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História Innocens - Terrigênese


Escrita por: jjiyoos

Notas do Autor


Aaah! *berra*

Como prometido aqui está mais um capitulo novinho e cheirosinho para vocês, sério, eu to com um amor tão grande por esse capítulo que quero colar ele na testa! Estou muito in love, é a continuação do final do anterior... porém só que muito mais detalhado claro.

E eu entrei em grande briga sobre o nome do capítulo também, queria colocar "Surtos" ou "Terrigênese", porém... percebi que terrigênese faria mais sentido, e passaria o que realmente vai acontecer.

Não vou falar muito, pra não dar spoiler! Boa leitura!

Capítulo 17 - Terrigênese


Minha nuca começou a coçar de repente e coçava muito, estava incomodando horrores e já não conseguia mais parar, mesmo ainda estando comendo. Era uma sensação de queimação, junto com um calafrio que parecia percorrer todo os músculos. Passei a mão levemente esfregando a região, sentindo algo duro, uma casquinha de machucado, mas não conseguia lembrar como e quando, talvez ocorria que machuquei durante a explosão batendo a cabeça na mesa, certamente.

Mantendo a mão sobre, começando a sentir ainda mais uma sensação de queimação subir pelo estômago, era como se tivesse tomado um copo de vinagre puro. Como de costume tentei puxar a casquinha com a unha comprida em modo para parar com aquela irritação doentia, porém ela não saia... Espera! Esse negócio havia começado a crescer ou era impressão minha?! Larguei a colher de metal sobre a mesa de modo inesperado, chamando atenção dos olhos azuis claros para mim.

– Steve! – Gritei, sentindo uma forte pontada em minha barriga, como se alguém enfiasse uma faca pelo lado de dentro.

Olhando para os lados, nas mãos nasciam uma camada escura sobre minha pele, meus braços começavam a ser cobertos rapidamente por uma fina camada gelada; como um barro, por cima das roupas... E então tudo ficou escuro... Eu não conseguia abrir os olhos, mesmo sabendo que eles estavam abertos. A última coisa que avistei, era Steve, levantando de forma desesperada da cadeira gritando pelo meu nome, era como se um nervo estivesse pressionado, evitando a circulação do sangue, causando um formigamento por tudo. Não conseguia respirar.

– Olivia! Olivia! – Escutava ele gritar, o som já iniciava de forma diferente, ele ia sumindo aos poucos assim como a sua voz...

Foi a última coisa que consegui enxergar e a última que consegui dizer foi o seu nome “Steve”, abafado, o suficiente para que ele não conseguisse escutar, antes que aquela coisa estranha cobrisse todo meu corpo por completo.

Era tudo escuro, não enxergava mais nada, todavia, podia sentir um calor, era como se estivesse em um local tropical, como se o sol batesse em minha pele descoberta. Aos poucos, que na verdade pareceu milênios na escuridão, comecei a ver pequenos borrões ao fundo, e escutava sussurros. Era uma floresta verde, com a relva bem cuidada e um céu azul com nuvens de dar inveja para qualquer lugar desejado descansar em um final de tarde, mas as outras movimentações escuras que passavam correndo por baixo não pareciam tão felizes, eram feias e fedidas, com cheiro de podridão, não entendia o que acontecia, parecia uma guerra, que só existia um lado, o lado ruim... e ele venceria.

Sentia o chão tremer sobre os pés, pareciam tambores primais vindos do fundo da floresta, o povo já estava recolhido na cidade e eles eram tudo entre a ameaça e os inocentes. O povo, enfim unificado, eram os soldados de todas as tribos, desde as altas montanhas até o baixo rio, e eles eram seus generais ao lado do poderoso rei, certamente por estar na frente de todos liderando, com um olhar repulsivo de raiva.

As explosões e chamas se aproximavam cada vez mais rápidos junto do tremor poderoso e apavorante, olhavam uns para os outros em busca de força e apoio. O melhor amigo, Bucky, especialmente, estava com o queixo tremendo pelo medo, mas assim que os olhares cruzaram ele respirou fundo e acionou o gatilho da arma, travando o olhar no inimigo que se aproximava.

O rei buscou a confirmação de todos os seus guerreiros e então cruzou as mãos sobre o peito, deixando as garras saltarem para fora da armadura... um gato? Precisavam apenas de um sinal para avançarem, apenas um aceno ou apenas a primeira cara feia saída da floresta. E no caso foi justamente isso que aconteceu, quando os primeiros inimigos começaram a sair da floresta, correndo enlouquecidos na direção de suas presas o grito de guerra daquela guerra se fez mais alto.

Os urros se fizeram mais altos e presentes, brados furiosos de quem não cederia antes da derrota não ser inevitável. Enquanto ainda tivessem força e disposição para lutar, enquanto ainda conseguissem reforjar suas armaduras poderiam continuar lutando. Por todos aqueles que perderam e por todos aqueles que ainda podiam perder, jamais desistiram de lutar. Dispararam com tudo para cima dos inimigos, o rei muito a frente de seu exército, cujo alguns montavam rinocerontes de armadura. Conforme corriam os mais rápidos se sobresaiam à frente dos demais, logo mais ele próprio estava correndo ao lado. Ele precisava lutar a guerra que outros não poderiam lutar, ele existia para vingar aqueles que não estavam mais lá, ele respirava para ajudar os que precisavam. Ele não tinha bandeira e não tinha uma nação, pois naquele momento ele era de todos as bandeiras e de todas as nações, ele era um vingador e isso ele sempre seria.

Um barulho forte de grito chamou atenção, não sabia que poderia virar o rosto, mas o fiz, vendo algo que provavelmente não gostaria de desejar para que seja verdade. Era Steve novamente, em um outro lugar, ele usava um uniforme de guerra novamente, mas não possuía estrelas nem bandeiras, era escuro, o que fazia um contraste com seus cabelos loiros e compridos que balançavam à medida que ele gritava de dor, não existia vento, o único que existia ali era os que formavam com todos correndo em sua volta, em uma luta feroz pela vida. Não conseguia ver contra o que ele lutava, entretanto podia sentir o medo percorrer por todas minhas entranhas, era como se estivesse acabado de conhecer a própria morte ou meu pior pesadelo havia se tornado real. Sentia a dor que ele sentia, o grito de dor e ele rosnava com toda sua raiva paixão.

– Enquanto um homem estiver contra você... – Escutava a sua voz rouca, que pedia ajuda para sua própria alma, e a coragem para derrotá-lo. –, você nunca poderá reivindicar a vitória... –

As outras coisas que ele falava não conseguia distinguir o que eram, mas podia perceber o perigo que enfrentava, ele não seria forte o bastante. A sombra de algo grande caminhando em direção, fazia o chão tremer, o meu coração tremer. Queria gritar para que ele tomasse cuidado, a dificuldade para falar era irritante, não saia nenhum som de minha boca, apenas um grito horrível de desespero. Queria me mexer, ajudá-lo, queria salvá-lo, contudo sabia que precisava ter minha concentração em outro lugar, a imperfeição de tudo ardia de raiva em meu peito, nunca havia sentido a necessidade ou a sensação de matar algo vivo como agora. Virei o rosto novamente, percebendo o manto azul que usava por cima da cabeça, enquanto direcionava meu olhar novamente para Steve, e antes que pudesse...

A sensação foi de como estivesse acordando de um pesadelo ou de pulado de um penhasco; senti que fui arrancada a força de alguma coisa. Não conseguia respirar, o ar não entrava pelo nariz e nem pela boca, puxava o ar em desespero, recebendo o toque gelado de uma mão em minhas costas, segurando para que não caísse de frente. Estava em casa novamente, em minha cozinha, com Steve me segurando com força suficiente para sentir os ossos doerem. A cabeça doía, doía mais do que quando fui jogada para o outro lado da lanchonete com a explosão, era uma sensação estranha, as coisas dançavam ao meu redor, não sentia mais nada...  mas sentia minha perna quebrada apoiada no chão normalmente.

– Olivia, por favor fale comigo... – A voz suplicante de desespero, fez com que voltasse para a realidade.

A sensação de ânsia e de vomito, veio com uma força inestimável. Joguei o corpo para frente, vendo que começaria a passar bastante mal.

– Respira... devagar. – Explicou ele, segurando meu corpo com mais delicadeza. – Tente controlar-se.

O aviso dele, fez com o que obedecesse, fechei os olhos controlando a sensação ruim que ainda sentia, junto com o medo e tudo de ruim que acontecia. E aos poucos, pude relaxar os ombros que mantinha tensos. Steve, segurou meus braços forte novamente, fazendo com que me sentasse na cadeira em minha frente, onde estava sentada desde o início.

Olhei para a figura pálida e assustada, seus olhos azuis bem claros quase transparentes demonstrava o mesmo medo que ele sentia quando o vi lutar..., mas era diferente, ele tinha medo agora, ele olhava com os olhos vidrados em mim, sem tirar as mãos pesadas sobre o meu corpo. Ao olhar daquela forma, pude sentir uma sensação de relaxamento, era como se olhasse para um paraíso no imenso azul atlântico, era calmo e refrescante.  

– Steve... – Sussurrei, levando ambas as mãos para o rosto, percebendo só então o quanto meu corpo todo estava gelado, como se estivesse morrido. Fechei os olhos com força, esperando com que as coisas voltassem a ficar paradas, pois ainda tudo girava, dando náuseas.  – O que aconteceu?

– É o que gostaria de saber... – Nunca havia visto ele daquela forma, era uma coisa nova.

Podia sentir o desespero dele, o medo e o pavor de que algo ruim acontece comigo. Podia ter quase certeza que quando ele me salvou a primeira vez, ele também poderia ter ficado assim, mas tinha algo diferente, não sabia descrever o que era. Na verdade, não sabia como descrever nada disso que aconteceu pelos últimos segundos... Por quanto tempo fiquei apagada? O que foi aquilo que eu vi... ele lutando contra a fumaça roxa.

Steve antes que pudesse compreender, ele já estava com uma das mãos em meu rosto, sua mão grande agora era quente e acolhedora. Tenho quase certeza que a forma que o observava, de fato o havia incomodado um pouco, não conseguia tirar o olhar dele, tinha algo estranho, ele formou um pequeno sorriso leve nos lábios.

Foi um apenas por um segundo, senti novamente a pontada em minha barriga, fazendo que desviasse o olhar que antes encontrava-se nele, para o outro lado do cômodo, com uma outra visão estranha. Não poderia saber de quem se tratava era apenas uma silhueta escura, na frente de uma parede de tijolos acinzentados, com um zumbido forte cortando o ar, uma lança passou em alta velocidade para o outro lado, em direção a sombra, que a parou rapidamente, a pegando no ar, só então revelando que a figura se tratava ainda de Steve.

– Você está bem? – Perguntou, com os olhos vidrados em mim. – Quer que a leve para o quarto?

Não havia como recusar esse convite, não conseguiria de qualquer forma me levantar daquela cadeira, que parecia mais um bolo fofo que poderia estar me engolindo para uma outra dimensão. Steve levantou do chão, onde ajoelhou-se em frente, contornando um dos braços pelas costas e o outro passando pelo joelho, levantando meu corpo como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Fui perdendo tudo aos poucos, a visão voltava escurecer e os ouvidos começaram a ficar entupidos, os sons dos objetos e das ruas, sumia lentamente, a sensação de tudo está saindo do ar, desaparecendo numa névoa….era difícil definir o que doía. Os dentes doíam, o pulmão doía, os pés doíam, parecia que até a própria alma doía e o que não doía, latejava. O coração pulsava pedindo por ar, os narizes tapados parecia impossível levar uma respiração segura, a boca já bastante seca, também era impossível.

A o sentimento era óbvio demais e claro demais, que o corpo não suportava mais essas sensações estranhas e que em breve acabaria desmaiando, quando menos esperar. Ele segurava meu corpo com força e cuidado, ao desviar das paredes indo em direção ao quarto. As paredes claras e cobertas por uma fina cortina de renda, mostrava a simplicidade, um costume antigo herdado pela família. Gostaria de puder perceber mais as coisas e os movimentos que o mesmo fazia, porém eram impossíveis, definir o que era real e o que não era mais real.

Com a mesma facilidade que ele pegou no colo, ele me deixou sobre a cama coberta por uma manta vermelha.

– Fique aqui. – Disse Steve, pegando um cobertor ao lado e jogando sobre meu corpo. – Tente descansar um pouco. Vou ligar para uma pessoa que talvez possa ajudá-la.


Notas Finais


Então, deem suas apostas sobre o que está acontecendo!


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