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História Inside the Movie - Dezoito


Escrita por: Cold_Sky

Notas do Autor


Oi, gente voltei! Como foram de festas de fim de ano?
Então chegando e venho com um aviso. Lá nas notas finais, ATENÇÃO!

Capítulo 19 - Dezoito


 

Dezoito

 

OS MEUS olhos sentiam a mesma dor que o meu peito; a droga da voz daquela mulher anunciando o voo a cada cinco minutos me deixava nervosa. Estou numa atmosfera tão diferente de sábado passado, deixei de ser Beatrice admirada para ser um rio de tristeza e agonia.

Lucy e Nina estavam conosco no aeroporto, fora Chris quem pedira que viessem, para me ajudar a ir embora depois. Acho que vou me jogar no banco de trás do táxi e ir pra casa como uma criança aninhada no colo da mãe – Nina assumindo este papel. Estas duas ficarão responsáveis por me manter bem nos dois meses. Chris ainda pediu que eu ficasse no apartamento dele, se isso fosse me ajudar.

– Vem cá! – Chris me abraçou. A voz dele estava abalada, mas firme para tentar me dar suporte. – Cuide-se, por favor, você precisa continuar sua vida como se nada tivesse acontecido. Não quero te ver abatida!

Eu me entregava em seu abraço quente; o calor de seu peito me faria tanta falta, o deixava aquecer todo o meu ser; o som de seu coração acelerado não faria mais parte da minha noite, eu dormiria sozinha.

– Nina vai ficar mais chata do que antes, não se preocupe, ficarei bem. – Tentei rir e não consegui, mas ele e minha prima riram. Olhei para ela e Lucy lado a lado.

– Eu também vou cuidar dela, a amo tanto quanto você. – Virei para Lucy a tempo de ver sua piscadela para mim. Eu ri de leve, agradecia mentalmente pelo carinho.

Ele me soltou e segurou meu rosto entre as mãos me obrigando a encará-lo.

– Vou te ligar todo dia, por vídeo, e a gente pode se ver. Se eu ver uma olheira fina no seu rosto, eu vou ficar chateado! Entendeu?

Tentou ser mandão.

– Prometo fazer o possível, mesmo que eu chore vez ou outra de noite, ok? Mas você também precisa ser forte lá, não fale só de mim. – Levantei na ponta do pé e beijei seu rosto. Não fui mandona como ele, só cuidadosa.

– Pode deixar, sabendo que você estará aqui eu vou ficar bem. Ok? – Abriu um lindo sorriso singelo, e um breve brilho nos olhos. Consegui sorrir, mesmo que a mulher tivesse dado a última chamada para o voo da Nova York. – Eu te amo.

Chris me apertou e descansei a cabeça em seu ombro, era possível sentir o seu perfume doce. Respirei fundo e não deixei mais lágrimas caírem por meu rosto, esta despedida é só um até logo, não vou morrer antes de vê-lo novamente.

– Nunca me esquecerei disso, e não se esqueça do meu amor por você. Ele é maior do que imagina! – Sorri.

O momento mais difícil chegou, ele teve que se despedir e entrar no portão de embarque. Ficamos longe de todos, pois a vaca não podia saber da minha presença. Mas se eu a visse lhe daria uns tapas.

Honestamente, não foi tão doloroso. Como Chris disse, um espera o outro com todo o seu amor que parece ser incapaz de mudar com esta distância. Vou e empenhar ao máximo na faculdade, ser forte e dar motivo para que ele fique feliz do outro lado do mundo. Desejo ter o mesmo dele!

Pegamos um táxi e fui pra casa com Nina, só iria para o apartamento dele no próximo fim de semana, resolvi dar um tempo para eu mesma. Minha prima quer ligar para Luke e faremos algo para distrair, mas eu não tinha vontade. Acho que, no fundo, eu voltaria para minha pacata vida de antes, sem graça e estudando mais normalmente – excessivamente.

 

 

VOU RESUMIR o meu primeiro fim de semana sozinha: cheio, mas sem graça. Contradisse o que eu esperava, mas fui arrastada por um furacão chamado Luke. Sábado eu ainda fiquei em casa, ouvindo todos os CDs do Ed que eu tenho no notebook. Se eu fosse para o apartamento de Chris, seria pior, vou esperar esta fossa passar um pouco. Fui passear com Nina e Luke no domingo de tarde. O garoto conhece muitos lugares de beleza e lojas boas e baratas.

Depois de uma repaginada na minha pessoa – unhas, hidratação no cabelo, limpeza e creme no rosto, nós demos umas voltas por lojas. Luke ainda fez de tudo para pintar meu cabelo de vermelho, no salão, mas eu não tive coragem. E que tipo de lojas nós fomos ver? Lingerie. Luke sabe do meu namoro, somente ele sabe de Chris fora da família. Quer dizer, sem ser Nina e Ian. Essa foi a única parte que achei divertida e proveitosa. Aliás, fizemos compras para a futura viagem de Nina. O garoto estava extasiado com ela virando atriz, mesmo iniciante.

A semana passou arrastada, os dias passaram a ter quarenta e oito horas e as horas vinte e quatro horas. Eu ia pra casa depois da faculdade com pressa, achando que fosse tomar banho de banheira, mas eu só tinha uma ducha quente. Passava horas no banho chorando de baixo d’água, fantasiando que alguém iria invadir meu banho. Totalmente depressivo!

Quando eu estava em aula, parecia um pouco melhor, era aquele meu mundo particular. Às vezes os elogios dos professores me faziam sorrir, mas não de felicidade e sim contentamento. Recebi algumas notas, eu poderia ficar de férias logo no final de novembro, eu só precisava fazer as dissertações dos trabalhos finais. Aquela minha prova de Anatomia? Foi a melhor delas!

A única parte boa de verdade da semana, que me fazia sorrir espontaneamente, era minhas conversas com Chris de noite. Percorríamos a madrugada na internet, rindo e trocando palavras de conforto. E antes de cada contato com ele, eu passava um pouco de maquiagem para não mostrar minha cara inchada. Ele deixou bem claro que eu não podia ficar abatida! Mas se ele percebeu, não falou. Ficava me elogiando o tempo todo pelo desempenho na faculdade.

Já era fim de semana outra vez, eu me via sozinha no apartamento de Robert. Não havia nenhuma disposição em mim, estou muito preguiçosa agora que não trabalho. Evito pensar “se Robert estive aqui, estaríamos...”, pois pioraria.

– Lucy, você pode ir pra casa. Se eu quiser comer alguma coisa mais tarde eu me viro. – Fui até a cozinha e falei com ela que se preocupava tanto com me manter bem. A cada hora perguntava se eu precisava comer.

– Ok, você pode me ligar se precisar. Ainda tem salada de bacalhau na geladeira é só esquentar se tiver fome. Não durma tarde e não fique na friagem! – Lucy tirou seu avental e caminhou até mim, me dando um abraço.

– Agora sei por que Chris confia tanto em você. – Fechei os olhos em seu abraço. Eu não estava completamente sozinha aqui, havia Lucy.

– Ora, eu sou uma mãe, não gosto de ver ninguém sozinho e deixá-lo por conta própria. É instinto! – Alisou meu rosto e deu as costas rapidamente para pegar sua bolsa na cadeira da bancada.

A companhia dela era boa, afinal. A comida contava muito, mas o jeito especial de me tratar faz eu me sentir bem. Sinto-me mais familiarizada com Lucy no apartamento.

– Quando voltará ao apartamento? – Perguntei. Sem Chris aqui, ela vinha com menos frequência.

– No próximo fim de semana, espero te ver aqui. – Me deu uma piscadela. Eu ri e assenti com a cabeça, ficar aqui parecia ser mais suportável.

– Vou mandar lembranças suas para Chris, ele deve ter saudades da sua comida. – Lucy devia nos dar aula. Como melhor quando estou com ela do que em casa ou em qualquer restaurante da Califórnia.

– Porque não traz sua prima aqui? Quero conhecê-la.

– Verei com ela. A viagem pra Nova York é daqui duas semanas, acho que vai gostar de vir aqui antes de partir. – Contei. Ficarei três dias sem Nina, talvez uma festa do pijama antes fosse bom.

– Ótimo!

Ganhei meu último abraço antes da mulher sair.

Fim de sábado não havia o que fazer além de esperar Chris me fazer chamada de vídeo e colocarmos nosso assunto em dia. Por incrível que pareça, eu arrumava assunto para falar todo dia. Nina e Luke eram ótimos juntos, as maluquices deles para me fazer alegre não têm limites. Eu me vejo forçada a rir só para eles acreditarem no meu bem estar.

Como toda noite, eu ficava ansiosa para ele me chamar. Oito da noite, esse é o horário marcado de sempre. Faltam dez minutos, então fui ao banheiro ver como está minha aparência. Bom, parece melhor que a de costume, só penteei o cabelo. Voltei correndo para o quarto e peguei o celular, sentando no sofá grande, e vi que havia uma mensagem.

“Oi! Posso fazer a chamada de vídeo?” ele sempre pergunta primeiro.

“Sim! Quero ver seus olhos, mensagens não me permitem ver sua beleza e sonhar depois.” Respondi.

Demorou uns trinta segundos para chegar a chamada de vídeo. Aceitei já com um sorriso e lágrimas nos olhos. Eu sentia emoção e saudades, chego a voltar ser criança quando ganha doce.

“Kat...” Chris suspirou quando me viu. Comigo não foi diferente; seu rosto estava iluminado por uma iluminaria, estava com uma camiseta branca para dormir, cabelos bagunçados e sorriso impecável.

– E o mundo faz mais sentido agora, percebe? – Passei o dedo em seu rosto na tela.

“É o seu sorriso... Está no meu quarto?” ele riu e estreitou os olhos numa expressão divertida. Eu acompanhei aquele som harmonioso como uma harpa; joguei a cabeça pra trás no braço do sofá e deitei levantando a mão com o celular para me captar.

– Estou em casa, não acha? Sigo suas ordens para ficar aqui, tinha razão em dizer que seria bom passar alguns dias.

“Sinto alívio em ver como está sem mim. A minha cabeça martela todo dia com o som das ruas de Nova York!” riu.

– Porque não volta pra casa, então? – Ironizei. Arqueei uma sobrancelha e o vi fazer uma expressão dizendo que aquilo não era uma má ideia.

“Céus, como eu quero estar com você!” Ele jogou a cabeça pra trás e riu entre dentes. Seu pescoço ficou amostra, me dando vontade de beijar todo seu caminho até os ombros. “Depois da correria durante os dias eu vou pra cama pensando em você e tudo passa. Os sonhos são os remédios.”

Prensei os lábios e sorri um pouco envergonhada. Levantei e fiquei sentada com um travesseiro nas costas.

– Lucy está cumprindo bem seu dever, Nina também. Eu quase não choro, se quer saber! Lucy mandou um abraço e quer que volte logo.

“Mande outro no meu nome. E como estão os preparativos da viagem de Nina? Ela deve estar entusiasmada.”

– Bom, talvez seja bom dizer que por causa dela até eu fiz compras.

“Claro, estou lembrado. As lingeries...” os olhos dele pareceram gostar de imaginar as peças que comprei.

– É só isso que te agrada!?

“Hummm... Em tempos que estou longe de você... Serve como fantasia pra minha cabeça quando vou ao banheiro.”

Simplesmente não acredito ter ouvido aquilo. O rosto dele foi bem cínico, arqueou uma sobrancelha e tentava fazer minha imagem na tela.

– Mais que absurdo! Pensei que achasse mais sexy eu usar as suas roupas.

 “Verdade! Eu amo te ver com uma blusa larga, deixando um pouco da sua bunda levantar a blusa”. Fechou os olhos e tentou ver algo. “Experimenta uma lingerie e mande foto para eu ver, só assim terei certeza.”

Arregalei os olhos e alinhei os ombros rígidos. O olhar azul e intenso do outro lado acompanhou um sorriso encantador.

– Quer um nude? Não mesmo, vai ficar sem me ver por dois meses. E só por castigo, irei com Luke fazer mais compras. – Ainda fui durona, mesmo com a vontade extrema de rir. Chris fez uma cara de decepção, nunca imaginou que sua namorada iria negar uma foto. – Sem fotos para sua masturbação.

“Oh, meu Deus, Kat! Você acha mesmo que faço isso?” esfregou os olhos.

– Difícil dizer que não.

“Penso muito em você...” as esferas azuis miraram o meu rosto de um modo que me afetou profundamente. “Mas não faço isso. Meu corpo é meu, mas é todo seu. Quero ter o melhor prazer que um homem pode ter com você. No momento, só me delicio de seus olhos e sorriso.”

Deixei uma lágrima cair.

– Você é lindo. – Aliso a tela outra vez.

“Kat, não brinque comigo. Mas quero uma foto de verdade, pode?” Sorriu sincero.

Sem jogos ou perversão, apertei o ícone da câmera e enviei uma foto no mesmo instante. Minha aparência não estava tão ruim, eu vestia um short de pano fino e uma blusa laranja também fininha. Era um baby doll bonitinho, a foto só apareceu da cintura pra cima.

– Assim tá bom? Uma coisa mais natural, alegria no rosto por falar com você e nada de sorriso forçado. – Perguntei ao enviar. Chris abriu um sorriso sem mostrar os dentes, o som de sua respiração calma e olhos analisando a imagem.

“Nuca vi nada igual, Kat. Obrigado!” agradeceu da forma mais normal possível. “Aqui na Nova York tem lojas ótimas, prometo fugir um dia e comprar algo para te enviar.”

– Consigo imaginar as pessoas surtando ao dar falta de você. – Eu ri. Ele bufou do outro lado, pouco importava o que a produção faria consigo. Acho que Chris se sentia tão preso, que realmente necessitava de um tempo.

“Fique despreocupada! Todas as gravações correram bem até agora, estamos no prazo e quem sabe adiantados...” o sorriso dele foi encantador. Abri um rojão de fogos no peito, isso seria uma volta pra casa chegando antes de dois meses?

– Verdade?

“Há uma chance. Eu não quis falar antes, preferi esperar a semana acabar e o diretor falar como respondemos as expectativas. Dou o meu melhor todos os dias, está dando certo.” A felicidade era nítida em ambos. Até eu me lembrar de uma coisa irritante.

–Candice! Como ela está se comportando com você? – Fechei o rosto e tentei não tremer de raiva ou eu derrubava o celular.

Chris riu, algo divertido veio em sua memória. Talvez ela tenha morrido, quebrado uma perna ou com sorte o pescoço...

“A rotina está cansando demais a pobre loirinha, fica trancada no quarto do hotel sempre que somos dispensados. Ela não tem tempo de pensar em me cantar.” Falou com o rosto sereno e não me deu um pingo de preocupação.

– Que bom! Mas qualquer sinal de veneno dela, seja duro. – Cerrei o punho e mostrei para ele ter força.

“Humm... Como assim ser duro?” zombou.

– Não me venha de gracinhas agora! – Brigo.

A nossa conversa varreu a noite, como todo dia. Chris contou como foi difícil fazer uma cena fugindo pelas ruas e dentro de um shopping movimentado. Tento imaginar Nina no meio daquilo tudo! Até mencionei que pensei em fazer o teste também, mas contei que preferi não arriscar. Já imaginou eu atuando com Candice? Falha total. Nós dois rimos, ela teria um colapso.

Contei a ele meu desempenho na faculdade e isso o deixou mais que contente. Assim que ele voltar, estarei livre e poderemos viver nosso tão sonhado amor.

 

 

VOZES ECOAVAM no meu consciente, jogavam-me contra a parede do mundo escuro do medo. A semana começou. De manhã eu acordei com uma enxaqueca insuportável, o meio de minhas sobrancelhas doía que mal podia manter os olhos abertos sem ter uma martelada na cabeça. A primeira ação quando acordei, foi ver o celular sem uma mensagem sequer.

Saí de casa pra faculdade tendo comido só pedaços de uma maçã. Como ontem foi o dia que não tive aula, esperava passar muito tempo com Chris no celular, mas ele não apareceu. Com passos largos entrei no prédio, o relógio no meu pulso dizia que faltava pouco para minha aula.

– Você anda rápido, hein!? Tem prova neste tempo? – Um amigo começou a caminhar ao meu lado pelo pátio central.

– Graças a Deus não! – Eu ri para ele, odiaria ter uma prova com a cabeça embaralhada. Zach abriu uma expressão serena, distribuiu brilhos nos olhos azuis. – Tudo bem com você?

Começamos a subir as escadas. Minha primeira aula fica no segundo andar.

– Faço meus dias seguirem, não tão bem quanto você.

– O quê? – Aquilo me deixou espantada. Será se Zach ia voltar a tentar se aproximar de mim? As três semanas que se passaram desde que estou namorando com Chris, o garoto se mostrou apenas amigo.

– Como está seu namoro a distância?

Eu bufei. Ele não sabe sobre quem se trata, mas contei que meu namorado viajou.  Pergunto-me o que ele quer saber! Esperando uma brecha, talvez.

– Normal, embora a saudade aumente só de ver o rostinho dele na tela do celular. É a vida, temos que trabalhar pra sobreviver, então... – Dei de ombros, não quis soar preocupada com meu namorado para Zach.

– Desejo sorte pra vocês, então. – Arqueou as sobrancelhas, sugestivo. Zach estava insinuando algo, eu sabia. – Eu estou enrolado como você, não sei como agir.

Chegamos ao segundo andar e eu saí da escada indo para o corredor. Zach me seguiu, embora eu ache que este não é seu andar.

– Quer me contar alguma coisa? – Perguntei.

– Ok... – O loiro estreitou os olhos e pensou um pouco. O que devo esperar dele? Pela sua expressão vejo que não devo esperar coisa boa.

– Zach, seja sincero por favor.

– É estranho, porque eu meio que havia me fechado depois de gostar de você, mas eu conheci uma garota interessante. – Começa.

Do jeito como meus olhos se arregalaram, ele riu de mim. Não era nada para me preocupar com ele, só dar os parabéns, se ele estiver namorando.

– Legal! E como disse que está enrolado com isso? – Apontei para ele me seguir. Fomos juntos pelo corredor cheio, todos da área de medicina.

Pumft... A única garota com quem falei em dois anos foi você. Eu perdi o jeito!

– Perdeu o jeito? Que tipo de homem você é? – Não evito rir.

– Não sei como posso conhecê-la melhor, quer dizer... Como fluir normalmente com as coisas, sem forçar. – Ele mostrou total medo nos olhos e ombros.

– Ah, fácil! Lembra quando saímos? Você me levou em uma loja de CDs e foi legal, falamos sobre gostos e nos conhecemos bastante. – A gente conversava e desviava de outras pessoas.

– Sério? – Devido sua fala comigo, acho que ficou com dúvidas. E depois que nós saímos, houve muito coisa. Nina hospitalizada, minha briga com o próprio Zach, minha aproximação de Chris.

– Certeza! Você é um bom amigo, gosto da sua companhia. Ela também vai gostar. – Encorajo.

Aquele dia não foi estranho, como achei que fosse ser. Zach não deu em cima de mim e foi gentil, ouvimos trechos de vários CDs e tivemos um dia diferente entre amigos. Tenho certeza que outra garota, com intenções diferentes da minha, amaria. E o loiro é bonito, cá entre nós, mas prefiro meu moreno.

– Se você diz... Eu preciso ir! Depois a gente se fala. – Zach me abraçou rápido, até me pegou de surpresa, mas não vi problemas.

O loiro passou rápido pelo corredor, voltando às escadas e seguindo seu rumo de Engenharia. Deus sabe como eu gostei daquela conversa. Não só por ser livre de declarações, mas por ele estar se encaixando na vida.

Entrei na sala da minha primeira aula. A minha cabeça ficou um pouco mais suave agora, tomara que continue. 

 

 

O DIA DE aula foi sossegado, nada que me cansasse ou perturbasse. Ia pra casa, mas desejava era conversar com Chris. Cheguei em casa de mansinho, Nina estava lá com Ian e não queria quebrar qualquer clima que estivesse rolando.

Coloquei a cabeça pra dentro da porta, não havia sinal deles na sala. Entrei sem fazer barulho.

– Oi, Kat. – Ouvi por trás de mim quando fechava a porta. Virei para o corredor dos quartos e vi Ian, cabelos escuros arrepiados, casaco branco e azul, e um sorriso assanhado.

– Chegou na hora do jantar! Com fome? – Nina apareceu atrás dele. Não tento imaginar os amassos que eles deviam estar dando lá dentro. Talvez eu esteja sendo maldosa demais! Ela está de resguardo.

– Você faz o jantar no quarto, legal! – Não consegui não ser irônica. Ian riu alto, seu peito tremeu e o semblante permaneceu sereno. Ele caminhou até mim em seguida, parada na frente da porta, pegando minha bolsa da faculdade cheia de livros.

– Não machuquei a sua prima, eu juro. – Mostrou as mãos em rendição.

– Você é confiável, ela não. – Apontei rindo para minha prima que já havia sumido na cozinha. O moreno deixou minha bolsa sobre o sofá, enquanto fui a cozinha.

– Ela está bem, aquele abalo sentimental passou.

Confirmo com a cabeça. Sei o quanto ela melhorou.

Senti cheirinho de frango empanado, que com certeza não foi Nina quem fez. Ian cozinha um pouco, aposto que ele fez o jantar. Ou minha prima não estaria entusiasmada assim!

– Pode parar com as gracinhas! – Ouvi de Nina assim que entro na cozinha.

– O quê? Só você pode tirar sarro de mim? Vivemos em um mundo igualitário. – Lavei as mãos na pia mesmo e peguei um prato na mesa.

Rindo, eu me sentei à mesa e comecei a pôr meu prato.

– Nem tanto. – Nina disse, dando um selinho no namoro que veio fazer companhia para o jantar.

É! Nem tanto.

Eu tive que admitir: a comida de Ian é boa. Ainda não sei por que minha prima nunca aprendeu. Passamos o jantar fazendo graça. Ian é tranquilo, aceita as brincadeiras e pelo menos agora ele e Nina não ficam implicando que eu não beijo. Na verdade, ninguém falou sobre Chris na mesa. Ou de bebês. Falamos sobre a viagem, quase chegando. Ele está entusiasmado para ir, ainda mais por ver como a namorada está superando a perda e focando na vida pessoal.

Tomei meu banho e fiquei quietinha no quarto, com fones de ouvido após o jantar. Fiquei olhando a hora, doida para Chris me chamar e a gente se vê. Esperei e esperei. Tirei um cochilo, acordei espantada pensando de não ter visto sua mensagem, mas não perdi coisa alguma.

– Cadê você? – Olhei o celular. O que pode ter acontecido?

Prefiro achar que Chris pegou no sono, assim como eu. Digito uma mensagem rápida, para chamá-lo.

“Boa noite, você pode falar?”

Envio e deixo o celular de lado. O estresse batia a minha porta, e são tempos que eu estou até bem com relação a isso. Mordi o canto da boca, o nervosismo acabou por dar sede. Levantei rapidamente indo até a cozinha, encontrando minha prima usando o casaco branco e azul que Ian usava. Sabe, olhar isso me deu vontade de matar Robert por conta daquela noite em que ele não quis dormir aqui.

– Usar a roupa do namorado depois de fazer amor é sexy. – Arranquei uma vermelhidão do rosto dela. – Desculpe, estou nervosa, sei que vocês não fizeram nada. Chris não está online pra falar comigo.

Hmm... – Ela bebeu um copo de água. – Relaxa, o trabalho dele não é fácil, deve ser só isso.

Ela me encorajou.

– Essa foi a primeira coisa em que pensei, mas fico com saudade dele. – Coloquei meu copo e bebi. A água levou um nó preso na minha garganta e me senti um pouco melhor.

– Kat, não tenha medo. Eu vou vê-lo daqui uns dias, te direi o quanto ele está passando bem.

Ahh... – Dou um suspiro de lamentação sentando à mesa. – Eu queria muito ir com vocês, Chris me pediu antes de viajar. Mas tenho trabalhos escritos, dissertações pra entregar durante a semana.

– Tudo bem, eu direi a ele.

– EU queria dizer isso a ele, mas não tenho conseguido. – Apoio os cotovelos na mesa e sinto vontade de chorar.

A garota puxa uma cadeira e senta ao meu lado, abraçando meus ombros.

– Estou deixando tudo um saco, não é!?

– Claro que não. Você está triste, mas eu não vou deixar isso acontecer.

– Obrigada. – Digo. Ela quer retribuir o que fiz.

– Não fique acordada a noite toda, durma e quando ele tiver tempo pra falar vai te chamar. Chris odeia esta distância assim como você. – Ela pegou meu ombro. Meu rosto ficou cansado, o que não sentia faz tempo.

– Obrigada, vou mesmo dormir.

 


Notas Finais


Foi uma despedida fofa? E a conversa deles? Desculpa se peguei pesado kkkk
Vamos para a notícia!
Então... A fic já está chegando no fim, deve ter só mais três capítulos. Isso é ruim, eu sei. Não chorem, e não me matem, por favor. T.T


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