vassoura de guitarra. Bem abaixo dessa obra de arte pitoresca, havia um Finn sorridente fazendo um V com os dedos enquanto tirava aquela falsa selfie.

 
Marceline [17:33]: Posso dar um pulo aí? Ou Marshall ainda precisa terminar o show ? hahahaha
Piranha maluvida [17:33]: Vem mulher! Tem chocolate. 
Piranha maluvida [17:33]: E apaga a foto, por favor. 
Piranha maluvida: [17:33]: Melhor! Salva na nuvem. Mas não deixa Marshall pegar, okay? hahaha 
Marceline [17:34]: Vai guardar pro aniversário dele? 
Piranha maluvida [17:34]: Com certeza! hahaha! 
Marceline [17:34]: Você é péssimo, Finn. Chego aí em 10 min. 
Piranha maluvida [17:34]: Blz.

~ x ~


- Ei, Elvis! Marceline tá vindo pra cá. - Finn anunciou aos berros, tentando fazer com que sua voz se sobressaísse aos solos de guitarra que ecoavam pela sala. - Marshall Lee! - 
- O que foi, menino?? - 
- Dá um pause aí! - Finn gritou de volta.
- Argh! - O moreno de samba canção rosnou, sentando no sofá e pausando a música do celular conectado ao seu cebruthius. - O que foi ? - 
- Marceline tá vindo pra cá. - Finn repetiu, se jogando no sofá ao lado do namorado. - A chefe dela me ligou hoje, mais cedo. Disse que ela talvez passasse aqui e que era pra gente cuidar dela. -
- Cuidar dela por que ? - Marshall perguntou intrigado. 
- Eu não sei. Aquela senhorinha disse que ela foi na casa de uma amiga e que talvez na volta passaria aqui. - 
- Essa mulher me assusta às vezes. - Marshall comentou baixinho, como se Banks pudesse ouvir suas palavras e aparecer a qualquer momento. - Mas ela nunca erra. Lembra quando ela disse pra gente não andar de skate naquele dia e depois teve um assalto lá na pista atrás do casarão ? Nunca vou saber se ela teve uma intuição ou se ela que era a mandante do assalto. - O comentário de Marshall fez o mais novo cair na risada imaginando como uma velhinha tão gentil poderia ser mandante de um assalto. - Tá rindo de quê ? Essas coisas acontecem! - 
- Você viaja demais. - O loirinho comentou sorridente, encostando a cabeça em um dos ombros fortes do rapaz. - Mas talvez ela precise mesmo de ajuda. Já faz uns dias que ela não vem aqui, nem chama a gente pra sair.. - 
- Bem, isso é verdade. - Marshall ponderou, se apoiando melhor com as costas no sofá. - E essa amiga dela, quem é ? - 
- Sabe que eu não sei ? A gente devia perguntar. Só por precaução. - 
- Você tem razão. Da última vez que ela teve uma “amiga” não foi nada agradável. Espero que não seja outra Phoebe da vida. - Marshall resmungou irritado só por mencionar o nome da garota de cabelos vermelhos que vez ou outra ainda se esbarrava propositalmente com Marceline na rua. 
- Também espero que não seja.. Acho que a Marceline já sofreu demais com tudo o que aconteceu. - A voz tristonha do garoto fez com que Marshall passasse um de seus braços pelos ombros do mais baixo, lhe aconchegando melhor. - Mas acho que ninguém poderia imaginar que a Phoebe faria aquilo. Não sei nem o que pensar a respeito disso.. - 
- Não tem muito o que pensar, sabe ? Se ela não tivesse invadido a casa da Banks naquela noite, Marceline não precisaria ter feito o que fez. E hoje, Phoebe e sua família não precisariam continuar na cidade, Marceline estaria andando normalmente! E aquele restaurante ridículo estaria fechado! - Marshall rosnava de raiva enquanto o namorado lhe abraçava com carinho. 
- Acho que ninguém poderia prever que isso aconteceria, Marshall.. Nem mesmo a velhota. - Finn sussurrou baixinho, tentando acalmar o outro. - É uma pena que o restaurante da família da Phoebe continue tomando a força todos os clientes da Discow Music. - 
- Por mim eu tocava fogo naquele lugar, só de raiva! - 
- É, mas se a gente fizer isso quem vai preso somos nós. - Uma batida na porta fez com que o casal perdesse o foco da conversa. - Eu abro ou você vai ? - Finn perguntou com um suspiro fazendo Marshall se levantar. 
- Precisamos conversar sério com ela. -
- Eu sei. Vamos fazer isso hoje. - 


Notas Finais


O que será que houve entre a Phoebe e a Marceline ? Seria Phoebe a culpada pelo estado atual da perna da Marcy? *musiquinha de suspense* -v-

E sim! Os meninos vão ter um papel mais ativo na história a partir de agora, assim como Banks e Phoebe. Não, eu não esqueci do August, em breve teremos notícias mais concretas a respeito do estado de saúde dele. E a respeito de Fionna.. "A tempestade está chegando" ~

Espero que tenham gostado e mais uma vez, desculpa pela demora em atualizar ;-;
Então, o que vocês acharam desse novo capítulo? Me contem! ><


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