História Intensidade - Betty e Jughead - Capítulo 22

POV ELIZABETH

Acordo bem cedo, não consegui dormir muito bem, estava perdida em pensamentos, me levanto tomo um banho, saio do quarto e desço as escadas. Estou faminta, preciso comer alguma coisa.
A casa está silenciosa, não vejo ninguém, decido ir até a cozinha comer alguma coisa, encontro FP e Jughead sentados na mesa tomando café, quando adentro o local, eles olham pra mim... Quando Jughead me olhou, meu coração doeu, Deus eu estava com saudades dele, como isso é possível? Ficamos longe por algumas horas.
Ainda estou magoada e com raiva, decido ignorar sua presença, se eu quisesse sobreviver a esse café, teria que ser assim.

-- Bom dia FP --

-- Bom dia Elizabeth, senta e toma café com a gente, acabamos de começar -- FP fala com gentileza.

-- Claro, eu agradeço -- Me sento em frente a Jughead do outro lado da enorme mesa.

-- Como foi a sua noite, dormiu bem? -- FP me pergunta.

-- Muito bem, perfeitamente -- Falo em ironia, querendo atingir Jughead que não tira os olhos de mim.

Já se passaram alguns minutos que estamos na mesa tomando café, FP e eu conversávamos desde então, falando coisas qualquer, Jughead se manteve calado o tempo todo, mantinha olhares intensos pra mim, eu via tristeza em seus olhos, como se o fato deu estar ignorando ele o machucasse, bom, ele me machucou primeiro.

-- Betty me passa a manteiga -- Ele fala com a voz mais sedutora possível, meu coração derrete em ouvir ele falar meu nome, mas me mantenho firme, fingindo que não estou o ouvindo falar, ele respira fundo e pede novamente, mas o ignoro de novo, ele fica furioso, vejo de relance em seus olhos.

-- Betty me passa a manteiga por favor -- FP fala tranquilamente.

-- Claro, aqui -- Digo sorrindo, sendo provocativa, entrego a manteiga para FP que da a Jughead no mesmo momento, acho que isso o irritou profundamente. Ótimo.

-- FP fala para Elizabeth que ela está insuportavelmente chata hoje -- Ele fala pra FP enquanto me encara, não dou chance de FP me passar o recado, respondo em seguida.

-- FP, fala para Jughead, que se eu estou chata a culpa é dele -- Digo autoritária, enquanto encaro Jughead, ele também não da chance a FP de me passar o recado, já me responde em seguida.

-- Fala pra ela deixar de ser uma criança abusada e desobediente -- Seu olhar está penetrado em mim, ele nem pisca, novamente não deixo FP passar o recado.

-- Fala pra ele deixar de ser um cabeça dura e egoísta -- Também olho intensamente pra ele.

-- Fala pra ela parar de ser teimosa, eu decidi que ela vai embora e pronto --

-- Fala pra ele, que ele não manda em mim e nunca vai mandar, eu faço o que eu quero --

Quando Jughead vai responder, FP se levanta com tudo o imterrompendo...

-- Chega vocês dois, estão parecendo duas crianças birrentas, parem de brigar e vão logo pro quarto, isso é saudade do outro, vão transar que passa -- FP fala com autoridade, e não paramos de nos olhar nem por um segundo, acredito que FP tenha saindo, mas nem percebemos, estamos ocupados demais nos encarando.

É como se ele tivesse me despindo com os olhos, a menção do quarto que FP falou, fez ele pensar em algumas coisas "inadequadas", tenho certeza, o olhar dele entrega, estamos com saudade do outro, saudade dos beijos, das carícias, do corpo do outro... A tensão sexual aumenta e bem devagar, sem tirar os olhos de mim, Jughead se lavanta e da a volta na mesa, vindo em mimha direção, o encaro com desejo e nervosismo, ele chega bem perto, estende sua mão pegando a minha, e me puxa, me levanto, ficando próxima a ele a sua frente, estamos levemente ofegantes, sentindo o calor do corpo do outro, ele da um passo a frente, me fazendo ficar presa entre ele e a mesa, ele encara meus lábios com desejo, quero ser beijada tanto quanto ele quer me beijar.
Ele finalmente cola nossos lábios, me beija profudamente, passando as mãos pela minha cintura, passo aos mãos pelo seu pescoço, nosso beijo é cheio desejo, magoa, saudade... Com reluta separamos nossos lábios, precisamos respirar, recuperar o fôlego, permanecemos parados, nos encarando ofegantes, depois de alguns segundos, com o ar de volta, nos beijamos novamente.

-- Eu quero ficar com você, não importa o que -- Falo num sussuro
quando terminamos o beijo.

-- Eu não posso deixar você ficar -- Essa frase parece o machucar tanto quanto me machuca, por que ele tem que ser assim?

Esperava outras palavras dele, esperava que esse beijo o fizesse mudar de idéia, o que ele disse me magoou mais uma vez, como ele pode me falar isso depois desse beijo?
Minha raiva volta, o empurro furiosa saindo da cozinha.


...

POV JUGHEAD

Estou do lado de fora da casa, não sabia o que fazer, Betty precisa ir de qualquer jeito. Sei que ela tem razão, a decisão é dela, não minha, mas como eu posso deixar ela ficar? Como ela quer ficar comigo depois de tudo?

Vejo FP vindo em minha direção.

-- A conversa não foi boa? -- Ele fala curioso, está segurando armas de caça.

-- Ela vai me enlouquecer -- Digo irritado passando as mãos pelo cabelo.

-- Ela é bem decidida. Meu caro, entenda que são as mulheres que mandam -- Ele ri em ironia.

-- Estou percebendo -- Falo sem paciência, rindo fraco de volta.

-- Toma, venha comigo -- Ele joga uma arma pra mim, eu a pego.

-- Vai caçar? -- Falo mais como uma afirmação.

-- Nós vamos -- Fala indicando o caminho com a cabeça, enquanto sai andando, o sigo.

...

Estamos nas colinas caçando, posso disser que estamos relembrando os velhos tempos, já estive aqui anos atrás caçando com FP, por um momento consegui me sentir relaxado, atirar me deixa calmo...
Fazemos uma pausa para recarregar as armas...

-- Você vai mandar ela embora mesmo? --

-- Eu não tenho outra alternativa, mas ela não aceita, por que complicar ainda mais as coisas? -- Falo com tristeza, isso não é fácil pra mim, não quero ficar longe dela.

-- Olha, eu achei loucura sua ter metido ela nisso tudo, mas agora já era, vocês se amam e a decisão se deve ir ou não é dela, não sua -- Ele fala com convicção.

-- Por que acha que nos amamos? As pessoas namoram o tempo todo e não quer disser amor -- Falo tentando negar um fato pra mim mesmo, talvez assim será mais fácil vê-la partir.

-- Jughead a idéia dela se machucar te pertuba, mas te pertuba mais ainda a idéia de ficar longe dela, por isso você colocou ela nisso, não conseguiu se afastar, e quando foi que você namorou alguém na vida? Eu já te vi com muitas mulheres, mas todas foram caso de uma noite só, e você nunca olhou para nenhuma, como olha pra Elizabeth -- Ele tenta abrir meus olhos, na verdade meus olhos estão abertos, ele ta certo em cada palavra.

-- Mas nada disso importa, ela vai embora queira ou não -- Falo furioso, preciso me manter firme na decisão, é pra segurança dele, por que ninguém consegue entender isso? Eu também não a mereço, ela não pode ficar comigo.

-- Jughead não faça nada que vá se arrepender, eu concordo que é perigoso pra ela, mas o que te faz pensar que sem você ela estaria segura? -- Ele me questiona.

-- Não é só pela segurança dela, eu ainda ficaria de olho nela, mesma que de longe, mas, como ela poderia ficar comigo depois de tudo que viu e soube? -- Falo com tristeza.

-- Jughead meu filho, eu te conheço bem, você tenta convencer a si mesmo que é um assasino, uma pessoa ruim, que não tem nada a oferecer, mas isso não é verdade -- Ele se aproxima e toca meu ombro, então continuou -- Aquela menina enxergou a sua alma, ela viu a melhor versão de você e depois viu a pior e ainda assim decidiu ficar, ela é especial, ela te faz feliz como você nunca mais foi a muito tempo, ela te deu um motivo além de vingança para viver, encontrar alguém assim, só acontece uma vez na vida e nem todos tem essa sorte, então não desperdice a sua -- Ele fala com suavidade, suas palavras conseguem quebrar minha barreira, entra no meu coração, me sinto emocionado só de pensar o bem que ter ela na minha vida me trouxe.

-- Talvez você tenha razão, ela realmente é especial, eu tentei com todas as minhas forças no início para me afastar, mas eu simplesmente não consegui, eu não queria envolver ela nisso tudo, mas eu não consegui ficar longe, ela me fez sentir e fazer coisas que nunca vivi na minha vida. -- Falo pensativo e com carinho.

-- Você acha que mandar ela embora é o melhor, mas agora é tarde pra isso, essa menina te ama e se fizer isso com ela, pode quebrar seu coração e você nunca se perdoaria por isso -- Ele tem razão, estive tão cego em querer sua proteção que não pensei que ao fazer isso estou a quebrando, não estou a protegendo do mau, eu estou a fazendo mau.

-- Acha que ela seria capaz de me amar? --

-- Depois de tudo que ela viu, por que você acha que você querer mandar ela embora a deixa tão furiosa? -- Ela realmente está lutando pra ficar ao meu lado.

-- Eu não sei se posso ter um futuro com Betty, não depois de tudo que já vivi e fiz antes dela -- Falo com pesar.

-- Você merece ser feliz, você perder sua família, não foi culpa sua, e tudo que fez depois, foi para sobreviver, para conseguir continuar de pé e Elizabeth entende isso. Pega essa oportunidade única que a vida está te dando e seja o melhor homem que pode ser pra ela, por que ela já é a melhor mulher pra você, a prova é tudo isso que você ja viveu e pode viver com ela -- Será que estou fazendo a coisa certa? Eu a protegi ontem, posso protege-la de novo, fico pensativo.

-- Como soube me aconselhar tão bem assim? -- Pergunto curioso.

-- Digamos que eu já estive no seu lugar e tomei a decisão errada, eu deixei ela ir, não cometa o mesmo erro que eu -- Fala com nostalgia.

-- Por que nunca me contou isso? --

-- Não tinha sido preciso, mas agora sim -- Sorri fraco pra mim.

-- Eu sinto muito --

-- Não perca seu tempo sentindo por algo que já foi, vai pra casa e procure sua garota --

....

Já anoiteceu e estou voltando pra casa, preciso pedir perdão a Betty, e pedir pra ela ficar, eu preciso dela, vou protege-la...
Chego na casa, subo as escadas correndo e vou em direção ao quarto de Betty, vejo a porta aberta, e quando me aproximo mais, a vejo de costas, ela parece nervosa, meia atordoada, está fazendo as malas com rapidez... Fico tenso, ela está indo embora? Como não iria, depois que a neguei tanto, mas eu não posso deixar isso acontecer...

-- Betty eu preciso falar com você -- Falo entrando no quarto.
Ela se vira assim que me ouve, está com o rosto vermelho e olhos inchados, ela não fala nada, apenas cai no choro quando me vê.

-- O que houve? É por minha causa né, me perdoe amor, eu não quis te machucar assim -- Falo preocupado, me aproximando dela.

-- Eu só preciso ir embora agora, por favor, me ajude a fazer isso -- Fala em meio ao choro, está desesperada.

-- Amor você não precisa ir, me perdoe por tudo que falei -- Eu que entro em desespero, não imaginava que a magoei tanto assim.

-- Não é isso -- Fala tentando controlar o choro.

-- Então o que é? Me fala -- Falo com carinho tocando seu rosto.

-- O meu pai... ele sofreu um acidente e está quase morrendo -- A tentativa de controlar o choro foi em vão, desabou na última palavra, a abraço imediatamente, colocando sua cabeça em meu peito, ela me aperta com seus braços e chora ainda mais... Fico acariciando seus cabelos e depois de alguns minutos percebo que Betty está mais calma, afasto seu rosto e digo.

-- Como eu posso ajudar vocês? --

-- Eu não sei, eu só preciso ir pra casa, ficar com meu pai e minha mãe -- Seus olhos estão cheios de lágrimas para serem derramadas outra vez.

-- Como ele está, o que houve? --

-- Eu não sei, a minha mãe só disse que ele esta morrendo --

-- Ta bem, eu vou dar um jeito da gente voltar o mais rápido possível ta? --

Ela apenas balança a cabeça em forma de sim, enquanto lágrimas rolam de seu rosto.

-- Amor, senta aqui e tanta se acalmar, eu ja venho ok -- A puxo com delicadeza e a sento na cama, deixando um beijo em sua testa, mas ela parece inerte a tudo.
Desço as escadas correndo, preciso falar com FP, talvez ele possa nos ajudar, para minha sorte ele abre a porta adentrando o local.

-- Ainda bem que chegou, eu preciso muito da sua ajuda -- Falo eufórico.

-- O que foi? -- Fala tranquilamente tirando seu casaco.

-- Você consegue duas passagens o mais rápido possível de volta para Nova York? --

-- Posso tentar, mas por que? --

-- O pai de Betty sofreu um acidente, está entre a vida e a morte, ela precisa ir --

-- Ta, eu vou vê o que consigo -- Ele pega o telefone no seu bolso, e faz uma ligação.
A outra pessoa atende rápido, ouso FP falar.
" Oi - Sim sou eu - Preciso de duas passagens para agora - Nova York - Da seu jeito - tem que ser duas - eu pago o quanto for preciso - como assim só uma - preciso de duas - tem certeza - daqui 2 horas - Ok "

Com uma cara nada boa ele olha pra mim.

-- Ele só conseguiu uma passagem, daqui a 2 horas -- Fala chateado.

-- Mas preciso de duas, eu não vou deixá-la sozinha -- Digo estressado.

-- Eu sei, mas o tempo ta ruim, poucos voos, só tem uma. Pra vocês dois, só pela manhã --

-- Tem certeza? Eu pago o quanto for preciso --

-- Eu já ofereci isso, mas não tem --

-- Droga -- Falo batendo na mesa.

-- Jughead -- Fala Betty da escada, chamando minha atenção, ela está desolada, lágrimas rolam de seu rosto, imediatamente vou até ela.

-- Ele piorou, não tem o que fazer, ele vai... -- Fala entre soluços sem conseguir terminar, ela me abraça, faço carinho em seu cabelo, eu sei da dor de perder um pai, e não queria que Betty passasse por isso, mas pode ser inevitável... Mas ela pode ter a chance de se despedir, não posso tirar isso dela, me afasto colocando minhas mãos em seu rosto, falo com todo cuidado.

-- Tem um voo daqui a 2 horas, se você sair agora da tempo, mas só tem uma vaga, eu prometo que vou ao seu encontro o mais rápido possivel ta? -- Falo com carinho.

-- Eu não quero ir sem você -- Fala em lágrimas.

-- Eu sei amor, eu também não quero isso, mas você precisa ir, precisa estar com ele, acredite, eu sei o quanto você precisa -- Falo com firmesa.

-- Mas eu preciso de você comigo --

-- E você me terá, eu prometo que volto para você o mais rápido que eu conseguir, não perderei um segundo, confia em mim? --

-- Confio, Sempre -- Lhe dou um selinho carinhoso.

-- Vamos subir para pegar suas coisas -- Levo meu olhar para FP que entende o que eu quero.

-- Eu vou chamar o helicóptero -- Ele fala pra mim, que concordo balançando a cabeça, enquanto subimos as escadas.

...

O Helicóptero havia chegado, iria acompanhar Betty até o aeroporto, precisavámos ser rápidos, não tinhamos muito tempo... Estamos todos do lado de fora, enquanto coloco as malas dentro do helicóptero, Betty se despede de FP.

-- Obrigada pela sua estadia, e por isso -- Ela fala se referindo a ajuda dele para ir pra casa.

-- De nada minha querida -- Ele fala com gentileza, tocando o braço dela.

Vejo ela o abraçar com gratidão, conhecendo Betty como já conheço, sei que ela jamais esquecerá a ajuda dele nesse momento delicado...
Ajudo Betty a subir no helicóptero e em seguida me sento ao seu lado.

-- Eu ja volto -- Falo para FP enquanto fecho a porta, ele apenas acena com a cabeça.

...


Havíamos acabado de chegar ao aeroporto, Betty não tinha muito tempo, o voo já iria sair, precisavámos nos despedir rápido.
Eu já havia providenciado tudo, não poderia ir com ela, mas queria que chegasse em segurança, que tivesse alguém a orientando até encontrar seus pais.

-- Betty o Archie, meu amigo, vai te buscar no aeroporto e te levar ate o hospital, ele é de minha total confiança, você estará segura, e aqui está, leve esse dinheiro e o cartão, use o quanto precisar -- Falo colocando o dinheiro e cartão nas suas mãos.

-- Obrigada amor, por tudo... eu vou sentir sua falta -- Ela está prestes a chorar, eu sinto, ela cola sua testa na minha, como é difícil deixá-la ir sozinha.

-- Logo eu estarei com você, é uma promessa -- Falo ainda com a testa colada na dela, ela apenas balança a cabeça enquanto lágrimas rolam de seu rosto, me afasto lentamente e enxugo a sua lágrima com meu dedo, tocando levemente sua bochecha -- É só pensar em mim que eu estarei pensando em você -- Falo e em seguida beijo suas mãos, ela sorri de lado, sentindo as lágrimas rolarem ainda mais.

-- Agora você precisa ir -- Lhe dou um beijo singelo e quando nossas bocas se tocam, podemos sentir a tristeza do outro pelo momento, sinto suas lágrimas em mim... Com muita reluta nos separamos, meus olhos estão marejados, não queria que ela fosse sem mim.

POV ELIZABETH

Me solto de Jughead com dificuldade, não quero o deixar, não quero ir sem ele... Dou passos a frente indo em direção a sala de embarque, meu coração está partido, preciso estar com minha familia, mas queria Jughead ao meu lado...
Me viro para olhar pra ele, nos encaramos com ternura, tristeza e saudade, vorro até ele e o beijo intensamente, peço passagem com a língua e ele me da, o nosso beijo é cheio de paixão, estamos perdidos na boca do outro, sentindo o gosto do outro, depois de alguns segundos cessamos o beijo e me afasto soltando sua mão bem devagar, como se fosse em câmera lenta, sentindo o toque dele até o último segundo, nossos dedos se separam, me obrigando a seguir meu caminho.