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História Innocens - O Cordeiro


Escrita por: jjiyoos

Notas do Autor


Uhu! Adivinhem quem finalmente está de férias?!! Exatamente, eu mesma, portanto terei mais tempo para escrever e tentar postar o mais rápido possível, assim que minhas ideias fluírem de minha caixola para o teclado, tipo eu sei muito bem o que eu quero escrever, só que ai quando vou escrever... não sei como. kkkkkkkk Sou doida, fato.

Esperem que goste desse novo capitulo, fiz com muito amor e admito que ele em si esta muito amorzinho. ♡

Capítulo 12 - O Cordeiro


– Liv você realmente está bem? – Perguntou Marcus, olhando para mim com aqueles olhos escuros.

– Eu estou bem, é sério. Apenas estou cansada. – Respondi forçando um sorriso nos lábios.

De certa forma aquilo não era nenhuma mentira, realmente estava cansada de tudo aquilo, cada dia que se passava parecia que mais problemas eram acumulados, mais mentiras eram guardadas.

– Você parece muito fraca, quando sair daqui compre alguns peixes frescos para comer. – Disse ele por fim, terminando seu café. – A Milla não vem trabalhar hoje?

– Ela mandou uma mensagem avisando que não estava muito bem e que tiraria o dia de folga.

– Não é nada grave? Se precisar posso leva-la para o médico. – Voltou a perguntar ele com a aparência preocupada.

Marcus sem dúvida era o melhor tipo de amigos que você poderia ter, e o pior também. Sempre disposto a ajudar não importando a situação ou as circunstâncias desse ato, ele sempre vai estar ali para quando você precisar.

– Marcus, eu sei que gosta de ajudar os outros. Ela só está com cólica. – Respondi com um sorriso até divertido, ao ver ele ficando sem graça com minha resposta. – Agradeço realmente sua preocupação.

– Claro, mas você sabe que pode contar comigo para qualquer coisa. – Disse ele apontando para o celular encima do balcão. – Fique com isto para passar seu tédio. - Ele abriu a maleta escura de couro, retirando um pequeno livro de capa coloridas, um livro de fábulas. – Não é o melhor presente, mas são divertidos para pensar.

– Vai logo trabalhar, menino. – Retruquei pegando o presente em minhas mãos. – Vai ficar atrasado.

– Eu sou o chefe. – Ao dizer isto, ele levantou do banco deixando um pequeno aceno com a mão indo em direção a porta, com o terno preto bastante alinhado.

Abri o pequeno livro de fábulas, de Jean de La Fontaine, pensando o quanto aquilo poderia ser idiota e engraçado para um presente em plena segunda feira. Virei a página, revelando a primeira história, “O lobo e o Cordeiro”.

“Um pequeno cordeiro de pelo branco bebia água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma correnteza forte. Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo esfaimado, de horrendo aspecto, também bebendo da água.

– Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo – disse o lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome, e acalmar sua barriga.

– Senhor – respondeu o cordeiro – não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está falando.

– Você agita a água - continuou o lobo ameaçador - e sei que você andou falando mal de mim no ano passado.

– Não pode – respondeu o cordeiro – no ano passado eu ainda não tinha nascido. O lobo pensou um pouco e disse:

– Se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo.

– Eu não tenho irmão - disse o cordeiro – sou filho único.

– Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue. Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro, agarrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado.

MORAL: A razão do mais forte é sempre a melhor”

– A razão do mais forte é sempre o melhor, ou a razão do melhor é sempre o mais forte? – Indagou uma voz já bastante familiar, espiando a história que lia.

Retirei o olhar do livro, levando até o dono que se encontrava sentado em minha frente com um belo sorriso nos lábios, e dessa vez sem nenhuma touca ou capuz cobrindo o rosto, apenas o cabelo loiro e a barba grande malfeita, escondendo sua verdadeira identidade.

– Qual das duas você acha que é a certa? – Voltou a questionar ele, gostando da minha aparência de quem não havia entendido nenhum pouco da pergunta. – A razão do mais forte é sempre a melhor, ou a razão do melhor é sempre a mais forte?

– No caso a razão do mais forte é melhor porque ele tem um certo domínio no caso por ele ser o mais forte, claro. - Respondi em voz alta enquanto pensava. - Já a razão do melhor é mais forte pois ele é realmente o melhor no que faz consequentemente no que diz também, então a segunda opção é mais correta pois vai pelo intelecto e não na força física, a pessoa pode ser o incrível hulk, mas se não saber como realmente vencer com a razão, acho que não importa.

Podia sentir o olhar do loiro sobre mim, seus olhos completamente azuis pareciam mais calmo e serenos, não demonstrava aquela agonia e preocupação de quando o conheci, talvez apenas esteja mais acostumado com minha presença. E minha resposta parece ter lhe agradado, mostrando que respondi certo, se é que existe uma resposta certa para isso.

– Concordo com você, porém, se a pessoa mais forte ter a razão qual é definida como a melhor, a razão do melhor não é nada. – Respondeu ele, indicando para a placa ao fundo que desejaria o pedido do dia, um pão na chapa e um copo de café.

– Mas se a razão do melhor, é com toda certeza a melhor… então por qual motivo a razão do mais forte seria a melhor? – Voltei a questionar, já não entendo nada sobre o assunto.

– Quando Jean escreveu essa fábula, já tinha a consciência sobre isso. Não importa quanto o cordeiro, qual é o mais fraco e que possui a razão do melhor, ele sempre vai perder. Pois existe aquele mais forte com a razão, ninguém vai querer dar ouvido para o mais fraco, mesmo que ele tenha a razão. – Explicou ele novamente, fazendo com que começasse a entender, mas, enquanto já o entregava o café pedido pronto sobre o balcão.

– Irei usar algo familiar para você como exemplo... – Disse, colocando os pensamentos em prática. – Capitão América, sem dúvida é o que possui a ‘Razão do melhor’ enquanto o governo possui a ‘Razão do mais forte’, não importa quanto a razão do melhor seja a correta e verdadeira, a sociedade sempre vai acreditar na razão do mais forte, no qual é o governo. Certo?

– Resumindo, de macaco de circo acabei virando o cordeiro peludinho. – Concluiu ele. Levantando a xícara como um brinde.

– Falando isso em voz alta parece tão injusto… não que Capitão tenha invadido uma base secreta e libertado os prisioneiros, claro, isso foi a coisa mais correta. – Acrescentei, indo em direção a um novo cliente que entrava pela porta de entrada.

– Lealdade aos amigos sempre em primeiro lugar, mocinha.

Olhando de longe para a figura grande sentada, parecendo até um novo hipster da região, não assemelhada de quem ele realmente era, e acredito que ele tenha finalmente percebido. O senhor engomadinho, barba feita e roupas bem limpas e justas, para um cara de cabelo grande, barbudo e com roupas desgastadas. Antes de retornar para o balcão avistei uma sombra escura olhando diretamente para dentro da lanchonete, uma sombra conhecida e medonha, que apenas de olhar sentia um calafrio correr pelo corpo, levei o olhar para o lugar novamente e infelizmente não encontrando mais nada ali, a movimentação do lado de fora parecia normal, sem nada estranho ou alguém estranho. Anotei o pedido do cliente e segui em frente.

– Aconteceu alguma coisa, Liv? – Perguntou Capitão com a voz baixa, percebendo algo estranho em mim.

– Não sei. – Respondi com sinceridade. – Senti uma coisa estranha no lado de fora, uma sombra escura. Foi coisa de segundo, porém não gostei.

O semblante de seu rosto mudou com a mesma velocidade que a sombra, foi coisas de um segundo para sumir. A aparência calma e alegre, havia sumido, sendo tomado por um rosto preocupado e feroz.

– Não se preocupe, deve ter sido apenas meu cansaço vendo coisas demais. – Disse tentando deixa-lo mais calmo. - Não foi nada, hm.

Minha desculpa parecia não ter funcionado muito bem, no entanto ele parecia ter relaxado mais o ombro, tentando acreditar que foi apenas alguma coisa comum na vida movimentada de New York, que não era nenhum maníaco com superpoderes querendo dominar o mundo novamente.

– Então, se eu sou o Cordeiro você seria qual animal das fábulas? – Perguntou ele, tentando mudar de assunto.

Peguei o livro que ainda se encontrava aberto sobre o balcão passando a página, para encontrar alguma história que combinasse com minha vida ou apenas comigo. Meu dedo parou em uma, qual não havia tantas palavras como a primeira dele, chamava “A raposa e a Uva” sua moral era “É fácil desdenhar daquilo que não se alcança. ”

–Acho que sou a Raposa. – Entreguei o livro para ele com a página aberta. – Quando não aceitamos as nossas próprias limitações, perdemos a oportunidade de corrigir as nossas falhas.

– Eu sou um simples Cordeiro, e você uma Raposa que pode ser bastante traiçoeira. – Zombou, mostrando uma cara de desentendido. – No final das contas, sempre irei ser o manipulado. – Terminou com um tom não muito animado.

– Preferia mil vezes ser um Cordeiro, com a melhor razão e morrer lutando por isso, do que ser uma Raposa folgada que não conhece os próprios limites.

– Aqueles que são incapazes de atingir uma meta tendem a deprecia-la, para diminuir o peso de seu insucesso. – Disse ele mantendo o olhar ainda para a página branca com um desenho preto, representando uma raposa. – Não acredito que você seja assim.

– Então, somos dois Cordeiros, que sempre são enganados pelo Lobo mau. – Conclui, entregando finalmente o prato junto com o pão quente para ele. – Seus amigos não reclamaram por você sair assim?

– Sam saiu junto com Clint. – Explicou enquanto mordia o lanche, sem direcionar o olhar para mim. – Eles estão fazendo de tudo para que fique fora dos assuntos, acreditam que é a melhor coisa a se fazer, e que meu novo temperamento pode acabar fazendo algo errado.

– E qual seria o seu novo temperamento? De tentar resolver as coisas do modo mais rápido e certo ou de ficar esperando por anos algo que nunca vai acontecer?

– Se existir alguma oportunidade, adoraria lhe apresentar para o Tony Stark. Acredite, sairia uma boa discussão. - Disse ainda mantendo a cabeça baixa, desviando do assunto.

– Olha, eu tenho uma boa vontade de dar uns tapas na cara dele para deixar de ser bundão. – Respondi levantando os ombros. – Só, que admiro a inteligência dele, adoraria ter só a metade.

– Acho que metade da população gostaria de bater nele, e eu ainda mais. – Admitiu, com um riso fraco, revelando um lado malvado dele. – Sabe, eu até gosto de você.

Ao escutar essa última frase, a única reação que tive foi olhar duas vezes para ele, tentando confirmar o que havia acabado de escutar. A segunda hipótese, era que realmente havia começado a endoidar, ou como minha querida Milla fala, andei cheirando muita banana frita na cozinha.

– Obrigada… – Respondi demonstrando que tinha ficado envergonhada, abaixando o rosto.

– Sabe, o problema de algumas pessoas muito branca? Tipo você. – Disse ele, terminando o lanche e empurrando o prato em minha direção. – Elas não conseguem mentir nem esconder a verdade, acaba ficando vermelhas como um pimentão.

– Obrigada, de novo. – Peguei o prato branco com ambas as mãos levando para trás do balcão, deixando ali para que alguém o pegasse para lavar, soando até mesmo cínica com aquilo. – E por qual motivo seria?

– Você me trata como uma pessoa comum, humana, até. Gosto disso.


Notas Finais


Que finaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaal. *berra* Liv já está começando a descongelar o coraçãozinho do nosso Capitão.

Dica: Prestem bastante atenção nas duas fabulas que são citadas neste capitulo, existe um pequeno spoiler.


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