História Insane Minds - Vermelho sangue

Abro meus olhos lentamente e vejo tudo embaraçado , minha cabeça latejava e minhas mãos tremiam.

Eu estava me sentindo fraca e meu estômago embrulhava.

— Outro surto , Ally ? — jesper , o velho doutor do manicômio me encara com seu jaleco branco e eu sorrio fraco.

— é o que parece — digo rouca e ele ri , sempre foi um homem sem sentimentos , se não estava doendo nele não importa.

Eu gosto disso.

— Você está péssima mas logo o soro faz efeito e você pode voltar para seus amigos — ele fala vindo até mim e apertando o machucado em meu braço.

— vai se foder — digo ao sentir a dor aguda me atingindo.

— que boca suja Ally , acho que teremos que dar um jeito nisso — ele diz sorrindo e eu logo percebo que me fodi. — se lembra de quando tinhas seus 15 anos e cuspiu em mim ? Eu coloquei grampos em sua boca e você sangrou por longas horas ? , infelizmente hoje eu não tenho grampos então terei que improvisar — ele diz e começa a olhar ao redor procurando por algo e logo um sorriso brota em seus lábios. Esse cara é mais insano que todos os pacientes desse lugar , bom , quase todos.

Segundos depois ele volta com três agulhas na mão e eu o encaro esperando ele explicar oq fará comigo.

— eu usarei essas 3 agulhas para fechar sua boca , as suas palavras chulas machucam meus ouvidos e acho que um pouco dor em seus lábios a fará pensar duas vezes antes de falar algo assim , juntarei seus lábios e você me diz se está sentindo dor — ele fala tudo com um sorriso calmo no rosto.

— Vai pro inferno — digo o encarando com ódio , se eu não estivesse amarrada aqui ele já teria perdido os dois olhos com duas dessas agulhas.

— Parece que vamos ter que começar o procedimento logo — ele fala e eu me debato na cadeira.

Ele não liga e prende meu rosto , uma das agulhas fura a parte direita do meu lábio inferior que logo está preso ao superior , eu não conseguia falar nada por causa da dor estridente que me atingia , o sangue corria pelo meu rosto e o gosto metálico me fazia perder o ar.

Logo as três agulhas estavam em meus lábios e minhas roupas estavam cheias de sangue , a dor era insuportável mas nenhuma lágrima ousou sair de meus olhos. A única coisa em que eu estava focada era em me lembrar de torturar esse cara até a morte.

Passei horas com as agulhas nos lábios , jesper vinha e as tirava para colocar novamente me causando mais dor.

Quando ele se cansou e tirou de vez as agulhas de mim , começou a limpar os ferimentos.

Eu não tirava meus olhos dele. Sua morte seria bem lenta e dolorosa , até o demônio teme a mim e eu não me sentiria satisfeita até ver o pavor nos olhos do velho desgraçado.

Quando já estava com os curativos nos lábios os seguranças foram chamados para me mandar de volta as celas.

Eu estava fraca então ao menos tentei algo contra alguém , todos teriam sua hora.

Os quatro seguranças me guiavam e pararam no refeitório , assim que todos me viram se calaram. Parece que não estou muito bonita.

Ignoro todos e vou até um lugar mais reservado , a minha paciência estava zero e provavelmente tentaria matar alguém.

Me sento em uma mesa no fundo do local e começo a pensar no meu plano para sair daqui , teria que adicionar mais uma morte.

— O que aconteceu com você ? — Luke chega com uma expressão preocupada no rosto , eu o encaro e olho no fundo de seus olhos azuis , ele não deveria estar aqui , não deveria estar no meio de pessoas como eu.

— Passei por um surto ontem e hoje de manhã jesper veio me ver — digo olhando ao redor enquanto batia a ponta dos dedos na mesa.

— Quem é jesper ? — Luke pergunta confuso

— O doutor responsável por esse local , mas o problema é que ele é mais doente que os pacientes daqui — digo bem perto de Luke e ele encara o sangue em minha roupa.

— o sangue é seu ? — ele pergunta segurando minha mão e eu sinto algo diferente , não era amor ou essas idiotices que os outros sentem, eu nunca amei ninguém e não acho que amarei. Eu me senti menos sozinha e isso era reconfortante.

— É. Jesper colocou algumas agulhas em meus lábios , por isso os curativos. — digo e ele aperta minha mão.

— Ele o que ? — ele pergunta de olhos fechados

— Não fique nervoso , muitas pessoas não veem as coisas do meu jeito e acabo sendo culpada por coisas piores que isso — digo e ele abre os olhos.

—Se aquele filho dá puta encostar em você mais uma vez eu não ficarei parado — ele diz se levantando claramente nervoso e eu sorrio.

— calma loirinho , quando sairmos daqui podemos o matar juntos — digo me levantando também e sussurrando em seu ouvido para que apenas ele ouça.

— no que você está me transformando , Ally ? — ele diz enquanto ainda estávamos bem próximos e segura em minha cintura.

— Apenas estou te fazendo ver o mundo do meu modo — digo e ele aperta minha cintura

— eu te beijaria agora se você não estivesse toda machucada — ele diz e eu solto uma risadinha

— se fizesse isso com minha boca desse jeito provavelmente seríamos atrapalhados por um mar de sangue. Eu gostaria mas você não está 100% no meu mundo — digo e dou um simples selinho em seus lábios.

— você é louca — ele diz e começamos a andar pelo refeitório

— só vejo as coisas de um modo diferente — digo e ele sorri

— Me mostre a sua visão — ele diz

— logo logo você estará vendo o mundo ao meu modo e ao menos perceberá — digo

Logo os seguranças começam a nos levar de volta as celas.

Chegando na minha eu arranco as roupas sujas e fico de calcinha e sutiã.

Deitada na minha cama eu penso na minha saída daqui , dessa vez tem que ser pra valer.

Vai ser majestoso , algo digno de Ally.

Espero que todos os que cruzaram o meu caminho estejam felizes porque até mesmo o diabo irá pedir arrego quando eu sair desse lugar. 

A cidade vai se tornar um lugar melhor.

Um lugar com mais cores.

Cores como vermelho sangue.