1. Spirit Fanfics >
  2. Interligados >
  3. Revelations

História Interligados - Revelations


Escrita por: bxy e xSummer

Notas do Autor


Olá,
A partir de agora as coisas vão ficar mais corridas, e já estamos entrando na reta final.
Por esse motivo, vamos demorar um pouco com as atualizações, para que os capítulos fiquem o melhor possível :)
Enfim, é isso
Beijos
- Mukeway

Capítulo 12 - Revelations


Calum estacionou a viatura no pátio da delegacia, e abriu a porta traseira segurando Luke pelo braço ajudando-o a descer do veículo e caminharam até a sala principal. 

  — Sente-se aí. – apontou um banco onde Hemmings fez o que foi pedido. – Pode dar uma olhada nele por mim, John ? – pediu a outro oficial que assentiu. 
           Hood seguiu apressado até a sala do delegado, deu dois toques na porta e entrou. 

— Tenho um interrogatório para você Richard. 

— Resumo do caso. – ajeitou-se na cadeira apagando o resto do cigarro num cinzeiro. 

— Luke Hemmings está aqui. 

— Luke do caso Clifford ? O namorado ? – o mais velho prestou mais atenção, apoiando as mãos sobre a enorme mesa de madeira escura. 

— Ele quase matou Alec Mitchel. Estava passando por uma padaria quando encontrei os dois brigando na calçada.Precisei separá-lo a força ou ele estrangularia Alec. 

— Vamos ver o que ele tem para contar. – disse sorrindo e seguindo até onde o loiro esperava. 

— Sr. Hemmings, nos acompanhe por favor. 

O loiro suspirou e seguiu os dois homens, tendo a certeza de que sua antipatia por Hood havia aumentado consideravelmente. 

Richard sentou-se novamente em sua cadeira. Calum tirou as algemas do loiro que sentou-se á frente do delegado. Hood ficou em pé ao lado do mais velho, cruzou os braços e encarou Luke que estava de cabeça baixa e com o mesmo olhar inexpressivo de quando entrou na viatura. O detetive ainda não tinha provas concretas mas seu faro de investigador lhe dizia que Luke escondia algo. 

— Sr. Hemmings, está detido em flagrante por tentativa de homicídio. 

O loiro arregalou os olhos pela primeira vez, encarando o delegado. 

— Homicídio ? 

— Bom, eu vou deixar que me conte o que aconteceu. 

Ele suspirou novamente e ficou em silencio, observando os dedos brincarem sobre a mesa. 

— Eu vou te ajudar. Pode começar a contar de onde conhece Alec ? 

— Ele estuda com meu namorado. – respondeu com a cabeça baixa. 

— E o que você fazia na rua com ele ? 

— Eu não estava com ele. Fui na padaria comprar algumas coisas e o encontrei por lá. 

— E o motivo da briga ? 

— Ele tem perseguido meu Michael. – falou desviando o olhar para Hood. 

— Perseguido como Sr. Hemmings ? 

— Não sei explicar senhor. – soltou um longo suspiro, encostando-se na cadeira. 

— Então você agrediu Alec sem um motivo concreto ? 

— Não ! – aumentou o tom de voz. – ele estava me provocando também e eu o vi conversar com o pai do Michael. Eu sei que ele quer algo com ele. – o loiro passava as mãos sobre o rosto, demonstrando nervosismo. 

— Acalme-se Luke. – o delegado pediu. 

— Você devia ter trago ele também. – apontou para Calum. 

— Não me diga o que fazer Hemmings. Quem deve obedecer aqui é você ! – Calum respondeu sério 

— Luke, há algo mais que queira nos contar ? – o loiro apenas maneou a cabeça negativamente. – Nesse caso, você passará uma noite aqui por resistência e desacato ao detetive Hood. Tem direito á uma ligação. 

(...) 

Michael observava pelo vidro da cozinha que estava embaçado devido a garoa que caía no momento. A televisão estava ligada em um canal de noticiários onde ele esperava ter alguma pista da razão pelo qual Luke estava desaparecido. 

Desde que voltou da consulta não consegue contato com o namorado. O celular não atende, as mensagens não são respondidas. O porteiro informou que o loiro saíra mais cedo e até agora não havia voltado. 

Clifford estava preocupado, principalmente pelo seu comportamento nos últimos dias. Com a demora, o colorido já pensava em ligar para Calum em busca de ajuda, quando seu celular recebeu uma ligação de um número privado. 

— Michael ? – ele ouviu depois de dizer alô. 

— Luke ! Onde está ? O que houve ? 

— Estou na delegacia. – respirou fundo. 

— O que ? Por que ? O Calum está aí ? Vou falar com ele. 

— Foi ele quem me trouxe para cá. 

— O que ? Eu estou indo para aí. – encerrou a ligação sem esperar uma resposta. 

O de olhos verdes calçou seus coturnos e pegou um casaco, colocando as chaves e a carteira dentro do bolso do mesmo, e saindo apressado pela porta. 
 

(...) 
 

Calum estava em sua sala, ajeitava seus relatórios para enfim ir para casa. Pegou o celular que não conferia há algum tempo, e entre as mensagens que haviam chegado, a de Ashton foi a primeira que leu. 

Ele discou o número do psicólogo e esperou até que o mesmo atendesse, com a voz de quem provavelmente estava dormindo. 

— Desculpe ligar á essa hora. O dia foi corrido. 

— Tudo bem, como você está ? 

— Estou bem. – respondeu sorrindo, feliz com a preocupação do outro. — E você ? 

— Eu também. Eu te mandei uma mensagem, descobri algumas coisas. 

— Sim, eu vi. Eu também tenho algumas coisas para te contar, então passarei amanhã na sua casa para fazer isso abraçado á você no seu sofá. - ouviu o outro rir do outro lado da linha. — Agora volte a dormir, boa noite. 

Hood encerrou a ligação, ouvindo alguém discutir enquanto a voz ficava cada vez mais perto. 

— Por que fez isso ? — Clifford abriu a porta de repente, com John tentando contê-lo. 

— Tudo bem, pode deixá-lo aqui. – o oficial assentiu, fechando a porta ao sair. — Sente-se Michael. 

— Calum, o que está acontecendo ? 

— Luke agrediu Alec hoje, ele não o soltou quando pedi e tive que detê-lo. – o de cabelos verdes lhe encarava extático. — Eu sinto muito, talvez ele não seja bom para você. 

— O que ele fez exatamente ? 

— Vou deixá-lo te contar. 

Hood levou o outro até a cela onde Luke estava. Enquanto se aproximavam, podiam ouvi-lo falar sozinho, parecia discutir com alguém, embora sua voz revelasse um tom assustado. 

O loiro estava encolhido num canto da cela. Tinha as mãos sobre a cabeça e a testa apoiada nos joelhos. 

— Luke ? – Michael chamou enquanto Calum destrancava a grade. 

— Mike ! – levantou-se rapidamente, abraçando o outro fortemente. 

— O que você fez ? – a voz do colorido era triste. 

— Eu bati no Alec. 

— Enforcou e quase matou. – Calum interferiu. 

— Eu estava nervoso Michael, me desculpe. Eu não ia matá-lo eu juro. Eu só estava com raiva, eu não quero perder você. – o desespero estava refletindo na voz do loiro. 

— Calum, deixe-me levá-lo. Por favor. 

— Ele tem que passar a noite aqui. 

— Eu vou passar a noite aqui também, então. 

— Você não pode Michael. 

— Eu devo cometer algum crime ? É isso ? – empurrou o detetive. – Pronto, agora me prenda por desacato. 

— Michael, você precisa se acalmar. – Hood pediu tranquilamente. 

— Me deixe levá-lo, por favor Calum. – o moreno desviou o olhar para Hemmings e balançou a cabeça negativamente. – Ele não vai fazer mais não é Luke ? 

— Não Mike. – respondeu baixo. 

— Tudo bem, mas porque já está tarde e você não vai voltar sozinho para casa. Mas da próxima ele ficará detido por muito mais tempo, e em uma unidade prisional. 

Michael assentiu e agradeceu. Assinaram alguns papéis e ele pediu que Luke entrasse no carro, sentando-se no banco do motorista. 

— Você está saindo do controle Luke. Eu estou começando a ficar assustado. É isso que você quer ? – o colorido disse, mantendo o olhar na rua escura. 

— Me desculpe Mike. Eu não quero me afastar de você. 

— Mas você está conseguindo isso. Eu voltei a ter pesadelos com meu sequestro, eu achei que tinha melhorado, que minha vida seria melhor depois de te conhecer Luke. Agora, eu já não sei o que esperar. Você sabe o que eu passei ? Sabe o quanto era horrível ficar preso com aquela coisa, dopado, sendo abusado? Eu vivi com medo, eu nunca mais fui o mesmo Luke ! Eu não quero viver num inferno de novo. – ele gritava, enquanto as lágrimas escorriam em abundancia. 

— Eu sinto muito, eu quero curar você. Eu sei que estou errado, é tudo minha culpa. – ficou em silencio por algum tempo. – Eu preciso te contar uma coisa. 

Clifford pediu que o outro aguardassem até chegar em casa. Desceram do carro e seguiram para o apartamento de Hemmings. Michael fechou a porta e pediu que o outro falasse. 

— Eu não te falei antes, porque eu não tinha coragem, eu não queria te perder. 

— Fala logo Luke. — o de cabelos verdes ainda estava de pé. 

— Eu ouço vozes Mike. Elas falam o tempo todo. Falam que você está me traindo, falam que o Calum quer tirar você de mim. E agora o Alec apareceu, e elas dizem o mesmo dele. Eu não quero perder você. — dessa vez era Hemmings que chorava copiosamente. 

— Hey Luke. – o mais velho se aproximou, puxando o outro para seu peito. — Eu não vou te abandonar, está me ouvindo ? Mas você tem que se cuidar, ir ao psicólogo... 

— Eu já vou ao psicólogo. Eu ia te contar isso também. 

— Então amanhã você vai conversar com ele. Vamos resolver isso juntos, e vai dar tudo certo mas você precisa confiar em mim. Eu não vou trocar você por ninguém, não quero ninguém. Eu te amo Luke ! – deixou um beijo na testa do outro, que envolveu ainda mais os braços em sua cintura, encolhendo-se no sofá. 

— Eu também amo você Mike. Amo muito. 
 

(...) 

Na manhã seguinte, Michael faltou a aula. Ficaria ao lado de Luke, até que este acordasse, para que o lembrasse de ir ao psicólogo. O de cabelos verdes sabia que havia algo errado com o namorado, mas ao saber o que de fato acontecia ficou de certo modo aliviado. 

Não que fosse algo á toa, mas era menos grave do que ele pensava, ao menos era essa a ideia que ele tinha. 

Quando Luke abriu os olhos, Michael teve a certeza de que ele era apenas vitima de si mesmo, e não um psicopata que pudesse lhe causar mal. Deixou um beijo em sua testa desejando bom dia, e permaneceu ao seu lado enquanto afagava seus cabelos. 

Passaram algum tempo falando sobre os detalhes do sequestro de Michael e Luke lhe passava todo conforto que podia. 

— Mas depois que te conheci, as coisas tem melhorado. – deu um sorriso verdadeiro.– Agora, me conte sobre você. 

— Bom, eu nasci nessa cidade e minha família sempre foi pobre, e eu digo pobre em todos os sentidos. Meu irmão mais velho era o único que cuidava de mim, enquanto meu pai estava no bar gastando todo nosso dinheiro, e minha mãe fumava na calçada á espera dele. Assim que chegava, começavam as brigas, os gritos, os espancamentos... de todos nós. – engoliu em seco. – Um dia ela se cansou, e foi embora. Eu tinha 8 anos e meu irmão tinha 13. Tínhamos que trabalhar para dar dinheiro á ele. Íamos á escola de manhã, e a tarde vendíamos algumas coisas nas ruas, voltávamos a noite e as vezes nem jantávamos. Um dia fomos levados á um abrigo, eu não entendia muito bem o porque, nem o que estava acontecendo, mas de certa forma fiquei feliz em ir para lá. As vozes sempre estavam comigo, sempre me dizendo o que fazer, me dizendo que as outras crianças não gostavam de mim, que eu era uma aberração. Então eu ficava afastado. Meu irmão fez 18 anos e precisou sair de lá. Foi na época em que eu comecei o ensino médio, e na época em que te conheci, na verdade eu me apaixonei desde a primeira vez em que te vi Mike. 

O colorido sorriu deixando um beijo carinhoso nos lábios do outro. Ficaram num silencio agradável, aproveitando apenas o abraço e perfume um do outro, até Michael levantar e buscar um café da manhã para o loiro e posteriormente seguir até o estacionamento com ele. 

— Posso ir com você ? 

— Não que seja necessário Mike. Eu prometo que não desvio do caminho. 

— Vou fazer uma faxina no seu apartamento. Não que seja necessário,mas quando voltar você terá mais tempo para mim.

O loiro sorriu e deu um ultimo beijo, se despedindo. 

(...) 

Ashton dirigiu até sua casa, atordoado com as informações que conseguiu nos últimos dias. Mal podia esperar para encontrar Calum e lhe contar tudo, e claro, poder curtir sua companhia. 

Ao chegar, teve uma surpresa, já que a viatura estava parada em frente á sua casa, e um detetive sorridente aguardava encostado no capô. Irwin desceu do carro e assim que se aproximou, foi puxado para um abraço seguido de um beijo que lhe tirou o ar. 

— Saudades detetive ? 

— Só um pouco. – falou dando um último selinho e entraram em casa. 

— Vou só tomar um banho e podemos conversar. Tem comida de verdade hoje, só preciso esquentar. – puxou o outro pelo braço enquanto subiam as escadas. 

Era a primeira vez que Hood estava naquela parte da casa. Haviam dois quartos e um banheiro pelo que Irwin explicou. Seu quarto era o maior e havia uma enorme cama com lençóis brancos, que combinavam com os tons claros dos outros móveis. 

A janela ainda tinha uma sacada que dava para a entrada da casa. Irwin deixou o outro ali e seguiu para o banheiro, não demorando a sair de lá exalando o seu perfume característico. 

— Quer tomar um banho também ? 

— Acha que estou precisando ? – o moreno fez cara de ofendido. 

— Não, eu só ofereci... – Ashton tentou se explicar, vendo o outro sorrir e percebeu que não estava levando a sério. 

— Talvez mais tarde eu tome um banho aqui, antes de dormir. – envolveu novamente a cintura do outro. 

—Está se convidando para dormir aqui ? 

— Sim, eu já fiz isso antes não lembra ? 

— Oh sim, você vai dormir na sala de novo. – respondeu em tom de brincadeira. 

— Se você quiser que eu durma por lá... – encostou-o contra parede. — Mas eu acho que como seu namorado, eu devia dormir com você. 

— Namorado ? 

— Se você aceitar. 

— É uma proposta irrecusável. – sorriu unindo os lábios. 

Os dois desceram as escadas, seguindo para a cozinha onde jantaram e puderam contar as novidades. Ashton contou sobre o que Michael revelou a respeito do ciúmes do namorado, e ainda que descobriu que Luke é um de seus pacientes. Contou brevemente sobre o histórico do loiro, e das vozes que o mesmo ouvia. 

Calum também contou sobre a prisão de Luke, e ainda que havia seguido Alec, descobrindo que ele e Daryl mantém contato. Contou sobre a ida de Michael á delegacia para buscar Luke, e do quanto estava preocupado com o relacionamento. 

Discutiram sobre o caso, unindo as informações que sabiam e montaram algumas teorias e hipóteses. Hood sentia-se feliz em poder ter um parceiro como Ashton, sentia-se bem em discutir casos com alguém como ele, estava cada vez mais envolvido apesar do pouco tempo. 

— Eu estou mais confiante agora. Nós vamos resolver isso juntos. 

— Eu apenas vou ajudar Cal. O mérito é todo seu. – Irwin afagou a mão do outro sobre a mesa. 

— Posso tomar meu banho agora ? 

— A casa é sua. – Ashton respondeu sorrindo.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...