História Interessada por certo loiro - Capítulo Três

O dia se passou rapidamente. Já estava na hora da saída e eu não fui ver Nathaniel. Fiquei o dia inteiro tentando me esconder de Lynn, Alexy e Rosa. Eles passaram o dia tentando me arrastar para o shopping. No momento estava dentro do vestiário esperando com que eles fossem embora. Ouvi a porta se abrir. Fiquei tensa e me escondi atrás doa armários. A pessoa abriu um dos armários e como eu sou curiosa espiei para ver quem era. 

-Ah é só você...- digo saindo de trás dos armários, assustando o loiro sem camisa. 

-Puta que pariu! 

-Olha só! O representante não é tão certinho assim.- mordo meus lábios vendo aquele corpo dos deuses. 

-O que você está fazendo aqui?- ele disse bem irritado. 

-Estou me escondendo da Lynn, do Alexy e da Rosa. Eles queriam me levar ao shopping, mas eu já tenho planos...- sorrio maliciosa sem tirar os olhos daquele tanquinho. Quando ele percebe coloca uma camiseta rapidamente.- eu não consegui tempo para ir te perguntar seu endereço. Vou ver se consigo um lanche em algum lugar e depois vou para lá. 

-Quer almoçar junto comigo?- o loiro cora enquanto mexe no seu cabelo. 

-Eu posso?- vejo ele sorrir com minha pergunta idiota. 

-Claro.- eu abro um sorriso como o de uma criança que acabou de ganhar um doce. 

-Então vamos logo Nath! 

Pego sua mão e o arrasto para fora da escola. Por sorte ninguém estava por perto para ver eu e Nathaniel saindo juntos. Fomos andando até o ponto de ônibus. O loiro abria a boca para falar algo, mas logo desistia. Aquele silêncio me incomodava. Me sentei no banco pensando em algum assunto. 

-Nathaniel?- chamei atraindo os lindos olhos dourados para mim.- Por que não me conta alguma coisa sobre você? 

-Sobre mim? 

-É. Você é um cara meio diferente do que eu estou acostumada. 

-Não gosto de falar sobre mim.- ele fica sério e volta o olhar para rua. 

-Então vamos fazer assim. Eu falo uma coisa sobre mim e você sobre você. Pode ser?- por mais que eu tivesse perguntando se tudo bem, eu não daria tempo para ele negar.- Eu me chamo Ib, tenho 17 anos, mas isso você já deve saber. Minha comida favorita é tempura de camarão, mas eu acabei ficando alérgica a camarão depois de comer muito. Minha vida é uma bosta...- faço uma pose dramática fazendo o loiro rir. 

-Meu nome você já sabe e eu sou um ano mais velho que você. Minha comida favorita é espaguete à carbonara ou à bolonhesa e a única coisa que sou alérgico é a pólen. 

-Sério? Que bosta... Deixa eu ver o que eu mais posso falar. Ah! Minha cor favorita é preto e o que eu mais gosto de fazer quando estou em casa é ouvir música e desenhar. Eu saio bastante vou em festas, corridas e lutas com frequência. 

-Minha cor favorita é azul e normalmente quando estou em casa eu termino os trabalhos pendentes do grêmio e estudo. Não tenho tempo de sair então para descansar leio livros policiais. 

-Mas que merda de vida. Você não se diverte nunca? Tipo sai vai em uns roles com os amigos ou coisa do tipo?- eu fiquei indignada. Como um garoto tão gato desses não vai na balada pegar varias meninas? 

-Eu não tenho tempo Ib. Sempre tive que ser o garoto perfeito para meus pais. 

-Mas agora você não vive mais com eles. Você pode se divertir como um adolescente normal.- vejo o ônibus se aproximar então levanto e faço sinal.- Vamos Nath?- ele levanta sorrindo e me acompanha. 

Durante o trajeto fui falando das viagens que fazia com meus pais antes de me mudar. Saímos do ônibus e andamos mais um quarteirão.  Subimos o elevador do grande prédio em silêncio. Nathaniel abriu a porta revelando uma grande sala com piso de madeira claro iluminado pela luz do sol. Ao lado uma cozinha americana bem grande. Eu me aproximei da janela olhando a linda vista. 

-Gostou?- vejo no reflexo o loiro atrás de mim. 

-Sim. O que vamos comer?- me viro olhando o garoto bem próximo de mim. 

-O que você gosta de comer além de camarão? 

-Qualquer coisa, não tem nada que eu não goste. 

-Eu posso fazer arroz e filé mignon com batatas.- abro um sorriso. Faz tanto tempo que não como comida boa! 

Nathaniel foi para a cozinha e eu sentei no balcão o observando. Ele me perguntava de vez em quando que temperos eu gostava. Ele fazia tudo com perfeição, nunca tinha visto um garoto tão perfeito assim. Me senti meio inútil sentada no banco sem fazer nada. 

 -Nathaniel?- ele olhou para mim- Posso ajudar em alguma coisa? 

-Não precisa Ib. Eu dou conta. 

-Deixa eu ajudar... Estou me sentindo inútil... 

-Ok. Vem cá.- dei a volta no balcão e me aproximei.- Você pode cortar as batatas enquanto eu vou cortar as carnes. 

-Ok! 

Logo que peguei as batatas e a faca me arrependi profundamente por ter proposto ajudar. Eu não sei fazer nada! Sou um caos na cozinha! Por isso eu e Castiel só comemos pizza e miojo! Nathaniel já tinha colocado as carnes no fogo e a idiota aqui ainda estava parada olhando as batatas. Logo que eu tentei cortar a batata saiu voando batendo no loiro. 

-Desculpa! Eu sou um caos na cozinha!- ele riu do meu desespero e se aproximou. 

-Quer que eu te ensine?- fiz que sim com a cabeça.- Primeiro segure a batata.- ele se colocou atrás de mim e colocou sua mão sobre as minhas, me mostrando como segurar.- Depois é só ir cortando em rodelas, mas sempre tomando cuidado com sua mão.- ele segurou minha outra mão cortando a batata. Eu fiquei completamente vermelha. Sentia sua respiração no meu pescoço me arrepiando por inteira.- Pronto. Viu é fácil!- ele diz com a voz rouca, bem próxima do meu ouvido, mas logo se afasta voltando a cuidar da carne. 

Meu coração ainda estava acelerado. Nunca tinha me sentido assim antes. Peguei o restante das batas e tentei fazer como ele me disse. Depois de um tempo ele pegou as batatas para colocar no forno e eu fui colocar a mesa. Logo a comida ficou pronta e nos sentamos para comer. O silêncio tomou conta do local, só dava para ouvir eu comendo feito um porco aquela comida maravilhosa.  

-Como é morar com Castiel?- Nathaniel corta o silêncio. 

-Difícil. Nós dois somos muito parecidos então quando estamos de mau humor, o que é quase sempre, brigamos muito. 

-Eu não acho você tão parecida com Castiel... 

-Você é a primeira pessoa que me diz isso. Normalmente escuto as pessoas falando que sou chata que nem ele, briguenta e vingativa... E como foi viver com a Ambre?- perguntei já pensando no inferno. 

-Ambre é complicada. Sei que não gosta dela, mas comigo ela é diferente. 

-Eu imagino. Castiel também muda muito quando está só comigo. Ele e Lynn me contaram porque você saiu de casa. A Ambre também deve ter sofrido muito. Desculpa ter perguntado para a Lynn, é que as vezes sou meio curiosa. 

-Não tem problema. Ambre realmente sofreu com tudo o que aconteceu, mas acho que nós dois ficamos mais próximos agora que estamos longe. 

-Que bom.- sorri sincera. Por mais que não goste da loira, ela é importante para ele. 

Terminamos de comer e fomos lavar a louça. Depois de acabar sentamos na mês novamente para estudar. Ele me explicava sobre simple present tense ou algo do tipo, mas eu não consegui entender nada porque estava mais concentrada observando cada detalhe do loiro. Chegou um momento que ele percebeu e começou a me encarar. 

-O que foi?- ele disse me deixando vermelha rapidamente e logo olhei para frente. 

-Desculpa.- ele deu uma risada gostosa me fazendo estremecer. 

-Quer fazer uma pausa? 

Eu virei para olha-lo dando de cara com seu rosto. Estávamos tão próximos que até sentia sua respiração. Olhei para seus lábios morrendo de vontade de beija-lo. E era o que eu ia fazer se a campainha não tocasse... Senti uma raiva quando ele se levantou para ver quem era. Quando abriu a porta ouvi uma voz  extremamente irritante. 

-Nath!- vi a loira oxigenada a abraçar. 

-Ambre! O que você faz aqui? 

-Eu vim te visitar, por que?- vi que o loiro ainda estava vermelho por conta do acontecimento de pouco tempo atrás. Eu me aproximei e apareci atrás do garoto. 

-Oi Ambre.- dei um sorriso largo. 

-O que essa garota ta fazendo aqui?!- Ambre grita já vermelha de raiva. 

-O que foi Ambre? Não gosta da minha presença?- digo fingindo estar chateada. 

-É claro que eu não gosto!- eu ri da cara que a garota fez. 

-Ambre! Pare com isso!- Nathaniel diz bravo.- Ib é minha convidada e não vou deixar que você a trate mal. 

-Relaxe Nath.- eu vejo o rosto da garota expressar nojo quando eu digo Nath.- A culpa não é dela, eu estou provocando. 

-Não a defenda Ib. Você não tem culpa de nada. Ambre precisa parar de agir como criança. 

-Eu não fiz nada! Essa garota que sempre vem me encher!- Ambre volta a gritar. 

-Ib, Lynn , Priya quem mais você quer culpar pelo seus ataques de ciúmes?- Nathaniel suspira.- Olha Ambre já chega. Se você quiser peça desculpas para Ib e entre.- a garota apenas entra calada e se senta no sofá.- Me desculpe por isso.- ele suspira e fecha a porta. 

-De boas. Eu acho melhor eu pegar minhas coisa e ir embora. 

-Desculpa mesmo. A gente continua outro dia. Pode vir se quiser almoçar. 

-Sério?- meus olhos brilham e ele ri. 

-Sério. 

-Eba! Faz tanto tempo que não como assim tão bem! 

Eu peguei minhas coisas sendo fuzilada pelos olhos da loira de farmácia. Nathaniel avisou ela que me levaria até o ponto de ônibus. No caminho ele ia perguntando se eu tinha entendido sobre a matéria. 

-Chegamos. Você já pode ir Nathaniel. Obrigada por me ajudar e pelo almoço também.  

-De nada. Desculpe mesmo pele Ambre. 

-Já disse que não tem problema.- vi meu ônibus chegando.- Tchau Nath.- dei um beijo na sua bochecha e entrei no ônibus. Meu coração parecia que iria sair pela boca. Eu não posso estar começando a gostar do loiro. Posso?