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— Harry, posso saber porque tem faltado seus compromissos com a gente? — Perguntei colocando as mãos na cintura e ele riu.
— Eu sei que vocês me amam. — Disse convicto e então gargalhamos.
— Não te vi na festa de ontem. Onde esteve? — Lilly perguntou e ele logo corou.
— Vamos dizer que o meu programa com a Mari foi diferente. — Respondeu e nós sorrimos maliciosas.
— Depois que experimentou, não para mais. — Lilly sussurrou e logo recebeu um olhar de repreensão do mesmo.
— Lindsay. — A chamei e ela levantou os braços em redenção.
— Hoje é terça, temos apenas dois dias pra ensaiar, então vamos parar de papo. — Falei e ela concordou chamando todos da equipe para se posicionarem em seus respectivos lugares.
— Eu vou indo meninas, não quero atrapalhar vocês. — Harry disse e logo saiu.
— Então, eu tenho que falar duas coisas com vocês. — Comecei e todos prestaram atenção. — A Ashley e a Megan podem ser umas vadias, mas elas sabem fazer coreografias. Provavelmente elas irão colocar passos de dança.
— Pelo que eu ouvi elas tem um item surpresa. — Lola disse e eu a encarei confusa.
— Como assim um item surpresa? — Perguntei.
— Eu não sei, só que na festa de ontem, veio uma garota da equipe e acabamos embebedando ela para poder soltar algo, e então ela disse isso. — Voltou a responder.
— Enfim, podemos esperar qualquer coisa delas, mas somos as melhores, sempre ganhamos e esse ano não será diferente. Eu quero vê vocês bem animadas quando o time for entrar. — Falei.
— Pois é, vamos fazer a performance seis minutos antes dos meninos entrarem e depois que começar o jogo, começa a torcida. Entenderam? — Lilly explicou e todos assentiram.
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— Justin, para. — Eu reclamava enquanto caminhávamos para a sala de teatro.
— Eu não estou fazendo nada. — Disse e eu o olhei feio.
— Você está puxando meu cabelo, inferno. — Bufei impaciente e então entramos na sala. Todos estavam sentados prestando atenção no que o professor falava.
— E porque vocês demoraram? — Perguntou e logo olhei o loiro ao meu lado.
— Desculpa professor, tivemos um contratempo. — Respondi rápido e ele logo assentiu.
— Então, Noite de Reis primeiro. — ele disse.
Nos sentamos nas cadeiras a frente e logo senti um alivio em minhas pernas. Eu estava cansada, tinha terminado de ensaiar o último passo das cheers e ainda tinha aquela maldita aula de teatro. Não que eu não gostasse, afinal, eu amo literatura, mas eu não estava em condições de encenar nada. Revirei os olhos para a atuação da Hayley em Romeu e Julieta e a cada palavra que ela falava olhava para o garoto ao meu lado. Aquela cena era um tanto cômica devido as reações dele, e as vezes insuportável porque aquilo estava me incomodando. Não que eu estivesse com ciúmes, porém ela estava estragando o conto e diante aquela situação era completamente desagradável.
— A Megera Domada por favor. — O professor nos chamou e com muito custo levantei.
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— Acho que nunca me senti tão cansada. — Lindsay falou enquanto se jogava de qualquer jeito na cama.
— Eu estou uma pedra, faz uma massagem em mim? — Fiz manha e logo recebi uma almofada na cara. — Ai.
— Eu estou morta, e você quer que eu te faça uma massagem? — Reclamou e eu sorri de lado.
— Vamos dormir, não aguento mais esse dia. — Falei e ela assentiu.
— Boa Noite puta. — Respondeu.
— Boa Noite.
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Quarta-Feira
— Você não acha estranho o fato de não está acontecendo nada? — Lilly me perguntou do nada assim que se sentou.
— Como assim? Do que está falando? — Perguntei.
— O campeonato está em cima, era para alguma das Flamingos terem vindo aqui nos infernizar. Não acha?
— Não sei Lilly, vai ver elas cansaram de bancar as idiotas.
— Não sei Lorena, tem algo estranho.
— Pessimista. Não está acontecendo nada. Agora toma seu café e me deixa apreciar a paisagem. — Assim que falei ela me olhou confusa e eu sorri de canto. Exatamente estava parado na minha frente, ou melhor, atrás da Lilly o garoto que tinha me dado mole na noite passada. Ele era um gato e ninguém podia negar, mas ele tinha algo que me parecia familiar.
— Olá. — Ele falou e então pude ouvir sua voz um pouco mais rouca do que o normal.
— Oi. — Falei e logo a Lilly o encarou franzindo a testa.
— Eu poderia falar com você? — O garoto pela qual eu não sei o nome perguntou.
— Claro. — Eu respondi e assim que fiz menção de levantar a Lilly me impediu.
— Como é seu nome? — Ela perguntou e então o garoto cortou nossos olhares e olhou para a mesma.
— Desculpa, mas eu quero falar com a sua amiga. — Ele soou irônico e logo a morena fechou a cara.
— Ela não vai, está ocupada. — Respondeu por mim e eu a olhei.
— Eu vou sim. — Disse e logo ela me encarou.
— Não você não vai. — Ela respondeu e eu franzi a testa.
— Depois das aulas, me encontre no porão onde aconteceu a festa. — Ele disse e então sorriu.
— Claro. — Falei e logo ele saiu.
— Você não entendeu que você não vai falar com esse garoto? — Lindsay me fez a olhar e eu cruzei os braços.
— E porque não? Você não é minha mãe Lindsay Parker. — Debati e ela permaneceu séria.
— Lorena eu estou falando sério.
— Por que eu não deveria ir?
— Algo nele me fez sentir uma coisa estranha. — Falou.
— Fala sério não é Lilly? Ele é lindo, simpático, dono de um sorriso maravilhoso e eu não vou perder isso por conta de um pressentimento estranho. — Falei e logo me levantei até ser parada pelas suas mãos em meu braço.
— Eu sou sua amiga, eu te quero o bem. Eu mais que ninguém quero te ver feliz, e sou sincera com você quando o assunto é garotos. Mas ele Lorena, ele eu senti uma vibração muito ruim. — Voltou a insistir e então tirei suas mãos com cuidado do meu braço.
— Eu sei, mas eu só vou conversar com ele, vai que vocês não se entendem depois. — Respondi e ela soltou um riso sarcástico.
— Que tipo de pessoa marca uma conversa no porão Lorena? Você é burra por falta de capacidade ou é só seu cérebro dando curto?
— É estranho realmente, mas nada a ver, o que ele faria comigo? Me matar? Menos Lilly, bem menos.
— Tudo bem, conversa com ele. Depois que acontecer algo, não venha chorando porque eu vou dizer, bem que te avisei. — Ela disse e então pegou sua bolsa saindo do meu campo de visão. Soltei um suspiro e caminhei até a sala de aula.
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Aquela conversa com a Lilly continuava em minha cabeça e por mais que eu tentasse me concentrar na aula ainda sim não conseguia prestar atenção. Ela poderia estar certa. Eu estava dando confiança a um garoto que eu nem conhecia, e nem ao mesmo sabia o nome. Mas se eu não fosse até o porão, não teria como saber isso. Desisti de pensar no pior e andei pelo corredor indo em direção ao porão até me esbarrar com o cabelo cacheado.
— Nossa, o que faz por aqui? — Perguntou e eu sorri dando um beijo estalado em sua bochecha.
— Eu vou falar com um garoto. O que você faz aqui Harry Styles? — Perguntei e ele balançou o celular em minha frente me mostrando a mensagem da Mari.
— Pois é, quando a Deusa chama, eu obedeço. — Respondeu e eu sorri encantada.
— Podemos conversar depois? Eu realmente preciso ir. — Disse e ele me abraçou e então se afastou de mim.
Continuei caminhando e então virei dando de cara com o portão do porão. Desci o lance de escadas e pude ver o porão ainda escuro. Caminhei até o interruptor e acendi dando de cara com o garoto que me esperava no lado oposto.
— Que susto. — Falei e ele sorriu de lado.
— Pensei que não viria. — Respondeu ainda no mesmo lugar. Caminhei alguns passos e fiquei em sua frente.
— E então? O que quer falar comigo? — Perguntei direta e ele por um momento me analisou. Aquela situação era um tanto estranha, mais não me deixei abalar. Apenas continuei o visualizando e ele voltou a sorrir.
— Sabe Lorena. — Começou e eu franzi a testa. — Você é uma garota muito bonita, tem um belo corpo e dança muito bem. Não é atoa que todos os garotos caem de quatro por você. — Falou, mas eu não pude evitar sentir seu tom debochado em cada palavra. Cruzei os braços e continuei o deixando falar. — Eu tentei, tentei de alguma forma vê o que você faz para chamar tanta atenção, mas de verdade, eu não consegui. Durante anos pensei que era só coisa da cabeça do meu irmão, mas eu posso perceber o que realmente ele quis dizer. — No mesmo momento eu franzi a testa confusa.
— Não entendo onde queira chegar. Irmão? — Perguntei e logo ele sorriu de escarneio.
— A vida realmente é complicada. Um dia você tenta entender o que aconteceu, no outro dia você esquece e aí acontece tudo de novo, é um ciclo. — Falou e logo caminhou observando os detalhes do porão. Eu permanecia no mesmo lugar ainda tentando entender aquela conversa.
— Você pode achar que eu sou louco, afinal, eu marquei com você neste lugar e você ao menos sabe o meu nome. Mas eu fico imaginando como uma pessoa que conhecemos durante anos não possa falar nada ao meu respeito.
— Perai. Quem é você? — Eu perguntei ainda confusa e então ele se aproximou de mim me fazendo recuar dois passos para trás.
— Está com medo de mim amor? Eu poderia te usar como eles te usaram. Eu poderia ter seu corpo em minha cama agora e você implorando por mais, mas não. Eu não quero isso sabe por quê? — Ele se aproximava ainda mais e logo colocou seu dedo entre meus lábios me fazendo tomar um impulso pra trás e bater meu corpo na parede. — Porque eu gosto de perseguir as pessoas, gosto de causar uma impressão ruim, que nem fiz com a sua amiga, Lilly certo? — Perguntou debochado.
— Eu não tenho medo de você. — Falei séria encarando sua íris azul.
— Não se preocupe, eu não farei nada com você. — Ele disse e então voltou a andar para frente me deixando ainda encostada na parede. — Ainda.
— Quem é você? — Voltei a perguntar e assim que ele abriu a boca, o garoto loiro desceu as escadas e ficou em minha frente encarando o garoto dos olhos azuis.
— Elliot Saltzman. — Justin falou com sua voz carregada de fúria e logo o moreno sorriu.
— Bieber. — Ele sibilou ainda rindo e no mesmo instante fechei a cara.
— Perai. Você, você... — Gaguejei ainda não acreditando.
— Prazer Lorena. Elliot Saltzman Donovan. — Sorriu e logo engoli o seco olhando para o Justin que no mesmo momento me encarou.
continua....
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