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História Insanity (Vagas Fechadas) - Capítulo 1.


Escrita por: Lady_Hanar

Capítulo 2 - Capítulo 1.




[8 de Junho (Quarta) de 2022.
Macon, Georgia.
23:54 P.M.]
        O ar estava quente e seco, do jeito que Mariska gostava. A mulher estava sentada a beira da estrada esperando por algum ônibus passar. Graças aos Insanos a maioria dos "luxos" que a humanidade tinha antes da infecção continuavam a ser usados. Graças a Deus por isso.
        Só haviam três pessoas ali, Mariska sendo uma delas, e mais duas garotas. Elas não tinham jeito de Insanas, mas nem a Abatedora tinha, então isso não significava nada. 
        A mais alta, que batia mais ou menos no queixo de Mariska, tinha longos cabelos negros, lisos, que caiam como uma cascata até sua cintura. Seus olhos eram verdes claros, quase encobertos pela franja que por vezes caia sobre os mesmos. 
        Suas roupas eram simples: shorts jeans que iam até seus joelhos e uma camiseta verde escura, escondida pelo cassaco grosso.
         A mais baixa, que batia na altura dos olhos da anterior, tinha cabelos ruivos curtos, presos em marias-chiquinhas altas. Seus olhos eram verdes claros, da mesma tonalidade dos da outra menina, indicando que elas tinham algum parentesco. 
         Ela usava calças jeans largas e surradas e uma simples regata azul.
        Mariska observou as duas com o canto dos olhos. Poderia mata-las. Afinal, ela estava entediada e o ônibus atrasado, isso com certeza aumentaria sua pontuação.
       -Você tem horas, moça? -A morena olha para ela com cautela.
       -Não. -A resposta é curta e grossa e isso incomoda um pouco a Insana.  
        -Está muito quente hoje, não está? E ainda tem essa porra de ônibus que está atrasado! -A de pele morena comenta, tentado ao máximo começar uma conversa. Já estava decidido! Se elas não respondessem não teria graça nenhuma.
        -O pior é ter que ficar aqui esperando no escuro com esse bando de gente louca por ai! -A menor diz, cansada do silêncio. A mais alta acerta-lhe uma cotovelada e a lança um olhar irritado. -O que? Se ela fosse um deles já teria nos matado! 
        Mariska segura a risada. Um erro muito comum esse... É assim que as pessoas morrem. 
       -Sou Mariska Vitelli e consigo ouvir vocês.
       -Eu sou Sarah Draw. -A ruiva diz. -E essa é minha irmã...
        -Como sabemos que você não é um deles? -A morena interrompe a irmã, tirando uma faca dos bolsos do casaco. 
        -Tente adivinhar. -Mariska responde, olhando para a estrada. Ainda sem sinal do ônibus. Quando as duas se mantém caladas ela decidi optar por um estratégia diferente. -Se fosse um deles já teria matado vocês.
        Sarah dá um pulo e se afasta da mulher, imediatamente puxando um canivete do bolso.
        -Ui! Que medo! Uma faca de manteiga. -O tom zombeteiro da Insana apenas as deixa mais atentas. -Mas sua irmã está certa. Se eu fosse mata-las já teria feito isso.   
        Nenhuma das duas dizem nada, também não abaixando a guarda. Sarah olha para a irmã mais velha, perguntando se deveriam atacar. Mariska rapidamente percebe isso e é rápida em falar.
        -Somos duas contra uma. -A morena retruca. 
        -E isso já impediu alguém? Qual é o seu nome?
        -... Alex. 
        -Bem, Alex, não existem muitas pessoas em quem você possa confiar hoje em dia. Seria muito bom tem alguém para cobrir suas costas. -Alex e Sarah se entreolham e começam a discutir. O ônibus chega e nenhuma dela parece notar.
        Empurrando uma mecha para longe dos olhos Mariska se levanta e entra no veículo. As irmãs estavam praticamente gritando uma com a outra. Se as duas fossem continuar assim pelo resto da viagem a Abatedora preferia deixar elas para trás. 
          E é exatamente isso que ela faz.


               ~•~•~•~•~•~•~

 

[9 de Julho (Quinta) de 2022.
San Diego, California.
02:36 A.M.]
        Fernanda sorria de maneira exagerada mas era a única coisa que podia fazer. O homem que a encarava de volta parecia surpreso, mas quem não estaria. Ela era uma garota que estava trancada dentro de uma caixa de vidro. 
        Outra coisa que a deixava um tanto nervosa era o fato desse homem ser incrivelmente bonito. É claro, a loura havia visto homens bonitos durante sua vida (poucos mas, havia visto) era só que... Ela nunca havia interagido com eles. 
        Ele era um homem alto, com pele bronzeada e ombros largos. Os cabelos negros caiam em ondas sobre a testa brilhante de suor (a caminhada até a casa de Fernanda era bem complicada) e sobrancelhas grossas. Os olhos, de um verde escuro que lembrava a cor de musgo, olhavam com interesse a garota presa. 
        A camiseta azul escura de botões tinha as mangas dobradas até seus cotovelos, a barra da blusa cobrindo o cinto de couro que prendia os jeans aos seus quadris. 
        -Olá! -Fernanda finalmente invoca coragem o suficiente para falar alguma coisa. -Como vai você?
        -Huh... Vou bem. E... E você? 
        -Muito bem! Mas sabe... -Ela gesticula para as paredes de vidro. -... Eu poderia estar melhor. Sou Fernanda Rupture. 
        -Logan Lancaster. -Ele tinha um forte sotaque que a loura simplesmente não conseguia identificar. -Piacere. [1]
        -Então... Tem alguma ideia de como me tirar daqui? 
        -Na verdade a signora [2] que arranjou tudo disse que já tinha pensado em um jeito. -Fernanda inclina para a cabeça para o lado, pensando na desconhecida que havia se oferecido para ajuda-la. Elas nem sequer se conheciam mas mesmo assim a adorável mulher insistiu e prometeu ajudar. 
        -Bem, e onde está ela? 
        -Foi pegar o "plano" dela. -Fernanda abaixa a cabeça de leve e se mantém calada, porém quando o silêncio se torna constrangedor ela abre a boca para falar, sendo bruscamente interrompida.
        -Papa, dove noi siamo andate? [3] -Uma voz tímida pergunta, balançando de um lado para o outro, ficando visível atrás das pernas do mais velho.
        Era uma garotinha com no máximo dez anos, com a mesma pele bronzeada do outro. Os cabelos castanhos claros apresentando madeixas alouradas, que caiam onduladas até sua cintura. Os grandes olhos verdes escuros eram outro traço que a menina apresentava em comum com Logan. Irmãos ou talvez pai e filha, Fernanda faz uma pequena nota mental. 
        -Oh! Olá! Qual é o seu nome? -A garota olha para o homem, que sorri.
        -Esta é minha filha, Carina.
        -É um prazer te conhecer. Eu sou Fernanda. -Carina não responde, se escondendo atrás de seu pai. 
         -Ela é meio tímida. 
         -Ela é muito fofa!  
         -Bem, vejo que já tiveram tempo de se conhecer. Isso é bom, mas não podemos perder tempo. -Uma outra voz diz, vindo de um lugar meio além. Uma mulher baixa, coberta por um manto escuro aparece, segurando um alicate. -Vamos te soltar dai. 
        

               ~•~•~•~•~•~•~

[9 de Junho (Quinta) de 2022.

Manaus, Amazônia.

04:23 A.M.]
        Vitória sentiu nojo ao ver ao ouvir as palavras do homem. Como ele ousava?! Aquele porco repugnante que a olhava como um pedaço de carne havia realmente dito aquilo? 
        A morena de pele branca agarrou o braço do companheiro, o impedindo de avançar sobre o homem. Que bem faria? Os olhos verdes claros, levemente mareados com o pensamento do que iria acontecer, encaram as íris castanhas de José. 
        O menino, mais novo porém mais alto que ela, tinha a pele bronzeada, combinando com os cabelos castanhos alourados, lisos. 
        -Não. -A palavra sai com uma facilidade e agressividade naturais. -Nem pensar! Se esse é o preço para ter comida e segurança eu prefiro me arriscar na floresta. Vamos embora, Vi.
        Mas a mulher não se move. Mesmo com as puxadas insistentes do outro ela não se mexe. Ela pode ouvir a risada do homem mais velho e outra onda de náusea se abate sobre ela. 
        Quantos anos ele devia ter? Uns cinquenta e tantos? Parecia ter mais. Estava acabado, com olheiras profundas, olhos pequenos e negros, barba grossa e felpuda, castanho escuro. Os cabelos eram cumpridos, caindo sobre os ombros largos e vermelhos. 
        -Vitória. 
        -Vai com a Luisa. -É tudo o que a mulher diz, sem conseguir olhar o companheiro no olho. -Só preciso resolver alguns... "Assuntos"... -A palavra lhe dava arrepios. 
        -Vi, não! Você não vai fazer isso. -José a segura pelos ombros, levantando a morena para que eles pudessem se olhar com mais facilidade. -Nós conseguimos sobreviver sozinhos, caralho! Não precisamos desses filhos-da-puta para nós ajudar!
        -O pirralho tem uma boca suja, hein? -A risada do homem faz com que a raiva de José e o nojo de Vitória aumentem. 
         -Precisamos de um lugar seguro para você...
         -Não! Cacete! Que parte de "Você não vai fazer isso!" você não entende?! Porra, eu sou velho o suficiente para tomar conta de mim mesmo!
        -Eu só quero te proteger...
        -Eu não quero a sua proteção! Eu não quero ficar dependendo de você o resto da vida! -Com cada palavra o menino apertava os ombros da mulher. -Você não é minha mãe! Você não é minha irmã! Para de tentar tomar conta de mim, porra!
        Vitória fica tensa ao ouvir isso. Ela sabia que era verdade mas, poxa, ele não precisava ter falado aquilo! 
        O olhar magoado da mulher fazem José ter vontade de engolir sua arma ali mesmo mas ele não podia permitir que isso continuasse. Não podia deixar Vitória dormir com esse lazarento só para que ele pudesse ter um lugar seguro. 
        -Vá com a Luisa. -É tudo que a mais velha diz, tentando, em vão, esconder as lágrimas que rolavam por suas bochechas. 
        E com isso a morena caminha até o líder do grupo, com passos trêmulos. Ele passa as mãos pelas curvas voluptuosas da mulher, antes de repousar sua mão sobre uma das nádegas. 
        -Sabe de uma coisa... -O homem começa, com um sorriso satisfeito no rosto. -O pirralho tem razão. Ele já é bem grandinho, com certeza já está na idade ver esse tipo de coisa. -Os olhos de Vitória se arregalam mas ela não tem tempo de protestar já que seu rosto é enfiado na mesa de madeira que se encontrava na sala. 
       Ela sente o homem, cujo o nome ela nem se lembrava, puxar seus shorts para baixo, a expondo para o ar abafado e para que todos vissem. 
        -Aposto que você sempre quis foder ela. Ficava lá, batendo punheta só pensando nessa delícia  de bunda. -Vitória cobre a boca com uma das mãos para impedir o choro de sair. Por que ele tinha que fazer isso? Já não bastava toda a humilhação que ela sentiria depois, não!, ele tinha que humilha-la na frente de sua única família! -Mas advinha só, eu vou comer ela primeiro. 
        Fechando os olhos com força a morena tenta ignorar tudo: o desconforto de ser preenchida sem preparação, o jeito como seu próprio corpo parecia trair seus sentimentos, os grunhidos de prazer do homem que a cobria...
        Quando finalmente acabou, ele gozando na perna mulher, o homem a vira de frente e encara o rosto manchado de lágrimas. 
        -Você chorou. Bom. Quer dizer que não é um "deles". -Ondas e mais ondas de náuseas se abatem contra Vitória. Tudo o que ela quer fazer é se encolher contra um canto e vomitar tudo o que comeu nos últimos dias. 
        -Então podemos ir? -Sua voz está rouca, baixa, mareada pelo choro.
        -Só mais um coisinha antes. -Seu cérebro não raciocina rápido o suficiente e ela acaba caindo no chão com a força do impacto. 
        -MAS O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO, SEU CORNO?! -A voz de José ecoa em sua cabeça enquanto ela tenta se recuperar do golpe, mas ela é atingida de novo, e de novo, e de novo, até que seu corpo todo pareceu desistir.
        -Haha! Sorte sua que seu amiguinho é um maricas e começou a chorar. Ele está limpo. -Vitória olha para o homem, sua cabeça parecia estar rodando. O homem a agarra pelo cabelo e a trás para bem perto. -Bem-vinda a família, putinha.
   
 

 

 

 

[1]-Prazer.

[2]-Senhora.

[3]-Papai, para onde nós estamos indo?
        

        
       
 



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