*Marjorie On*
Depois de Luna me arrastar, e socorrermos a Mel, eu fui ao banheiro e joguei uma água no rosto. Até agora eu não acreditava que depois de tantos anos eu troquei mais de duas palavras com Daniel, e mais que isso, havia ficado sozinha com ele e recebido elogios de sua pessoa. O meu coração não podia estar mais alegre, se não fosse por minha mente que não saia da Ste.
Eu sabia como a minha melhor amiga era e eu me sentia mal por não ser totalmente verdadeira com ela, já que eu sabia que a mesma era completamente apaixonada por Daniel, pelo simples fato dele ser o único que não dar bola pra ela. Tinha que fazer alguma coisa com isso, ela vai me odiar se descobrir, e ainda mais se desconfiar que ficamos a sós. Talvez o melhor que eu faça é continuar mantendo meu segredo, antes que isso dê ruim.
Sai do banheiro e notei que a maioria das meninas haviam ido embora, então fui até o balcão e pedi uma dose de vodka. Nunca sequer ousei colocar uma gota de álcool na boca, até essa noite, onde já tomei whisky com Dani e agora isso. A mesma chega e eu tomo tudo de uma vez, sem mesmo encarar o líquido.
— Opa! Vai com calma ae gatinha! — escutei uma voz diferente vinda do meu lado, então me virei e vi Enaldinho, completamente bêbado.
— Tem razão, não wuero acabar assim — Rimos e ele se sentou no banco, com muita dificuldade.
— Engraçada vc né — Ele falava tudo embolado. — Como que te deixaram sozinha aqui em? Você é tão gata e.. — Ele tentava pegar em meu cabelo mas eu desviava. — Você é.. Linda... E
— E nada, pode parando ai seu moleque alcoólatra! — Reconheci a voz que o interrompeu e um riso deixou meus lábios, ele estava ali, afinal.
— Parece que ele não ta nada bem! — Disse gargalhando da careta que ele fez pra Daniel.
— Ih, calma cara! — Ele riu embolado e segurou o braço dele. — Sua mina é muito bonita... — Daniel o segurou e fez uma careta meio estranha, como se enaldinho tivesse dito algo inoportuno.
— Preciso levar ele embora, e vc vem comigo! — Ele disse firme e pegou a minha mão, colocando-a enlaçada em seu braço.
Com uma dificuldade imensa fomos levando o bêbado pra fora da festa e indo em direção ao internato, ele era tão pesado. De vez em quando paravamos pra rir do que ele falava, quando ele tropeçava e logo atravessamos a passagem e deixamos ele em seu quarto. Após fechar a porta do quarto, ele suspirou.
— Amanhã fala pro seu amigo começar uma dieta. — Dou risada.
— Aquela tripa seca só tem osso! — Rimos e logo um silêncio predominou. — Como está tarde, vou te levar até seu quarto. E não aceito não como resposta!
Antes que eu respondesse. ele segurou em minha mão e começamos a caminhar. passando pelo corredor dos meninos, indo pelo pátio central, passando pela menor parte do jardim e chegando até o lado das meninas. Já era tão tarde, que nem mesmo nos preocupados de alguém nos ver afinal estavamos apenas passeando juntos, já era uma desculpa. Chegando a frente do meu dormitório, me virei de frente para ele, que me encarou.
— Obrigado por hoje Dan! — Sorri. — Você tornou a noite boa!
— Eu quem agradeço! — Ele devolveu o sorriso. — Você tornou todos os dias bons! — Ele acariciou a minha mão que ainda segurava. — Olha, Marjo...
Ele suspirou e coçou a cabeça, não queria se despedir, não sei se foi impressão minha ou se ele queria dizer mais alguma coisa também. Segurei firme a sua mão e subi os meus pés, ele era muito mais alto que eu, e assim lhe dei um beijo na bochecha.
— Boa noite! — Senti minhas bochechas corando. — Obrigado mais uma vez!
— Ei, obrigado você! — Ele segurou o meu queixo e deu o sorriso mais encantador que eu já vi. Droga Daniel! — Boa noite!
Ele ficou me encarando alguns segundos e começou a se aproximar. Como ainda segurava o meu queixo, o meu coração alavancou em disparada e eu paralisei. Ele se curvou e o seu cheiro invadiu minhas narinas, era o que faltava pra me entorpecer de vez. Senti o toque dos seus lábios em minha testa e senti o meu corpo relaxar, Fechei os olhos e suspirei. Alguns segundos depois, ele voltou a si e nós sorrimos um aparo outro, abri a porta e ele foi caminhando pelo corredor, no meio dele se virou e acenou pra mim. Entrei no quarto e me despi, deitei na cama e senti o peso do sono me invadir, mas não foi o suficiente pra tirar o sorriso enorme que estava pregado em minha boca.
*Dia seguinte*
As pressas, eu caminhava para o refeitório. Tinha que avhar qualquer uma das meninas, tinha uma coisa importante pra mostrar. Passei pela entrada rápido e correndo pelas mesas. Encontrei Letícia, Mel e Bruna conversando.
— Meninas..— Disse ofegante.
— Pelo amor de Deus Marjorie, ta indo tirando o pai da forca? — Letícia disse colocando a mão no coração.
— Aconteceu.. Deixa eu.. Olha isso — Tentando recuperar a respiração, coloquei o bilhete em cima da mesa. — é a Rafaelli
Rapidamente elas pegaram e leram juntas, fazendo a mesma cara de "WTF" que eu. Rafa havia fugido do colégio e ido para um apartamento. Disse pra que não nos preocupassemos, como se o bilhete fosse fazer essa mágica. Que vontade de bater na minha amiga cabeça de vento.
— Vamos contar pras outras? Luna deve ter visto alguma coisa. Elas não são colegas de quarto? — Mel disse e eu, Bruna e Let assentamos.
— Partiu! — Elas levantaram mas quando iamos saindo, demos de cara com a megera da vice-dirtora.
— Bom dia meninas! — Ela arqueou a sobrancelha nos encarando. — Posso saber onde vão com tanta pressa?
— Vamos estudar pra prova de biologia de amanhã senhora! — Disse a Letícia rapidamente.
— Isso mesmo! — Bruna complementou. — Sabe como é né?!
— Hm, que seja! — Deu de ombros. — Vim dar um recado, a diretora está esperando Marjorie em seu escritório, agora! — As meninas me encararam.
— Vão indo sem mim, e contem a página do livro pras outras meninas. — Pisquei discretamente e sai andando na frente.
Será que a diretora descobriu que saímos? Ou será que viram eu e Daniel ontem a noite? Se eu tiver problemas com a direção logo agora, meu pai jamais vai me aceitar, muito menos me perdoar. Longos minutos depois eu estava correndo novamente, aliviada não ser nada relacionado a ontem, o que me fez gostar de infrigir as regras, pelo menos por não ter sido pega. Dessa vez eu corria pra ver se as meninas descobriram algo sobre a Rafa e lhes contar que eu ia precisar de ajuda pra mudar de quarto.
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