1. Spirit Fanfics >
  2. Inside your heaven >
  3. Reencontro

História Inside your heaven - Reencontro


Escrita por: Verbenna

Notas do Autor


Olá,a todos.
Mais uma vez agradeço a todos que leem esta simples história. É uma honra.
O capítulo está um pouco grande, mas há várias coisas sendo retratadas.

Boa leitura!

Capítulo 5 - Reencontro


Fanfic / Fanfiction Inside your heaven - Reencontro

Despertou. Mal se lembrava do que houve, embora soubesse que sofreram algum ataque. Só se lembrava do pai entrando em sua frente, do estrondo, dor e o silêncio. Estava dolorida, confusa. Mas, estranhamente, sentia-se segura ali. A visão ainda não era muito nítida, mas, estava vendo direito? Talvez o baque tenha afetado seu cabeça. Ela pisca algumas vezes, o olha surpresa e, ao mesmo tempo, feliz ao reconhecer aquela pessoa,  dando-lhe um momento nostálgico, sim, fora salva antes e por ele também. Mas como foi parar ali, no... colo... dele? Ouviu-o dizer seu nome. Essa nova sensação lhe trouxe tranquilidade.

- Você... Como vim parar aqui? O que aconteceu? – Tentou mover a cabeça e percebeu que estava firmemente segura em seus braços.

- Não se lembra? – Ela nega com a cabeça. – Bom, você e seu pai foram atacados por um grupo de espectros remanescentes. Chegamos a tempo de defender vocês, mas a senhorita foi lançada lá de cima. Por sorte consegui salvá-la.

Ela estava admirada com tudo isso.

- Oh, e meu pai? Como ele está? – Ela se afligiu.

- Está bem. Não se preocupe. Como se sente? Não percebi ferimentos graves, mas sente dor?

- Sinto-me um pouco dolorida, mas já caí de cavalos várias vezes e ainda caio. É a mesma sensação. Mas estou bem. Obrigada por me salvar.

Ele a analisou. Sem dúvida, tê-la envolvido com seu cosmo enquanto a salvava da queda ajudou em seus ferimentos. Parecia tudo em ordem, mas ficaria atento assim mesmo. Ele deu um meio sorriso e disse:

- Sim, parece mesmo que você está bem. Não me assuste mais assim, Violet.

Ele disse sorrindo e ela, ao ouvi-lo repetir seu nome, se deu conta da situação. Lembrou-se daquele desafio insano e viu que ele agora sabia quem ela era. Ainda assim ficou surpresa, não imaginou que ele daria atenção àquilo, embora desejasse muito.  

- Você descobriu! Meu nome, descobriu meu nome! – Ela deu um meio sorriso.

- Sim, e foi mais rápido do que pode imaginar. – Então, ele levantou uma sobrancelha e a olhou, tentando parecer sério. -  Venci seu desafio, agora, antes de qualquer coisa, quero que me declare vencedor. Acho que é justo.

Ela riu. Não acreditava que fizera isso com esse rapaz. Mas ele venceu, maravilhosamente...quer dizer, realmente. Era digno de seu reconhecimento. Ela então assentiu com a cabeça e falou, sugerindo solenidade:

- Muito bem, ahn, senhor Sísifo de Sagitário, - ele a olhava com um meio sorriso. - declaro-o vencedor... – ela parou e começou a rir, pois aquilo parecia surreal, e ele riu também, achando muito charmoso aquele senso de humor dela, mas movimentou a cabeça, aguardando que ela terminasse. Ela continuou rindo, fazendo um esforço para se controlar. Suspirou fundo e terminou – declaro-o vencedor do desafio que lhe fiz, já que descobriu meu nome.

Assim, os dois se olhavam e sorriam, envolvidos pelo novo sentimento que os envolvia então. Voltando um pouco a si, ele disse:

- Agora está melhor. E não se preocupe, isso será um segredo nosso. – Ele disse e ela suspirou, aliviada, assentindo.

Mas ele se lembrou de que precisavam voltar. Infelizmente... quer dizer, brevemente.

- Bem, preciso levá-la de volta até seu pai. Porém, antes, tem algo que quero entregar a você. Ou melhor, devolver. Logo depois que você foi embora naquele dia, encontrei caído no chão e senti seu cosmo nele. Antes de tudo isso acontecer, estava me preparando para ir ao haras do seu pai. Ia mostrar que venci e aproveitar para entregar-lhe isso.

Então, ele a acomoda no chão, com muito cuidado, e pega o cordão com o pingente e entrega à garota, que teve seus olhos iluminados ao ver a peça. Sem perceber, lágrimas rolaram com a surpresa e o alívio de reencontrar algo tão importante. Ela sorriu, deu um pulo de contentamento e, num impulso, abraçou o cavaleiro, agradecendo. Este retribuiu, compreendendo a reação inesperada, mas ainda assim achou muito bom. Após se afastar um pouco, a olhou, ficou sensibilizado com a emoção dela, secou suas lágrimas e disse, num tom de consolo:

- Ei, calma. Uma garota tão linda não deveria chorar, apenas sorrir! Seu sorriso ilumina tudo ao redor. Sabe disso, não é? – Ele sorri, divertido com a falta de reação que ela teve, um tanto embaraçada. – Não fique assim, só digo o que acho.

Mas Violet sorriu de novo. Olhava-o e via um rosto tão belo, um sorriso acolhedor, olhos que a miravam profundamente e uma voz que a envolvia de modo tão caloroso e tranquilizador. Conhecia aquele homem há tão pouco tempo, mas estar ali com ele parecia tão natural. Ele era espontâneo, seguro. Isso quebrava suas barreiras. Havia se acostumado a conhecer rapazes que a viam como uma garota que era um bom partido, mas não aceitavam seu espírito livre e eram sarcásticos quando mencionavam suas habilidades, que para eles não passavam de um capricho. Acabou se fechando e ignorando todos os outros. Não queria ser vista como um objeto. Queria mais. Precisava de mais. E estava encontrando tanto...

Então, nos braços de alguém que mal conhecia, sentia que era aceita e admirada por quem era. Podia sentir o cosmo dele, como o pai lhe ensinou. E ele era assim, livre, leve, protetor, sincero, sensível. E ela se sentia presa naquele olhar de uma forma maravilhosa. Era como se tudo fosse como devesse ser. E ele era tão gentil. Queria entender melhor tudo isso, se ele quisesse, pois não tinha certeza do interesse dele, mas estava decidida a experimentar. Então, voltou dos seus pensamentos, não poderia deixar se levar apenas pelo momento. Precisava confirmar aqueles sentimentos.

- Obrigada. É uma lembrança de minha mãe. Está comigo o tempo inteiro. Fiquei arrasada quando não a encontrei. Mal sabia que ela estava muito bem guardada. – Ela responde e ele se oferece para colocar a peça no pescoço dela, que aceitou o gesto.

Ele observava aquela jovem que, além de ser tão linda aos seus olhos, como poucas vezes já tinha visto, emanava um cosmo suave, sensível, mas que mostrava coragem e força. Ele queria levá-la logo dali, mas ela parecia um ímã que o atraía poderosamente. Sua voz doce e melodiosa o enlevava. O sorriso o deixava sem ar e o toque de sua pele era semelhante à seda. O perfume que emanava dela deixava-o inebriado, assim como o aroma dos seus cabelos tão sedosos. Tudo nela era perfeito. Os belos olhos, seu nariz e seus lábios que revelavam um mistério a ser desvendado. Poderia perder a razão e roubar-lhe um beijo, mas mal a conhecia. Como isso era possível? E há pouco tempo estava com ela em seus braços, que parecia ser a coisa mais correta e normal do mundo. Já ouvira falar disso, mas temia que ela o achasse louco, impulsivo e atrevido. O que poderia estragar tudo.

 

Ele já teve experiências antes, mas nenhuma mulher com quem esteve se comparava a ela. Certamente era alguém muito especial. Seu coração se aquecia com ela. Mas precisava confirmar se aquilo era só atração ou o início de um sentimento verdadeiro. O impulso que teve para salvá-la mostrava o medo da perda. Não se conformaria se ela tivesse se ferido por seu atraso, ou se ela tivesse... nem queria pensar no pior. Percebia a importância que aquela jovem já tinha. Sim, não deixaria que o possível amor de sua vida fugisse. Pensaria em algo. Mas voltou os olhos à joia.

- Ficou perfeito. Depois vai me explicar o que significa, não é? Quebrei a cabeça por um bom tempo formulando hipóteses sobre isso.

- Tudo bem. Você me conta suas hipóteses e eu digo qual está certa. Ai... – Ela responde de volta, mas sente dor.

- Você está bem? O que está sentindo? – Ele pergunta preocupado.

- Só uma pontada na cabeça, mas já está passando. Devo ter batido com ela no chão. Outras partes também doem um pouco. – Ela o olhou e suspirou. - Sabe, eu seria capaz de ficar o dia inteiro aqui conversando com você... mas hoje é um dia muito importante para meu pai. - Fala sorrindo. - Ele tem uma audiência com Athena e o Grande Mestre. Também trouxemos presentes para eles. Precisamos voltar para consumar o compromisso. Tenho mesmo que ir...- ela diz, abaixando a cabeça, entre a responsabilidade e o lamento.

- Tudo bem. Mas, como venci seu desafio, saiba que vou querer uma recompensa por ter descoberto seu nome tão rápido. Aliás, descobri mais coisas do que imagina. Já sei onde você mora, o que faz... e queria descobrir outras mais, só que...  Por você.

Ela sorriu. Assentiu com a cabeça e, no fundo, amando aquela possibilidade.

- Tudo bem. É justo. Ainda mais após aquele desafio absurdo. Mas, como vamos voltar para lá? – Para, olha o caminho de subida e fala, desanimada: - Parece que teríamos que andar muito, não?

- Não se preocupe. Com licença.

Ele a pega no colo novamente, acende seu cosmo e sobe, usando as asas de sua armadura. Violet dá uma risada, empolgada com a aventura. Ele sorri de canto, satisfeito com a reação dela. Em um instante estão de volta e o pai vai ao encontro da filha, abraçando-a.

- Fiquei tão preocupado! Que bom que está bem minha filha! E quero agradecer a você de toda a minha alma, Sísifo de Sagitário. Terei uma eterna dívida de gratidão contigo, um dos guerreiros mais honrados que conheci. – Diz isso, solta a filha e dá um forte abraço no cavaleiro, que retribui com sinceridade. - E agradeço muito a você, também, meu jovem, um bravo e forte guerreiro. – Fala para Yato, que sorri.

- Vou acompanhá-los até o 13º templo. – Sísifo disse. – Assim, explicarei ao Grande Mestre e a Athena tudo o que houve aqui. São esclarecimentos importantes. Fora que deveria haver alguém designado como guia para a subida das doze casas. Porém, com o que aconteceu, ele deve ter se dispersado.

- Obrigado, só precisamos pegar os cavalos. Fora aqueles em que viemos, trouxemos outros dois, que são presentes para a deusa e o grande mestre. Pode chamá-los, filha?

Para surpresa dos cavaleiros, a gentil moça fez algo inusitado para uma dama. Ela juntou os dedos polegar e indicador da mão direita, levou à boca, e assobiou alto, com algumas modulações no som. E, em instantes, ouviu-se o estalar dos cascos no chão e os animais chegando. Os dois rapazes acharam muito interessante a obediência irrestrita deles. Enquanto que o cavalo malhado, Ventania, empinou e relinchou. Mas acalmou-se quando a garota se aproximou e lhe fez um afago, mostrando que estava tudo bem. Era uma cena cativante.

Assim, dirigiram-se às doze casas, passando em comitiva pelas arenas e pelo coliseu. Sísifo admirou muito os cavalos. Entendeu por que Heitor era tão respeitado. E sabia que muito daquele resultado era trabalho da filha, que treinou os animais.

 Por onde iam, os olhares eram voltados aos cavalos, enormes, que eram muito bonitos, com suas crinas longas, suas caudas compridas e seu pelo brilhoso, mas paravam em Violet. Todos olhavam para a garota, extasiados por sua beleza e seu porte elegante. Fato que não passou despercebido pelo sagitariano, que voltava um olhar mortal aos demais, que logo entendiam a mensagem e voltavam para suas atividades.

Sísifo deixou Yato responsável pela guarda dos animais logo que chegaram ao início das escadarias de Áries. E começaram a subida. A maioria dos cavaleiros estava em suas casas, a postos, por causa do ataque. Sísifo pedia permissão para passar e os olhares indiscretos de alguns voltavam a atormentá-lo, que mantinha um semblante nada amistoso. Esse fato arrancava sorrisos discretos de alguns e indiferença em outros. E ele observou como mulheres bonitas poderiam dar trabalho. Mas sentia-se orgulhoso e nem percebia.

Finalmente chegaram ao salão do grande mestre, onde este e Athena já aguardavam, além de cientes dos acontecimentos, pois as sentinelas deram o aviso e a comunicação chegou logo até lá.

Depois das reverências, apresentações e explicações de tudo o que houve, Heitor narrou brevemente como retornara a Atenas e se estabeleceu nas imediações de Rodório e tão perto do Santuário. Falou de suas atividades, da ajuda da filha e disse que estava à disposição para o que Athena quisesse ou precisasse. Além de felicitar a deusa por sua vitória na Guerra santa. Violet tentava ser discreta, mas não tinha muito êxito quando olhava de lado para Sísifo. A mesma coisa ocorria com ele, que tentava disfarçar, mas era quase impossível.

- Fico feliz com seu retorno, Heitor. Sempre o considerei um homem corajoso e muito honrado. Alegro-me que esteja tão bem hoje. – Disse o Mestre, com um sorriso.

- Eu também me alegro muito, Heitor de Sagita. – Falou Athena - Por mais que tenha entregado sua armadura por motivos tão nobres, digo que esse título deverá sempre acompanhá-lo por sua bravura e honradez. Fui informada a seu respeito e sou grata por tudo o que fez em nome da justiça. E digo que a armadura que fora sua não tem outro dono ainda, o que me deixa à vontade para honrá-lo como posso. Assim, determino que a armadura de prata de Sagita ficará em sua casa, de sua posse, enquanto for vivo, como sinal de sua honra e coragem. Depois, ela retornará ao Santuário.

Todos ficaram muito surpresos com a decisão de Athena. O Mestre Sage não havia sido informado, mas gostou muito. Assim como Sísifo e Violet. Heitor não pôde segurar suas lágrimas ante tão grande gesto, curvando-se em respeito e agradecendo por tamanha generosidade e honraria. Ele não tinha palavras, mas seu semblante falava por si. A deusa sorriu, compreendendo as emoções do cavaleiro. Sua filha também não pôde evitar a emoção de ver o pai ser agraciado com essa decisão, deixando escapar algumas lágrimas. Sempre viu a dor que ele guardava e, certamente, isso lhe traria muita paz e alívio.

- Também devo dizer que achei sua filha uma moça de grande beleza e simpatia. Posso sentir seu cosmo gentil, justo e amoroso, além de uma grande força. Fico feliz que tenha conseguido superar sua perda e sua dor. É mesmo uma jovem notável e muito corajosa.

Violet ficou admirada. Como Athena poderia dizer tudo isso sem jamais terem se visto antes? Sísifo sorriu e olhou para ela. Mas a deusa continuou:

- Também me sentiria alegre se viesse me visitar para conversarmos e ficaria feliz se aceitasse tocar piano e cantar para mim qualquer dia. Sei que faz isso muito bem e que aprendeu com sua mãe, não?

A jovem fez uma cara de surpresa, cobrindo a boca com a ponta dos dedos, e todos perceberam que ela ficara vermelha. Sísifo ficou admirado ao saber de tantas informações a mais. E Violet não tinha outra alternativa a não ser assentir. Como poderia se negar a qualquer coisa que aquela moça tão linda e amorosa lhe pedisse?

- Como quiser, Athena. Será uma honra.

- Sacha. Quero que me chame de Sacha e sua amizade me alegraria muito. Sabe, não é fácil achar amigas por aqui. – Ela sorriu.

Violet sorriu ante tamanha simpatia e assentiu, feliz com o convite. Ela seria sua primeira amiga naquele lugar. Sísifo também ficou feliz com aquele gesto, por ter mais oportunidades de ver a moça e por Sacha também ter uma amiga. Ela precisava disso também.

- Athena, não tenho palavras para agradecer a honraria que me proporciona. Saiba que isso significa muito para mim, mas não consigo explicar com palavras. Além disso, não queria vir de mãos vazias a seu encontro. Trouxe presentes para a senhorita e o Mestre. Entretanto, não pude trazê-los até aqui e já entenderá o motivo. Mas tenho um imenso desejo de ver o que achará do que trouxemos, embora não queira incomodá-la a ter trabalho. – Disse Heitor.

- Verdade? Onde estão? – Perguntou a deusa com um semblante de expectativa e surpresa.

- Deixamos aos pés das escadarias de Áries, senhorita. Mas temo que essa grande descida a deixe cansada.

-  Nobre Heitor, não se preocupe, isso não será problema. Creio que o Mestre Sage também vai querer ver o presente dele. - Olhou para Sage, que assentia, com um grande sorriso, afinal, quase nunca ganhava presentes. - Pois estou louca para ver o meu. Não ganho presentes todo dia. Ele poderá usar sua telecinese e nos levar até lá. Certo, mestre?

Ele concordou, logo se levantando e aproximando, junto com a deusa. E Violet levantou uma sobrancelha, sem entender. Sísifo suspirou aliviado por não ter que ver seus irmãos dourados com os olhos sobre sua linda acompanhante outra vez. Não tinha nada com a moça, mas essa atitude, estranhamente, o irritava muito. Assim, uma luz intensa os envolveu e logo estavam em Áries.

Heitor e sua filha desceram as escadas e se posicionaram com os animais. E, ao entender que eram aqueles os presentes, a deusa deu um grande sorriso, olhando para Sage e recebendo seu sorriso cúmplice. Ficaram encantados e muito alegres. A preocupação do cavaleiro em agradá-los era uma demonstração de grande apreço.

- Athena, esta é uma égua muito dócil e tranquila, que foi treinada pela minha filha. Não estranhe seu tamanho. É um animal especial e foi separado pensando na senhorita. Ela se chama Luz da Lua.

Sacha olhou para aquele magnífico animal e ficou encantada. Podia sentir a doçura que vinha dela. Foi até onde ela estava e a acariciou, e esta, ao sentir seu cosmo, curvou-se e fez uma reverência, dobrando a pata, como fora treinada, mas não foi instigada a fazer isso, fez com naturalidade. A jovem ficou maravilhada e gostou muito do nome, achou-o perfeito. Sorriu abertamente e, como uma criança, agradeceu o maravilhoso presente.

- Ela é maravilhosa! Que nome poético. Agradeço de coração.

- Poderei vir ensiná-la, se desejar. – Violet prontificou-se. Ao que a deusa assentiu.

Violet sorriu enquanto a deusa apreciava seu animal, e foi para perto de Sísifo, que também sorria, feliz com a alegria de Sacha. Assim, Heitor apresentou:

- Este é Eclipse, e foi escolhido para o senhor, Mestre. Também é muito dócil e de personalidade tranquila. Um animal muito especial também.

O grande mestre sorriu. Achou muita gentileza daquele homem e, assim como Athena, foi ao encontro do animal, que reagiu do mesmo modo que a égua.

- Ele é magnífico! Estou muito impressionado. E esse nome é muito interessante. Agradeço de coração.

O Mestre sorriu após essa fala e acariciou a longa crina de seu garboso cavalo, que chegou perto de seu pescoço, apoiando a cabeça e parecia abraçá-lo, como se reconhecesse um grande amigo. Todos se encantaram com esse gesto inesperado. Provavelmente o animal reagiu assim por conta de Sage ser um lemuriano e por suas habilidades tão incomuns, percebidas pelo sensível animal. O Grande Mestre o abraçou de volta, compreendendo a situação. O cavaleiro de Sagita disse:

- Mandarei um de meus funcionários aqui todos os dias para ensinar alguém de sua confiança como cuidar deles.

A deusa e o Mestre agradeceram e pediram a Yato que levasse os animais até os estábulos e lhes desse água.

Enquanto todos estavam distraídos conversando e olhando os animais, o cavaleiro de Sagitário puxa Violet delicada e discretamente a uns passos dos outros, distraídos com seus presentes e fala baixo para ela:

- Posso cobrar minha recompensa, senhorita? – Perguntou, cruzando os braços e com um sorriso divertido.

Ela olhou para ele com surpresa, mas sorriu, achando engraçada aquela situação e disse:

- Ah, sim! Mas é claro “Senhor vencedor do desafio”! Dependendo do que for...

- Hum, - ele olhou para cima, como se estivesse pensando no que queria – já sei! Gostaria de visitá-la. Posso ir amanhã?

- Uma visita? Amanhã?

- Sim, exagerei?

- Não! Tudo bem. Acho que posso atender ao seu pedido. – Ela responde divertida. - A que horas?

- Não tenho certeza. Há algum momento melhor?

- Fique à vontade. Mas tenho uma sugestão: chegue cedo e tome café conosco, vai amar os bolos de dona Agnes. Depois lhe mostrarei tudo e poderemos conversar mais. Ou venha no horário que quiser. Não costumo sair de casa.

- Só algumas vezes para salvar a pele de crianças e enfrentar bandidos...

- O que posso fazer? Minha vida é uma aventura constante!

E ambos riem divertidos.

Porém, Violet sente uma forte tontura e põe a mão no rosto. Ela tenta se manter em pé, mas cai desmaiada, sendo amparada rapidamente pelo cavaleiro da nona casa. Ele a observa preocupado, o que não passa despercebido à deusa e a Sage, que se entreolham curiosos. Sísifo leva Violet até a casa de Áries, que estava vazia, pois Shion encontrava-se em Jamiel. Os outros o seguiram e estavam preocupados com esse mal-estar repentino, ainda mais depois do que houve.

Deita-a no sofá que havia no salão principal, e Heitor também fica preocupado. Sage se aproxima e coloca o dedo na testa da garota. Emana seu cosmo e fecha os olhos. Depois os abre novamente e diz a todos:

- Não se preocupem. Ela está bem. Mas está em estado de exaustão devido aos acontecimentos, e com dor, devido ao choque com o chão quando foram atacados. Não acredito que aguentou fazer tudo o que fez. Ela precisa descansar e ficará bem. Não se preocupem. - Ele diz isso olhando diretamente para Sísifo, que fica sem jeito, mas suaviza o semblante quando ouve, por telepatia – Sísifo, está tudo bem. Fique tranquilo. O Sagitário assentiu, aliviado por ouvir isso.

Sage pediu que o ex-cavaleiro esperasse um pouco ali, na casa de Áries. Sua filha estava inconsciente e precisava de cuidados. Gostaria que ele aguardasse até que uma vistoria fosse feita, assim todos ficariam mais tranquilos quando ele retornasse com a garota. Heitor concordou, afinal, não poderia sacrificar a segurança dela. Assim, Sísifo fora designado pelo mestre a auxiliar na ronda e, quando voltasse, deveria ajudar o cavaleiro de Sagita a retornar para sua casa com a filha, zelando pela segurança deles. E assim foi feito. Sísifo apertou a mão de Heitor, passando-lhe segurança e pediu que ficasse tranquilo, pois logo estaria de volta.

Sage e Athena voltaram para o 13º templo, por segurança. Heitor aguardou com Violet em Áries, sendo protegidos pelo cavaleiro de Touro, que recebera essa ordem. Este ficou bem curioso em conhecer melhor a garota, mesmo que só pela aparência. O olhar de Sísifo quando passaram pela segunda casa na subida denunciava aquilo do que desconfiava. Talvez fosse ela o significado do que o amigo lhe disse sobre o vento trazer coisas boas, ouvir o vento e essas coisas esquisitas que ele falava às vezes. E a curiosidade o venceu. Entrou e cumprimentou o ex-cavaleiro. Perguntou como estava sua filha e se aproximou, olhando-a. Era uma jovem muito bela. Não era à toa que o sagitariano estava com um semblante carregado, tão diferente do seu habitual jeito descontraído e tão calmo. Provavelmente, ele estava se sentindo ameaçado por conta da moça, mas, talvez, sem ter plena noção. Então estava certo, seu amigo estava envolvido emocionalmente com a jovem. Sorriu de lado. Até que enfim aquele distraído teve sua atenção tomada por alguém. E que alguém! Bem, agora iria deixá-lo mais tranquilo sendo o guardião temporário daquela casa e daqueles que ele queria tão bem. E foi para fora, montando guarda.

-----------------------------------------------------------------

Passaram-se algumas horas, as rondas foram concluídas. Estava tudo seguro ao redor. Agora a segunda parte do plano de segurança teria início. Só sairiam dos arredores do Santuário por força maior ou ordem do grande mestre ou Athena.

Sísifo foi ajudar o senhor Heitor a retornar para sua casa. Violet não havia acordado ainda e, como carregá-la a cavalo não era seguro, o cavaleiro de Sagitário a pegou no colo, com cuidado, e assim a levou. O pai dela não deixou de observar que havia algo mais que apenas gentileza nos modos dele. Estaria entendendo direito? Será que ele... Assim, seu interior se aqueceu com aquela possibilidade. Mas disfarçou, não queria que Sísifo percebesse. E foram.

Logo chegaram ao haras. O cavaleiro de Sagita conduziu o sagitariano para dentro da casa, guiando-o até o quarto da filha, que foi acomodada em sua cama. Logo chegou dona Agnes, que ficou muito preocupada ao ver sua menina naquele estado, mas o proprietário disse a ela que não era nada grave e que a filha só precisava de descanso. Dona Agnes ficou mais aliviada, então prestou atenção em Sísifo e foi apresentada a ele, que a cumprimentou muito gentilmente e ficou encantada com o porte e a beleza daquele cavaleiro, que estava com sua armadura. Logo ela pensou que seria um pretendente perfeito para Violet. Quem sabe. Afinal, alguém tinha que pensar nisso por ali. Heitor pediu licença a Sísifo, pois daria ordens acerca dos cavalos, mas voltaria rápido. Então, o cavaleiro ficou uns poucos instantes velando o sono de sua adorável dama.

Já havia passado da hora do almoço e dona Agnes chamou os dois para fazerem a refeição assim mesmo, pois deveriam estar famintos. Sísifo aceitou, mas disse que não poderia demorar, já que teria que voltar ao Santuário. Eles foram servidos rapidamente e o Sagitário elogiou muito o que a senhora preparou. Terminada a refeição, pediu licença e despediu-se, avisando que retornaria no dia seguinte e voltou para seu lugar.

Ao chegar, Sísifo foi convocado pela deusa e pelo Mestre Sage. Então foi logo ao encontro deles. Entrou, fez uma reverência como de costume e passou a ouvir atentamente o que tinham a dizer.

- Então já está tudo mais calmo, não é? A filha do cavaleiro de Sagita já estava acordada quando os deixou? – Perguntou o Mestre.

- A situação já está sob controle, mas Violet ainda não acordou. - Respondeu o cavaleiro, virando um pouco o rosto para o lado, demonstrando seu desagrado diante de toda aquela situação.

- Bem, estou preocupada com a situação deles. Aqueles espectros vieram por vingança e algo me diz que há outros. Precisamos reforçar a segurança daqui e também haverá patrulhas constantes em Rodório. Precisamos controlar as circunstâncias. Acho que eles vão querer ganhar tempo, não creio que tornarão a atacar imediatamente.

Sísifo concordou com as observações de Athena. Mas ele queria poder conhecer Violet melhor e entender seus próprios sentimentos e os dela. Queria ser cauteloso pois era muito importante. Fora isso, ficaria muito preocupado com ela, estando no Santuário. A moça virou o principal alvo daqueles espectros e corria perigo enquanto eles vivessem. A protegeria, custasse o que fosse. A conhecia há pouco tempo, mas aquilo que aconteceu depois que a salvou no penhasco o tocou intensamente. Despertou algo que estava adormecido.

Ele olhou para Athena e fez uma reverência, mas logo falou:

- Tenho um pedido, mesmo em meio a este momento de não baixarmos a guarda. Gostaria de visitar o cavaleiro de Sagita em sua casa e ver como está a segurança do local e se Violet melhorou.

Sacha sorriu amplamente e disse ao amigo:

- Não precisava pedir isso, mas concedo total liberdade para que vá aonde quiser, o quanto desejar. Fique tranquilo. Auxilie na segurança dela.

Ele agradeceu com um aceno de cabeça e retirou-se para Sagitário.

 

---------------------------------------------------

 

Violet ainda estava desacordada. Dona Agnes estava aflita, mas Heitor procurava tranquilizá-la. Resolveu saber sobre a nova família que se instalara em sua propriedade. Violet conversara com ele sobre Ícaro, o garoto que ajudou em Rodório, sobre seu irmão e sua mãe. O pai achou melhor oferecer trabalho a ela na propriedade, pois poderia cuidar melhor dos filhos e ficaria mais tranquila. Ela ainda estava se recuperando, então não começaria a trabalhar logo. Mas, como passou por todas aquelas coisas durante o dia, esqueceu totalmente de saber como foi a instalação da família.

Dona Agnes disse que foi tudo bem. A mãe do menino, chamada Aglaupe, já estava bem melhor e logo poderia ajudar. Dona Agnes estava animada com os novos habitantes. Mesmo vendo sua menina tão frágil em seu quarto, seu coração se aquecia com as possibilidades que pareciam surgir. Aquele cavaleiro parecia tratar Violet com tanto carinho, sim, pois o que conseguiu perceber por sua experiência era um olhar que não mostrava apenas cuidado com alguém debilitado, mas algo a mais, indecifrável, que para ela tinha um nome simples: sentimentos. E aquela nova família morando com eles... observou a mãe das crianças, era tão bonita, mesmo doente como estava. Quem sabe o que o futuro aguardava. E foi cuidar de sua garota, pois dormiria em seu quarto para certificar-se de que passaria uma noite tranquila.


Notas Finais


No sábado, voltaremos com a programação normal. Podendo sair da rotina. Mas avisarei.
Obrigada!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...