História Inner Child - Kim Taehyung - Empire State

S/N POV

Cada pequena atitude e detalhe de Taehyung importava para mim, desde sempre.

A forma como ele segurava apenas dois dedos meus entrelaçados nos dele porque ficava com a mão suada, mas não queria se soltar de mim. Como sorria ao me ver fazendo algo cotidiano ou “muito eu”, como ele falou quando corri de volta para o apartamento para pegar minha câmera fotográfica. Quando fazia carinho em minha coxa no carro, ao trocar a marcha. Como gostava de contornar minhas unhas com seu indicador ao conversar sobre coisas aleatórias. Os pequenos pontos de luz que via em seus olhos quando olhava para algo que amava, e o fato de brilharem para mim.

Estávamos esperando o metrô quando ele fez algo inusitado que virou meu detalhe favorito em nossa relação: ele me abraçou, dando um beijinho em meu pescoço. Sorri com a forma carinhosa como ele fez aquilo, tornando algo bobo tão especial para mim.

Quando nos sentamos, não haviam cadeiras duplas disponíveis, então ele se sentou em minha frente. Quando lhe cutuquei no meio da viagem, ele estendeu a mão para trás para segurar a minha.

Eu amo esse homem e não tenho mais medo de admitir para mim mesma. Mas ele ainda vai esperar um pouquinho pra ouvir de mim.

Chegamos no Empire State e a fila estava gigantesca, como esperado para um sábado sem entrada já comprada. Suspirei e olhei para Tae, que me apontou com a cabeça para o guichê de informações. Olhei confusa até perceber quem estava sentada no local: Katherine.

_ Você realmente conhece todo mundo em todo lugar, mas precisava ser ela? – revirei os olhos

_ Não vou falar com ela se não quiser – ele deu de ombros e esperou minha resposta.

_ Você quem sabe – cruzei os braços.

Ele me deu um beijo na testa e andou em direção ao balcão. O sorriso que a garota deu ao lhe ver me embrulhou o estômago. Nojenta.

Eles conversaram rapidamente e Taehyung fez sinal para eu me aproximar. Fiz uma careta e perguntei, por mímica, se era eu mesma. Ele fez que sim e sorriu, enquanto eu me aproximava sem vontade alguma de estar ali.

_ Kath – EW, APELIDINHO, ECA TAEHYUNG – essa aqui é minha namorada, S/N.

PERA, QUE?

_ Meu Deus, namorada?? – a garota deu um pulo na cadeira e colocou as mãos no rosto – me perdoa, sério, eu nem sei... Eu não sabia, eu não...

Okay, eu estava chocada com toda essa conversa bizarra. Namorada? Não sabia? Ela tá me pedindo desculpas?

Tae me acordou com uma cutucada na cintura.

_ Ahn.. Não tem problema. Nós... – eu realmente estava chocada, não me julga do lado daí.

_ S/N havia pedido pra não falar pra ninguém ainda, por conta do trabalho. A assistente dela é minha amiga – Tae se precipitou, como se tivesse planejado aquela fala previamente – Por isso não te contei quando você...

_ Ai, não fala disso não – ela fez uma cara de desgosto e chacoalhou a cabeça – S/N, me perdoa, eu nunca quis dar cima do seu namorado. Eu te acho muito legal, te sigo no Instagram porque adoro a Fashic, entendo o meio que você tá e o motivo de não falar nada pra ninguém – ela suspirou – Não vou conseguir continuar MINHA VIDA sem você me perdoar! Eu nem sei mais o que falar. Você quer me bater? Eu deixo.

Ri da sua reação. Ela não parecia tão ruim, no fim das contas.

_ Tá perdoada, cara fã – ela sorriu como se tivesse ganho na loteria.

_ Então, Kath... – não havia reparado que Taehyung tinha se distanciado um pouco pra essa mini conversa acontecer, mas ele começou a se aproximar novamente e apoiou os cotovelos no balcão – Quero oficializar isso hoje, lá em cima – ele apontou pro alto – e preciso da sua ajuda.

Tudo que eu queria gritar naquele momento era: TAEHYUNG, SEU DESGRAÇADO, PARA DE GRAÇA QUE VOCÊ NÃO VAI PEDIR NADA!

Mas fiquei na minha, me contive e fiz a plena.

_Tae... – ela fez uma longa pausa, enquanto olhava para os lados e checava o local - eu realmente quero ajudar vocês. Mas você tem que me prometer que não vai falar pra ninguém.

_ Claro que prometo. Mas queria uma outra ajudinha da minha produtora favorita – Katherine estremeceu no lugar e me olhou com desespero, mas sei que esse é o jeito de Taehyung e só dei de ombros – Você pode avisar ao Yoongi que iremos lá hoje à noite?

_ Caraca, todo mundo conhece todo mundo nessa ilha? – precisei me intrometer, fazendo com que os dois dessem gargalhadas.

_ Ah, qual é, não é tão grande assim no Brook...– Kath foi interrompida por um Taehyung pálido que lhe deu um olhar de reprovação – quer dizer, Manhattan.

Estranhei aquele momento, não estava entendendo nada. Parecia um código secreto entre os dois, e apesar de estar gostando um pouco mais de Kath agora, ainda sentia ciúmes. Mas novamente, não éramos namorados como ele estava dizendo...

_ Então, Katherine – Taehyung claramente estava nervoso, batendo os dedos no balcão de mármore – Vamos?

A garota apenas assentiu sem graça e nos guiou até o elevador. Cumprimentou o segurança que estava lá e agiu formalmente:

_ Senhores, por aqui. Fiquem à vontade, avisarei aos colegas do último andar sobre o evento.

Entramos no elevador e ela deu uma piscadela fazendo um joinha com as mãos, o que nos fez rir. Ela é muito cômica.

_ Viu? Ela é legal – Tae começou a falar.

_ Shiu – cruzei os braços e o encarei - Não faz eu me arrepender, NAMORADO!

_ Isso fez ela colocar a gente pra dentro, S/N! – ele deixou os braços caírem, batendo com as mãos em suas coxas – E não é como se você não quisesse ser minha namorada...

Ele me empurrou de leve, fazendo um biquinho. Não respondi à sua frase porque o elevador se abriu, revelando o andar mais alto do prédio. Saí em sua frente, maravilhada com a vista incrível.

_ Eu amo essa cidade! – deitei a cabeça para trás, com os olhos fechados e meu sorriso mais sincero. Realmente amo Nova York.

_ E eu amo você – Tae chegou por trás, me dando um abraço apertado e apoiando seu queixo em minha cabeça. Sorri com a sensação de tê-lo comigo.

_ Que apaixonado você, TAETAE!

_ Ah, não, eu odeio esse apelido brega! – ele revirou os olhos, me soltando e indo até a janela gigante de vidro. Lhe acompanhei, ficando ao seu lado, mas ainda rindo – Você realmente não perdoa, né?

_ Quem perdoa é padre – caí na gargalhada novamente, até reparar que Taehyung estava me observando sério – O que houve?

_ Preciso te dizer uma coisa – assenti para ele continuar, mas a longa pausa me deixou nervosa – Você é, tipo, perfeita.

Minha feição de espanto fez Taehyung rir. Foi do nada, o dia estava cheio de momentos em que eu não entendia nada. Segurei seu rosto e lhe dei um beijo demorado.

_ Tô falando sério, S/N. Eu te amo, porra! – ele começou a mexer no bolso do casaco caramelo, mas continuou falando, não me deixando responder – e eu realmente quero muito continuar compartilhando minha vida com você, e fazer com que a brincadeira lá embaixo se torne realidade.

Ahn?

_ Tae, o que...? – meus olhos se arregalaram quando ele tirou uma caixinha de joias com duas alianças prata de dentro do bolso que tanto remexia.

_ Achei que não tinha lugar ou dia melhor pra fazer isso, então... – Ele segurou minha mão direita, apenas se aproximando mais para me olhar nos olhos, mas sem alarde de se ajoelhar ou coisas assim... Ele realmente me conhecia e sabia que eu ficaria congelada com qualquer atitude desse tipo. Meu coração estava saindo pela boca quando ele completou a frase – S/N, você aceita ser minha namorada?

Um misto de emoções me invadiu. Eu nunca achei que ouviria isso dele, nunca tínhamos namorado oficialmente. Naquele momento, eu conseguia ouvir cada batida do meu coração acelerado e via a expectativa em seus olhos, mas não conseguia me mover para responder. Percebi algumas pessoas se aglomerando ao nosso redor com olhares curiosos, mesmo com a clara tentativa de Tae de não exibir esse momento a todos. Tinha um rapaz segurando a mão de uma moça que estava travada no lugar enquanto ele sorria para uma caixinha preta de anéis, não tem muito o que esconder.

Não consegui controlar o sorriso e as lágrimas que caíam. Apenas fiz que sim com a cabeça e recebi um dos beijos mais inesquecíveis que Taehyung já me deu. Ouvi algumas palmas mínimas de quem estava em volta, mas não haviam tantas pessoas como eu esperava.

_ Agora você não vai se livrar de mim tão fácil... Sabe disso, não sabe?

_ Você acha que depois disso aqui, eu quero me livrar de você? – ele chacoalhou a caixinha de joia com a mão, com um sorriso sarcástico no rosto

_ Eu sou uma mala sem alça. Vai saber? – Dei de ombros.

_ Bom, agora você é minha mala sem alça então – ele colocou a aliança em meu dedo anelar, sorrindo com a própria ação. Me entregou a aliança dele e esticou a mão, para que eu colocasse o anel em seu dedo. Entrelacei nossas mãos para dar uma olhada na “obra final”.

Definitivamente não poderia estar mais feliz.

_ Então, vamos? – ele disse, ajeitando a postura.

_ Vamos pra onde? Tá doido?

_ Oras, pro nosso passeio. Te trazer aqui foi só pra te pedir em namoro mesmo.

Ri com a naturalidade que ele tratou a situação. Assenti e lhe segui para dentro do elevador.