História Are you like a star? - 1.

Mais um ano... Mais um desperdício. Vamos lá! Vou contar minha historia para vocês. Me chamo Yumi Natsumi, sou japonesa, nasci e fui criada na Ásia, meu pais também, tenho 16 anos e 1,60 de altura. Posso dizer que era uma menina realmente muito feliz no Japão, com amigos e inimigos. Mas até meu pai receber uma promoção de trabalho no Brasil... Nós viemos, e fomos morar no Rio de Janeiro... Não duramos 5 semanas... 3 balas perdidas... 2 mortes... Isso mesmo! Estava eu, com dois corpos deitados ali na minha frente e uma poça de sangue, no meio da calçada. Fiquei em choque durante 60 segundos, sem respirar, falar ou reagir. Logo chegaram ambulâncias e um mar de gente, mas já era tarde de mais... Então foi isso! Peguei a minha herança que tinha, e tentei viver. Com muita dor, mas tentei. Meus pais diziam que eram estrelas, porque onde eu estivesse eles estariam comigo... E agora eles realmente são.

                                       ----2 semanas depois----

Consegui alugar um apartamento no centro da cidade perto de minha escola. Faltavam 3 dias para as aulas comecarem e eu não estava nem um pouco animada e ansiosa. Para falar bem a verdade eu nem queria ir. No mesmo dia que aluguei o apartamento, arrumei um emprego, como garsonete numa cafeteria relativamente longe de casa, uns 4 quilometros, andava tudo a pé.

                                        ----3 dias depois----

Despertador tocou ás 6:00, me levantei, escovei os dentes, tomei um banho rápido, coloquei uma calça jeans preta rasgada, um vans antigo, uma blusa xadres um pouco maior que eu e dei uma arrumada em meu cabelo. Peguei os livros, meu celular e meu fone. Sai de casa sem comer nada pois não tenho fome de manha. Coloquei no volume máximo “Mine – Bazzi” e fui. Quando cheguei, deu para perceber claramente que todos estavam falando de mim, deu pra ouvir! “Ah olha ela... A menina do Japão que perdeu os pais.” “Meu Deus coitada, perdeu os pais.” “Eu ouvi dizer que ela que matou os pais.” “Ela é a menina que mora sozinha né? Que feia.” Era isso e muito mais, eu apenas não liguei. Entrei na sala... A pior coisa que fiz. Eu vi um anjo... Mas não de Deus. Um anjo caído... Eu simplesmente fiquei sem reação. Seus cabelos marrons, escuros como os olhos penetrantes, o sorriso mais lindo e perfeito que já tinha visto, a voz mais seduzente... Na aula, eu olhava para ele pelos cantos, e era assim que me encantava. No intervalo uma menina veio falar comigo, seu nome, Helena, Helena Moreira. Por coincidência morávamos no mesmo prédio. Os pais dela moravam em Santa Catarina, então ela moráva sozinha. Nós começamos a conversar, e até que perguntei a ela sobre o tal “anjo caído”. Não sabia muita coisa, mas seu nome, “Matheus”. Bem, eu como sou eu, não iria até ele e fazer uma amizade. Voltei para casa junto com Helena, fomos conversando sobre coisas aleatórias e sem sentidos. No dia seguinte, na aula, mandaram a gente fazer um trabalho em dupla, mas quem escolhia era o professor, era um trabalho de bem complicado, mas da matéria que mais gostava, química. E adivinhem, com quem eu fiquei? Isso mesmo, o anjo... A sensação foi de caus e desespero. Não sabia lidar com aquilo. Matheus veio até mim, e disse.

“Oi, me chamo Matheus e o seu nome?”

Eu só fiquei prestando atenção naquele sorriso perfeito dele, e não respondi nada... Na segunda vez que ele disse eu respondi um pouco envergonhada.

“Ah, me chamo-mo Yumi.”

Então ele respondeu.

“Ah, você é a menina que veio do Japão e perdeu os pais...”

Nessa hora eu abaixei minha cabeça e disse “sim” com tom baixo.

Depois disso, ele me disse que era bom em química, e eu passei meu número de celular, para marcamos um dia de nos encontrarmos para fazer o trabalho. Bateu o sino de fim de aula, fui falar com Helena, contei tudo a mesma, e riu muito.

“Kkkkkkk, Yumi já tem pretendente!”

Eu neguei com a cabeça rindo baixo.

                                   ----Algumas horas depois----

Peguei minhas coisas e fui andando para a cafeteria para poder trabalhar. Quando anoiteceu, voltei para casa com um pouco de medo, porque não é muito legal andar anoite nas ruas de Rio de Janeiro. Voltei para casa esgotada, tomei uma ducha rápida, e deitei na cama, vi meu celular com algumas mensagens de um número desconhecido. E sim era Matheus. Meu coração foi a mil em um segundo. Respirei, e li tudo com calma, e estava dizendo que eu poderia ir a casa dele naquela semana mesmo. Eu respondi que estava tudo bem, e decidimos o dia. Fui dormir com um sorriso no rosto...

~~falar com a pessoa que gostamos é tão bom, eu me pego com um sorriso toda vez... notinhas da autora

Acordei com a campainha tocando, era Helena, eu estava atrasada, pra falar a verdade, muito atrasada. Coloquei uma short, um all star preto, uma camisa preta, escovei meus dentes, nem arrumei meu cabelo e fui correndo pra aula. Chegando lá, todos estavam sentados nos olhando sentar.  No intervalo, Matheus veio falar comigo, e novamente meu coração foi a mil em um segundo. Ele perguntou o que tinha acontecido.

“Por que você e a Helena chegaram atrasadas?”

Então eu respondi.

“Se eu te falar que eu dormi demais, vai rir de mim?”

No final ele acabou rindo, e eu me apaixonei mais ainda.

      Eu não contei a vocês, mas eu toco piano e ukulele. Sempre fui da música desde bem pequena. No japão, é comum uma criança saber, um instrumento, uma língua (que não seja a natal), e um esporte. Nasci na Ásia, mas era muito ligada a América, principalmente com os cantores. Não é atoa que meus cantores preferidos são Shawn Mendes e Camila Cabello. Matheus veio também perguntar se eu tocava algum instrumento, e foi o que eu disse.

“Ukulele e piano.”

Matheus respondeu.

“Ah legal! Eu toco guitarra, violão, sou péssimo no piano, você me ajudar! Sabia que foi a primeira menina que eu achei nessa escola que toca alguma coisa, a maioria são todas ignorantes que falam só de maquiagem, ou só dos bumbuns dos meninos do time de futebol... Você parece ser legal.”

(notinhas autora: gente, me perdooem se alguém se sentiu ofendido nessa parte :c)

Fiquei corada, e dei um sorrisinho meio bobo. Nós ficamos conversando, e até que bate o sino e voltamos para sala de aula. O professor falou e falou, e eu só fiquei pensando no que o anjo caído tinha me falado mais cedo. Ficava boba só de pensar naquilo... Mas até que escuto uma voz de longe me chamando...

...”yumi natsumi”...

“YUMI NATSUMI”

Sai do meu daydream (sonho acordado) com um surto enorme, e percebi que uma moça da cordernação estama me chamando. Fui até a sala dela, e ela me diz...

“Yumi, você terá que voltar ao Japão e morar com meus avós, pois é maior de idade, e não pode morar sozinha, sinto muito...”

A pior notícia depois que meus morreram...