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História Insanos - Um novo começo


Escrita por: SrtaPradoAutora

Notas do Autor


Fic att 😂 e dedicada pra Pris - meu amor, mi carino, por pedir a atualização. Amo você ♥️
Boa leitura, amores ♥️

Capítulo 13 - Um novo começo


Emma Swan. 6 de Abril de 2003. Período matutino.

Não sei dizer se já se passa das nove, mas não me importo, sinto-me perfeitamente bem admirando-a dormir. A sua expressão um tanto tranquila reforça a ideia de que fiz o que devia ser feito. Talvez, tenha até demorado tempo demais para tomar tal atitude. 

As suas pálpebras, as suas linhas, a sua pele pálida, os seus fios negros caídos por teu rosto, os seus lábios rosados, até mesmo a sua respiração matinha-me ali. 

O tempo frio, o cobertor, o seu corpo encolhido buscando aconchego em mim. Os meus braços apertando-as contra o meu peito. 

Sem barreiras. Sem grandes contatos. Apenas o suficiente para me tirar um peso. Talvez o mundo não pese tanto. Talvez ser eu não seja tão sufocante. Entre tantas manhãs solitárias, não sinto a necessidade da nicotina assim que a realidade me bate a porta, tão pouco de algum líquido amargo. 

Regina se move lentamente. O meu lado egoísta torce para que ela não esteja despertando. Sorrio ao vê-la resmungar. 

- Bom dia! - eu disse tentando soar o mais doce possível enquanto os seus castanhos se perderam em minhas íris claras. 

Houve um breve momento de silêncio. Sem respostas. A morena não se manifestou de imediato. Eu tão pouco o fiz. Deixei-a respirar, sentindo-se pertencente ao local. A claridade não havia invadido o meu quarto graças a cortina escura, mas ainda sim já podíamos notar alguns raios solares por algumas brechas.

- Não foi um sonho causado por aqueles remédios? - apenas acenti. - Eu realmente estou sentindo o meu corpo sem efeitos de qualquer outra coisa? Nada está formigando... O ar parece mais puro, mesmo que ainda pesado. Você me parece mais leve, mesmo que ainda tenha tantas dores sendo denunciadas em seu olhar. Eu não estou sobre aquela espuma? É, eu não estou. - ela parecia querer processar cada informação. - Eu gosto de estar aqui... Nós precisamos que eu esteja aqui. - sorriu-me. Nada mais fazia tanto sentido, apenas aquele sorriso me importou. 

- Que tal observar o astro rei sem aquelas grades? Bem, ou pelo menos sentir o vento bagunçar os nossos cabelos... - eu propus. Era cedo demais para entrar em sua insanidade, ou até mesmo para descobrir a sua lucidez. Não era recomendável ter pressa, mas muito tempo lhe foi roubado enquanto seguia mantida no manicômio.

- Eu já nem sei mais como é se sentir parte da sua liberdade. Eu gosto de sentir a minha pele sendo tocada pelo astro rei. Pelo vento. Nós não os tocamos, mas eles nos toca. - a morena levantou-se cuidadosamente. Acompanhei o seu gesto para depois lhe estender a minha destra, nos levando até a varanda. 

Nenhuma palavra saiu de nossos lábios. Os nossos olhares se perderam em alguma imensidão do céu. Regina parecia uma criança sendo levada ao parque de diversões. Se eu pudesse ver a sua áurea, com certeza teria em meu alcance a mais bela das coisas da alma.  É triste dizer que se fosse ao contrário, ela poderia ter em mãos a mais triste das obras de arte criada por algum artista perdido em suas confusões. 

- Obrigada, Felicidade... Obrigada por me permitir ver um lindo amanhecer. - ela disse se aproximando de mim. Abracei-a tentando amenizar o frio.

- Regina, a partir de hoje teremos inúmeras oportunidades de assistir vários e vários amanhecer. Me desculpe por não ter feito isso antes. - eu disse sinceramente.

- Eu acho que o mais correto é eu agradecê-la por ter feito a tempo. 

***

Voltamos para o quarto. Arrumei algumas coisas para que ela pudesse tomar um banho, escovar os dentes e vestir uma roupa confortável e quente. 

***

O primeiro susto que a minha empregada teve fora com o meu pedido por um farto café da manhã. O segundo foi esbarrar em Regina. Nada que o seu olhar não me perguntasse e as suas dúvidas fossem sanadas com um breve sorriso vindo de minha parte. Em outro momento eu lhe explicaria o necessário.

- Então, nada de whysky, cigarros e um amargo café? - a senhora perguntou-me. Regina pareceu incrédula com aquela fala.

- Se procuras ingerir porcarias para iniciar a sua rotina, deveria saber que o seu dia seria sinônimo de tal palavra. - a morena disse para mim. As suas convicções são tão reais. Tão verídicas que as vezes me assusta. 

- Emma Swan deixou de se importar com o seu dia há um bom tempo, minha filha. A palavra porcaria ainda era um bom sinônimo para ela. - a velha comentou sem medo da minha presença, e nem era preciso. 

- Eu irei adorar começar o meu dia com um belo bolo de chocolate e uma xícara de café bem doce. - eu comentei, recebendo os olhares estreitos.

Não que tal frase fosse carregada de tanta motivação, talvez eu só desejasse dar por encerrado o assunto. Talvez, eu só estivesse tentando não seguir os passos que me levam para uma Emma Swan fria e mesquinha. Se no desespero da noite eu tive a necessidade de arrancar Regina daquele lugar, na calmaria da manhã, terei que ter a capacidade de fazer valer a pena tal escolha.

As consequências de um ato insano vêm logo em seguida. Ontem eu não havia pensado no quanto aquilo mudaria a minha vida. Hoje, também não o fiz. Amanhã? Não sei. Acho que está na hora de começar viver um dia de cada vez.

Eu não nego de que na maior parte do tempo o meu olhar recai sobre o seu. Foi assim na primeira vez que a vi. Foi ali que me perdi. É ali que estou me encontrando de alguma forma.

Nos sentamos para fazer o desejujum. A morena observava atentamente cada gesto vindo de minha parte e da parte da minha empregada. Quando convidei a senhora para se juntar a nós, o espanto só veio de minha parte. Talvez, as duas vêem em mim coisas que o meu ser ainda não percebeu que existe. O café tinha um sabor diferente. Doce. Suave. O seu aroma embriagou-me. Regina tinha cuidado com as coisas a qual tocava, parecia querer degustar por completo tudo. Me encanta a sua devoção pelos detalhes. Me encantava a sua expressão ao degustar um novo sabor... Ela sempre me encanta, eu só não sei o que isso significa. 

- Felicidade, me desculpe, mas é estranho a forma como tu tentas diminuir o seu vazio... Os móveis ocupam espaço, mas não fazem efeito contra a solidão. - Regina comentou assim que o seu olhar passou por cada canto da cozinha. 

- Talvez minha jovem, você possa vir ocupar mais espaço... Pelo que me parece, já está fazendo efeito! - a minha empregada a respondeu docemente. O pior era não conseguir contesta-las. 

- O bolo realmente está uma delícia! - tudo o que eu conseguia fazer era mudar o rumo das coisas. O novo me é estranho. Não nego que me assusta. Não devo dizer que não estou apavorada com a situação. Mas não é algo ruim. É só o medo do novo e o melhor é elogiar a massa de chocolate.

- Sim, o bolo está muito bom. - Regina concordou. Depois de uma última xícara de café, a morena sorriu-me. Toda vez que ela o fazia, o meu coração parecia saborear a melhor sensação de todas. 

***

Depois de muito pensar. Resolvi deixar de lado o trabalho pelo menos por hoje. Coloquei um filme na televisão e chamei a morena para assistir comigo. Peguei um cobertor e nos cobri. Não tardou para que ela estivesse mais próxima a mim. Aos poucos eu estava ganhando a sua confiança. Eu só temi o fato de poder vir se tornar o seu porto seguro. O meu desejo é deixá-la em paz e mostrar-lhe a sua força. 

 Eu quero ajuda-la a se desprender dos seus fantasmas. Mas já era hora de perceber que fazê-la reviver o passado só faria Regina se render a ele.

Uma animação me pareceu bom. Um dia tranquilo. Um bom filme. Uma tentativa de acertar ao nos permitir um recomeço.


Notas Finais


Perdoem o capítulo curto e a demora e não desistam de mim 😂♥️


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