História Innocent Sorrow - Cap.17 - Feelings pt2

        Quando cheguei ao local certo, a primeira pessoa que vi foi Killua, em seguida Gon, mas diferente de Killua, Gon estava caído no no chão.

        - O que ele fez a si mesmo...? - não era surpresa que Amon estivesse tão perplexo, o estado daquele garoto passava além do crítico, ele já estava praticamente morto.

        - Ele se deixoum levar pelo ódio e não mediu consequências - me aproximei e me ajoelhei ao lado do albino - não perca seu tempo aqui, o leve o mais rápido possível para fora desse país, pra um hospital, ou melhor, leve Alukka até ele - me olhou surpreso e confuso, mas assentiu sem mais o que dizer. Amon colocou o moreno nas costas do outro - rápido - disse mais uma vez e o vi partir.

        Suspirei. Eu também poderia ter feito uma escolha estúpida como aquela, por sorte Netero me levou para os Zoldycks(apesar de alguns deles serem insuportáveis, principalmente aquele gordo maldito do Milluki, não sei quantas vezes já me imaginei o torturando).

        - Não vamos atrás dele? Podem precisar da nossa ajuda - neguei.

        - Vai ficar tudo bem, posso deixar isso com ele... - a energia de Gon não era à única que havia sentido, é que também se perdia. Infelizmente pra essa outra energia, eu não podia fazer mais nada. Eu poderia ter começado a chorar, pois ele meu amado avô apesar de ser um idiota, mas nenhuma lágrima desceu, ao invés disso, um sorriso terno se formou deixado Amon ao meu lado totalmente confuso. Não o culpava, até eu não entendia minha própria reação - muitas coisas vão mudar daqui em diante, vamos, temos que encontrar Elide.

        Caminhei a passos normais na mesma direção que Killua foi. Olhei pra cima enquanto caminhava. Tenho certeza que ele foi pra um lugar melhor. "Agora vai poder descansar, velho idiota" senti uma lágrima escorrer apesar do meu sorriso.

        - Ha... Estou tão estranha... - Amon caminhava mais atrás apreensivo quanto a mim - acho que me importo mesmo, não só com Gon mas também com aquele velho... - mais lágrimas continuavam a descer - velho idiota... - E meu sorriso não vacilava - estou completamente sozinha - parei e olhei pra trás - entende? - ele arregalou os olhos.

        Tudo bem que Hisoka era meu primo de sangue e que além de sermos próximos nos dávamos bem, mas... ele não era verdadeiramente um Hagoromo. Ele detinha todas as características de um, mas a principal ele nunca foi capaz de obter. Nosso... "legado", ou seja, as caldas. Uma besteira na minha opinião, mas por causa disso e outros motivos, ele nunca pode e nem seria capaz de ser do clã. Já Netero... aquele velho idiota, era um descendente distante, que por algum motivo conseguiu o "legado" mas nunca foi capaz de o controlar, por isso nunca o usava, nem no momento mais crítico. Que injusto não? Um distante o teve e um próximo não. Enfim... com a morte dele, agora, eu sou, além do meu pai, a única Hagoromo ainda viva.

        - Ah... Sinto muito...

        - Não sinta, afinal, fui eu quem destruiu esse clã - eu estava de costas pra ele, então não sabia dizer se estava surpreso, o óbvio era que sim - apesar de me arrepender muito hoje...

        -  E pensar que suas mãos estariam sujas com o sangue dos seus parentes... - abaixei a cabeça ainda sorrindo triste. Não seria surpresa essa reação, qualquer um ficaria com nojo e... - mas por que eu deveria me importar? - me virei rápido o olhando completamente surpreendida e desacreditada. Ele sorria de leve - Eli me contou enquanto você estava distraída, você não teve culpa, se descontrolou, deixou o ódio tomar conta, com certeza aquilo que você passou era demais, pra qualquer um na sua idade - eu queria chorar muito, mas me segurava - sabe, você não está sozinha - meu peito apertou. Por favor... Não fale isso - Eli e eu estamos com você agora, e tenho certeza, que a outros além de nós que a consideram uma família - isso foi a chave pra que eu desabasse. Senti os braços dele me rodearem num abraço.

        Tantos anos tantando não me apegar, tanto tempo com meu coração congelado, e ele foi capaz de destruir isso só com essa simples frase. Não quero me apegar, não quero que aconteça tudo de novo. Ainda sou fraca e não posso proteger ninguém, por isso não devo me apegar a ninguém. Isso foi o que esteve em minha mente todo este tempo. Me abri ao mínimo, somente pra que eles não ficassem desconfortáveis comigo, mas em pensar que essa parede ia se quebra tão facilmente.

        - ... - eu conseguia o sentir sorrindo. Sabia que meu choro não ia parar tão cedo, mas eu tinha que parar, tinha coisas urgentes com que me preocupar. Aos poucos fui parando, e dentro de alguns minutos somente fungava - eu sabia que ainda havia algo aí dentro - brincou.

        - Cala a boca.. - me afastei o encarando. Agora sei o que era aquele tipo de sentimento que ele me passava - isso não quer dizer que eu vá mudar como sou hoje, eu só vou me expressar mais - levantei e ajeitei minha roupa, o ouvi suspirar e fazer o mesmo - mande uma mensagem pra Elide, diga pra nos encontrar na cede dos Huntes - o fitei vendo ainda um sorriso leve - e... - senti meu rosto esquentar - espero que não se importe de... fazer papal de irmão mais velho daqui pra frente.

        - Karma...

        - Enfim - mudei rápido de assunto - vamos indo, meu avô morreu, não tenho só uma cerimônia de respeito pra fazer, tenho que ajudar na eleição do próximo presidente já que não vou assumir no lugar afinal aquilo é chato - voltei a andar - vou ver o idiota do meu mestre de novo, e enfiar um pouco de juízo na cabeça de Gon quando ele melhorar - sorri. Estava na hora de levar tudo um pouco mais a sério. A hora de ser criança passou. Agora com meus treze anos, eu tinha mais do que obrigação de me superar, e dessa ver, eu tenho mais motivos, os melhores motivos, pra querer ficar forte.