História Insecurity - YugBam - Epilogue

  Exatamente dois meses depois...

  Kunpimook respirou aliviado ao acordar e encarar o relógio; marcava as exatas oito e meia da manhã e nem um minuto a mais. Sentia-se muito bem acordando mais tarde do que costumava. Continuou deitado na cama por mais um tempo como se esperasse a alma voltar para o corpo, enquanto encarava o teto do quarto do namorado e logo depois as roupas jogadas pelo chão, soltou um suspiro e um riso baixo assim que as viu, passando a mão pelo rosto, sentiu um frio na barriga e o arrepio correr até por sua espinha só de lembrar da noite passada. Meu deus, que noite!

  Levantou-se do colchão, vestindo apenas sua box cinza e a camisa do namorado, que parecia mais uma camisola em si. Escovou os dentes e caminhou em passos preguiçosos e sonolentos até cozinha, vendo Yugyeom de costas para si, cortando algumas coisas no balcão. Bambam se aproximou lentamente, envolvendo sua cintura e deixando um selar úmido na curva de seu pescoço. O ato repentino acabou assustando Yugyeom, que largou a faca no mesmo instante.

— Aish... Bambam! — Bufou. — Você me assustou. — Resmungou ainda de costas, porém virando para encarar o namorado logo em seguida. — As vezes eu penso que sou uma girafa quando vejo você vesti minhas camisas. — Riu o puxando pela cintura, devolvendo o beijo anterior que Bambam lhe dera.

— Bobo... — Revirou os olhos.

— Por que você não dormiu mais um pouco? — Fez bico. — Estragou com a surpresa.

— Quê surpresa?

— Ia te levar café na cama. — Suspirou. — Hoje é dois de Maio...

  Bambam riu do bico do mais alto e o beijou, ainda com um sorriso nos lábios.

— Relaxa, Gyeom-ah, você já é um presente e uma bela surpresa, eu realmente não preciso de outra coisa.

— Que frase mais clichê, Kunpimook. — Revirou os olhos. — E eu sei que não é verdade.

— Quem disse que não? — Arqueeou a sobrancelha. — É a mais pura verdade, ok?

— De qualquer forma, eu comprei um presente para você.

— Comprou? — Sorriu animado, observando o namorado assentir. — Deixa eu ver.

— Vem cá. — Yugyeom soltou a cintura alheia, dessa vez puxando o mais baixo pelo braço, até a sala. Bambam encarou a caixinha vermelha com o cenho franzido, revezando o olhar entre o namorado e o suposto presente.

— O que é isso...? — Sentou-se no sofá pegando a caixa. — Posso abrir? — Yugyeom permitiu sorrindo.

  Bambam tirou a fita preta com delicadeza, abrindo abrindo a embalagem. Deparou-se  com um cordão, que carregava um pingente dourado, onde seu apelido estava gravado: 'Bammie'.

— Céus, Gyeomie... — Sorriu, encarando ao pingente a sua frente. — É muito... — Suspirou satisfeito. — É perfeito!!! — Encarou o mais novo que também sorria. — Obrigado, amor.

— Olhe só... — Colocou a mão no bolso, logo estendendo o cordão para Bambam. — Também tenho um... 'Gyeomie'.

— Oh, eu tive uma ideia, acho que vai gostar. — Pegou o pingente da mão do namorado e os trocou. — Eu fico com o seu e você fica com o meu, sim? — O mais novo concordou.

— Bom... Eu ainda tenho um outro presente.

— Oh, sério?!?! — Sorriu entusiasmado. — O que é?

  Yugyeom se levantou, pegando a sacola preta atrás da televisão. Entregou ao tailandês que a pegou rapidamente tirando a embalagem o mais rápido possível.

— Yugyeom-ah!!!! — Já induzindo o que era, Bambam abriu a outra caixa com um sorriso ainda maior que o anterior. — Eu não acredito que você.... — Riu soprado. — Você comprou o relógio que eu queria!! — Sorriu, tirando o relógio da caixa. — Mas... Você me disse para não comprar, porque era muito caro.

— Eu disse isso porque eu queria comprar para você no dia do seu aniversário. Não foi tão caro assim, na verdade.  — Deu de ombros. — Fiquei com medo de errar o relógio e comprar o errado.

— Você nunca erra, Yug. — Sorriu, segurando o rosto alheio. Yugyeom aproveitou para puxar o namorado para um beijo, que foi devidamente retribuído pelo mais velho.

— Vamos tomar café, fiz tudo do jeitinho que você gosta.

  E Yugyeom estava certo, tudo estava do jeito que o tailandês gostava, seus pratos e doces preferidos, arrumado do jeito que gostava. Bambam diria que estava perfeito.
Horas depois, quando já haviam terminado o café, sentaram-se no sofá para assistir qualquer coisa na televisão debaixo do cobertor, com as pernas entrelaçadas e as mãos entre estas. Yugyeom aproveitou para deitar a cabeça nos ombros do namorado, afim de sentir melhor o aroma do sabonete de lavanda que ele usara no banho recente. Bambam passou a sentir cócegas no ombro direito quando o coreano começou a deslizar suavemente a ponta de seu nariz no local, as vezes cheirando e beijando ali. O tailandês não reclamou, soltando apenas um riso melodioso voltando a olhar para o que passava na televisão a sua frente. Yugyeom continuou a acaricia-lo daquele modo por um bom tempo, até se cansar de pressionar seus lábios só contra os ombros do rapaz. Chamou pelo nome do namorado de jeito manhoso e, quando o mais velho o encarou por fim, lascou-lhe um beijo que sequer foi recusado, ainda que tenha sido totalmente inesperado pelo outro. Os lábios alheios tinham gosto doce, devido ao chocolate quente que tomara com a intenção de tentar aliviar o frio. Sugou e chupou a língua do mais velho já sabendo que soltaria um sôfrego e que depois seguraria sua nuca; o fez, como previsto. Era só um beijo comum, diferente dos outros, mas comum. Não tinha pressa, mas também não era calmo demais; não era exitante, mas também não deixava de ser gostoso e desejado por ambos. As línguas iniciaram uma guerra, ambas querendo dominar a outra.
Aquele ósculo dizia muitas coisas. Pela parte de Bambam um 'te desejo', 'não cogite a possibilidade de me deixar'; por Yugyeom um 'feliz aniversário', 'passaremos nossa vida inteira juntos', 'nunca vou te mandar ir embora' e os dois queriam dizer a mesma coisa: 'eu te amo'. Uma jura de amor assim simples e fácil de ser dita, entretanto com sua particularidade; diferente de algumas, aquela era verdadeira, aquela frase que era tão importante e que saía com facilidade dos lábios de muitos direcionada para muitos, as vezes nem soava sincera e pura, eram só palavras jogadas ao vento frio e congeladas depois, sem importância, mas, para aquele casal, um 'eu te amo' carregava consigo não só sentimentos, mas também memórias, histórias, trajetórias e dedicatórias. Mais do que três palavras, aquele 'eu te amo', que embora não tenha sido dito naquele momento, foi sentido por ambos, trazia consigo encorajamento para os rapazes; encorajamento para perdoarem-se quando necessário, escutarem-se até quando desnecessário.

— Feliz aniversário, amor. Eu espero passar todos os seus dois de maio ao seu lado. — O mais novo findou o beijo, ditando tal frase lentamente ao roçar seus lábios nos lábios do outro.

— Dentre todos os presentes que você me deu hoje, esse beijo foi melhor deles. — Sorriu sendo acompanhado do parceiro. — Obrigado de novo, Gyeomie.

— Eu te amo.

  E como se concordasse e dissesse que também o ama, Bambam balançou a cabeça.

— A gente pode repetir esse beijo? — Kunpimook riu baixo, concordando brevemente.

— Quantas vezes você aguentar.

— Então nós vamos ficar assim pelo resto do dia. — O Kim permitiu-se apenas sorrir pequeno, deitando o tailandês no sofá que, por sua vez, segurava sua nuca. — Ou pelo resto do semestre.

— Por mim tudo bem, não é como se eu fosse dispensar um beijo seu.