1. Spirit Fanfics >
  2. Innocens >
  3. O andar bêbado

História Innocens - O andar bêbado


Escrita por: jjiyoos

Notas do Autor


Oi pessoas lindas, como anda a preguiça de vocês? A minha chegou e não quer mais sair.
Esse capitulo como sempre tem partes aleatórias fofineas do casal, tentei mostrar o lado mais soldado do Steve ao explicar as coisas... Acho que consegui fazer o que imaginei. q
Então espero que gostem e boa leitura!

Capítulo 40 - O andar bêbado


Fanfic / Fanfiction Innocens - O andar bêbado

O homem loiro que vestia uma camiseta xadrez azul, que tinha certeza de já ter visto ele usando essa roupa antes, chegou próximo da gente com o rosto abaixado prestando atenção em sua mão enfaixada. A mulher ao meu lado, apenas lançou um olhar junto com um sorriso largo nos lábios, entendendo imediatamente que se tratava dele, ela levantou-se da cadeira carregando o filho no colo, sussurrando um “Boa sorte”.

– Demorei muito? – Perguntou o mesmo, olhando a mulher se afastar. – Você é boa em fazer amigos.

– Não muito. – Respondi. – Apenas estava batendo um bom papo sobre  homens e super heróis.

– E sobre o que conversaram? – Perguntou Steve se sentando ao meu lado. – O médico mandou esperar meia hora, para ter certeza que não voltará abrir.

– Você. – Respondi sendo sincera, por mais que seja estranho contar para ele, acho que no fundo ele gostaria de saber que ainda existe pessoas que gostam dele. – Era a mãe do menino com o seu boneco. Perguntei o motivo que ela comprou, justamente por ser o Capitão América. E o que me surpreendeu foi a resposta. Segundo ela, você é o mais inocente, humano e bondoso dos vingadores, pelo menos foi o que entendi.

A expressão dele foi como um clarão, podia enxergar um sorriso escondido entre a boca, que pedia para ser revelado, formando apenas um de canto, enquanto me encarava com uma aparência serena.

– Então enquanto estava lá sendo costurado, você ficou aqui fora fazendo fofoquinhas sobre mim? – Perguntou Steve, com ar de zoação. – Eles colocaram anestesia, porém, ainda sim senti.

– Não foi fofoca, apenas estava defendendo sua honra. – Conclui sorridente. – E querido, você é o Capitão América, e não o Luke Cage, então ainda pode ser furado, cortado, estripado…

– Quem é Luke Cage? – Perguntou o homem confuso.  

– Sério? – Indaguei. – Algumas horas parece que vocês, vingadores vivem em outra dimensão ou precisam sair mais de casa. Você não foi o único ser modificado… Essa vai ser sua lição de casa.

Steve parecia bastante confuso quando falei a última frase, era engraçado como eles viviam dentro de seu mundinho e esquecem que o mundo é grande demais, e pelo fato que as coisas com quais eles brigavam poderiam ser mais sérias, mas ainda sim, era estranho um super herói como ele não ter contato com nenhum dos outros, ou nem ao menos saber sua existência.

– Já pensou sobre formigas alguma vez? – Perguntou Steve Roger no modo mais aleatório existente, olhando fixamente para a porta branca aberta no outro lado da sala.

– Além do fato de que atacam sanduíches de geleia em piqueniques, não posso dizer que prestei muita atenção nelas. – Balancei a cabeça em negativo, recebendo um sorriso largo em reação da minha resposta, mandando uma ainda mais sem sentido. – E o que há de tão maravilhoso na comida americana?

–  Filés. – Respondeu Steve com simplicidade. Ele estava apoiado no braço da cadeira, com as costas relaxadas, com um pensamento distante. Os olhos azuis pareciam observar algo que não conseguia ver. – Grandes filés grelhados na brasa. Grelhados direto, com a parte de fora crocante, e não mole como a dos franceses, que parecem ter sido passado rapidamente sobre uma vela acesa. E nada de bife nadando em um molho cremoso e alcoólico. – Ele suspirou, e sua natureza normalmente alegre deu um lugar a uma inesperada tristeza, que sempre voltava surgir. – Vamos voltar para as formigas.

– Como chegamos nesse assunto, de filés e formigas? – Perguntei. – Acho que a anestesia fez mal.. – Terminei empurrando sua cabeça para o lado, sentindo o cabelo macio em meus dedos. – E o que você quer dizer sobre as formigas?

– O sinal externo de que há uma rede complexa de pequenos túneis subterrâneos, canais que as formigas escavaram pacientemente. Em algum lugar abaixo da superfície há milhares de pequeninos ovos brancos, todos postos por uma única rainha que passa a vida toda no subterrâneo, sem nunca ver a luz do sol. – Steve fez um gesto convidando para que olhasse na mesma direção que ele. – Você sabe como elas se movem?

– Acho que nunca comentei. Não gosto de biologia, nem de insetos, então não. – Respondi encarando várias pessoas que passavam pelo corredor seguindo seu rumo. – Elas se movem aleatoriamente.

– O nome é “Andar bêbado”, e é uma ótima maneira de percorrer a área de uma forma rápida, se você estiver procurando alguma coisa. Muitas pessoas, quando vasculham um lugar, andam em linhas retas, cruzando o terreno em diagonais, cada quadrado por vez. –  Apontando com a mão boa, para um homem usando um moletom do exército. – Em geral, essas técnicas resultam em sucesso, mas as chances de encontrar o que se está procurando rapidamente são bem maiores quando se adota esse caminhar.

Podia enxergar o que Steve falava depois dessa explicação, o homem para quem apontou parecia ter esse movimento das formigas bêbadas, ele andava para todos os lados, como um bêbado mesmo, inclinando a cabeça toda hora atrás de alguma coisa ou alguém. Ele parecia nervoso, seu rosto pálido e cabelo curto, fazia o parecer um cadáver, mas ao julgar a forma que respirava desesperado, impedia a primeira ideia.

– Esse ato possui esse nome, porque é muito parecido com o jeito de caminhar de um homem que bebeu uísque demais: cada perna indo para um lado e a cabeça se movendo em outra direção, completamente diferente. – Voltou ele a explicar, deixando claro como se tornou um bom soldado. – Aquele homem está fazendo isso, todavia, até agora não olhou para cá.

– Você acha que ele está procurando a gente? – Questionei, sem retirar o olhar o observando. – Ele ainda não notou essa sala, e está bem em sua frente.

– Tem outra coisa. – Informou Steve, virando o rosto para mim. – Mesmo que dê para perceber o andar bêbado no homem, o modo qual ele se movimenta é o mais estranho. Já vi essa forma antes, o modo como todos os membros do corpo agem por vontade própria. Lencaster.

Ao escutar aquele nome senti meu corpo todo gelar imediatamente, subindo um arrepio fazendo-me tremer. Como ele poderia ter nos achado aqui… E o que Lencaster queria dessa vez, ele já não causou confusão demais, para todos nós.

– Como ele nos achou? – Perguntei, temendo por mais perigo para as pessoas daqui.

– Esse homem de uniforme não é o único. Repare. – Ele apontou com a cabeça agora de lado, para uma mulher, uma médica de jaleco branco, com o cabelo cacheado preso atrás. Era estranho, mas nitidamente, dava para ver que ela lutava contra o próprio corpo ao andar. – Depois do último ataque andei pensando, o que você disse sobre ele não controlar a mente da pessoa para a forçar fazer algo, e pela forma como meu corpo reagiu ao sair do controle. Aí entra novamente as formigas. – Apresentou mantendo a voz calma. – Eles estão seguindo um caminho. Uma trilha que só elas conseguem ver, nós não. De alguma maneira que não compreendo, as primeiras formigas traçaram esse caminho, e as outras o seguiram. A primeira formiga, foi justamente o Lencaster, agora as outras estão o seguindo.

– Ainda não estou entendo nada. – Conclui, mais perdida do que antes. – Como assim eles estão seguindo um rastro?

– É tipo uma substância. Quando a formiga está transportando comida, ela deixa um rastro químico. Imagine um pedaço de pano impregnado com alguma coisa que tenha cheiro forte, assim como sangue, preso as patas, e as outras formigas seguindo esse cheiro. – Voltou a explicar Steve, virando novamente para a porta, onde um outro homem, um moreno, andava de forma estranha. – Por causa do andar bêbado, a primeira formiga vai perambular por toda área, antes de encontrar o formigueiro, enquanto outras vão seguir uma trilha mais curta. Com chegada de mais formigas, os caminhos mais curtos são reforçados pela química por funcionarem melhor e porque as formigas podem voltar mais depressa, e consequentemente os caminhos mais longos, os que dão mais voltas, desaparecem, por não serem funcionais. Depois de um tempo, o que se percebe é que uma rota quase direta. – O loiro explicava de uma forma, que tornava tudo mais claro. No início era apenas um homem andando por esse lado, depois os outros começaram surgir lentamente, o seguindo, descartando caminhos inúteis, que não levava eles até a gente.

– Então, as formigas são inteligentes… – Disse pensando em voz alta, tentando entender tudo o que acontecia ali. – Não é inteligência, é instinto. – Confirmei arrumando. – Então você quer dizer, que essas pessoas estão sendo controladas de formas instintivas pelo Lencaster a procurar alguma coisa, como um pano sujo de sangue, o seu sangue, que deve ter um cheiro mais forte que o normal. Isso explicaria que de uma forma ou de outra, o verdadeiro poder do Lencaster é controlar sangue? – Terminei como uma pergunta, por não ter certeza de como seria muito macabro.

– Ele mesmo disse que pode nos sentir em qualquer lugar, e de como eu sumi do seu radar. Lencaster não consegue mais sentir meu sangue, por isso que não existo. – Voltou a explicar Steve ainda pensativo. – Por algum motivo isso aconteceu, depois que você ganhou seus poderes. No momento, ele sabe que estou aqui, mas não sabe aonde, pois existe vários panos sujos com meu sangue passeando pelos resíduos descartados. Também está usando várias pessoas para fazer o serviço. Mas muitas vezes um grupo é menos inteligente que um indivíduo. Veja o caso das pessoas: sozinhas podem ser espertas, mas em uma multidão é comum ocorrer tumulto, especialmente se acontecer algum incidente.

– Mas ainda não entendo como meu poder, pode ter feito você sumir? – Questionei, já que essa era a única parte que não fazia sentido. – Se Lencaster pode sentir o nosso sangue, ele pode sentir o meu, pois de um modo louco ele sempre me acha.

– Isso é o que não entendo. Até agora seu poder bastou em ter visões e aquela coisa envolta do seu corpo… – Antes que pudesse terminar, o médico de antes caminhou em nossa direção com o sorriso alegre carregando uma prancheta.

– Sr. Monroe, acredito que sua mão esteja boa, então pode ser liberado. – Disse ele entregando um papel, uma receita caso volte sentir dor, e se afastando no mesmo modo que chegou.

Enquanto Steve olhava para ele e pegava o papel em sua mão, a quantidade de marionetes de Lencaster pareciam começar a aumentar no lado de fora, agora tanto o soldado, e as duas mulheres andavam espreitando a sala de espera que estávamos. Levei o olhar para o outro lado vendo que a mãe com o filho ainda estavam lá, e agora em companhia de um homem, provavelmente o marido.

– Temos que sair daqui. – Afirmei, recebendo um sinal com a cabeça em positivo.

O saguão era muito claro, e era possível ver eles parados no lado de fora apenas esperando qualquer movimentação estranha. Tínhamos que sair dali de qualquer modo, mas quanto mais demorarmos mais pessoas pareciam ser controladas por Lencaster, e o próprio, momentos antes tive a breve sensação de o vê-lo saindo através de uma porta, com o seu sobretudo preto.

– Acho que esse não é o nosso único problema...– Sussurrei baixo, ainda escorando na cadeira.

Steve pareceu entender o que disse e acompanhou o olhar para a sala de cirurgia de onde saiu, existia uma pequena janela de vidro, que permitia ver os médios trabalhando no outro lado, e eles pareciam agitados. A enfermeira que atendeu pela primeira vez, Dorothy, não parava de olhar para a gente e apontava algumas vezes também. E nisso nascia um novo problema, provavelmente alguém reconheceu o Capitão América, pelos comentários surgidos depois do ataque, chegaram a falar que ele havia ferido a mão, e claro, esperariam qualquer pessoa com esse problema em todos os hospitais do mundo. E eu só conseguia ficar gritando o quanto fomos idiotas e descuidados, mesmo sabendo que precisávamos de ajuda.

– Eles falaram que estou liberado, porém, ainda sim estou aqui. – Comentou Steve. – Eles devem achar que já descobri a verdade, o lado de fora já tem várias e várias viaturas. Daqui a pouco eles começam a subir pelo prédio.

– E quando tivermos a melhor oportunidade, correremos. – Disse observando movimentação nos outros corredores.

As marionetes de Lencaster sumiram no mesmo modo que apareceram não continha mais nenhum, apenas pessoas normais para nós. Por conta do horário, o hospital encontrava-se vazio, mas ainda sim continha uma boa quantidade. E nisso entrou um homem de aparência comum na sala onde estávamos, junto com a família.

– Hey, vocês sabem o que está acontecendo? – Perguntou o novo homem. – Falaram que o Capitão América está neste prédio. Fecharam todas as saídas… Parece que vão entrar revistando todos, e assim quem quiser sair.

O casal com o filho fizeram várias perguntas ao mesmo tempo, pedindo explicações de como isso aconteceu, a minha ideia principal foi ficar quieta na minha e não chamar atenção, o que foi totalmente diferente do homem loiro que corria risco de vida e que não sabia manter a boca fechada.

– Então foi por isso que fizeram várias perguntas estranhas… – Comentou Steve do nada, olhando diretamente para eles. – Perguntaram como cortei minha mão entre outras coisas.

Eles pareceram surpresos pelo comentário, assim como eu, mas querendo ou não, fazia muito sentido, já que ele era o próprio Capitão América e por coincidência eram semelhantes até demais. A única coisa que fiz foi levar ambas as mãos para o rosto retirando o cabelo da frente pedindo socorro.

– Claro. São completamente iguais... – Zombei. – Estou ficando com meu avô, e não sabia. Você poderia conseguir um autógrafo do Thor?

Olivia. – Advertiu. – Menos.

– Que foi? – Perguntei. – Ele é uma graça. – Terminei arrancando um riso da mulher pelo comentário.


Notas Finais


Steve andou tendo umas boas conversas sobre formigas com o Scott...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...